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suficient<strong>em</strong>ente explícitas (ou porque o título ainda não existia ou não fora pensado, ou<br />
não tinha importância), como é possível cogitar a respeito <strong>de</strong> Karl Marx, Joseph<br />
Schumpeter e John M. Keynes, por ex<strong>em</strong>plo. Interessante é que, pelo menos 30 anos antes<br />
do artigo <strong>de</strong> Coase, outros pensadores foram os responsáveis pelo surgimento do termo<br />
"institucionalistas", como Thorstein Veblen 1 e John Commons, mas eram virulentamente<br />
opostos ao método e à teoria neoclássica, o que acabou cerceando maiores esperanças <strong>de</strong><br />
projeção no círculo acadêmico e <strong>de</strong> influência <strong>em</strong> esferas <strong>de</strong> política econômica. Não à toa,<br />
portanto, economistas políticos, evolucionistas neo-schumpeterianos, institucionalistas<br />
"originais" e pós-keynesianos (estes <strong>em</strong> menor grau, ao que parece) têm <strong>de</strong>monstrado<br />
interesse na NEI e, particularmente, na TCT.<br />
O objetivo<br />
Em <strong>de</strong>corrência das inquietações apresentadas acima, objetivamos nesta dissertação<br />
efetuar um balanço crítico da estrutura teóricas da TCT, tentando apontar, ao fim, o que<br />
po<strong>de</strong>ria ser consi<strong>de</strong>rada a base <strong>de</strong> uma agenda relevante <strong>de</strong> pesquisa para uma teoria mais<br />
abrangente da firma. 2 Observamos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> já que as críticas à TCT distribu<strong>em</strong>-se <strong>em</strong> largo<br />
escopo, consi<strong>de</strong>rando-a, <strong>em</strong> alguns casos extr<strong>em</strong>os da heterodoxia, absolutamente<br />
<strong>de</strong>scartável ao ser interpretada como extensão da teoria neoclássica, enquanto a própria<br />
teoria neoclássica consi<strong>de</strong>ra impróprias as incursões feitas fora <strong>de</strong> seu núcleo teórico. 3 Não<br />
obstante, <strong>em</strong> boa parte <strong>de</strong>las é reconhecida a valida<strong>de</strong> analítica <strong>de</strong> alguns <strong>de</strong> seus<br />
el<strong>em</strong>entos fundamentais, como a racionalida<strong>de</strong> limitada, a incerteza e as transações como<br />
unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> análise, b<strong>em</strong> como a legitimida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua preocupação com os limites das firmas<br />
(obviamente, não s<strong>em</strong> críticas).<br />
Ao longo da pesquisa tentamos selecionar da maneira mais abrangente possível<br />
material bibliográfico que se reportasse à TCT, a princípio com critérios mais frouxos <strong>de</strong><br />
1 Veblen chegou a ser elogiado como um dos maiores pensadores sociais <strong>de</strong> seu t<strong>em</strong>po por<br />
ninguém menos que seu cont<strong>em</strong>porâneo Albert Einsten (cf. MONASTÉRIO, 1998, p. 30).<br />
2 Muitas vezes o termo "Teoria dos Custos <strong>de</strong> Transação" t<strong>em</strong> também referência na<br />
literatura como a "<strong>Economia</strong> dos Custos <strong>de</strong> Transação". Por ex<strong>em</strong>plo, vi<strong>de</strong> SIFFERT FILHO<br />
(1995, p. 103) e o próprio WILLIAMSON (1985, cap. 1 e 1989, p. 135). Falar<strong>em</strong>os sobre a<br />
natureza da distinção que faz<strong>em</strong>os um pouco mais à frente.<br />
3 Não <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser válido comentar que o próprio Williamson, ao longo <strong>de</strong> seus trabalhos,<br />
está predominant<strong>em</strong>ente preocupado com as críticas <strong>de</strong> orig<strong>em</strong> neoclássica.<br />
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