O - Universo Holográfico

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como as habilidades dos jansenistas. Mas uma vez mais, se levamos a sério o depoimento de tantas testemunhas, a menos que estejamos dispostos a admitir que Deus favoreceu os católicos jansenistas sobre os romanos, a PK parece a explicação provável. Que algum tipo de funcionamento mediúnico estava envolvido é fortemente sugerido pelo aparecimento de outras habilidades mediúnicas, tal como a clarividência, durante os ataques repentinos. Além disso, já consideramos inúmeros exemplos onde a fé intensa e a histeria dispararam as forças mais profundas da mente e estas também estavam presentes em grande quantidade. De fato, em vez de serem produzidas por um indivíduo, os efeitos psicocinéticos podem ser criados pelo fervor e crença conjuntos de todos aqueles presentes, e isto poderia responder pelo vigor incomum das manifestações. Esta idéia não é nova. Nos anos 20, o grande psicólogo da Harvard William McDougall também sugeriu que os milagres religiosos podiam ser o resultado dos poderes mediúnicos coletivos de um grande número de adoradores. A PK explicaria muitas das aparentes invulnerabilidades dos convulsionários. No caso de Jeanne Maulet se poderia argumentar que ela inconscientemente usou a PK para bloquear o efeito das pancadas de martelo. Se os convulsionários estavam utilizando inconscientemente a PK para ter controle sobre as correntes, vigas e facas e os detia em seus caminhos no exato instante do impacto, isso também explicaria por que estes objetos não deixavam marcas ou machucaduras. Da mesma forma, quando os indivíduos tentavam estrangular os jansenistas, talvez suas mãos fossem mantidas no lugar pela PK e embora eles pensassem que estavam apertando o corpo, estavam na verdade apenas apertando o nada. Reprogramando o Projetor Cinematográfico Cósmico A PK, porém, não explica cada aspecto da invulnerabilidade dos convulsionários. Existe a considerar o problema da inércia — a tendência de um objeto em movimento permanecer em movimento. Quando uma pedra de 23 quilos ou um pedaço de viga cai com estrépito, carrega consigo muita energia e, quando é parada em seu caminho, a energia tem que ir para algum lugar. Por exemplo, se uma pessoa vestindo uma armadura é golpeada por um martelo de 13 quilos, embora o metal da armadura possa desviar a pancada, a pessoa ainda estremece consideravelmente. No caso de Jeanne Maulet, parece que a energia de alguma forma transpassava seu corpo e era transferida para a parede atrás dela, pois como Montgeron observou, a pedra era "sacudida pelas tentativas". Mas no caso da mulher que ficava arqueada e sobre a qual a pedra de 23 quilos caía sobre o abdome, a questão é menos clara. Pergunta-se por que ela não era fincada no chão como uma argola de croquete, ou por que, quando eram golpeados com vigas, os convulsionários não morriam? Para onde a energia desviada ia? Outra vez, a concepção holográfica da realidade fornece uma resposta possível. Como vimos, Bohm acredita que a consciência e a matéria são apenas aspectos diferentes de um mesmo algo fundamental, algo que tem sua origem na ordem implícita. Alguns pesquisadores acreditam que isto sugere que a consciência pode ser capaz de fazer muito mais do que realizar umas poucas mudanças psicocinéticas no mundo material. Por exemplo, Grof acredita que, se as ordens implícita e explícita são uma descrição exata da realidade, "é concebível que determinados estados de consciência incomuns pudessem mediar a experiência direta e a intervenção da ordem implícita. Seria então possível modificar os fenômenos no mundo objetivo ao influenciar a matriz geradora destes". 20 Colocado de um outro modo, além de mover objetos psicocineticamente para lá e para cá, a mente pode também ser capaz de atingir e reprogramar o projetor cinematográfico cósmico que criou aqueles objetos em primeiro lugar. Assim, não só as regras da natureza convencionalmente reconhecidas, como a inércia, poderiam ser completamente desviadas, como a mente poderia alterar e reformar o mundo material de modos muito mais drásticos do que até a psicocinese inclui. Que esta ou alguma outra teoria possa ser verdadeira fica evidente numa habilidade supranormal mostrada por diversos indivíduos ao longo de toda a história: a invulnerabilidade ao fogo. Em seu livro Os Fenômenos Físicos do Misticismo, Thurston dá inúmeros exemplos de santos que tinham esta habilidade, sendo um dos mais famosos São Francisco de Paula. Este santo não só podia segurar brasas incandescentes nas mãos sem se machucar, como em suas audiências de canonização em 1519 oito testemunhas oculares testemunharam que o viram andar ileso através das chamas crepitantes de uma fornalha, para consertar uma de suas paredes quebradas. O relato traz à mente a história de Shadrach, Meshach e Abednego, do Velho Testamento. Depois de capturar Jerusalém, o rei Nabucodonosor ordenou que todo mundo adorasse uma estátua de si próprio. Shadrach, Meshach e Abednego se recusaram, então Nabucodonosor ordenou que fossem atirados numa fornalha "tão quente" que as chamas queimaram até os homens que os jogaram nela. Porém, por causa de sua fé, eles sobreviveram incólumes ao fogo e saíram com os cabelos nem mesmo chamuscados, as roupas ilesas e sem nem o cheiro do fogo em si. Parece que os desafios à fé, como os que o rei Luís XV tentou impor sobre os jansenistas, produziu milagres em mais de uma ocasião. Embora os kahunas do Havai não andem no meio de fornalhas crepitantes, existem relatos de que eles podem andar sobre lava quente sem se machucar. Brigham fala do encontro com três kahunas, que prometeram realizar o feito para ele se os seguisse numa longa viagem num carro de boi, para um escoamento de lava perto do Kilauea em erupção. Eles escolheram um escoamento de lava de 45 metros de largura que tinha esfriado o bastante para

