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3.1 A Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Análise<br />
A partir da ambientação feita acima, po<strong>de</strong>mos então passar a apresentar as bases<br />
teóricas da TCT e iniciamos com a proposta <strong>de</strong> WILLIAMSON (1985, p. 17) sobre os<br />
limites <strong>de</strong> análise <strong>de</strong> sua formulação teórica: pare ele, qualquer relação que possa ser<br />
formulada como um probl<strong>em</strong>a <strong>de</strong> contratação, e aí estão incluídas as relações <strong>de</strong> troca que<br />
caracterizam o capitalismo - às quais costuma referir-se <strong>de</strong> maneira mais particular como<br />
transações - é passível <strong>de</strong> exame pela TCT. A transação é a passag<strong>em</strong> <strong>de</strong> um b<strong>em</strong> ou<br />
serviço <strong>em</strong> elaboração entre interfaces tecnologicamente separáveis e Williamson propõe<br />
que ela seja a unida<strong>de</strong> básica <strong>de</strong> análise <strong>de</strong> uma teoria da firma. Desse modo, o conjunto <strong>de</strong><br />
características das transações passa a ser visto como principal <strong>de</strong>terminante da forma <strong>de</strong><br />
organização da produção do b<strong>em</strong> ou serviço envolvido.<br />
Os custos <strong>de</strong> transação são análogos à fricção (ou ao atrito) <strong>em</strong> sist<strong>em</strong>as estudados<br />
pela Física - ou por Williamson <strong>em</strong> suas aulas <strong>de</strong> termodinâmica (WILLIAMSON, 1996a,<br />
p. 350). Como Coase já havia se referido, eles são os custos nos quais há <strong>de</strong> se incorrer<br />
quando se recorre ao mercado, ou como sugerido por ARROW (1969, citado por<br />
WILLIAMSON, 1985, p. 18), são "the costs of running the economic syst<strong>em</strong>." 27<br />
AZEVEDO (1996, p. 24, com base <strong>em</strong> CHEUNG, 1990) <strong>de</strong>fine os custos <strong>de</strong> transação<br />
como aqueles incorridos na: "a) elaboração e negociação dos contratos, b) mensuração e<br />
fiscalização <strong>de</strong> direitos <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>, c) monitoramento do <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho e d) organização<br />
<strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s." 28 De forma mais direta, NIEHANS (1987) ex<strong>em</strong>plifica os custos <strong>de</strong><br />
transação ao i<strong>de</strong>ntificá-los com aqueles incorridos <strong>em</strong> localizar um outro agente disposto à<br />
27 HODGSON (1993b, p. 81) localiza a orig<strong>em</strong> do termo "custos <strong>de</strong> transação" nesse artigo<br />
<strong>de</strong> Arrow. Como já comentado, um ano antes DEMSETZ (1968) já o havia <strong>em</strong>pregado.<br />
28 AZEVEDO (1996, p. 24-5) também sugere que tal <strong>de</strong>finição ainda <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> fora um<br />
importante componente, <strong>em</strong>bora Chester Barnard e Friedrich Hayek (dois autores bastante<br />
consi<strong>de</strong>rados por Williamson) o tivess<strong>em</strong> evi<strong>de</strong>nciado, qual seja, os custos <strong>de</strong>rivados da maior ou<br />
menor (ou ausência <strong>de</strong>) capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> adaptação às mudanças no ambiente econômico. Nas<br />
palavras <strong>de</strong> AZEVEDO (i<strong>de</strong>m, p. 25): "Uma <strong>de</strong>finição completa <strong>de</strong> custos <strong>de</strong> transação necessita<br />
incluir [...] os custos <strong>de</strong> adaptações ineficientes às mudanças do sist<strong>em</strong>a econômico." Autores<br />
ligados à Escola Austríaca, como Richard Langlois, Nicolai Foss e Paul Robertson, têm uma<br />
<strong>de</strong>finição s<strong>em</strong>elhante <strong>de</strong>ste componente citado por Azevedo, chamando-o <strong>de</strong> "custos dinâmicos <strong>de</strong><br />
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