O - Universo Holográfico

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17.04.2013 Views

TERCEIRA PARTE ESPAÇO E TEMPO O xamanismo e as misteriosas áreas de pesquisa similares ganharam significância porque postulam novas idéias sobre a mente e o espírito. Elas falam de coisas como expandir vastamente o domínio da consciência (...), a crença, o conhecimento e mesmo a experiência de que nosso mundo físico dos sentidos é uma mera ilusão, um mundo de sombras, e que o instrumento tridimensional que chamamos de nosso corpo serve apenas como continente ou lugar de morada para Algo infinitamente maior e mais abrangente do que este corpo e que constitui a matriz da própria vida. — Holger Kalweit Tempo de Sonho e Espaço Interior TEMPO DESVAIRADO O "lar" da mente, como de todas as coisas, é a ordem implícita. Neste nível, que é o espaço fundamental repleto de matéria do universo manifesto inteiro, não existe tempo linear. O domínio implícito é atemporal; os momentos não são arranjados em seqüência periódica, como as contas num colar. — Larry Dossey Redescobrindo a Alma Quando o homem olhou para o espaço, o aposento em que se encontrava tornou-se fantasmático c transparente c cm seu lugar materializouse uma cena proveniente do passado distante. De repente ele se achava no pátio de um palácio e diante dele havia uma jovem, de pele cor de oliva c muito bonita. Ele podia ver as jóias de ouro em volta de seu pescoço, pulsos e tornozelos, seu vestido branco translúcido e seu cabelo preto trançado regiamente sob uma alta tiara de forma quadrada. Quando olhou para ela, informações sobre a vida dela fluíram para sua mente. Ele soube que era egípcia, filha de uma princesa, mas não de um faraó. Era casada. Seu marido era esbelto e usava o cabelo numa infinidade de pequenas trancas que caíam dos dois lados do rosto. O homem também podia adiantar a cena, passando pelos eventos da vida da jovem como se não fossem mais do que um filme. Ele viu que ela morrera de parto. Assistiu aos prolongados e intricados passos de seu embalsamamento, a procissão de seu funeral, os rituais que acompanharam sua colocação no sarcófago e, quando terminou, as imagens desapareceram e o aposento uma vez mais voltou para sua visão. O nome do homem era Stefan Ossowiecki, polonês de nascimento, um dos clarividentes mais talentosos do século, e a data era 14 de fevereiro de 1935. Sua visão do passado foi evocada quando ele pegou o fragmento de um pé humano petrificado. Ossowiecki se mostrava tão perito em artefatos psicométricos que finalmente chamou atenção de Stanislaw Poniatowski, professor da Universidade de Varsóvia e o mais eminente etnólogo da Polônia na época. Poniatowski testou Ossowiecki com uma variedade de pedras e outros instrumentos de pedra obtidos de sítios arqueológicos de todo o mundo. A maioria destes líticos, como são chamados, eram tão indefiníveis que apenas um olho treinado podia dizer que tinham sido feitos por mãos humanas. Eles também eram précertificados por especialistas, de forma que Poniatowscki sabia a época a que pertenciam e suas origens históricas, informações que mantinha cuidadosamente escondidas de Ossowiecki. Isto não importava. Muitas vezes Ossowiecki identificou os objetos corretamente, descrevendo sua época, a cultura que os produziu e as localizações geográficas onde foram encontrados. Em diversas ocasiões, os locais que Ossowiecki citou divergiam da informação que Poniatowski tinha escrito em suas notas, mas Poniatowski descobriu que eram sempre suas notas que estavam erradas, não a informação de Ossowiecki. Ossowiecki sempre agia de maneira igual. Ele pegava o objeto nas mãos e se concentrava, até o aposento diante dele, e até seu próprio corpo, tornarem-se sombrios e quase inexistentes. Depois dessa transição acontecer, ele se achava olhando para um filme tridimensional do passado. Podia então ir para qualquer lugar que quisesse na cena e ver qualquer coisa que escolhesse. Enquanto estava olhando para o passado, Ossowiecki até movimentava os olhos para frente e para trás, como se as coisas que estava descrevendo tivessem uma presença física diante de si. Ele podia ver a vegetação, o povo e as casas nas quais moravam. Numa ocasião, depois de pegar um instrumento de pedra da cultura magdaleniana, um povo da Idade da Pedra que floresceu na França cerca de 15000 a 10000 a.C., Ossowiecki disse a Poniatowski que as mulheres magdalenianas tinham estilos de cabelo muito complexos. Na época isso pareceu absurdo, mas descobertas subseqüentes de estátuas de mulheres magdalenianas com cortes de cabelo ornamentados provaram que Ossowiecki estava certo. No decurso dos experimentos, Ossowiecki ofereceu cerca de cem desses fragmentos de informação, detalhes sobre o passado, que em princípio pareciam inexatos, mas que mais tarde se mostravam corretos. Ele disse que as pessoas da Idade da Pedra utilizavam lamparinas a óleo e foi justificado quando escavações em Dordogne, França, descobriram lamparinas a óleo do tamanho e estilo exatos que ele descreveu. Ele fez desenhos detalhados de animais que diversos povos caçavam, do estilo das cabanas nas quais moravam e seus

