O - Universo Holográfico

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Wolf. 11 Esta e outras idéias semelhantes sobre a natureza última do sonho serão exploradas com maior profundidade posteriormente no livro. Pegando uma carona no Metrô do Infinito A idéia de que somos capazes de ter acesso a imagens provenientes do inconsciente coletivo, ou mesmo visitar universos de sonhos paralelos, cmpalidccc diante das conclusões de um outro iminente pesquisador que foi influenciado pelo modelo holográfico. Ele é Stanislav Grof, chefe de pesquisa psiquiátrica no Centro de Pesquisa Psiquiátrica Maryland e professor-assistente de psiquiatria na Faculdade de Medicina da Universidade Johns Hopkins. Após mais de trinta anos estudando estados-incomuns de consciência, Grof concluiu que as vias de acesso de exploração disponíveis ao nosso psíquico pela interligação holográfica são mais do que vastas. São virtualmente infinitas. Grof se interessou pela primeira vez por estados incomuns da consciência nos anos 50, enquanto investigava os usos clínicos do LSD alucinógeno no Instituto de Pesquisa Psiquiátrica em sua Praga natal, Tchecoslováquia. O objetivo de sua pesquisa era determinar se o LSD tinha algumas aplicações terapêuticas. Quando Grof começou sua pesquisa, a maioria dos cientistas encarava a experiência de LSD como pouco mais do que uma reação de estresse, o modo de o cérebro responder a uma química nociva. Mas, quando Grof estudou os registros das experiências de seus pacientes, não encontrou evidência de nenhuma reação recorrente de estresse. Em vez disso, havia uma continuidade definida passando por cada uma das sessões do paciente. "Em vez de serem não relacionados e ao acaso, o conteúdo experimental parecia representar um encobrimento sucessivo de níveis mais e mais profundos do inconsciente," diz Grof. 12 Isto sugere que as sessões repetidas de LSD tinham ramificações importantes para a prática e a teoria da psicoterapia e forneceram a Grof e seus colegas o ímpeto que precisavam para continuar a pesquisa. Os resultados foram surpreendentes. Rapidamente ficou claro que as sessões em série de LSD eram capazes de apressar o processo psicoterapêutico e encurtar o tempo necessário para o tratamento de muitas doenças. Lembranças traumáticas que tinham perseguido indivíduos durante anos eram desenterradas e elaboradas e algumas vezes até condições mais sérias, como a esquizofrenia, foram curadas. 13 Mas o que era até mais espantoso era que muitos dos pacientes superavam rapidamente os problemas que envolviam sua doença, em áreas que não eram exploradas pela psicologia ocidental. Uma experiência comum foi a revivência do que era estar no útero. A princípio, Grof pensou que estas eram experiências imaginadas, mas como a evidência continuou a se acumular ele compreendeu que o conhecimento de embriologia inerente às descrições eram muitas vezes muito superior ao conhecimento anterior dos pacientes na área. Os pacientes descreviam exatamente certas características dos sons do coração de sua mãe, a natureza dos fenômenos acústicos na cavidade peritonial, detalhes específicos a respeito da circulação sangüínea na placenta e até detalhes sobre os vários processos bioquímicos e celulares que acontecem. Eles também descreviam pensamentos e sentimentos importantes que suas mães tiveram durante a gravidez e eventos como traumas físicos que elas tinham vivenciado. Sempre que possível, Grof investigou estas afirmações e em muitas ocasiões foi possível verificá-las perguntando à mãe e a outros indivíduos envolvidos. Psiquiatras, psicólogos e biólogos que vivenciaram memórias anteriores ao nascimento durante seu treinamento para o programa (todos os terapeutas que participaram do estudo também tinham que passar por várias sessões de psicoterapia com LSD) expressavam grande surpresa com a aparente autenticidade das experiências. 14 Mais desconcertante de tudo foram as experiências nas quais a consciência do paciente parecia se expandir para além das fronteiras comuns do ego e explorar como era ser outras coisas vivas e até outros objetos. Por exemplo, Grof teve uma paciente que de repente se convenceu de que tinha assumido a identidade de um réptil pré-histórico fêmea. Ela não só deu uma descrição ricamente detalhada do que sentia estando encapsulada numa forma dessas, mas observou que a parte da anatomia dos machos da espécie que ela achava mais atraente sexualmente era uma mancha de escamas coloridas na lateral de sua cabeça. Embora a mulher não tivesse nenhum conhecimento anterior de tais coisas, uma conversa que Grof teve mais tarde com um zoologista confirmou que em certas espécies de répteis, áreas coloridas na cabeça na verdade desempenham um papel importante como disparadores da atração sexual. Os pacientes também eram capazes de penetrar na memória de seus pais e antepassados. Uma mulher vivenciou o que era ser sua mãe com a idade de 3 anos e descreveu minuciosamente um evento amedrontador que tinha ocorrido com a mãe na época. A mulher também dava uma descrição exata da casa em que a mãe tinha morado, assim como o avental branco que ela estava usando — mais tarde todos os detalhes foram confirmados por sua mãe, que admitiu que nunca tinha falado a respeito antes. Outros pacientes deram descrições igualmente exatas de eventos que tinham acontecido aos antepassados que viveram décadas e mesmo séculos antes. Outras experiências incluíam o acesso a memórias coletivas e raciais. Indivíduos de origem eslava experimentavam o que parecia ser participar nas conquistas das hordas mongólicas de Gêngis Khan, dançar em transe com bosquímanos do deserto de Kalahari, passar pelos ritos de iniciação dos aborígenes australianos e morrer como vítimas de sacrifício dos astecas. E novamente as descrições continham com freqüência fatos históricos obscuros e um grau de conhecimento que eram muitas vezes completamente díspares com a formação do paciente, sua raça e exposição anterior ao assunto. Por exemplo, um paciente inculto deu um relato ricamente detalhado das técnicas envolvidas

