O - Universo Holográfico

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17.04.2013 Views

presente nos diversos graus de encobrimento e descobrimento em toda matéria, que é talvez a razão pela qual o plasma tem algumas das características das coisas vivas. Como Bohm afirma: "A capacidade de a forma ser ativa é o aspecto mais característico da mente, e temos algo semelhante à mente no elétron". 11 Da mesma forma, ele acredita que dividir o universo inteiro em coisas vivas e não vivas também não tem nenhum sentido. A matéria animada e inanimada estão inseparavelmente entrelaçadas e a vida, também, está encoberta por toda parte da totalidade do universo. Até uma pedra é de alguma maneira viva, diz Bohm, pois a vida e a inteligência estão presentes não só em toda matéria mas na "energia", "espaço", "tempo", "na estrutura do universo inteiro" e em tudo o mais que abstraímos a partir do holomovimento e que erroneamente vemos como coisas separadas. A idéia de que a consciência e a vida (e na verdade todas as coisas) são conjuntos envolvidos por todo o universo tem um reverso igualmente deslumbrante. Assim como toda parte de um holograma contém a imagem do todo, cada porção do universo envolve o todo. Isto quer dizer que, se soubéssemos como ter acesso a isto, poderíamos encontrar a galáxia Andrômeda na unha do polegar de nossa mão esquerda. Poderíamos também achar Cleópatra encontrando Júlio César pela primeira vez, pois em princípio o passado todo e as implicações para todo o futuro também estão envoltos em cada minúscula região do espaço e do tempo. Cada célula do nosso corpo envolve o cosmo inteiro. Assim como cada folha, cada gota de chuva e cada partícula de pó, o que dá sentido novo ao famoso poema de William Blake: . Para ver o Mundo num Grão de Areia E o Céu numa Flor do Campo, Tome o Infinito na palma da mão • e a Eternidade numa hora. A Energia de Um Trilhão de Bombas Atômicas em Cada Centímetro Cúbico do Espaço Se nosso universo é apenas uma pálida idéia de uma ordem mais profunda, o que mais permanece escondido, encoberto na urdidura e trama de nossa realidade? Bohm tem uma sugestão. De acordo com nosso entendimento comum da física, cada região do espaço está inundada por diferentes espécies de campos, compostos de ondas de comprimentos variados. Cada onda sempre tem pelo menos alguma energia. Quando os físicos calculam a quantidade mínima de energia que uma onda pode ter, acham que cada centímetro cúbico de espaço vazio contém mais energia do que a energia total de toda a matéria no universo conhecido! Alguns físicos se recusam a levar este cálculo a sério e acreditam que ele deve, de alguma forma, estar errado. Bohm acha que este oceano infinito de energia existe e nos fala pelo menos um pouco sobre a natureza oculta e vasta da ordem implícita. Ele acha que a maioria dos físicos ignora a existência deste enorme oceano de energia porque, como o peixe que não está consciente da água na qual nada, foi-lhes ensinado que enfocassem fundamentalmente os objetos encaixados no oceano, na matéria. O ponto de vista de Bohm de que o espaço é tão real e rico enquanto processo quanto a matéria que se move nele atinge plena maturidade nas suas idéias sobre o mar implícito de energia. A matéria não existe independentemente do mar, do assim chamado espaço vazio, Ela é uma parte do espaço. Para explicar o que quer dizer, Bohm oferece a seguinte analogia: um cristal resfriado até o zero absoluto será atravessado por um jorro de elétrons que não se dispersam. Se a temperatura é elevada, várias fendas no cristal perderão sua transparência por assim dizer, e começarão a dispersar os elétrons. Do ponto de vista de um elétron, estas fendas apareceriam como pedaços de "matéria" flutuando num mar do nada, mas este não é realmente o caso. O nada e os pedaços de matéria não existem independentemente um do outro. São ambos parte da mesma estrutura, a ordem mais profunda do cristal. Bohm acredita que o mesmo é verdade em nosso próprio nível de existência. O espaço não é vazio. Ele é cheio, um plenum oposto a um vacuum, e é a base para a existência de tudo, incluindo nós mesmos. O universo não está separado deste mar cósmico de energia, ele é uma ondulação em sua superfície, um "padrão de excitação" comparativamente pequeno, no meio de um oceano inimaginavelmente vasto. "Este padrão de excitação é relativamente autônomo e dá origem a projeções separáveis e estáveis, aproximadamente periódicas em uma ordem de manifestação explícita tridimensional", afirma Bohm. 12 Em outras palavras, apesar de sua aparente materialidade e enorme tamanho, o universo não existe em si e por si mesmo, mas é o enteado de algo muito mais vasto e inefável. Mais do que isto, ele nem mesmo é uma produção principal deste algo mais vasto, mas só uma sombra passageira, um mero soluço num plano maior de coisas. Este mar infinito de energia não é tudo que está encoberto na ordem implícita. Uma vez que a ordem implícita é o fundamento que gerou todas as coisas em nosso universo, de alguma forma contém também cada partícula subatômica que existe ou que existirá; toda configuração de matéria, energia, vida e consciência que é possível, desde os quasares até o cérebro de Shakespeare, da hélice dupla até as forças que controlam os tamanhos e formas das galáxias. E mesmo que isto não seja tudo, ele pode conter. Bohm reconhece que não existe nenhuma razão para acreditar que a ordem implícita é o fim das coisas. Podem existir outras ordens jamais sonhadas além desta, estágios infinitos de desenvolvimento adicional.