suportar o seu peso, mas que estava tão quente, que sinais de incandescência ainda corriam em sua superfície. Enquanto Brigham olhava atentamente, os kahunas tiraram as sandálias e começaram a recitar as longas orações necessárias para protegê-los, enquanto andavam sobre a rocha derretida apenas endurecida. Como se verificou, os kahunas tinham dito antes a Brigham que podiam conferir-lhe sua imunidade ao fogo, se quisesse acompanhá-los, e ele tinha corajosamente concordado. Mas assim que encarou o calor escaldante da lava, pensou duas e até três vezes. "No final das contas aconteceu que fiquei duro e me recusei a tirar as botas", Brigham escreveu em seu relato do incidente. Depois que terminaram de invocar os deuses, o kahuna mais velho correu até o fim sobre a lava e atravessou os 45 metros sem se machucar. Impressionado, mas ainda inflexível em não ir, Brigham ficou de pé para ver o próximo kahuna, só que foi empurrado e forçado a irromper numa corrida para evitar de cair de cara sobre a rocha incandescente. E Brigham correu. Quando alcançou o chão mais acima do outro lado, descobriu que uma de suas botas tinha queimado completamente e que suas meias estavam no fogo. Mas, por milagre, seus pés estavam totalmente ilesos. Os kahunas também não sofreram nenhum ferimento e estavam rolando de rir do susto de Brigham. "Eu ri também", escreveu Brigham. "Nunca tinha ficado tão aliviado em toda minha vida e percebi que estava a salvo. Existe pouca coisa mais que eu possa falar dessa experiência. Tinha uma sensação de calor intenso no rosto e no corpo, mas quase nenhuma sensação nos pés." 21 Os convulsionários também demonstravam muitas vezes completa imunidade ao fogo. Os dois mais famosos destes "salamandras humanos" — na idade média o termo salamandra se referia a um lagarto mitológico que acreditava-se viver no fogo — foram Marie Sonnet e Gabrielle Moler. Numa ocasião, e na presença de diversas testemunhas, inclusive Montgeron, Sonnet se esticou em duas cadeiras sobre um fogo ardente e permaneceu lá durante meia hora. Nem ela nem suas roupas mostraram qualquer efeito de dano. Num outro exemplo, ela se sentou com os pés num braseiro cheio de carvão em brasa. Como com Brigham, seus sapatos e meias queimaram completamente, mas os pés não se machucaram. 22 A proeza de Gabrielle Moler foi ainda mais estonteante. Além de ser impenetrável aos golpes de espadas e pancadas desferidas por uma pá, ela podia colocar a cabeça no meio do fogo crepitante e sair dali sem sofrer nenhum dano. Testemunhas oculares relataram que depois suas roupas ficavam tão quentes que mal podiam ser tocadas, ainda que seus cabelos, cílios e sobrancelhas não fossem senão chamuscados. 23 Sem dúvida ela era a grande diversão das festas. Na verdade, os jansenistas não foram o primeiro movimento convulsionário na França. Em fins de 1600, quando o rei Luís XIV tentou limpar o país dos impassíveis huguenotes protestantes, um grupo de antagonistas dos huguenotes no vale de Cévennes, conhecidos como os camisards, demonstravam capacidades parecidas. Num relato oficial enviado a Roma, um dos perseguidores, um prior chamado abade de Chayla, queixou-se de que não importava o que ele fizesse, não conseguia ferir os camisards. Quando ordenou que atirassem neles, as balas de mosquete foram encontradas achatadas entre as roupas e a pele deles. Quando fechava a mão deles sobre carvões em brasa, eles não se machucavam e quando os enrolava da cabeça aos pés com algodão embebido em óleo e os punha no fogo, não se queimavam. 24 Como se isto não fosse o suficiente, Claris, o líder dos camisards, ordenou que uma pira fosse construída e então subiu até o topo dela para proferir um discurso enlevado. Na presença de seiscentas testemunhas ele ordenou que a pira fosse acesa e continuou a discursar enquanto as chamas subiam sobre sua cabeça. Depois que a pira foi completamente consumida, Claris permaneceu ileso e sem nenhuma marca de fogo no cabelo ou nas roupas. O chefe das tropas francesas enviado para dominar os camisards, um coronel chamado Jean Cavalier, foi mais tarde exilado para a Inglaterra onde escreveu um livro sobre o evento em 1707, intitulado Um Grito Que Vem do Deserto. 2 * Como aconteceu com o abade de Chayla, ele foi finalmente assassinado pelos camisards durante uma invasão vingativa. Diferente de alguns deles, ele não tinha nenhuma invulnerabilidade especial. 26 Existem literalmente centenas de relatos dignos de crédito de que a imunidade ao fogo existe. Relatou-se que, quando Bernadette de Lourdes estava em êxtase, também era impenetrável ao fogo. De acordo com testemunhas, numa ocasião sua mão caiu tão perto de uma vela acesa enquanto estava em transe, que as chamas lambiam seus dedos. Um dos indivíduos presentes era o dr. Dozous, medico municipal de Lourdes. Sagaz, Dozous cronometrou o evento e notou que se passaram dez minutos inteirçs antes dela sair do transe e tirar a mão. Mais tarde ele escreveu: "Eu vi com meus próprios olhos. Mas juro, se alguém tivesse tentado me fazer acreditar numa história dessas, eu riria dele com desdém". 27 Em 7 de setembro de 1871, o New York Herald relatou que Nathan Coker, um ferreiro negro de idade avançada que morava em Easton, Maryland, podia segurar ferro em brasa sem se machucar. Na presença de um comitê que incluía diversos médicos, ele esquentou uma pá de ferro até ficar incandescente e então a colocou contra a sola dos pés até ela esfriar. Ele também lambeu o canto da pá incandescente e derramou chumbo derretido na boca, deixando-o passar entre os dentes e a gengiva até se solidificar. Depois de cada um desses feitos, os médicos o examinavam e não encontravam nenhum sinal de ferimento. 28 Durante uma viagem de caçada em 1927, nas montanhas do Tennessee, K. R. Wissen, um médico de Nova York, encontrou um menino de 12 anos que

