17.04.2013 Views

Download - Núcleo de Pesquisa em Economia Empresarial ...

Download - Núcleo de Pesquisa em Economia Empresarial ...

Download - Núcleo de Pesquisa em Economia Empresarial ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

mercados <strong>em</strong> transações da mesma natureza, através, por ex<strong>em</strong>plo, <strong>de</strong> impostos <strong>em</strong> cascata<br />

ou controles <strong>de</strong> preços ou <strong>de</strong> cotas.<br />

Sendo possível à firma absorver ou <strong>de</strong>sm<strong>em</strong>brar transações, diz Coase, não é<br />

possível que seus limites estejam <strong>de</strong>terminados pela elevação do custo marginal à igual-<br />

da<strong>de</strong> com a receita marginal da produção <strong>de</strong> um b<strong>em</strong>. Isso porque ela po<strong>de</strong> tornar-se<br />

multiprodutora (ou produtora <strong>de</strong> bens que po<strong>de</strong>m ser separáveis por uma transação <strong>de</strong><br />

mercado), ou seja, a qualquer t<strong>em</strong>po po<strong>de</strong> ser mais barato organizar a produção <strong>de</strong> um b<strong>em</strong><br />

diferente ou novo que continuar arcando com a produção <strong>de</strong> um mesmo b<strong>em</strong>, mesmo que o<br />

ponto <strong>de</strong> igualda<strong>de</strong> não tenha sido ainda atingido para ele. 16 Dessa forma, os limites <strong>de</strong><br />

expansão da firma estão <strong>de</strong>terminados pelo ponto <strong>em</strong> que os custos internos <strong>de</strong> organização<br />

da produção <strong>de</strong> um b<strong>em</strong> (custos <strong>de</strong> produção mais custos <strong>de</strong> administração das transações<br />

necessárias a esta) atinjam os custos <strong>de</strong> comprá-lo no mercado ou <strong>de</strong> outra firma (custos <strong>de</strong><br />

produção mais custos <strong>de</strong> transações necessárias à compra), prevalecendo entre estes<br />

últimos o que for menor. 17 É interessante notar que GRANOVETTER (1995, p. 94)<br />

esten<strong>de</strong> a noção <strong>de</strong> firma multiprodutora (como saída para os "limites tecnológicos"<br />

tradicionais) para a "firma multifirma", ao fazer uma analogia das perguntas coaseanas. 18<br />

Ao pesquisar a orig<strong>em</strong> e o processo <strong>de</strong> mudanças das re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cooperação entre firmas (por<br />

ele chamadas <strong>de</strong> business groups), Granovetter modifica as unida<strong>de</strong>s originais <strong>de</strong> análise:<br />

16 KAY (1987, p. 55) sugere que a TCT estruturada por Williamson continua explicando a<br />

firma multiprodutora: "Williamson (1975) discusses the evolution of hierarchy to cope with the<br />

probl<strong>em</strong>s of the multiproduct firm; however he does not utilise transaction cost analysis in a<br />

general approach to multiproduct combination <strong>de</strong>spite the fact that his framework is i<strong>de</strong>ally suited<br />

for this purpose." Alguns anos mais tar<strong>de</strong>, <strong>em</strong> 1992, Kay publica um artigo no Journal of Economic<br />

Behaviour and Organisation (JEBO), com críticas à TCT, e o JEBO publica na mesma edição uma<br />

réplica <strong>de</strong> Williamson, já na ocasião editor-associado da revista. Kay, convidado a preparar a<br />

tréplica, o faz, mas a mesma não é publicada. Um ano <strong>de</strong>pois, Kay aproveita para republicar o<br />

artigo (KAY, 1993), com incr<strong>em</strong>entos da tréplica não publicada, e acaba comentando o seguinte (p.<br />

252 - nosso grifo): "If Williamson's theory is applicable, then its <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nce on asset specificity<br />

suggests that it can only be with respect to the special case of the single product firm [...]."<br />

17 Consi<strong>de</strong>rando que distintos <strong>em</strong>presários organizam <strong>de</strong> forma também distinta a produção,<br />

implicando <strong>em</strong> custos diferentes entre as firmas (COASE, 1937, p. 403).<br />

18 GRANOVETTER (1995, p. 94) pergunta: "why is it that in every known capitalist<br />

economy, firms do not conduct business as isolated units, but rather form cooperative relations with<br />

other firms [?]" Essa é a questão que, por analogia à "primeira pergunta coaseana," Granovetter<br />

chama <strong>de</strong> "segunda pergunta coaseana" - ou seja, uma pergunta que Coase na realida<strong>de</strong> não fez.<br />

Embora não tenhamos a pretensão <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver nenhuma inovação terminológica, alguns<br />

parágrafos antes neste capítulo qualificamos a "segunda pergunta coaseana" como aquela que<br />

Coase realmente fez <strong>em</strong> compl<strong>em</strong>ento à primeira.<br />

15

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!