Confirmação Experimental ao Universo Holográfico de Bohm Inúmeras descobertas estarrecedoras na física sugerem que Bohm pode estar certo. Mesmo desconsiderando o implícito mar de energia, o espaço está cheio de luz e de outras ondas eletromagnéticas que se cruzam constantemente e interferem umas com as outras. Como vimos, todas as partículas também são ondas. Isto quer dizer que os objetos físicos e tudo o mais que percebemos na realidade são compostos de padrões de interferência, fato que tem implicações holográficas inegáveis. Uma outra evidência obrigatória vem de uma recente descoberta experimental. Nos anos 70, a tecnologia se tornou disponível para realizar na prática o experimento das duas partículas esboçado por Bell e inúmeros pesquisadores tentaram a tarefa. Embora os achados tenham sido promissores, nenhum produziu resultados conclusivos. Então, em 1982, os físicos Alain Aspcct, Jean Dalibard e Gérard Roger, do Instituto de Óptica da Universidade de Paris, obtiveram sucesso. Primeiro, eles produziram uma série de fótons gêmeos ao aquecer átomos de cálcio com lasers. Então deixaram cada fóton se movimentar em direções opostas ao longo de 6,5 metros de cano e passarem através de filtros especiais que os dirigiam a um dos dois analisadores de polarização disponíveis. Cada filtro levou 10 bilionésimos de segundo para bater entre um analisador e outro, cerca de 30 bilionésimos de segundo menos do que levava para a luz atravessar todos os 13 metros que separavam cada conjunto de fótons. Desse modo, Aspect e seus colegas foram capazes de descartar qualquer possibilidade de os fótons se comunicarem por meio de algum processo físico conhecido. Aspect e seu grupo descobriram que, como predizia a teoria quântica, cada fóton foi capaz de correlacionar seu ângulo de polarização com o de seu f^ton gêmeo. Isto queria dizer que, ou a proibição de Einstein contra a - comunicação mais rápida do que a luz estava sendo violada, ou os dois fótons estavam ligados não localmente. Uma vez que a maioria dos físicos resiste em admitir processos mais rápidos do que a luz, o experimento de Aspect em geral é visto como prova virtual de que a ligação entre os dois fótons é não local. Além do mais, como o físico Paul Davis, da Universidade de New Castle, em Tyne, Inglaterra, observa, desde que todas as partículas estão continuamente interagindo e se separando, "os aspectos não locais dos sistemas quânticos são, portanto, uma propriedade geral da natureza". 13 As descobertas de Aspect não provam que o modelo do universo de Bohm esteja certo, mas fornecem um fundamento imenso. Na verdade, como foi mencionado, Bohm não acredita que uma teoria seja correta em sentido absoluto, inclusive a sua própria. Todas são apenas aproximações da verdade, mapas finitos que usamos para tentar traçar o território que é tanto infinito como indivisível. Isto não significa que Bohm ache sua teoria não comprovável. Ele confia que em algum momento futuro serão desenvolvidas técnicas que permitirão provar suas idéias (quando Bohm é criticado a respeito desse ponto, ele observa que existem inúmeras teorias na física, tal como a "teoria superstring" que provavelmente não serão postas à prova por várias décadas). A Reação da Comunidade Física A maioria dos físicos é cética com relação às idéias de Bohm. Por exemplo, Lee Smolin, físico de Yale, não acha a teoria de Bohm "muito atraente, do ponto de vista físico". 14 Entretanto, existe um respeito quase universal pela inteligência de Bohm. A opinião do físico Abner Shimoni, da Universidade de Boston, representa bem esta opinião. "Tenho medo de simplesmente não entender sua teoria. Com certeza é uma metáfora, e a questão é como tomar a metáfora literalmente. De qualquer maneira, ele realmente tem pensado muito profundamente a respeito da matéria e acho que prestou um serviço enorme trazendo estas questões para o primeiro plano das pesquisas físicas, em vez de varrê-las para baixo do tapete. Ele é um homem imaginativo, audacioso e corajoso." 15 Apesar de tal ceticismo, também existem físicos que simpatizam com as idéias de Bohm, incluindo grandes figurões como Roger Penrose, de Oxford, o criador da moderna teoria do buraco negro; Bernard diEspagnat, da Universidade de Paris, uma das principais autoridades mundiais dos fundamentos conceituais da teoria quântica; e Brian Josephson, de Cambridge, ganhador do Prêmio Nobel de Física em 1973. Josephson acredita que a ordem implícita de Bohm pode até levar algum dia à inclusão de Deus ou da Mente na rede da ciência, idéia que Josephson apoia. 16 Pribram e Bohm juntos Consideradas juntas, as teorias de Pribam e de Bohm fornecem um modo novo e profundo de ver o mundo: nosso cérebro constrói matematicamente a realidade objetiva ao interpretar freqüências que são, na verdade, projeções provenientes de uma outra dimensão, de uma ordem mais profunda de existência que está além,'tanto do tempo como do espaço: O cérebro é um holograma envolvido num universo holográfico. Para Pribam, esta síntese fez compreender que o mundo objetivo não existe, pelo menos não do jeito que estamos acostumados a acreditar. O que está "lá fora" é um vasto oceano de ondas e freqüências, e a realidade parece concreta a nós, só porque nosso cérebro é capaz de perceber o borrão holográfico e convertê-lo em paus e pedras e outros objetos familiares que compõem nosso mundo. Como o cérebro (que é, ele próprio, composto de

