1 Conjunto <strong>de</strong> árvores da família das papilionáceas, espécie <strong>de</strong> alfarrobeira que cresce na pampa chilena. (N. da T.) 2 Referente a acumulação <strong>de</strong> guano; acumulação <strong>de</strong> excrementos <strong>de</strong> aves marinhas nas costas do Peru e do Norte do Chile. (N. da T.) 3 Nome utilizado na Bolívia e no Peru, referente aos naturais da região selvagem, escassamente incorporados na civilização oci<strong>de</strong>ntal. (N. da T.) SANTOS DA CASA 36 37 Todos os humilhados da terra se vestem <strong>de</strong> gala, pagam as suas promessas, gastam o seu dinheiro e, livres, livres dançam com orgulho, durante três dias, perante a Tirana, a sua virgem adorada. Com o tempo, foi crescendo a romaria para prestar, fervorosamente, <strong>de</strong>voção à virgem do <strong>de</strong>serto. São principalmente os mineiros provenientes <strong>de</strong> toda a gran<strong>de</strong> região norte do Chile que comparecem, ano após ano, no dia 14 <strong>de</strong> Julho, a expressar Festivida<strong>de</strong>s Tirana do Tamarugal. Fotografia <strong>de</strong> Hernán Pereira <strong>de</strong>voção absoluta à sua chinita que, segundo os <strong>de</strong>votos, possui o rosto <strong>de</strong> Ñusta Huillac. Após a noite <strong>de</strong> vigília <strong>de</strong> milhares <strong>de</strong> peregrinos, ao som <strong>de</strong> matracas e pan<strong>de</strong>iretas, a Tirana avança escoltada pelos chinos <strong>de</strong> Iquique, os únicos que possuem o direito <strong>de</strong> tirá-la do templo, por terem sido humilhados e escravizados nas guaneras 2 . E dançam os morenos (como são chamados os africanos) libertados para sempre da escravidão. E dançam os ciganos, livres <strong>de</strong> toda a suspeita e perseguição. E dançam os chunchos 3 selvagens, as pastoras e os bolivianos com lamas, livres como condores. E dançam os peles vermelhas com seu bruxo, saídos do cinema mudo, fugindo dos invasores, e dançam os marinheiros apaixonados para sempre pelo mar. Todo o cenário andino e amazónico, todos os humilhados da terra se vestem <strong>de</strong> gala, pagam as suas promessas, gastam o seu dinheiro e livres, livres dançam com orgulho, durante três dias, perante a Tirana, a sua virgem adorada.
Festivida<strong>de</strong>s Tirana do Tamarugal. Fotografia <strong>de</strong> Montserrat Sáenz. Prochile
- Page 1: Revista atlântica de cultura ibero
- Page 5 and 6: Nesta edição mergulhamos, primeir
- Page 7 and 8: André Mingas, Paulo de Carvalho e
- Page 10 and 11: HERÓIS DO MAR 8 9
- Page 12: HERÓIS DO MAR 10 11
- Page 16 and 17: LUGARES DE PARTIDA 14 15 Luanda Man
- Page 18: VAGA GENTE 16 17 Esta vida de marin
- Page 21 and 22: mártir, ia recebendo notícias da
- Page 24 and 25: TRAVESSIAS 22 23 EUZEBEL (1) Ao meu
- Page 26 and 27: TRAVESSIAS 24 25 UM BILHETE (3) Em
- Page 28 and 29: TRAVESSIAS 26 27 5. OUTRA CHEGADA [
- Page 30 and 31: TRAVESSIAS 28 29 8. A MULHER APETIT
- Page 32: Vida, paixão, morte e ressurreiç
- Page 35 and 36: província de Charcas, cumprindo as
- Page 37: sacerdotisa, se inclinaria perante
- Page 42 and 43: CIDADES INVISÍVEIS 40 LIMA DO OUTR
- Page 44 and 45: CIDADES INVISÍVEIS 42 não se fari
- Page 46 and 47: CIDADES INVISÍVEIS 44 EM MEADOS DO
- Page 48 and 49: CIDADES INVISÍVEIS 46 47 OS BAIRRO
- Page 50 and 51: CIDADES INVISÍVEIS 48 As poltronas
- Page 52 and 53: VIDAS CONTADAS 50 UMA EVOCAÇÃO DE
- Page 54 and 55: VIDAS CONTADAS 52 53 O meu pai tinh
- Page 56 and 57: VIDAS CONTADAS 54 55 algum amigo ou
- Page 58 and 59: VIDAS CONTADAS 56 57 gabinete do Mu
- Page 60 and 61: A INVENÇÃO DA AMÉRICA 58 59 A IN
- Page 62: O obstinado retorno da utopia Rober
- Page 65 and 66: inspirada, mais tarde, pelo sonho d
- Page 67 and 68: apêndice do main stream literário
- Page 70 and 71: A INVENÇÃO DA AMÉRICA 68 69 INTR
- Page 72 and 73: A INVENÇÃO DA AMÉRICA 70 71 insu
- Page 74 and 75: A INVENÇÃO DA AMÉRICA 72 73 aces
- Page 76 and 77: CEM ANOS DE SOLIDÃO 74 75 Os filho
- Page 78: RIOS PROFUNDOS 76 Côa, o rio que n
- Page 81 and 82: Uma cena do romance regionalista de
- Page 83 and 84: tenha arvores de fructo; sem embarg
- Page 85 and 86: (período entre 30 000 e 10 000 ano
- Page 88 and 89:
BESTIÁRIO 86 87 Jamais se viram. E
- Page 90:
Sabores perdidos Carmen Yáñez Nat
- Page 93 and 94:
saboreei na meridional cidade de Co
- Page 95 and 96:
Há que acariciar a redondinha, dar
- Page 97 and 98:
Nadie se olvida, Platko, no, nadie,
- Page 100 and 101:
ALGUM CHEIRINHO A ALECRIM 98 99 Aí
- Page 102 and 103:
O QUE FAÇO EU AQUI 100 101 Magical
- Page 104 and 105:
O QUE FAÇO EU AQUI 102 103 Foi com
- Page 106 and 107:
O QUE FAÇO EU AQUI 104 105 Prometi
- Page 108 and 109:
O QUE FAÇO EU AQUI 106 107 En Maco
- Page 110 and 111:
Perto da ria Gastão Cruz A MARESIA
- Page 112 and 113:
A mosca e o ladrão Ondjaki FICÇÕ
- Page 114 and 115:
Mar Portugal Ricardo Diniz SETE MAR
- Page 116 and 117:
SETE MARES 114 115 É daquelas cois
- Page 118:
A MUDANÇA DA TERRA 116 117 Os vila
- Page 121 and 122:
O campo lexical é o característic
- Page 123:
precioso, pois nenhum apontamento m
- Page 130:
PUBLICAÇÃO SEMESTRAL EDIÇÃO Ins