Download - Núcleo de Pesquisa em Economia Empresarial ...
Download - Núcleo de Pesquisa em Economia Empresarial ...
Download - Núcleo de Pesquisa em Economia Empresarial ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
cannot turn on consi<strong>de</strong>rations of production cost." 81 As imperfeições relativas ao<br />
conhecimento acabam recaindo exclusivamente na esfera dos custos <strong>de</strong> transação. 82<br />
Entretanto, é cada vez mais reconhecido que muito do conhecimento é tácito,<br />
social, e também fracionado ou distribuído entre os diversos agentes participantes dos<br />
processos econômicos, principalmente na esfera da produção, i.e. é apenas gerado e<br />
mobilizado num contexto <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s produtivas multipessoais. 83 Ou seja, ao pensar <strong>em</strong><br />
mover ou manter seus limites, a firma (ou a hierarquia gestora) <strong>de</strong>ve preocupar-se não<br />
apenas <strong>em</strong> alinhar incentivos ex ante e salvaguardar-se do oportunismo ex post e da<br />
incerteza através da confecção <strong>de</strong> um certo arranjo contratual, mas principalmente <strong>em</strong><br />
saber se possui ou po<strong>de</strong> possuir competências para levar adiante a(s) nova(s) ativida<strong>de</strong>(s)<br />
absorvida(s) e/ou reformular a(s) r<strong>em</strong>anescente(s) quando alguma(s) outra(s) é(são)<br />
<strong>de</strong>sm<strong>em</strong>brada(s). 84 Nesse caso, "the cost of making contracts with potential partners, of<br />
81 Para uma abrangente explicação da dicotomia entre custos <strong>de</strong> produção e transação, e sua<br />
influência negativa sobre a qualida<strong>de</strong> da análise dos limites da firma, vi<strong>de</strong> LANGLOIS e FOSS, N.<br />
(1997, p. 9-10).<br />
82 Vale imaginarmos adicionalmente que a racionalida<strong>de</strong> limitada é característica tanto <strong>de</strong><br />
gestores quanto <strong>de</strong> trabalhadores <strong>de</strong> chão-<strong>de</strong>-fábrica. Esse ponto também é levantado por<br />
MARGINSON (1993, p. 138): "Only <strong>em</strong>ployers are faced by a probl<strong>em</strong> of boun<strong>de</strong>d rationality".<br />
Mesmo DEMSETZ (1988, p. 176, nr. 4 - grifos no original) realça que "'boun<strong>de</strong>d rationality' is not<br />
used to <strong>em</strong>phasize the differences in the content of the information that may be possessed by the<br />
personnel and traditions of different firms".<br />
83 Sidney WINTER (1982, p.89, apud HODGSON 1993b, p. 89) alega que "even if the<br />
contents of the organizational m<strong>em</strong>ory are stored only in the form of m<strong>em</strong>ory traces in the<br />
m<strong>em</strong>ories of individual m<strong>em</strong>bers, it is still an organizational knowledge in the sense that the<br />
fragment stored by each individual m<strong>em</strong>ber is not fully meaningful or effective except in the<br />
context provi<strong>de</strong>d by the fragments stored by other m<strong>em</strong>bers". A ex<strong>em</strong>plo <strong>de</strong> Winter, HODGSON<br />
(1993a, p. 232) alega que "the capabilities of an organization such as a firm are not generally<br />
reducible to the capabilities of individual m<strong>em</strong>bers". Em HODGSON (1993b, p. 89) po<strong>de</strong>mos<br />
compl<strong>em</strong>entar o argumento: "because organizational knowledge is tacit knowledge, no individual<br />
can express it in a codified form. The knowledge becomes manifest only through the interactive<br />
practice of the m<strong>em</strong>bers of the group". Hodgson também comenta que a adoção <strong>de</strong> tal pr<strong>em</strong>issa por<br />
autores ligados à Escola Austríaca (como N. Foss e Langlois) representa um afastamento<br />
interessante do individualismo metodológico <strong>de</strong>fendido pela mesma, e notoriamente por Hayek.<br />
84 LANGLOIS e FOSS, N. (1997, p. 19) reforçam o argumento com o conhecido caso da<br />
máquina <strong>de</strong> lâmpadas <strong>de</strong>scrito por Michael Polanyi, ou seja, possuir a mesma tecnologia e os<br />
mesmos "manuais" do concorrente não resulta <strong>em</strong> custos idênticos <strong>de</strong> produção. É interessante<br />
notar que Williamson utiliza o mesmo ex<strong>em</strong>plo <strong>de</strong> Polanyi para justificar que "Idiosyncratic<br />
investments in human capital are in many ways more interesting and less obvious than are those in<br />
physical capital" (1979, p. 242); cita também um caso <strong>de</strong>scrito por Charles Babbage <strong>em</strong> que<br />
manufaturas inglesas continuavam a ven<strong>de</strong>r seus produtos para seus tradicionais comerciantes<br />
al<strong>em</strong>ães através <strong>de</strong> pedidos escritos a mão e s<strong>em</strong> assinatura (e receber os <strong>de</strong>vidos pagamentos) <strong>em</strong><br />
períodos <strong>de</strong> guerra, nos quais tal comércio era proibido e severamente penalizado. Isto para, por<br />
50