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Para PITELIS (1996, p. 273), "In the beginning, there was probably nothing. If the<br />
<strong>em</strong>ergence of the human race, as we know it, is our starting point, then in the beginning,<br />
there was a 'family', or self-sufficiency. This is the starting point, the state of nature". A<br />
partir daí, a primeira coisa a ser analisada, então, é a produção e não a troca, e a primeira<br />
pergunta a ser feita é "por que produzir para a troca se há custos para efetuá-la, e não para<br />
consumo próprio?" (PITELIS, 1993c, p. 271). A resposta <strong>de</strong> tal pergunta já teria sido<br />
exaustivamente construída por economistas clássicos, como Adam Smith e Karl Marx,<br />
qual seja a apropriação <strong>de</strong> benefícios (aumento <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> e do produto total) obti-<br />
dos através da especialização e da divisão do trabalho (PITELIS, 1994, p. 117-8). 122 Isso<br />
explicaria não só a orig<strong>em</strong> das firmas (inclusive as individuais, oriundas da especialização<br />
concomitante à divisão do trabalho), mas também dos próprios mercados - que, a<br />
propósito, são entida<strong>de</strong>s inseparáveis ou necessariamente compl<strong>em</strong>entares. 123 Nas palavras<br />
do próprio PITELIS (1993c, p. 272):<br />
exchange, the market, the unitary firm and the Coasean firm (the multi-person<br />
hierarchy) can all be explained in terms of the benefits from the division of labour.<br />
The transition from single producers exchanging in markets to the <strong>em</strong>ployment<br />
relation (historically putting-out first, factory syst<strong>em</strong> afterwards), has been because<br />
of their efficiency properties (in terms of transaction and/or production costs) in<br />
allowing a better exploitation of (the division of) labour (and for the case of the<br />
factory syst<strong>em</strong> possible benefits from team work).<br />
122 Em SHAPIRO (1991, p. 50) também encontramos referência ao incentivo do lucro para<br />
que a produção se dirigisse para a troca no mercado, <strong>em</strong> lugar da produção para auto-suficiência, e<br />
que isso t<strong>em</strong> permitido à economia capitalista ser muito mais dinâmica (<strong>em</strong> termos <strong>de</strong> promoção <strong>de</strong><br />
avanços tecnológicos) do que se po<strong>de</strong>ria imaginar s<strong>em</strong> tal direcionamento O artigo <strong>de</strong> Shapiro po<strong>de</strong><br />
ser visto como uma explicação da natureza da firma na busca do lucro pela ativida<strong>de</strong> inovadora -<br />
facilitada pelos benefícios alavancados na cooperação obtida com as relações <strong>de</strong> trabalho, ou<br />
<strong>em</strong>ployment contract, que a firma incorpora -, pressionada s<strong>em</strong>pre pela competição. Embora seu<br />
escopo <strong>de</strong> trabalho não coincida com o da TCT, Shapiro refere-se a vários <strong>de</strong> seus el<strong>em</strong>entos para<br />
explicar o processo inovativo. Alguns ex<strong>em</strong>plos disso po<strong>de</strong>m ser mencionados, como a elevada<br />
especificida<strong>de</strong> do ativo "inovação" como produto e, <strong>em</strong> geral, dos processos e qualificações<br />
(tecnológicas e humanas) que a produz<strong>em</strong>, e ainda a total impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se estabelecer<br />
contratos completos para organizar sua execução, aproximando firmas diferentes com a criação <strong>de</strong><br />
canais <strong>de</strong> comunicação e coor<strong>de</strong>nação do aprendizado (caso que Williamson trataria por relações<br />
híbridas) ou internalizando as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pesquisa e <strong>de</strong>senvolvimento. Por fim Shapiro<br />
acrescenta que, para a ativida<strong>de</strong> central da dinâmica capitalista - <strong>em</strong> função <strong>de</strong> suas características -<br />
, a hierarquia (<strong>em</strong>bora não necessariamente a gran<strong>de</strong> firma, como sugerido por Schumpeter) t<strong>em</strong> se<br />
mostrado o locus i<strong>de</strong>al.<br />
123 PITELIS (1993c, p. 263). Ou como ainda afirmam COWLING e SUGDEN (1993, p. 70):<br />
"It [market versus hierarchies] is a false dichotomy".<br />
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