costumes de sepultamento — afirmações que foram todas confirmadas mais tarde por descobertas arqueológicas. O trabalho de Poniatowski com Ossowiecki não é único. Norman Emerson, professor de antropologia na Universidade de Toronto e fundador vice-presidente da Associação Arqueológica Canadense, também investigou o uso de clarividentes no trabalho arqueológico. A pesquisa de Emerson centrouse em torno de um motorista de caminhão chamado George McMullen. Como Ossowiecki, McMullen tem a capacidade de psicomedir objetos e utilizá-los para sintonizar cenas do passado. McMullen também pode sintonizar o passado simplesmente visitando um sítio arqueológico. Uma vez lá, ele anda para trás e para frente até se orientar. Então, começa a descrever o povo e a cultura que uma vez floresceu no lugar. Numa dessas ocasiões Emerson olhava, quando McMullen pulou sobre um pedaço descoberto do chão, medindo com passos o que dizia ser o local de uma grande casa iroquesa. Emerson marcou a área com pinos de avaliação e seis meses mais tarde descobriu a estrutura antiga exatamente onde McMullen disse que estaria. 2 Embora Emerson começasse como cético, seu trabalho com McMullen o fez acreditar. Em 1973, numa conferência anual dos principais arqueólogos, ele declarou: "É minha convicção que recebi conhecimento sobre instrumentos e lugares arqueológicos de um informante sensitivo, que relata esta informação para mim sem qualquer evidência do uso consciente da razão". Concluiu sua fala dizendo que achava que as demonstrações de McMullen abriam "toda uma nova perspectiva" na arqueologia, e deveria se dar uma "prioridade fundamental" à pesquisa da nova utilização de sensitivos nas investigações arqueológicas. 3 Na verdade, a retrocognição, ou a capacidade de certos indivíduos mudarem o foco de sua atenção e literalmente olharem para o passado, foi confirmada repetidas vezes por pesquisadores. Numa série de experimentos conduzidos nos anos 60, W. H. C. Tenhaeff, diretor do Instituto Parapsicológico da Universidade Estadual de Utrecht, e Marius Valkhoff, deão da faculdade de artes na Universidade de Witwatersrand, Johannesburgo, África do Sul, achou que o grande sensitivo holandês, Gerard Croiset, podia psicomedir até o menor fragmento de osso e descrever com exatidão seu passado. 4 O dr. Lawrence Leshan, psicólogo clínico de Nova York e outro cético que se tornou crédulo, conduziu experimentos semelhantes com a famosa sensitivo americano Eileen Garrett. 5 No encontro anual de 1961 da Associação Antropológica Americana, o arqueólogo Clarence W. Weiant revelou que não teria feito sua famosa descoberta de Três Zapotes, universalmente considerada como um dos mais importantes achados arqueológicos já feitos, não fosse a assistência de um sensitivo. 6 Stephan A. Schwartz, membro da revista National Geographic e um dos fundadores de seu corpo editorial, além de integrante da Secretaria do Grupo de Defesa de Discussão sobre Inovação, Tecnologia e Sociedade do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, acredita que a retrocognição não só é real, como provocará finalmente uma mudança tão profunda na realidade científica quanto as mudanças que se seguiram às descobertas de Copérnico e Darwin. Schwartz tem tanto empenho no assunto que escreveu uma história abrangente da parceria entre clarividentes e arqueólogos intitulada As Cavernas Secretas do Tempo. "Durante três quartos de século a arqueologia sensitiva tem sido uma realidade," diz Schwartz. "Esta nova abordagem contribuiu muito para demonstrar que a estrutura do tempo c do espaço, tão crucial para a compreensão ampla da Grande Matéria, não é de maneira nenhuma um constructo tão absoluto quanto a maioria dos cientistas acredita." 7 O Passado como Holograma Tais capacidades sugerem que o passado não está perdido, mas ainda existe de uma forma acessível à percepção humana. Nossa visão normal do universo não leva em consideração um tal estado de coisas, mas o modelo holográfico, sim. A noção de Bohm de que o fluxo do tempo é o produto de uma série constante de descobrimentos e encobrimentos, sugere que, enquanto o presente se cobre e se torna parte do passado, não deixa de existir, mas simplesmente volta para o depósito cósmico do implícito. Ou, como Bohm argumenta: "O passado está ativo no presente como um tipo de ordem implícita". 8 Se, como Bohm sugere, a consciência também tem sua origem no implícito, isto quer dizer que a mente humana e o registro holográfico do passado já existentes no mesmo domínio, são, num modo de dizer, já vizinhos. Assim, uma mudança no foco de atenção de alguém pode ser todo o necessário para ter acesso ao passado. Clarividentes tais como McMullen e Ossowiecki podem simplesmente ser indivíduos que têm um jeito inato para fazer essa mudança, mas outra vez, da mesma forma que muitas outras capacidades humanas extraordinárias que vimos, a idéia holográfica sugere quê o talento está latente em todos nós. Uma metáfora para o modo como o passado está armazenado no implícito também pode ser encontrado no holograma. Se cada fase de uma atividade, digamos, uma mulher soprando uma bolha de sabão, é registrada como uma série de imagens sucessivas num holograma de múltipla imagem, cada imagem se torna como um quadro num filme. Se o holograma é um holograma "de luz branca" — um pedaço de filme holográfico cuja imagem pode ser vista a olho nu e não precisa da luz laser para se tornar visível — quando um observador anda ao lado do filme e muda o ângulo de sua percepção, este verá o que eqüivale a um filme cinematográfico tridimensional da mulher soprando a bolha de sabão. Em outras palavras, à medida que as diferentes imagens se

