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ainda não entendemos. Dado o âmbito extraordinário de capacidades de cura que<br />
consideramos até agora, é claro que existem muitos caminhos de interação entre a<br />
mente e o corpo que ainda não entendemos.<br />
Se a cura de Michelli foi atribuída a um processo natural não descoberto,<br />
poderíamos perguntar então, Por que a regeneração do osso é tão rara e o que a<br />
disparou no caso de Michelli? Pode ser que a regeneração óssea seja rara porque<br />
consegui-la requer o acesso de níveis muito profundos da psique, níveis em geral<br />
não alcançados por meio das atividades normais da consciência. Esta parece ser a<br />
razão pela qual a hipnose é necessária para realizar uma remissão da doença de<br />
Brocq. Quanto ao que disparou a cura de Michelli, dado o papel que a crença<br />
desempenha em tantos exemplos de plasticidade mente-corpo, esta é com certeza<br />
um suspeito fundamental. Poderia ser que por meio de sua fé no poder da cura de<br />
Lourdes, de alguma forma Michelli, seja conscientemente ou por uma descoberta<br />
feliz, realizou ele sua própria cura?<br />
Existe uma forte evidência de que a crença, e não a intervenção divina, é a<br />
causa principal em pelo menos algumas das assim chamadas ocorrências<br />
miraculosas. Lembre-se de que Mohotty conseguiu seu autocontrolc supranormal<br />
ao rezar para Kataragama e, a menos que desejemos aceitar a existência de<br />
Kataragama, as capacidades de Mohotty parecem mais bem explicadas pela<br />
profunda e permanente crença dele de que estava divinamente protegido. O mesmo<br />
parece ser verdade em muitos milagres realizados por cristãos milagrosos e santos.<br />
* Num exemplo realmente impressionante de sincronicidade, enquanto eu escrevia estas mesmas<br />
palavras chegou uma carta pelo correio me informando de que uma amiga que mora em Kauai, Havaí, e<br />
cujo quadril se desintegrara devido ao câncer também experimentara uma "inexplicável" e completa<br />
regeneração de seu osso. Os meios que ela empregou para efetuar sua recuperação foram quimioterapia,<br />
extensa meditação e exercícios de imaginação. A história de sua cura foi relatada nos jornais havaianos.<br />
Um milagre cristão que parece ser gerado pelo poder da mente é o<br />
estigma. A maioria dos estudiosos da igreja concordam que São Francisco de<br />
Assis foi a primeira pessoa a manifestar espontaneamente os ferimentos da<br />
crucificacão, mas após sua morte houve literalmente centenas de outros<br />
estigmáticos. Embora dois estigmáticos não apresentem o estigma exatamente<br />
do mesmo modo, todos têm uma coisa em comum. A partir de São Francisco,<br />
todos tiveram ferimentos nas mãos e nos pés que representam o lugar em que<br />
Cristo foi pregado no cruz. Isto não é o que alguém esperaria se o estigma fosse<br />
dado por Deus. Como afirma o parapsicólogo D. Scott Rogo, membro da<br />
faculdade de graduação na Universidade John F. Kennedy em Orinda, era um<br />
costume romano colocar os pregos atravessando os pulsos e restos de<br />
esqueletos provenientes do tempo de Cristo corroboram isso. Os pregos<br />
introduzidos nas mãos não poderiam suportar o peso de um corpo pendurado<br />
sobre uma cruz. 62<br />
Por que São Francisco e todos os outros estigmáticos que vieram depois<br />
dele acreditam que os buracos de pregos passaram através das mãos? Porque<br />
este é o modo que os ferimentos foram retratados pelos artistas desde o século<br />
18. Que a posição e mesmo o tamanho e a forma do estigma foi influenciado<br />
pela arte é particularmente aparente no caso de um estigmático italiano<br />
chamado Gemma Galgani, que morreu em 1903. Os ferimentos de Gemma<br />
espelhavam exatamente o estigma de seu próprio crucifixo favorito.<br />
Um outro pesquisador que acreditava que os estigmas são auto-induzidos<br />
era Herbert Thurston, um sacerdote inglês que escreveu diversos volumes sobre<br />
milagres. Em sua obra Os Fenômenos Físicos do Misticismo, publicada<br />
postumamente em 1952, ele fez uma lista das várias razões por que pensava ser<br />
o estigma um produto de auto-sugestão. O tamanho, forma e local dos estigmas<br />
variam de estigmático para estigmático, inconsistência que indica que não são<br />
derivados de uma origem comum, isto é, os ferimentos reais de Cristo. Uma<br />
comparação das visões experimentadas por diversos estigmáticos também<br />
mostra pouca consistência, sugerindo que não são o restabelecimento da<br />
crucificacão histórica mas, ao contrário, produtos da própria mente dos<br />
estigmáticos. E talvez mais significativo de tudo, uma porcentagem<br />
surpreendentemente grande de estigmáticos sofrem de histeria, fato que<br />
Thurston interpretou como uma indicação a mais de que os estigmas são os<br />
efeitos colaterais de uma psique emocional anormal e volátil, e não<br />
necessariamente produto de um iluminado. 63 Em vista de tal evidência, é pouco<br />
querer saber que mesmo alguns dos membros mais liberais da liderança<br />
católica acredite que os estigmas são o produto de "contemplação mística", isto<br />
é, que eles são criados pela mente durante períodos de meditação intensa.<br />
Se os estigmas são produtos de auto-sugestão, o âmbito de controle que a<br />
mente tem sobre o corpo holográfico pode ser expandido ainda mais. Como os<br />
ferimentos de Mohotty, os estigmas também podem sarar com impressionante<br />
rapidez. A plasticidade quase sem limites do corpo é mais evidenciada na<br />
capacidade de alguns estigmáticos de fazer crescer protuberâncias parecidas<br />
com pregos no meio de seus ferimentos. Outra vez, São Francisco foi o<br />
primeiro a demonstrar este fenômeno. De acordo com Tomás de Celano,<br />
testemunha ocular dos estigmas de São Francisco e também seu biógrafo: "Suas<br />
mãos e seus pés pareciam perfurados no meio por pregos. Estas marcas eram<br />
redondas no lado interno das mãos e alongadas do lado externo e alguns<br />
pedaços pequenos de carne eram vistos junto aos fins dos pregos curvados e<br />
afastados, que se projetavam do resto da carne". 64<br />
Um outro contemporâneo de São Francisco, São Boaventura, também<br />
presenciou os estigmas do santo e disse que os pregos eram tão claramente<br />
definidos que alguém podia passar o dedo embaixo deles, dentro dos<br />
ferimentos. Apesar dos pregos de São Francisco parecerem compostos de carne<br />
endurecida e enegrecida, tinham uma outra qualidade semelhante ao prego. De<br />
acordo com Thomas de Celano, se um prego fosse pressionado sobre um lado,<br />
instantaneamente se projetaria do outro lado, exatarriente como se fosse um<br />
prego real sendo deslizado para frente e para trás através do meio da mão!