na prática egípcia de embalsamar e mumificar, incluindo a forma e o modo de vários amuletos e caixas sepulcrais, uma lista de materiais usados na fixação da roupa da múmia, o tamanho e a forma das bandagens e outras facetas esotéricas dos serviços de funeral egípcios. Outros indivíduos se sintonizavam com as culturas do extremo oriente e não só davam descrições comoventes do que era ser uma •psique tibetana, chinesa e japonesa, mas também relatavam diversos ensinamentos budistas e taoístas. De fato, não parecia existir qualquer limite para o que os pacientes do LSD de Grof podiam tirar de dentro. Eles pareciam capazes de saber o que era existir na forma de qualquer animal e mesmo planta, na árvore da evolução. Eles podiam experimentar o que era ser uma célula sangüínea, um átomo, um processo termonuclear dentro do sol, a consciência do planeta inteiro, e até a consciência do cosmos inteiro. Mais do que isto, eles mostravam a capacidade de transcender espaço e tempo e de vez em quando relatavam informações precognitivas estranhamente certas. Num estado de espírito ainda mais estranho eles algumas vezes se depararam com inteligências não humanas durante suas viagens cerebrais, seres desencarnados, guias espirituais provenientes de "planos superiores da consciência" e outras entidades sobre-humanas. De vez em quando os sujeitos também viajavam para o que parecia ser outros universos e outros níveis de realidade. Em uma sessão especialmente desanimadora, um moço que sofria de depressão encontrou-se no que parecia ser uma outra dimensão. Havia uma luminescência misteriosa e, embora não pudesse ver ninguém, ele sentiu que estava cheia de seres desencarnados. De repente, sentiu uma presença muito próxima e, para sua surpresa, ela começou a se comunicar com ele telepaticamente. Ela pedia a ele para fazer o favor de entrar em contato com um casal que morava na cidade morávia de Kromeriz e que os fizesse saber que o filho deles Ladislav estava bem cuidado e que estava tudo bem. Ela então deu a ele o nome do casal, o endereço e o número do telefone. A informação não significava nada nem para Grof nem para o moço e parecia totalmente sem relação com os problemas do moço e com o tratamento. Entretanto, Grof não podia tirar isso da cabeça. "Depois de alguma hesitação e com sentimentos confusos, finalmente decidi fazer o que certamente teria feito de mim alvo da brincadeira dos meus colegas, caso tivessem descoberto", diz Grof. "Fui ao telefone, disquei o número em Kromeriz e perguntei se podia falar com Ladislav. Para minha surpresa, a mulher do outro lado da linha começou a chorar. Quando acalmou-se, me disse com uma voz entrecortada: Nosso filho não está mais conosco; ele faleceu, nós o perdemos há três semanas'." 15 Nos anos 60, foi oferecido a Grof um cargo no Centro de Pesquisa Psiquiátrico Maryland e ele se mudou para os Estados Unidos. O centro também estava fazendo estudos controlados das aplicações terapêuticas do LSD e isto permitiu a Grof continuar sua pesquisa. Além de examinar os efeitos de repetidas sessões de LSD em indivíduos com várias desordens mentais, o centro também estudava seus efeitos sobre voluntários "normais" — médicos, enfermeiras, pintores, músicos, filósofos, cientistas, padres e teólogos. Novamente Grof encontrou os mesmos tipos de fenômenos ocorrendo repetidas vezes. É quase como se o LSD fornecesse à consciência humana acesso a um tipo de sistema de metrô infinito, um labirinto de túneis e caminhos secretos que existiam nos limites subterrâneos do inconsciente, sistema este que literalmente unia todas as coisas no universo com tudo o mais. Depois de conduzir pessoalmente cerca de 3 mil sessões (cada uma durando pelo menos cinco horas) e de estudar os registros de mais de 2 mil sessões conduzidas por seus colegas, Grof ficou completamente convencido de que alguma coisa extraordinária estava acontecendo. "Depois de anos de esforço conceituai e confusão, concluí que os dados provenientes da pesquisa de LSD indicam a necessidade urgente de uma revisão drástica dos paradigmas existentes para a psicologia, psiquiatria, medicina e possivelmente para a ciência em geral", ele afirma. "Hoje.em dia existe pouca dúvida em minha mente de que nosso atual entendimento do universo, da natureza da realidade, e particularmente dos seres humanos, é superficial, incorreto e incompleto. 16 Grof cunhou o termo transpessoal para descrever tais fenômenos, experiências nas quais a consciência transcende as habituais fronteirãs da personalidade e em fins dos anos 60 ele se juntou a vários outros profissionais da mesma opinião, incluindo o psicólogo e educador Abraham Maslow, para encontrar um novo ramo da psicologia chamado psicologia transpessoal. Se nosso modo habitual de encarar a realidade não pode responder pelos eventos transpessoais, que novo entendimento poderia tomar seu lugar? Grof acredita que é o modelo holográfico. Como ele salienta, as características essenciais das experiências transpessoais — a impressão de que todas as fronteiras são ilusórias, a falta de distinção entre a parte e o todo e a união de todas as coisas — são todas qualidades que o sujeito esperaria encontrar num universo holográfico. Além do mais, ele acha que a natureza envolvida do espaço e do tempo no domínio holográfico explica por que as experiências transpessoais não são limitadas pelas habituais limitações espaciais e temporais. Grof pensa que a capacidade quase infinita que os hologramas têm para armazenagem de informação e recuperação também respondem pelo fato de que visões, fantasias e outras "gestalts psicológicas", contêm todas uma enorme quantidade de informação sobre a personalidade de um indivíduo. Uma única imagem experimentada durante uma sessão de LSD poderia conter informação sobre a atitude de uma pessoa em relação à vida em geral, um trauma que ela vivenciou durante a infância, quanta auto-estima ela tem, como ela sente em relação aos pais e como em relação a seu casamento — todas incorporadas na