como as habilidades dos jansenistas. Mas uma vez mais, se levamos a sério o<br />

depoimento de tantas testemunhas, a menos que estejamos dispostos a admitir<br />

que Deus favoreceu os católicos jansenistas sobre os romanos, a PK parece a<br />

explicação provável. Que algum tipo de funcionamento mediúnico estava<br />

envolvido é fortemente sugerido pelo aparecimento de outras habilidades<br />

mediúnicas, tal como a clarividência, durante os ataques repentinos. Além disso,<br />

já consideramos inúmeros exemplos onde a fé intensa e a histeria<br />

dispararam as forças mais profundas da mente e estas também estavam<br />

presentes em grande quantidade. De fato, em vez de serem produzidas por um<br />

indivíduo, os efeitos psicocinéticos podem ser criados pelo fervor e crença<br />

conjuntos de todos aqueles presentes, e isto poderia responder pelo vigor<br />

incomum das manifestações. Esta idéia não é nova. Nos anos 20, o grande<br />

psicólogo da Harvard William McDougall também sugeriu que os milagres<br />

religiosos podiam ser o resultado dos poderes mediúnicos coletivos de um<br />

grande número de adoradores.<br />

A PK explicaria muitas das aparentes invulnerabilidades dos convulsionários.<br />

No caso de Jeanne Maulet se poderia argumentar que ela<br />

inconscientemente usou a PK para bloquear o efeito das pancadas de martelo.<br />

