17.04.2013 Views

Download - Núcleo de Pesquisa em Economia Empresarial ...

Download - Núcleo de Pesquisa em Economia Empresarial ...

Download - Núcleo de Pesquisa em Economia Empresarial ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Ainda na mesma direção, além <strong>de</strong> Nooteboom e Teece, encontramos PONDÉ<br />

(1993a,b, 1994 e 1996). Pondé consi<strong>de</strong>ra louvável a adoção pela TCT das hipóteses <strong>de</strong><br />

racionalida<strong>de</strong> limitada e dos dil<strong>em</strong>as vindos da incerteza. 72 Isto a diferencia <strong>de</strong> outras<br />

abordagens sobre probl<strong>em</strong>as organizacionais consi<strong>de</strong>radas extensões dos conceitos <strong>de</strong><br />

racionalida<strong>de</strong> ilimitada e otimização, como as <strong>de</strong> KLEIN; CRAWFORD e ALCHIAN<br />

(1978), ALCHIAN e DEMSETZ (1972), e JENSEN e MECKLING (1976), explicitamente<br />

referidos por PONDÉ (1994, p. 40-1), 73 po<strong>de</strong>ndo estas ser<strong>em</strong> enquadradas no que POSSAS<br />

72 Parece haver por parte <strong>de</strong> Pondé uma certa <strong>em</strong>patia por interpretar a noção <strong>de</strong> incerteza<br />

adotada por Williamson como aquela <strong>de</strong>rivada (literalmente) <strong>de</strong> Knight, ou <strong>de</strong> alguma forma<br />

próxima àquela <strong>de</strong>rivada <strong>de</strong> G. Shackle (muito simpática à visão pós-keynesiana). Nesse sentido<br />

certamente caminharia uma interpretação heterodoxa <strong>de</strong> Williamson, na tentativa <strong>de</strong> visualizar<br />

contribuições da TCT que se afast<strong>em</strong> do mainstream neoclássico. Embora NORTH (1993a) adote<br />

um conceito mais amplo <strong>de</strong> incerteza, que engloba a impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se <strong>de</strong>finir uma distribuição<br />

<strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong>s e, assim, mais próximo das interpretações heterodoxas <strong>de</strong> incerteza,<br />

WILLIAMSON (1991a, p. 291, reproduzido s<strong>em</strong> alterações <strong>em</strong> WILLIAMSON, 1996a, p. 116)<br />

parece, no entanto, ater-se ainda ao risco (l<strong>em</strong>brando novamente a importante dicotomia herdada <strong>de</strong><br />

Knight): "Greater uncertainty could take either of two forms. One is that the probability<br />

distribution of disturbances r<strong>em</strong>ains unchanged but that more numerous disturbances occur. A<br />

second is that disturbances become more consequential (due, for example, to an increase in the<br />

variance)". Essa interpretação <strong>de</strong> Williamson é expressa por AZEVEDO (1996), sendo também<br />

comum a autores pós-keynesianos, como para Stephen DUNN (1998), Gary Slater e Mahmood<br />

Messkoub (<strong>em</strong> contato pessoal). Autores neoclássicos normalmente não faz<strong>em</strong> qualquer referência<br />

ao assunto, ao que parece por consentimento, o que engrossa as fileiras da leitura ortodoxa da TCT.<br />

A dubieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Williamson, no entanto, permanece. Ao explicar seu conceito <strong>de</strong> incerteza<br />

comportamental, WILLIAMSON (1985, p. 58) cita Ludwig von Mises (1949 - grifo <strong>de</strong><br />

Williamson): "any reference to frequency is inappropriate, as our stat<strong>em</strong>ents always <strong>de</strong>al with<br />

unique events". Na mesma página (nota <strong>de</strong> rodapé 17), cita também o próprio Shackle (1961, p.<br />

55): "in a great multitu<strong>de</strong> and diversity of matters the individual has no record of sufficient number<br />

of sufficiently similar acts, of his own or other people's, to be able to construct a valid frequency<br />

table of the outcomes of acts of this kind. Regarding these acts, probabilities are not available to<br />

him"; e ainda Georgescu-Roegen (1971, p. 83): "a measure for all uncertainty situations ... has<br />

absolutely no meaning, for it can be obtained only by an intentionally mutilated representation of<br />

reality". À marg<strong>em</strong> das diferentes nuances das <strong>de</strong>finições citadas, há <strong>em</strong> comum a impossibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> formar distribuições <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> (e, assim, <strong>de</strong> "calcular riscos"), o que entra <strong>em</strong> conflito<br />

com o uso do conceito feito <strong>em</strong> seu artigo <strong>de</strong> 1991, como citado acima.<br />

73 PONDÉ (1996, p. 538) afirma que: "A consciência <strong>de</strong> que - abandonada a maximização e<br />

o equilíbrio - o <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho do mercado só po<strong>de</strong> ser explicado a partir da análise <strong>de</strong> condicionantes<br />

'estruturais' que os mo<strong>de</strong>los neoclássicos não oferec<strong>em</strong> é compartilhada por seguidores <strong>de</strong><br />

diferentes correntes - pós-keynesianos, 'velhos' institucionalistas, 'novos' institucionalistas,<br />

evolucionistas e neo-austríacos". Seu esforço, como já sugerido, caminha para uma tentativa <strong>de</strong><br />

síntese entre a TCT e a teoria evolucionista da firma, incorporando contribuições <strong>de</strong> outras<br />

correntes heterodoxas - o que <strong>em</strong> parte espelha um certo esforço contido nesta dissertação, como já<br />

comentado.<br />

46

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!