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O psicólogo australiano Alan Richardson obteve resultados semelhantes<br />
com jogadores de basquete. Ele pegou três grupos de jogadores de basquete e<br />
testou sua capacidade de fazer lançamentos livres. Então instruiu o primeiro<br />
grupo a passar trinta minutos por dia praticando lançamentos livres. Disse ao<br />
segundo grupo para não praticar e ao terceiro grupo para passar trinta minutos<br />
por dia visualizando que estavam fazendo lançamentos perfeitos. Como se<br />
poderia esperar, o grupo que não fez nada não mostrou nenhuma melhora. O<br />
primeiro grupo melhorou 24 por cento, mas, por meio apenas do poder da<br />
imaginação, o terceiro grupo melhorou até a surpreendente marca de 23 por<br />
cento, quase tanto quanto o grupo que praticou. 13<br />
A Falta de Divisão Entre a Saúde e a Doença<br />
O físico Larry Dossey acredita que a imaginação não é o único instrumento<br />
que a mente holográfica pode utilizar para realizar mudanças no<br />
corpo. Um outro é o simples reconhecimento da totalidade contínua de todas as<br />
coisas. Como Dossey observa, temos a tendência de ver a doença como externa<br />
a nós. As doenças vêm de fora e nos afligem, perturbando nosso bem-estar.<br />
Mas, se o espaço e o tempo e todas as outras coisas no universo são na verdade<br />
inseparáveis, então não podemos fazer distinção entre a saúde e a doença.<br />
Como podemos colocar este conhecimento em uso prático na nossa vida?<br />
Quando deixamos de ver a doença como algo separado e em vez disso a vemos<br />
como parte de uma totalidade maior, como um ambiente de comportamento,<br />
dieta, sono, padrões de exercício e diversas outras relações com o mundo como<br />
um todo, muitas vezes melhoramos, diz Dossey. Como prova, ele chama a<br />
atenção para um estudo no qual foi pedido a pessoas com dores de cabeça<br />
crônicas para manter um diário da freqüência e intensidade de suas dores de<br />
cabeça. Embora o registro tivesse a intenção de ser um primeiro passo preparatório<br />
das pessoas que sofriam de dores de cabeça para um tratamento<br />
posterior, a maioria dos pacientes descobriu que, quando começaram a fazer o<br />
diário, suas dores de cabeça desapareceram! 14<br />
Em um outro experimento citado por Dossey, um grupo de crianças<br />
epiléticas e suas famílias foram filmadas em videoteipe enquanto interagiam<br />
uns com os outros. Em muitas ocasiões, havia explosões , emocionais durante<br />
as sessões, as quais eram muitas vezes seguidas pelos verdadeiros ataques.<br />
Quando os teipes foram mostrados às crianças e elas viram a relação entre estes<br />
eventos emocionais e seus ataques, ficaram quase livres dos ataques. 15 Por quê?<br />
Ao manter um diário ou assistir um videoteipe, os sujeitos foram capazes de<br />
ver sua condição em relação ao padrão maior de suas vidas. Quando isto acontece,<br />
a doença não pode mais ser vista "como uma doença intrusa que se origina<br />
de algum outro lugar, mas como parte de um processo vital que pode ser<br />
minuciosamente descrito enquanto uma totalidade contínua", diz Dossey.<br />
"Quando nosso foco se dirige a um fundamento de ligações e unidades, em<br />
direção oposta à fragmentação e ao isolamento, a saúde advém." 16<br />
Dosscy acha que a palavra paciente c tão enganadora quanto a palavra<br />
partícula. Em vez de sermos seres separados c unidades biológicas<br />
fundamentalmente isoladas, somos processos essencialmente dinâmicos e<br />
padrões que não são mais analisáveis em partes do que são os elétrons. Mais do<br />
que isso, estamos ligados, ligados às forças que criam tanto a doença como a<br />
saúde, às crenças de nossa sociedade, às atitudes de nossos amigos, de nossa<br />
família e de nossos médicos e às imagens, crenças e mesmo às palavras que<br />
usamos para apreender o universo.<br />
• Num universo holográfico também estamos ligados ao nosso corpo, e<br />
nas páginas precedentes vimos algumas das maneiras destas ligações se<br />
manifestarem. Mas existem outras, talvez até uma infinidade delas. Como<br />
Pribram afirma: "Se na verdade cada parte do nosso corpo é um reflexo do<br />
todo, então deve haver todos os tipos de mecanismos para controlar o que está<br />
se passando. Nada é firme neste ponto". 17 Dada nossa ignorância no assunto,<br />
em vez de perguntar como a mente controla o corpo holográfico, talvez a<br />
pergunta mais importante seja: Qual é a extensão deste controle? Existe alguma<br />
limitação para ele, e se existe, quais é ela? Esta é a questão a qual voltaremos<br />
nossa atenção.<br />
O Poder Recuperador do Absolutamente Nada<br />
Um outro fenômeno médico que nos fornece um vislumbre surpreendente<br />
do controle que a mente tem sobre o corpo é o efeito placebo. Um placebo é<br />
qualquer tratamento médico que não tem nenhuma ação específica sobre o<br />
corpo mas é dado, tanto para animar o paciente como na forma de controle num<br />
experimento duplo cego, isto é, um estudo no qual se dá um tratamento real a<br />
um grupo e um tratamento falso a outro. Em tais experimentos, nem os<br />
pesquisadores nem os indivíduos testados sabem em qual grupo estão, de forma<br />
que os efeitos do tratamento real podem ser avaliados mais corretamente.<br />
Pílulas de açúcar são muitas vezes usadas como placebos em estudos de drogas.<br />
Como também a solução salina (água destilada com sal), embora os placebos<br />
não precisem ser sempre drogas. Muitos acreditam que algum benefício clínico<br />
específico advindo dos cristais, de braceletes de cobre e de outros remédios não<br />
tradicionais também se devem ao efeito placebo. Até a cirurgia foi usada como<br />
placebo. Nos anos 50, a angina cio peito, uma dor recorrente no peito c no<br />
braço esquerdo devido à diminuição do fluxo sangüíneo para o coração, era<br />
habitualmente tratada com cirurgia. Então alguns médicos expeditos decidiram<br />
realizar um experimento. Em vez de realizar a cirurgia habitual, que incluía<br />
cortar fora a artéria mamaria, eles abriam seus pacientes e então simplesmente<br />
os costuravam novamente. Os pacientes que recebiam a cirurgia simulada<br />
relatavam exatamente tanto alívio quanto os pacientes que tinham sofrido a