17.04.2013 Views

Download - Núcleo de Pesquisa em Economia Empresarial ...

Download - Núcleo de Pesquisa em Economia Empresarial ...

Download - Núcleo de Pesquisa em Economia Empresarial ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

exist<strong>em</strong> para a abordag<strong>em</strong> predatória <strong>de</strong> Marglin, 147 ou seja, do exercício do po<strong>de</strong>r<br />

hierárquico. 148<br />

4.2.3 Oportunismo: perigo <strong>em</strong>inente, relevante e ubíquo ou<br />

pobre <strong>de</strong>scrição da natureza humana?<br />

A terceira crítica resume algumas consi<strong>de</strong>rações sobre a adoção do oportunismo<br />

como suporte comportamental da TCT. Um ponto <strong>de</strong> partida relevante para a literatura<br />

crítica, <strong>em</strong> geral, <strong>de</strong>sse ponto está num ex<strong>em</strong>plo utilizado por WILLIAMSON (1985, p.<br />

122) para o caso Toyota, <strong>em</strong> que conclui: "The hazards of trading are less severe in Japan<br />

than in the United States because of cultural and institutional checks on opportunism".<br />

Para DIETRICH (i<strong>de</strong>m, p. 24-5), isso significa que o oportunismo é um fator<br />

endógeno a cada cultura ou socieda<strong>de</strong> e não uma hipótese que se possa consi<strong>de</strong>rar a<br />

priori. 149 Torna-se, então, difícil explicar a existência <strong>de</strong> firmas (ainda mais as gran<strong>de</strong>s<br />

147 O artigo <strong>de</strong> MARGLIN (1974), a propósito, preocupa-se justamente <strong>em</strong> reunir<br />

evidências, principalmente, da superação do sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> putting-out pelo fabril apoiando-se no<br />

resgate e análise <strong>de</strong> publicações daquele período, tentantdo mostrar as intenções reveladas (<strong>em</strong> seu<br />

estado "bruto") <strong>de</strong> homens <strong>de</strong> negócio, governantes e legisladores <strong>em</strong> modificar ou não tanto os<br />

direitos <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> quanto a interpretação das jurisprudências evolvidas culturalmente. Este foi<br />

o caso, por ex<strong>em</strong>plo, da máxima da justiça inglesa pela qual um hom<strong>em</strong> é inocente até que se prove<br />

o contrário: se houvesse suspeita <strong>de</strong> sabotag<strong>em</strong> ou roubo <strong>de</strong> matéria-prima por um produtor<br />

doméstico, caberia a ele o ônus <strong>de</strong> provar sua inocência, ou na ausência <strong>de</strong> tais provas seria<br />

consi<strong>de</strong>rado culpado (i<strong>de</strong>m, p. 35-6).<br />

148 Mais explicitamente, essa instância se refere ao po<strong>de</strong>r do capital sobre o trabalho, como é<br />

ressaltado por MARGLIN (1974, seções 3 e 4) e por MARGINSON (1993, seção 3.3) <strong>em</strong> sua<br />

interpretação do artigo <strong>de</strong> Marglin. Tal visão é compatível com a <strong>de</strong> Pitelis quando, antes <strong>de</strong><br />

concordar com a visão predatória das relações hierárquicas, explica quais seriam suas origens: "In<br />

the Coasean assertion 'agents' agree to work un<strong>de</strong>r the authority of 'principals' voluntarily, because<br />

they expect to gain out of the increased (transaction cost-related) efficiency gains resulting from<br />

<strong>em</strong>ergent hierarchies. This need not be true. The alternative is that 'agents' are obliged to do so, by<br />

the principals [...]. An example would be <strong>em</strong>ployers and/or the state possibly in mutual support of<br />

each other and in the pursuit of mutual gain [...], and/or because they simply have no better<br />

alternative, i.e., the alternative is to work for another principal or not work at all (be un<strong>em</strong>ployed).<br />

In the first two cases the process is clearly predatory, while in the third it is contractual in a rather<br />

meaningless sense [...]."<br />

149 WALSH (1996, p. 519) argumenta: "Williamson argues that firms may behave<br />

opportunistically, but not why they <strong>de</strong>ci<strong>de</strong> to behave more opportunistically un<strong>de</strong>r certain<br />

circumstances than others". No entanto, a citação imediatamente acima <strong>de</strong> Williamson é uma<br />

explicação, quer consi<strong>de</strong>r<strong>em</strong>os o oportunismo endógeno ou exógeno ao agente econômico. Em<br />

82

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!