Download - Núcleo de Pesquisa em Economia Empresarial ...
Download - Núcleo de Pesquisa em Economia Empresarial ...
Download - Núcleo de Pesquisa em Economia Empresarial ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Williamson também trata da relação entre incerteza e oportunismo, l<strong>em</strong>brando que<br />
este último suposto consi<strong>de</strong>ra o comportamento intencional e calculado dos agentes <strong>em</strong> seu<br />
próprio benefício, recorrendo inclusive a "golpes baixos", através <strong>de</strong> formas dolosas <strong>de</strong><br />
distorção, ludíbrio e <strong>de</strong>turpação <strong>de</strong> informações. Novamente olhando do ambiente para o<br />
nível do indivíduo, v<strong>em</strong>os que na relação entre agentes isso po<strong>de</strong> ser interpretado como<br />
uma forte manifestação da incerteza vinculada ao comportamento dos mesmos, ou mais<br />
ainda, ao seu comportamento estratégico <strong>em</strong> um contrato que <strong>de</strong> alguma forma e <strong>em</strong> algum<br />
grau condiciona uma <strong>de</strong>pendência bi(multi)lateral. A incerteza oriunda do oportunismo<br />
individual é chamada por WILLIAMSON (1985, p. 58; e 1989, p. 144) <strong>de</strong> incerteza<br />
comportamental (behavioral uncertainty). 58 Com relação à incerteza, STIGLER (1967,<br />
citado por NIEHANS, 1987, p. 676) <strong>de</strong>finiu os custos <strong>de</strong> transação como "the costs of<br />
transportation from ignorance to omniscience". Afora consi<strong>de</strong>rações religiosas que o úl-<br />
timo termo possa <strong>de</strong>spertar, não encontramos <strong>em</strong> Williamson nenhuma referência à elimi-<br />
nação da incerteza. Em WILLIAMSON (1989, p. 139) encontramos: "Boun<strong>de</strong>d rationality<br />
and opportunism serve both to refocus attention and help to distinguish between feasible<br />
and infeasible mo<strong>de</strong>s of contracting. Both impossibly complex and hopelessly naive mo<strong>de</strong>s<br />
of contracting are properly exclu<strong>de</strong>d from the feasible set". Em adição, vê-se ainda um<br />
pouco mais à frente: "All contracts within the feasible set are incomplete" (i<strong>de</strong>m).<br />
Os efeitos da incerteza sobre a forma <strong>de</strong> organizar a produção estão resumidamente<br />
<strong>de</strong>scritos <strong>em</strong> WILLIAMSON (1991a, p. 291-2). Como anteriormente fiz<strong>em</strong>os referência, já<br />
há nesse artigo consi<strong>de</strong>rações mais refinadas sobre arranjos intermediários situados entre<br />
as alternativas <strong>de</strong> mercado ou internalização pela firma - as chamadas "formas híbridas".<br />
São referidas como acordos ou contratos entre firmas (franquias, joint ventures, ou outras<br />
modalida<strong>de</strong>s), e a princípio po<strong>de</strong>-se avaliar que constitu<strong>em</strong> a melhor forma <strong>de</strong> organizar<br />
transações quando especificida<strong>de</strong> do ativo e incerteza são os principais componentes a se<br />
consi<strong>de</strong>rar e estão presentes <strong>em</strong> intensida<strong>de</strong> mediana. A TCT argumenta que num ambiente<br />
com incerteza <strong>em</strong> altos níveis, a forma híbrida ten<strong>de</strong> a ser a mais prejudicada (dadas suas<br />
vantagens <strong>em</strong> graus intermediários <strong>de</strong> especificida<strong>de</strong> dos ativos) por não po<strong>de</strong>r contar com<br />
a hierarquia como forma <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão rápida para adaptação às mais freqüentes mudanças,<br />
58 Para uma visão diferente, on<strong>de</strong> a incerteza é coberta por contratos implícitos ("formaly<br />
<strong>de</strong>fined as a collection of schedules <strong>de</strong>scribing how the terms of <strong>em</strong>ployment for one person or<br />
group of persons change in response to unexpected changes in the economic environment"), cf.<br />
AZARIADIS (1987, p. 736); uma boa discussão também é feita por HART (1987).<br />
35