Grip - Magno Altieri

Magno Altieri
GRIP
www.magnoaltieri.com
contatos@magnoaltieri.com
baterista desde 1997, músico gospel
e free lancer, ministra aulas em sua escola
e é técnico em bateria popular pela UFRN.
Grip é uma palavra do dicionário inglês que na bateria utilizamos para designar
a forma para o baterista ou percussionista segurar as baquetas em suas mãos. No Brasil
também é conhecida por empunhadura ou pegada.
Tipos de Grip
Existem basicamente duas formas de grip: a combinada e a tradicional.
Pegada Combinada
A pegada combinada é chamada também de pegada
semelhante, pegada igualada ou de matched grip em inglês.
É a pegada que consiste em segurar as duas baquetas da
mesma maneira como no exemplo ao lado.
Mas, esta pegada se divide em outros três “estilos de
grip” como veremos abaixo.
1) Germany Grip: no Brasil é chamada de pegada alemã e
consiste em posicionar as mãos com as costas para cima. Assim
os polegares ficam deitados para o lado e os antebraços formam
um “V” como vemos no exemplo ao lado.
2) French Grip: é a pegada francesa ou pegada de tímpano
francesa, também chamada de pegada paralela. Foi
desenvolvida para tocar tímpano e tem como característica
principal as mãos viradas para o lado com os polegares para
cima e os antebraços paralelos um ao outro. É ideal para se tocar
toques simples bem rápidos.
3) American Grip: é a pegada americana que foi
denominada assim pelo batera Dom Famularo. Consiste em
segurar as baquetas com as mãos meio que na transversal. Esta
pegada é a mistura da germany com a french grip, é a mais
natural das pegadas.
Essa pegada, a combinada, é mais atual na bateria, porque veio a ser usada
depois da pegada que veremos agora que é a pegada tradicional.
Bateras Mestres na Matched Grip
Billy Cobham, Carter Beauford, Bobby Jarzombek, Simon Phillips, Akira
Jimbo, Aaron Spears, Jeff Porcaro, Jonny Rabb, Omar Hakim, Tony Royster Jr, Ronald
Bruner Jr, Marco Minnemann, Renato Massa, Pascoal Meirelles, Aquiles Priester, etc.

Pegada Tradicional
A pegada tradicional ou pegada clássica, como é
muito conhecida no Brasil, ou traditional grip em inglês, é a
pegada que consiste em cada mão segurar a baqueta de uma
maneira como você vê na foto ao lado.
Essa pegada é utilizada desde muito antes do surgimento da bateria onde cada
músico tocava um instrumento. A caixa era tocada pendurada com uma correia na
região do abdômen e ficava inclinada fazendo com que a pegada tradicional fosse a
mais fácil e prática de se usar.
Com o surgimento da bateria, os bateras continuaram a usar a caixa dessa
maneira (inclinada) e a pegada tradicional veio junto a isso. Então, isso significa que
essa pegada é a mais antiga ou a primeira utilizada na bateria.
No caso dos destros, a mão esquerda segura a baqueta “atravessada” e a mão
direita utiliza o matched grip.
No caso dos canhotos, inverte-se a posição das mãos que passa a segurar à
baqueta atravessada na mão direita, a esquerda segura a baqueta com a matched grip.
Bateras Mestres na Traditional Grip
Virgil Donati, Dave Weckl, Steve Smith, Jojo Mayer, Buddy Rich, Vinnie
Colaiuta, Tony Williams, Steve Gadd, Russ Miller, Kiko Freitas, Cuca Teixeira, etc.
Posição das Mãos na Traditional
Na mão do matched grip, podemos usar os três “estilos” que vimos que são o
germany, o french e o american grip.
Já na mão da caixa, que usa a baqueta atravessada temos duas possibilidades
para segurar a baqueta. Veja abaixo:
1) Palma da Mão para Cima: você utiliza a palmada
mão para cima e fica com o polegar para o lado. Foi muito
usada pelos primeiros bateras, os bateras que eram
especializados em jazz.
Com esta posição, você tem muito controle para as
“notas” fracas, mas não é legal para executar “notas”
acentuadas. A palma da mão para cima faz com que a
trajetória da baqueta seja menor. Veja a foto:
2) Palma da Mão para o Lado: a palma da mão
fica posicionada para o lado e o polegar fica para cima.
Assim, podemos utilizar o giro da mão e o cotovelo para
executar os movimentos.
Começou a ser utilizada depois do surgimento da
técnica moeller que dá possibilidades para tocar vários
strokes com um único movimento de subida e decida de
baqueta além de ter mais volume sem a necessidade de
usar muita força.
Cid Catlett usando a técnica

Pegadas “Especiais”
Agora veja dois tipos de pegadas bem particulares que são variações da pegada
combinada criadas para suprir necessidades na hora de tocar.
Carmine Appice Grip: a pegada de Carmine
Appice, como é chamada, é muito curiosa. A baqueta
fica entre os dedos, indicador e médio. No caso dos
destros, a pegada é utilizada apenas na mão direita e
no caso dos canhotos na mão esquerda.
Carmine Appice conta que desenvolveu esta
pegada quando tocava com sua banda, Vanilla Fudje,
em 1967. Ele relata que estava muito quente no
estúdio e as baquetas escorregavam de sua mão
quando num reflexo ele colocou a baqueta desta
maneira e funcionou.
Power Grip: não chega a ser uma “pegada”, mas uma pinça
mais apertada, dando mais pressão ao golpe. É geralmente usada
por bateras mais pesados, porque dá um volume maior ao toque
e aplicada a mão direita no caso dos destros (mão esquerda para
canhotos).
A principal característica é o posicionamento da baqueta
na 2ª dobra do dedo indicador. Veja a foto ao lado:
Dicas
1) Toque com a baqueta que golpeia a caixa invertida para obter mais força no toque
com a mão esquerda (no caso dos destros) na caixa porque, esta mão geralmente é a
mão mais “fraca” em relação à direita (no caso dos destros).
2) Para quem está iniciando os estudos na bateria, o grip mais recomendado é o
matched grip no estilo alemão, porque, você vai segurar as duas baquetas na mesma
posição além de ser mais natural e prático para aprender.
3) Teste todos esses grips afim de achar qual mais se adapta as suas necessidades
musicais.