TERCEIRA PARTE<br />

ESPAÇO E TEMPO<br />

O xamanismo e as misteriosas áreas de pesquisa similares ganharam<br />

significância porque postulam novas idéias sobre a mente e o espírito. Elas<br />

falam de coisas como expandir vastamente o domínio da consciência (...), a<br />

crença, o conhecimento e mesmo a experiência de que nosso mundo físico dos<br />

sentidos é uma mera ilusão, um mundo de sombras, e que o instrumento<br />

tridimensional que chamamos de nosso corpo serve apenas como continente ou<br />

lugar de morada para Algo infinitamente maior e mais abrangente do que este<br />

corpo e que constitui a matriz da própria vida.<br />

— Holger Kalweit Tempo de Sonho e Espaço Interior<br />

TEMPO DESVAIRADO<br />

O "lar" da mente, como de todas as coisas, é a ordem implícita. Neste nível, que é<br />

o espaço fundamental repleto de matéria do universo manifesto inteiro, não existe<br />

tempo linear. O domínio implícito é atemporal; os momentos não são arranjados em<br />

seqüência periódica, como as contas num colar.<br />

— Larry Dossey Redescobrindo a Alma<br />

Quando o homem olhou para o espaço, o aposento em que se encontrava<br />

tornou-se fantasmático c transparente c cm seu lugar materializouse<br />

uma cena proveniente do passado distante. De repente ele se achava no<br />

pátio de um palácio e diante dele havia uma jovem, de pele cor de oliva c<br />

muito bonita. Ele podia ver as jóias de ouro em volta de seu pescoço, pulsos<br />