na prática egípcia de embalsamar e mumificar, incluindo a forma e o modo de<br />

vários amuletos e caixas sepulcrais, uma lista de materiais usados na fixação da<br />

roupa da múmia, o tamanho e a forma das bandagens e outras facetas esotéricas<br />

dos serviços de funeral egípcios. Outros indivíduos se sintonizavam com as<br />

culturas do extremo oriente e não só davam descrições comoventes do que era<br />

ser uma •psique tibetana, chinesa e japonesa, mas também relatavam diversos<br />

ensinamentos budistas e taoístas.<br />

De fato, não parecia existir qualquer limite para o que os pacientes do<br />

LSD de Grof podiam tirar de dentro. Eles pareciam capazes de saber o que era<br />

existir na forma de qualquer animal e mesmo planta, na árvore da evolução.<br />

Eles podiam experimentar o que era ser uma célula sangüínea, um átomo, um<br />

processo termonuclear dentro do sol, a consciência do planeta inteiro, e até a<br />

consciência do cosmos inteiro. Mais do que isto, eles mostravam a capacidade<br />

de transcender espaço e tempo e de vez em quando relatavam informações<br />

precognitivas estranhamente certas. Num estado de espírito ainda mais estranho<br />

eles algumas vezes se depararam com inteligências não humanas durante suas<br />

viagens cerebrais, seres desencarnados, guias espirituais provenientes de<br />

"planos superiores da consciência" e outras entidades sobre-humanas.<br />

De vez em quando os sujeitos também viajavam para o que parecia ser<br />

outros universos e outros níveis de realidade. Em uma sessão especialmente<br />

desanimadora, um moço que sofria de depressão encontrou-se no que parecia<br />

ser uma outra dimensão. Havia uma luminescência misteriosa e, embora não<br />

pudesse ver ninguém, ele sentiu que estava cheia de seres desencarnados. De<br />

repente, sentiu uma presença muito próxima e, para sua surpresa, ela começou<br />

a se comunicar com ele telepaticamente. Ela pedia a ele para fazer o favor de<br />

entrar em contato com um casal que morava na cidade morávia de Kromeriz e<br />

que os fizesse saber que o filho deles Ladislav estava bem cuidado e que estava<br />

tudo bem. Ela então deu a ele o nome do casal, o endereço e o número do<br />

telefone.<br />

A informação não significava nada nem para Grof nem para o moço e<br />

parecia totalmente sem relação com os problemas do moço e com o tratamento.<br />

