Download - Núcleo de Pesquisa em Economia Empresarial ...
Download - Núcleo de Pesquisa em Economia Empresarial ...
Download - Núcleo de Pesquisa em Economia Empresarial ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Eventualmente, uma r<strong>em</strong>uneração ao <strong>em</strong>pregado maior que a proporcionada pelo mercado<br />
é suficiente para compensar pequenas assimetrias. Para MARGINSON (i<strong>de</strong>m), isso nada<br />
mais representa que duas fontes <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r exercendo efeitos contrários <strong>de</strong> mesma<br />
intensida<strong>de</strong> - é um reconhecimento da existência da tensão entre <strong>em</strong>pregadores e<br />
trabalhadores, numa espécie <strong>de</strong> countervailling power, que não se torna explícita por<br />
repousar no equilíbrio das compensações. No entanto, para Marginson, não há nenhuma<br />
razão a priori para imaginarmos que o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> barganha dos trabalhadores na firma será<br />
exatamente compensado pela perda <strong>de</strong> seu po<strong>de</strong>r no mercado <strong>de</strong> qualificações, e também<br />
que a firma <strong>de</strong>ixará <strong>de</strong> explorar cada montante <strong>de</strong> tal <strong>de</strong>sequilíbrio. 145<br />
Diante <strong>de</strong> tal contra argumento que maiores benefícios pecuniários bastariam para<br />
explicar tal "venda" <strong>de</strong> assimetria do po<strong>de</strong>r, PITELIS (1994, p. 42), MCGUINNESS (1990,<br />
p. 58) e MARGLIN (1974, p. 39) levantam a questão: seria isso o bastante para incorporar<br />
custos e benefícios "psicológicos" <strong>de</strong> uma situação <strong>de</strong> completa <strong>de</strong>pendência? 146 Suas<br />
respostas se dão claramente na negativa. Dessa forma, quanto ao po<strong>de</strong>r nas relações<br />
hierárquicas, PITELIS (1996, p. 276) lamenta não haver evidência histórica para a<br />
abordag<strong>em</strong> da eficiência do contrato <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong> Williamson; ao contrário, evidências<br />
activity within the organization." E, neste último caso, "it would be extr<strong>em</strong>ely difficult for the<br />
hol<strong>de</strong>r of this asset to tra<strong>de</strong> this specific know-how on the labor market."<br />
145 MARGINSON (1993, p. 143-4) contesta Williamson <strong>de</strong> forma ainda mais ve<strong>em</strong>ente ao<br />
tentar <strong>de</strong>monstrar que o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> barganha dos trabalhadores não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> apenas <strong>de</strong> qualificações<br />
específicas à firma, mas também <strong>de</strong> sua organização (principalmente <strong>em</strong> sindicatos, mas não<br />
necessariamente) e <strong>de</strong> sua mobilização: "Firm-specific skills are neither necessary nor sufficient for<br />
bargaining power to exist".<br />
146 Pergunta esta, aliás, que COASE (1937, p. 390) parece respon<strong>de</strong>r <strong>de</strong> forma discordante ao<br />
dizer: "it would rather se<strong>em</strong> that the opposite ten<strong>de</strong>ncy is operating if one judges from the stress<br />
normally laid on the advantage of 'being one's own master' ".<br />
81