Download - Núcleo de Pesquisa em Economia Empresarial ...
Download - Núcleo de Pesquisa em Economia Empresarial ...
Download - Núcleo de Pesquisa em Economia Empresarial ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
forte <strong>de</strong> busca do interesse próprio. Na presença <strong>de</strong> racionalida<strong>de</strong> limitada, tal busca não se<br />
dá <strong>de</strong> forma límpida mas sim dando marg<strong>em</strong> para que os agentes escondam informações ou<br />
que as revel<strong>em</strong> <strong>de</strong> forma parcial ou distorcida, trapacei<strong>em</strong> ou, <strong>em</strong> suma, ajam estrategi-<br />
camente <strong>em</strong> seu exclusivo benefício. Recorrendo à <strong>de</strong>finição original (WILLIAMSON,<br />
1985, p. 47-8):<br />
More generally, opportunism refers to the incomplete or distorted disclosure of<br />
information, especially to calculated efforts to mislead, distort, disguise, obfuscate,<br />
or otherwise confuse. It is responsible for real or contrived conditions of<br />
information asymmetry, which vastly complicate probl<strong>em</strong>s of economic<br />
organization. [...] Plainly, were it not for opportunism, all behavior could be rule<br />
governed. This need not, moreover, require comprehensive preplanning.<br />
Unanticipated events could be <strong>de</strong>alt with by general rules, whereby the parties<br />
agree to be bound by actions of a joint profit-maximizing kind. 43<br />
Vale notar que Herbert SIMON (1991), <strong>de</strong> qu<strong>em</strong> Williamson adota o conceito <strong>de</strong><br />
racionalida<strong>de</strong> limitada, critica a adoção do oportunismo como base analítica do<br />
comportamento humano. Para ele a lealda<strong>de</strong> é um traço muito mais forte dos indivíduos<br />
<strong>de</strong>ntro das organizações, que po<strong>de</strong>ríamos i<strong>de</strong>ntificar, por ex<strong>em</strong>plo, no característico "vestir<br />
a camisa" da <strong>em</strong>presa. E a lealda<strong>de</strong> faria com que indivíduos não só trabalhass<strong>em</strong> s<strong>em</strong><br />
intenções oportunistas, mas também se esforçass<strong>em</strong> <strong>em</strong> executar mais do que o estipulado<br />
nos contratos. 44 De modo geral, críticas à adoção do oportunismo pela TCT são<br />
argued that there was an implicit contract between master and slave which <strong>de</strong>volved 'on the one<br />
party the duty of care and protection, and on the other party the duty of service' (p. 139). This was<br />
seen as 'a contract for life, which neither master nor slave can, as a general rule, escape' (p. 155).<br />
Consequently, a slave att<strong>em</strong>pting to escape would be in breach of his or her implicit contract. On<br />
this basis, Seabury procee<strong>de</strong>d to argue that slavery was legally and morally justified."<br />
43 O probl<strong>em</strong>a <strong>de</strong> assimetria (e custos) <strong>de</strong> informações é plenamente absorvido por<br />
Williamson. Não há, porém, qualquer referência à possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> os agentes ter<strong>em</strong> acesso a todas<br />
as informações, mas sim que po<strong>de</strong>m agir sobre todas as que <strong>de</strong>têm, mesmo que <strong>de</strong> forma<br />
incompleta ou dolosa.<br />
44 AZEVEDO (1996, p. 41-2) argumenta que a crítica <strong>de</strong> Simon po<strong>de</strong> ser conciliada com a<br />
TCT por dois caminhos. O primeiro envolve consi<strong>de</strong>rar que WILLIAMSON (1985, p. 65) não<br />
generaliza o oportunismo como intrínseco à natureza humana. Ele apenas alega que alguns<br />
indivíduos são oportunistas <strong>em</strong> alguns momentos. Sendo difícil saber ex ante qu<strong>em</strong> o é e <strong>em</strong> que<br />
situação o será, a mera possibilida<strong>de</strong> serve <strong>de</strong> alerta para todas as transações. Há probl<strong>em</strong>as<br />
metodológicos nesse caminho, como se fosse admitida uma natureza humana calcada <strong>em</strong> outras<br />
características fort<strong>em</strong>ente predominantes, mas a única relevante para a análise econômica fosse<br />
uma ocasional e efêmera que não expressa uma categoria geral do comportamento humano. O<br />
segundo caminho <strong>de</strong> conciliação, segundo Azevedo mais frutífero, envolve avaliar a ética como<br />
27