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O - Universo Holográfico

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que a teoria holográfica está certa ao afirmar que a mente constrói a realidade<br />

concreta a partir da matéria-prima do implícito. Porém, ele também foi muito<br />

influenciado pelas experiências sobrenaturais agora famosas do antropólogo<br />

Carlos Castaneda com o índio xamã Yaqui, Don Juan. Em total contraste a<br />

Pribram, ele acredita que a ordem aparentemente inesgotável das "realidades<br />

separadas" que Castaneda experimentou sob a instrução de Don Juan — e na<br />

verdade até a ordem igualmente vasta de realidades que experimentamos<br />

durante os sonhos comuns — indicam que existe um número infinito de<br />

realidades potenciais encobertas no implícito. Além disso, porque os<br />

mecanismos holográficos que o cérebro utiliza para construir a realidade<br />

cotidiana são os mesmos que ele utiliza para construir nossos sonhos e as<br />

realidades que experimentamos durante estados alterados de consciência do<br />

tipo dos de Castaneda, ele acredita que todos os três tipos de realidade são<br />

fundamentalmente o mesmo. 35<br />

A Consciência Cria as Partículas Subatômicas ou Não<br />

Cria as Partículas Subatômicas, Eis a Questão<br />

Esta diferença de opinião indica uma vez mais que a teoria holográfica<br />

ainda é uma idéia em formação, nada diferente de uma ilha do Pacífico recémformada,<br />

cuja atividade vulcânica a impede de ter praias claramente definidas.<br />

Embora alguns possam usar esta falta de consenso para criticá-la, deve-se<br />

lembrar que a teoria da evolução de Darwin, certamente uma das idéias mais<br />

bem-sucedidas e poderosas que a ciência já produziu, também está ainda num<br />

estado instável e os teóricos da evolução continuam a discutir seu âmbito,<br />

interpretação, mecanismos reguladores e ramificações.<br />

A diferença de opinião também revela quão realmente complexos são os<br />

enigmas dos milagres. Jahn e Dunne oferecem ainda uma outra opinião sobre o<br />

papel que a consciência desempenha na criação da realidade cotidiana, a qual,<br />

apesar de ser diferente de uma das premissas básicas de Bohm, merece nossa<br />

atenção pela possível compreensão que oferece aos processos pelos quais os<br />

milagres se realizam.<br />

Diferente de Bohm, Jahn e Dunne acreditam que as partículas subatômicas<br />

não têm uma realidade distinta, até que a consciência entra em cena.<br />

"Acho que já passamos há muito tempo do lugar de superioridade na física da<br />

energia, onde estamos examinando a estrutura de um universo passivo", afirma<br />

Jahn. "Acho que entramos no domínio onde a interação da consciência com o<br />

ambiente está acontecendo numa escala tão fundamental, que na verdade<br />

estamos criando a realidade, por qualquer definição razoável do termo." 36<br />

Como foi mencionado, esta é a visão mantida pela maioria dos físicos.<br />

Porém, a posição de Jahn e Dunne difere da habitual de um modo importante.<br />

A maioria dos físicos rejeitaria a idéia de que a interação entre a consciência e<br />

o mundo subatômico pode de algum modo ser usada para explicar a PK, não<br />

mencionando os milagres. De fato, a maioria dos físicos não só ignora<br />

quaisquer implicações que esta interação possa ter, como na verdade se<br />

comportam como se ela não existisse. "A maioria dos físicos desenvolve uma<br />

visão levemente esquizofrênica", diz o teórico quântico Fritz Rohrlich, da Universidade<br />

de Siracusa. "Por um lado, aceitam a interpretação-padrão da teoria<br />

quântica. Por outro, insistem na realidade dos sistemas quânticos, mesmo<br />

quando estes não são observados." 37<br />

Esta bizarra atitude de não-vou-pensar-nisso-mesmo-quando-sei-queisso-é-verdade<br />

impede muitos físicos até de considerar as implicações<br />

filosóficas dos achados mais inacreditáveis da física quântica. Como N. David<br />

Mermin, físico da Universidade Cornell, salienta, os físicos se incluem em três<br />

categorias: uma pequena minoria está preocupada com as implicações<br />

filosóficas; um segundo grupo tem elaboradas razões para não estar<br />

preocupado, mas sua explicação tende a "deixar o assunto escapar<br />

inteiramente"; e o terceiro grupo não tem nenhuma explicação elaborada mas<br />

também se recusa a dizer por que não está preocupado. "A opinião deles c<br />

incontestável", diz Mermin. 38<br />

Jahn e Dunne não são tão tímidos. Eles acreditam que, em vez de<br />

descobrir partículas, os físicos na verdade podem criá-las. Como evidência,<br />

citam uma partícula atômica recentemente descoberta chamada anomalon,<br />

cujas propriedades variam de laboratório para laboratório. Imagine tendo um<br />

carro que tem uma cor e aspectos diferentes dependendo de quem o dirige! Isto<br />

é muito curioso e parece sugerir que uma realidade anômala depende de quem a<br />

encontra/cria. 39<br />

Evidência parecida também pode ser encontrada numa outra partícula<br />

subatômica. Nos anos 30 Pauli propôs a existência de uma partícula sem massa<br />

chamada neutrino para resolver um problema saliente envolvendo a<br />

radioatividade. Durante anos o neutrino foi apenas uma idéia, mas então em<br />

1957 os físicos descobriram a evidência de sua existência. No anos mais<br />

recentes, porém, os físicos compreenderam que, se o neutrino possuísse alguma<br />

massa, resolveria diversos problemas até mais espinhosos do que aquele que<br />

Pauli enfrentava e, veja, em 1980 a evidência começou a aparecer de que o<br />

neutrino tem uma massa pequena mas mensurável! Isto não é tudo. Como se<br />

verificou, somente os laboratórios na União Soviética descobriram neutrinos<br />

com massa. O laboratórios dos Estados Unidos não. Isto continuou sendo<br />

verdade durante a maior parte dos anos 80 e, embora outros laboratórios<br />

tenham agora duplicado os achados soviéticos, a situação ainda não está<br />

resolvida. 40<br />

É possível que as diferentes propriedades mostradas pelos neutrinos se<br />

devam pelo menos em parte às expectativas distintas e tendências culturais<br />

diferentes dos físicos que as pesquisavam? Se é assim, um tal estado de coisas

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