e tornozelos, seu vestido branco translúcido e seu cabelo preto trançado<br />

regiamente sob uma alta tiara de forma quadrada. Quando olhou para ela,<br />

informações sobre a vida dela fluíram para sua mente. Ele soube que era<br />

egípcia, filha de uma princesa, mas não de um faraó. Era casada. Seu<br />

marido era esbelto e usava o cabelo numa infinidade de pequenas trancas<br />

que caíam dos dois lados do rosto.<br />

O homem também podia adiantar a cena, passando pelos eventos da<br />

vida da jovem como se não fossem mais do que um filme. Ele viu que ela<br />

morrera de parto. Assistiu aos prolongados e intricados passos de seu<br />

embalsamamento, a procissão de seu funeral, os rituais que acompanharam<br />

sua colocação no sarcófago e, quando terminou, as imagens desapareceram<br />

e o aposento uma vez mais voltou para sua visão.<br />

O nome do homem era Stefan Ossowiecki, polonês de nascimento, um<br />

dos clarividentes mais talentosos do século, e a data era 14 de fevereiro de<br />

1935. Sua visão do passado foi evocada quando ele pegou o fragmento de um<br />

pé humano petrificado.<br />

Ossowiecki se mostrava tão perito em artefatos psicométricos que<br />

finalmente chamou atenção de Stanislaw Poniatowski, professor da<br />

Universidade de Varsóvia e o mais eminente etnólogo da Polônia na época.<br />

Poniatowski testou Ossowiecki com uma variedade de pedras e outros<br />

instrumentos de pedra obtidos de sítios arqueológicos de todo o mundo. A<br />

maioria destes líticos, como são chamados, eram tão indefiníveis que apenas<br />

um olho treinado podia dizer que tinham sido feitos por mãos humanas. Eles<br />

também eram précertificados por especialistas, de forma que Poniatowscki<br />

sabia a época a que pertenciam e suas origens históricas, informações que<br />

mantinha cuidadosamente escondidas de Ossowiecki.<br />

Isto não importava. Muitas vezes Ossowiecki identificou os objetos<br />

corretamente, descrevendo sua época, a cultura que os produziu e as<br />

localizações geográficas onde foram encontrados. Em diversas ocasiões, os<br />

locais que Ossowiecki citou divergiam da informação que Poniatowski tinha<br />

escrito em suas notas, mas Poniatowski descobriu que eram sempre suas notas<br />

que estavam erradas, não a informação de Ossowiecki.<br />

Ossowiecki sempre agia de maneira igual. Ele pegava o objeto nas mãos e<br />

se concentrava, até o aposento diante dele, e até seu próprio corpo, tornarem-se<br />

sombrios e quase inexistentes. Depois dessa transição acontecer, ele se achava<br />

olhando para um filme tridimensional do passado. Podia então ir para qualquer<br />

lugar que quisesse na cena e ver qualquer coisa que escolhesse. Enquanto<br />

estava olhando para o passado, Ossowiecki até movimentava os olhos para<br />

frente e para trás, como se as coisas que estava descrevendo tivessem uma<br />

presença física diante de si.<br />

Ele podia ver a vegetação, o povo e as casas nas quais moravam. Numa<br />

ocasião, depois de pegar um instrumento de pedra da cultura magdaleniana, um<br />

povo da Idade da Pedra que floresceu na França cerca de 15000 a 10000 a.C.,<br />

Ossowiecki disse a Poniatowski que as mulheres magdalenianas tinham estilos<br />

de cabelo muito complexos. Na época isso pareceu absurdo, mas descobertas<br />

subseqüentes de estátuas de mulheres magdalenianas com cortes de cabelo<br />

ornamentados provaram que Ossowiecki estava certo.<br />

No decurso dos experimentos, Ossowiecki ofereceu cerca de cem desses<br />

fragmentos de informação, detalhes sobre o passado, que em princípio<br />

pareciam inexatos, mas que mais tarde se mostravam corretos. Ele disse que as<br />

pessoas da Idade da Pedra utilizavam lamparinas a óleo e foi justificado quando<br />

escavações em Dordogne, França, descobriram lamparinas a óleo do tamanho e<br />

estilo exatos que ele descreveu. Ele fez desenhos detalhados de animais que<br />

diversos povos caçavam, do estilo das cabanas nas quais moravam e seus

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