Se os convulsionários estavam utilizando inconscientemente a PK para ter<br />

controle sobre as correntes, vigas e facas e os detia em seus caminhos no exato<br />

instante do impacto, isso também explicaria por que estes objetos não<br />

deixavam marcas ou machucaduras. Da mesma forma, quando os indivíduos<br />

tentavam estrangular os jansenistas, talvez suas mãos fossem mantidas no lugar<br />

pela PK e embora eles pensassem que estavam apertando o corpo, estavam na<br />

verdade apenas apertando o nada.<br />

Reprogramando o Projetor Cinematográfico Cósmico<br />

A PK, porém, não explica cada aspecto da invulnerabilidade dos<br />

convulsionários. Existe a considerar o problema da inércia — a tendência de<br />

um objeto em movimento permanecer em movimento. Quando uma pedra de<br />

23 quilos ou um pedaço de viga cai com estrépito, carrega consigo muita<br />

energia e, quando é parada em seu caminho, a energia tem que ir para algum<br />

lugar. Por exemplo, se uma pessoa vestindo uma armadura é golpeada por um<br />

martelo de 13 quilos, embora o metal da armadura possa desviar a pancada, a<br />

pessoa ainda estremece consideravelmente. No caso de Jeanne Maulet, parece<br />

que a energia de alguma forma transpassava seu corpo e era transferida para a<br />

parede atrás dela, pois como Montgeron observou, a pedra era "sacudida pelas<br />

tentativas". Mas no caso da mulher que ficava arqueada e sobre a qual a pedra<br />

de 23 quilos caía sobre o abdome, a questão é menos clara. Pergunta-se por que<br />

ela não era fincada no chão como uma argola de croquete, ou por que, quando<br />

eram golpeados com vigas, os convulsionários não morriam? Para onde a energia<br />

desviada ia?<br />

Outra vez, a concepção holográfica da realidade fornece uma resposta<br />

possível. Como vimos, Bohm acredita que a consciência e a matéria são apenas<br />

aspectos diferentes de um mesmo algo fundamental, algo que tem sua origem<br />

na ordem implícita. Alguns pesquisadores acreditam que isto sugere que a<br />

consciência pode ser capaz de fazer muito mais do que realizar umas poucas<br />

mudanças psicocinéticas no mundo material. Por exemplo, Grof acredita que,<br />

se as ordens implícita e explícita são uma descrição exata da realidade, "é<br />

concebível que determinados estados de consciência incomuns pudessem<br />

mediar a experiência direta e a intervenção da ordem implícita. Seria então<br />

possível modificar os fenômenos no mundo objetivo ao influenciar a matriz<br />

geradora destes". 20 Colocado de um outro modo, além de mover objetos<br />

psicocineticamente para lá e para cá, a mente pode também ser capaz de atingir<br />

e reprogramar o projetor cinematográfico cósmico que criou aqueles objetos em<br />

primeiro lugar. Assim, não só as regras da natureza convencionalmente<br />

reconhecidas, como a inércia, poderiam ser completamente desviadas, como a<br />

mente poderia alterar e reformar o mundo material de modos muito mais<br />

drásticos do que até a psicocinese inclui.<br />

Que esta ou alguma outra teoria possa ser verdadeira fica evidente numa<br />

habilidade supranormal mostrada por diversos indivíduos ao longo de toda a<br />

história: a invulnerabilidade ao fogo. Em seu livro Os Fenômenos Físicos do<br />

Misticismo, Thurston dá inúmeros exemplos de santos que tinham esta<br />

habilidade, sendo um dos mais famosos São Francisco de Paula. Este santo não<br />

só podia segurar brasas incandescentes nas mãos sem se machucar, como em<br />

suas audiências de canonização em 1519 oito testemunhas oculares<br />

testemunharam que o viram andar ileso através das chamas crepitantes de uma<br />

fornalha, para consertar uma de suas paredes quebradas.<br />

O relato traz à mente a história de Shadrach, Meshach e Abednego, do<br />

Velho Testamento. Depois de capturar Jerusalém, o rei Nabucodonosor<br />

ordenou que todo mundo adorasse uma estátua de si próprio. Shadrach,<br />

Meshach e Abednego se recusaram, então Nabucodonosor ordenou que fossem<br />

atirados numa fornalha "tão quente" que as chamas queimaram até os homens<br />

que os jogaram nela. Porém, por causa de sua fé, eles sobreviveram incólumes<br />

ao fogo e saíram com os cabelos nem mesmo chamuscados, as roupas ilesas e<br />

sem nem o cheiro do fogo em si. Parece que os desafios à fé, como os que o rei<br />

Luís XV tentou impor sobre os jansenistas, produziu milagres em mais de uma<br />

ocasião.<br />

Embora os kahunas do Havai não andem no meio de fornalhas crepitantes,<br />

existem relatos de que eles podem andar sobre lava quente sem se<br />

machucar. Brigham fala do encontro com três kahunas, que prometeram<br />

realizar o feito para ele se os seguisse numa longa viagem num carro de boi,<br />

para um escoamento de lava perto do Kilauea em erupção. Eles escolheram um<br />

escoamento de lava de 45 metros de largura que tinha esfriado o bastante para

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