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peculiarida<strong>de</strong>s dos mercados (freqüência), há consi<strong>de</strong>rações apenas <strong>em</strong> um sentido <strong>de</strong><br />

influência ou causalida<strong>de</strong>, qual seja, da ação individual e das trocas bilaterais para a<br />

estrutura econômica. 178 Não há sequer consi<strong>de</strong>ração (que dirá análise) da interação entre a<br />

estrutura e os agentes e, portanto, dos processos sociais - por <strong>de</strong>finição dinâmicos -, como<br />

argumenta PRATTEN (1997, p. 792).<br />

Williamson, a princípio, reconhece a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> analisar a influência do<br />

ambiente ou da mudança ambiental sobre as <strong>de</strong>cisões dos agentes individuais. Entretanto,<br />

parece eximir-se da tarefa, insistindo no impulso primordial do indivíduo para a<br />

conformação dos mecanismos institucionais (WILLIAMSON, 1996a, p. 223): "Feedbacks<br />

asi<strong>de</strong> (which are un<strong>de</strong>r<strong>de</strong>veloped in the transaction cost economics set-up), the institutional<br />

environment is treated as the locus of shift parameters, changes in which shift the<br />

comparative costs of governance, and the individual is where the behavioral assumptions<br />

originate."<br />

Isso <strong>de</strong>corre, segundo HODGSON (1988, p. 206), da visão essencialmente<br />

neoclássica <strong>de</strong> Williamson e Coase, a partir da qual se afirma que "no princípio eram os<br />

mercados", como se estes foss<strong>em</strong> o estado natural, ubíquos e at<strong>em</strong>porais, e existiss<strong>em</strong><br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> normas e procedimentos criados socialmente pela interação humana.<br />

Dessa maneira, a TCT ignora a perspectiva <strong>de</strong> evolução social que contém, por ex<strong>em</strong>plo,<br />

processos <strong>de</strong> causação cumulativa, apreen<strong>de</strong>ndo as instituições <strong>em</strong> trajetórias <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões cruciais <strong>em</strong> algum momento no t<strong>em</strong>po. DUGGER (1993, p. 211) ex<strong>em</strong>plifica:<br />

se uma instituição hierárquica <strong>de</strong> cunho privado como as firmas são <strong>de</strong>senhadas com a<br />

crença no oportunismo e na racionalida<strong>de</strong> limitada dos indivíduos, po<strong>de</strong>mos imaginar que<br />

estes apren<strong>de</strong>rão sobre o seu meio-ambiente e a ele se adaptarão, percebendo que tais<br />

177<br />

Ou como diz MARGINSON (1993, p. 137): "to paraphrase Marx, efficiency acts as the<br />

motor of history".<br />

178<br />

Em nossa visão, as críticas ao individualismo metodológico utilizado pela TCT são <strong>de</strong><br />

certa forma generalizadas, como se foss<strong>em</strong> dirigidas à teoria neoclássica - <strong>em</strong>bora com algumas<br />

ressalvas (e.g. a influência <strong>de</strong> algumas instituições sobre os indivíduos ao criar<strong>em</strong> uma "atmosfera<br />

organizacional" propícia às relações <strong>de</strong> troca; no entanto, é bom l<strong>em</strong>brar que esta ressalva t<strong>em</strong> a<br />

sua própria ressalva, como apresentada na seção anterior). Por tal motivo, assumimos tal discussão<br />

também como sendo <strong>de</strong> amplo conhecimento para os estudiosos <strong>de</strong> Teoria Econômica, e isentamonos<br />

<strong>de</strong> inseri-la nesta dissertação. Para o eventual interesse do leitor, uma apresentação concisa <strong>de</strong><br />

tais probl<strong>em</strong>as po<strong>de</strong> ser encontrada <strong>em</strong> HODGSON (1988, 1993a e 1996) e RUTHERFORD (1996,<br />

cap. 3). Para uma discussão das críticas ontológicas e epist<strong>em</strong>ológicas à TCT, vi<strong>de</strong> PRATTEN<br />

(1997).<br />

101

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