Entretanto, Grof não podia tirar isso da cabeça. "Depois de alguma hesitação e<br />

com sentimentos confusos, finalmente decidi fazer o que certamente teria feito<br />

de mim alvo da brincadeira dos meus colegas, caso tivessem descoberto", diz<br />

Grof. "Fui ao telefone, disquei o número em Kromeriz e perguntei se podia<br />

falar com Ladislav. Para minha surpresa, a mulher do outro lado da linha<br />

começou a chorar. Quando acalmou-se, me disse com uma voz entrecortada:<br />

Nosso filho não está mais conosco; ele faleceu, nós o perdemos há três<br />

semanas'." 15<br />

Nos anos 60, foi oferecido a Grof um cargo no Centro de Pesquisa<br />

Psiquiátrico Maryland e ele se mudou para os Estados Unidos. O centro<br />

também estava fazendo estudos controlados das aplicações terapêuticas do LSD<br />

e isto permitiu a Grof continuar sua pesquisa. Além de examinar os efeitos de<br />

repetidas sessões de LSD em indivíduos com várias desordens mentais, o<br />

centro também estudava seus efeitos sobre voluntários "normais" — médicos,<br />

enfermeiras, pintores, músicos, filósofos, cientistas, padres e teólogos.<br />

Novamente Grof encontrou os mesmos tipos de fenômenos ocorrendo repetidas<br />

vezes. É quase como se o LSD fornecesse à consciência humana acesso a um<br />

tipo de sistema de metrô infinito, um labirinto de túneis e caminhos secretos<br />

que existiam nos limites subterrâneos do inconsciente, sistema este que<br />

literalmente unia todas as coisas no universo com tudo o mais.<br />

Depois de conduzir pessoalmente cerca de 3 mil sessões (cada uma<br />

durando pelo menos cinco horas) e de estudar os registros de mais de 2 mil<br />

sessões conduzidas por seus colegas, Grof ficou completamente convencido de<br />

que alguma coisa extraordinária estava acontecendo. "Depois de anos de<br />

esforço conceituai e confusão, concluí que os dados provenientes da pesquisa<br />

de LSD indicam a necessidade urgente de uma revisão drástica dos paradigmas<br />

existentes para a psicologia, psiquiatria, medicina e possivelmente para a<br />

ciência em geral", ele afirma. "Hoje.em dia existe pouca dúvida em minha<br />

mente de que nosso atual entendimento do universo, da natureza da realidade, e<br />

particularmente dos seres humanos, é superficial, incorreto e incompleto. 16<br />

Grof cunhou o termo transpessoal para descrever tais fenômenos,<br />

experiências nas quais a consciência transcende as habituais fronteirãs da<br />

personalidade e em fins dos anos 60 ele se juntou a vários outros profissionais<br />

da mesma opinião, incluindo o psicólogo e educador Abraham Maslow, para<br />

encontrar um novo ramo da psicologia chamado psicologia transpessoal.<br />

Se nosso modo habitual de encarar a realidade não pode responder pelos<br />

eventos transpessoais, que novo entendimento poderia tomar seu lugar? Grof<br />

acredita que é o modelo holográfico. Como ele salienta, as características<br />

essenciais das experiências transpessoais — a impressão de que todas as<br />

fronteiras são ilusórias, a falta de distinção entre a parte e o todo e a união de<br />

todas as coisas — são todas qualidades que o sujeito esperaria encontrar num<br />

universo holográfico. Além do mais, ele acha que a natureza envolvida do<br />

espaço e do tempo no domínio holográfico explica por que as experiências<br />

transpessoais não são limitadas pelas habituais limitações espaciais e<br />

temporais.<br />

Grof pensa que a capacidade quase infinita que os hologramas têm para<br />

armazenagem de informação e recuperação também respondem pelo fato de<br />

que visões, fantasias e outras "gestalts psicológicas", contêm todas uma enorme<br />

quantidade de informação sobre a personalidade de um indivíduo. Uma única<br />

imagem experimentada durante uma sessão de LSD poderia conter informação<br />

sobre a atitude de uma pessoa em relação à vida em geral, um trauma que ela<br />

vivenciou durante a infância, quanta auto-estima ela tem, como ela sente em<br />

relação aos pais e como em relação a seu casamento — todas incorporadas na

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