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O - Universo Holográfico

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freqüências de matéria) é capaz de perceber algo tão insubstancial como<br />

borrões de freqüências e fazê-los parecerem sólidos ao tato? "O tipo de<br />

processo matemático que Bekesy simulou com seus vibradores é básico de<br />

como nosso cérebro constrói nossa imagem de um mundo lá fora", afirma<br />

Pribam. 17 Em outras palavras, a suavidade de um pedaço de porcelana fina e a<br />

sensação da areia da praia entre nossos dedos são, na verdade, apenas versões<br />

elaboradas da síndrome do membro fantasma.<br />

De acordo com Pribam, isto não quer dizer que não existam xícaras de<br />

porcelana e grãos de areia lá fora. Simplesmente quer dizer que uma xícara de<br />

porcelana tem dois aspectos muito diferentes para sua realidade. Quando é<br />

filtrada pelas lentes de nosso cérebro, se manifesta como uma xícara. Mas, se<br />

pudéssemos nos livrar de nossas lentes, nós a consideraríamos como um padrão<br />

de interferência. Qual é a real e qual a ilusória? "Ambas são reais para mim",<br />

diz Pribam, "ou, se você quiser, nenhuma delas é real." 18<br />

Este estado de coisas não é limitado a xícaras de porcelana. Nós também<br />

temos dois aspectos muito diferentes para nossa realidade. Podemos ver a nós<br />

mesmos como corpos físicos que se movem através do espaço. Ou podemos ver<br />

a nós mesmos como um borrão de padrões de interferência envoltos por todo<br />

parte pelo holograma cósmico. Bohm acredita que esta segunda opinião poderia<br />

até ser a mais certa, pois pensar a nós mesmos como uma mente/cérebro<br />

holográficos olhando para um universo holgráfico é outra vez uma abstração,<br />

uma tentativa de separar duas coisas que na verdade não podem ser separadas. 19<br />

Não se preocupe de isto é difícil de entender. É relativamente fácil<br />

entender a idéia do holismo como algo que é externo a nós, como uma maçã<br />

num holograma. O que torna difícil é que neste caso não estamos olhando para<br />

o holograma. Somos parte do holograma.<br />

A dificuldade também é outra indicação do quão radical é a revisão que<br />

Pribam e Bohm estão tentando fazer em nosso modo de pensar. Mas não é a<br />

única revisão radical. A afirmação de Pribam, de que nossos cérebros<br />

constróem os objetos, empalidece diante de uma das conclusões de Bohm: que<br />

nós mesmos construímos o espaço e o tempo. 20 As implicações deste ponto de<br />

vista são apenas um dos assuntos a serem examinados quando explorarmos o<br />

efeito que as idéias de Bohm tiveram na obra de pesquisadores em outros<br />

campos.<br />

SEGUNDA PARTE<br />

MENTE E CORPO<br />

Se olhássemos mais de perto para um único ser humano,<br />

compreenderíamos imediatamente que ele próprio é um holograma singular;<br />

contido em si mesmo, gerado em si mesmo, conhecível a si mesmo. Ainda se<br />

removêssemos este ser de seu contexto planetário, compreenderíamos<br />

rapidamente que a forma humana não é diferente de uma mandala ou de um<br />

poema simbólico, pois dentro de sua forma e fluxo vive a informação inteligente<br />

a respeito de diversos contextos evolutivos, psicológicos, sociais e<br />

físicos, dentro dos quais ele foi criado.<br />

— Dr. Ken Dychtwald em O Paradigma Holográftco<br />

(Ken Wilber, editor)<br />

O MODELO HOLOGRÁFICO E A<br />

PSICOLOGIA<br />

Enquanto o modelo tradicional de psiquiatria e de psicanálise é estritamente<br />

personalista e biográfico, a pesquisa moderna da consciência acrescentou novos níveis,<br />

domínios e dimensões, e mostra a psique humana como essencialmente proporcional a<br />

todo o universo e a tudo da existência.<br />

— Stanislav Grof Além do Cérebro<br />

Uma área de pesquisa na qual o modelo holográfico teve impacto foi na<br />

psicologia. Isto não é surpreendente, pois, como Bohm salienta, a própria<br />

consciência fornece um exemplo perfeito do que ele quer dizer com movimento<br />

fluido e ininterrupto. O fluxo e refluxo de nossa consciência não é definível<br />

exatamente mas pode ser visto como uma realidade mais fundamental e<br />

profunda, a partir da qual nossos pensamentos e idéias se revelam. Por sua vez,<br />

estes pensamentos e idéias não são diferentes das ondulações, redemoinhos e<br />

vórtices que se formam num rio fluente e como os vórtices num rio, alguns<br />

podem voltar e persistir de modo mais ou menos estável, enquanto outros são<br />

evanescentes, e desvanecem quase tão rapidamente quanto aparecem.<br />

A idéia holográfica também lança luz sobre as ligações inexplicáveis que<br />

algumas vezes podem ocorrer entre a consciência de dois ou mais indivíduos.<br />

Um dos mais famosos exemplos de tal ligação está incorporado no conceito do<br />

psiquiatra suíço Carl Jung, de um inconsciente coletivo. Precocemente em sua<br />

carreira, Jung se convenceu de que os sonhos, as obras de arte, fantasias e<br />

alucinações de seus pacientes muitas vezes continham símbolos e idéias que

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