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O - Universo Holográfico

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epente aparece do nada. Seu primeiro pensamento poderia ser que a sombra é<br />

um assaltante e que você está em perigo. A informação contida neste<br />

pensamento irá, por sua vez, dar origem a uma variedade de atividades<br />

imaginárias tais como correr, ser ferido e lutar. A presença destas atividades<br />

imaginárias em sua mente, porém, não é um processo puramente "mental", pois<br />

eles são inseparáveis dos inúmeros processos biológicos, tais como excitação<br />

dos nervos, batimento cardíaco rápido, liberação de adrenalina e outros<br />

hormônios, tensão dos músculos e assim por diante. De modo inverso, se seu<br />

primeiro pensamento é de que a sombra é apenas uma sombra, um conjunto<br />

diferente de respostas biológicas e mentais se seguirão. Além disso, uma<br />

pequena reflexão revelará que reagimos tanto mental como biologicamente a<br />

todas as coisas que experimentamos.<br />

De acordo com Bohm, o ponto importante a ser considerado a partir disto<br />

é que a consciência não é a única coisa que pode responder ao significado. O<br />

corpo também pode responder e isto revela que o significado está<br />

simultaneamente no mental e no físico na natureza. Isto é curioso, pois<br />

normalmente pensamos no significado como algo que só pode ter um efeito<br />

ativo na realidade subjetiva, sobre os pensamentos dentro de nossa cabeça, não<br />

algo que pode produzir uma resposta no mundo físico das coisas e objetos. O<br />

significado "pode, assim, servir como um elo ou ponte' entre estes dois lados da<br />

realidade", afirma Bohm. "Este elo é indivisível, no sentido de que a informação<br />

contida no pensamento, que sentimos estar no lado mental', é ao mesmo<br />

tempo uma atividade física, química e neurofisiológica, que é claramente o que<br />

representa este pensamento no lado material'." 3<br />

Bohm acha que os exemplos de significado objetivamente ativo podem<br />

ser encontrados em outros processos físicos. Um é o funcionamento de um chip<br />

de computador. Um chip de computador contém informação, e o significado da<br />

informação é ativo no sentido que determina como as correntes elétricas fluem<br />

através do computador. Um outro é o comportamento das partículas<br />

subatômicas. A visão ortodoxa na física é de que as ondas quânticas agem<br />

mecanicamente sobre uma partícula, controlando seus movimentos quase do<br />

mesmo modo que as ondas do oceano poderiam controlar uma bola de pinguepongue<br />

que flutua em sua superfície. Mas Bohm não acha que esta visão pode<br />

explicar, por exemplo, a dança coordenada de elétrons num plasma assim como<br />

o movimento da onda de água não poderia explicar um movimento igualmente<br />

bem coreografado de bolas de pingue-pongue, se um tal movimento fosse<br />

descoberto sobre a superfície do oceano. Ele acredita que a relação entre<br />

partícula e onda quântica é mais parecido com um navio sob piloto automático,<br />

guiado por ondas de radar. Uma onda quântica não empurra um elétron para lá<br />

e para cá assim como uma onda de radar não empurra um navio. Em vez disso,<br />

ela prove o elétron com informação sobre seu ambiente, a qual o elétron então<br />

utiliza para manobrar por si mesmo.<br />

Em outras palavras, Bohm acredita que um elétron não é apenas<br />

semelhante à mente, mas é uma entidade altamente complexa, algo muito longe<br />

da visão padrão de que um elétron é um ponto simples, sem estrutura. A<br />

utilização ativa da informação pelos elétrons, e na verdade por todas as<br />

partículas subatômicas, indica que a capacidade de responder ao significado é<br />

uma característica não só da consciência mas da matéria. É esta comunhão<br />

intrínseca, diz Bohm, que oferece uma explicação possível para a PK. Ele<br />

afirma: "Nestas bases, a psicocinese poderia surgir se os processos mentais de<br />

uma ou mais pessoas estivessem enfocados em significados que estão em<br />

harmonia com aqueles que dirigem os processos dos sistemas materiais nos<br />

quais esta psicocinese fosse se realizar". 4<br />

É importante notar que este tipo de psicocinese não se deveria a um<br />

processo causai, isto é, uma relação causa-efeito, envolvendo quaisquer das<br />

forças conhecidas na física. Na verdade, seria o resultado de um tipo de<br />

"ressonância de significados" não locais, ou um tipo de interação não local<br />

semelhante, mas não idêntica, à interconexão não local que permite que um par<br />

de fótons gêmeos se manifestem com o mesmo ângulo de polarização, que<br />

vimos no capítulo 2 (por razões técnicas Bohm acredita que a mera nãolocalidade<br />

quântica não pode responder nem pela PK nem pela telepatia e<br />

somente uma forma mais profunda de não localidade, um tipo de não<br />

localidade "super", ofereceria uma tal explicação).<br />

O Gnomo na Máquina<br />

Um outro pesquisador cujas idéias sobre a PK são parecidas com as de<br />

Bohm, mas que as levou um passo à frente, é Robert G. Jahn, professor de<br />

ciências aeroespaciais e deão emérito da Faculdade de Engenharia e Ciência<br />

Aplicada na Universidade de Princeton. O envolvimento de Jahn no estudo da<br />

PK aconteceu quase por acidente. Antigo consultor tanto da NASA como do<br />

Departamento de Defesa, seu campo de interesse original era a propulsão no<br />

espaço profundo. De fato, ele é o autor de Física de Propulsão Elétrica, o<br />

principal livro técnico na área, e não acreditava mesmo na paranormalidade,<br />

quando uma estudante se aproximou dele pela primeira vez e lhe pediu para<br />

supervisionar um experimento com PK que ela queria fazer como um projeto<br />

estudantil independente. Jahn concordou de maneira relutante e os resultados<br />

foram tão estimulantes que o inspiraram a fundar o laboratório de Pesquisas de<br />

Engenharias Anômalas Princeton (PEAR) em 1979. Desde então, os<br />

pesquisadores de PEAR não só produziram convincentes evidências da<br />

existência da PK, como reuniram mais dados sobre o assunto do que qualquer<br />

outra pessoa no país.<br />

Em uma série de experimentos, Jahn e sua associada, a psicóloga Brenda<br />

Dunne, empregaram um aparelho chamado gerador de evento causai ou REG<br />

(random event generator). Ao confiar num processo natural imprevisto como

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