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Neste mesmo sentido, é importante notar que, embora Bohm e Pribram<br />
sejam os criadores da idéia holográfica, eles não adotam todos os pontos de<br />
vista e conclusões apresentados neste livro. Em vez disso, este é um livro que<br />
se inclina não só para as teorias de Pribram e de Bohm, mas também para as<br />
idéias e conclusões de inúmeros pesquisadores que foram influenciados pelo<br />
modelo holográfico e que o interpretaram a seu próprio modo, algumas vezes<br />
controvertido.<br />
Ao longo de todo o livro também discuti várias idéias provenientes da<br />
física quântica, o ramo da física que estuda as partículas subatômicas (elétrons,<br />
prótons, nêutrons e assim por diante). Uma vez que já escrevi sobre esse<br />
assunto antes, estou ciente de que algumas pessoas ficam intimidadas com a<br />
expressão física quântica e têm medo de não serem capazes de entender seus<br />
conceitos. A experiência me mostrou que, mesmo quem não sabe nada de<br />
matemática, é capaz de entender o tipo de conceituação proveniente da física de<br />
que trata este livro. O leitor nem precisa de conhecimentos científicos, mas de<br />
manter a mente aberta se acontecer de bater o olho numa página e vir um termo<br />
científico que não conhece. Reduzi essas expressões ao mínimo e, nas ocasiões<br />
em que foi imprescindível utilizá-las, sempre explico antes de prosseguir com o<br />
texto.<br />
Assim, não se impressione demais. Uma vez vencido o "medo da água",<br />
acho que você vai concluir que nadar em meio às idéias fascinantes' e estranhas<br />
da física quântica é muito mais fácil do que imaginava. Acredito que também<br />
achará que refletir um pouco sobre essas idéias pode mesmo mudar o modo<br />
como você encara o mundo. Com certeza, espero que as idéias contidas nos<br />
próximos capítulos realmente mudem seu modo de encarar o mundo. É com<br />
este desejo modesto que ofereço este livro.<br />
PRIMEIRA PARTE<br />
UMA NOVA E<br />
IMPRESSIONANTE<br />
VISÃO DA<br />
REALIDADE<br />
Sente-se diante dos fatos como uma criança e prepare-se para sacrificar todas as<br />
noções preconcebidas, prossiga humilde por toda parte e por todos os abismos a<br />
que a Natureza o levar, ou você não aprenderá nada.<br />
— T. H. Huxley<br />
O CÉREBRO COMO<br />
HOLOGRAMA<br />
Não é que o mundo das aparências esteja errado, nem que não existam objetos lá,<br />
em nível de realidade. É que, se você penetra o universo e o vê como um sistema<br />
holográfico, chega a um ponto de vista diferente, a uma realidade diferente. E essa outra<br />
realidade pode explicar coisas que até então permaneceram inexplicáveis<br />
cientificamente: os fenômenos paranormais, sincronicidades, a coincidência aparentemente<br />
significativa de eventos.<br />
— Karl Pribram numa entrevista a Psychology Today<br />
O enigma que deu o primeiro empurrão a Pribram no caminho da<br />
formulação do modelo holográfico foi a questão de como e onde são<br />
armazenadas as recordações no cérebro. No início dos anos 40, quando ele se<br />
interessou pela primeira vez por esse mistério, acreditava-se de maneira geral<br />
que as lembranças estivessem localizadas no cérebro. Acreditava-se que cada<br />
recordação que uma pessoa tinha, como a lembrança da última vez que você<br />
viu sua avó ou a do perfume de gardênia que você sentiu quando tinha 16 anos,<br />
tivesse uma localização específica em algum lugar nas células cerebrais. Esses<br />
registros deixados por um fato na memória foram chamados de engramas e,<br />
embora ninguém soubesse do que os engramas eram feitos — se eram<br />
neurônios ou talvez até um tipo especial de molécula —, a maioria dos<br />
cientistas estava certa de que era apenas uma questão de tempo até que um<br />
deles fosse encontrado.