Download - Núcleo de Pesquisa em Economia Empresarial ...
Download - Núcleo de Pesquisa em Economia Empresarial ...
Download - Núcleo de Pesquisa em Economia Empresarial ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
transação, <strong>em</strong> comunicar<strong>em</strong>-se e trocar<strong>em</strong> informações que não se resum<strong>em</strong> aos preços, e<br />
muitas vezes faz-se necessário que os bens <strong>em</strong> questão <strong>de</strong>vam ser <strong>de</strong>scritos com maior<br />
minúcia, inspecionados, pesados e medidos. Outras vezes os custos <strong>de</strong> transação se<br />
<strong>de</strong>rivam da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> recorrer a um contrato escrito sob a proteção do or<strong>de</strong>namento<br />
jurídico (ou mesmo o privado), já que há gastos <strong>em</strong> sua elaboração para que haja troca <strong>de</strong><br />
documentos, assistência <strong>de</strong> advogados, manutenção <strong>de</strong> registros ou mesmo <strong>de</strong> instituições<br />
<strong>de</strong> reforço e acompanhamento da execução do que foi pactuado. 29<br />
A <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>ração dos custos <strong>de</strong> transação <strong>de</strong>ixou com que a economia construísse<br />
concepções limitadas das organizações não convencionais, quais sejam, firmas que se<br />
afastavam cada vez mais das trocas no mercado ao se integrar<strong>em</strong> verticalmente. O<br />
principal foco <strong>de</strong> tal visão míope estava nos economistas que consi<strong>de</strong>ram o fenômeno<br />
unicamente motivado por predisposições monopólicas - acabando por implicar na<br />
generalização <strong>de</strong> políticas anti-monopólicas -, b<strong>em</strong> como na interpretação daqueles que o<br />
vê<strong>em</strong> exclusivamente por <strong>de</strong>terminantes tecnológicos.<br />
A TCT alega que as mudanças na organização industrial ocorr<strong>em</strong> primordialmente<br />
por motivos <strong>de</strong> eficiência. O caminho lógico <strong>de</strong>sse argumento começa com a herança<br />
coaseana <strong>em</strong> que firmas e mercados são tidos como formas alternativas <strong>de</strong> organizar a<br />
produção. Consi<strong>de</strong>r<strong>em</strong>os que as transações econômicas possam ocorrer <strong>de</strong> duas maneiras:<br />
impessoalmente, através do mercado, ou através <strong>de</strong> contratos entre <strong>de</strong>terminados agentes.<br />
Se o mecanismo <strong>de</strong> preços do mercado apresenta custos para ser utilizado, po<strong>de</strong> ser que,<br />
através <strong>de</strong> acordo ou contrato, dois (ou mais) agentes encontr<strong>em</strong> um meio <strong>de</strong> evitá-los ou<br />
reduzi-los - isso porque estabelecer contratos também t<strong>em</strong> custos, tanto ex ante quanto ex<br />
post -, tornando a mesma transação mais barata.<br />
Esse argumento dá marg<strong>em</strong> a vários <strong>de</strong>sdobramentos dos supostos da TCT. Dele<br />
retiramos, <strong>em</strong> primeiro lugar, que o principal (<strong>em</strong>bora não o único) objetivo das<br />
instituições econômicas (firmas, mercados e contratos) é justamente economizar os custos<br />
transação". No entanto, usam-no para criticar a TCT (principalmente Williamson) por não adotá-lo<br />
<strong>de</strong> forma categórica <strong>em</strong> seu corpo teórico (essa discussão será feita <strong>em</strong> nossa seção 4.1).<br />
29 Apesar <strong>de</strong> tais esforços, HODGSON (1988, p. 200) ainda sinaliza para a falta <strong>de</strong> precisão<br />
na <strong>de</strong>finição do conceito: "Notably, in a large number of publications in the area of ‘transaction<br />
cost economics’ since the mid-1970s, Williamson has failed to provi<strong>de</strong> an a<strong>de</strong>quate <strong>de</strong>finition of<br />
transaction costs th<strong>em</strong>selves". E ainda mais (i<strong>de</strong>m): "The failure to provi<strong>de</strong> a <strong>de</strong>finition of such a<br />
crucial term is symptomatic of the lack of precision in much of Williamson’s work."<br />
20