Confirmação Experimental ao <strong>Universo</strong> <strong>Holográfico</strong> de<br />

Bohm<br />

Inúmeras descobertas estarrecedoras na física sugerem que Bohm pode<br />

estar certo. Mesmo desconsiderando o implícito mar de energia, o espaço está<br />

cheio de luz e de outras ondas eletromagnéticas que se cruzam constantemente<br />

e interferem umas com as outras. Como vimos, todas as partículas também são<br />

ondas. Isto quer dizer que os objetos físicos e tudo o mais que percebemos na<br />

realidade são compostos de padrões de interferência, fato que tem implicações<br />

holográficas inegáveis.<br />

Uma outra evidência obrigatória vem de uma recente descoberta<br />

experimental. Nos anos 70, a tecnologia se tornou disponível para realizar na<br />

prática o experimento das duas partículas esboçado por Bell e inúmeros<br />

pesquisadores tentaram a tarefa. Embora os achados tenham sido promissores,<br />

nenhum produziu resultados conclusivos. Então, em 1982, os físicos Alain<br />

Aspcct, Jean Dalibard e Gérard Roger, do Instituto de Óptica da Universidade<br />

de Paris, obtiveram sucesso. Primeiro, eles produziram uma série de fótons<br />

gêmeos ao aquecer átomos de cálcio com lasers. Então deixaram cada fóton se<br />

movimentar em direções opostas ao longo de 6,5 metros de cano e passarem<br />

através de filtros especiais que os dirigiam a um dos dois analisadores de<br />

polarização disponíveis. Cada filtro levou 10 bilionésimos de segundo para<br />

bater entre um analisador e outro, cerca de 30 bilionésimos de segundo menos<br />

do que levava para a luz atravessar todos os 13 metros que separavam cada<br />

conjunto de fótons. Desse modo, Aspect e seus colegas foram capazes de<br />

descartar qualquer possibilidade de os fótons se comunicarem por meio de<br />

algum processo físico conhecido.<br />

Aspect e seu grupo descobriram que, como predizia a teoria quântica,<br />

cada fóton foi capaz de correlacionar seu ângulo de polarização com o de seu<br />

f^ton gêmeo. Isto queria dizer que, ou a proibição de Einstein contra a -<br />

comunicação mais rápida do que a luz estava sendo violada, ou os dois fótons<br />

estavam ligados não localmente. Uma vez que a maioria dos físicos resiste em<br />

admitir processos mais rápidos do que a luz, o experimento de Aspect em geral<br />

é visto como prova virtual de que a ligação entre os dois fótons é não local.<br />

Além do mais, como o físico Paul Davis, da Universidade de New Castle, em<br />

Tyne, Inglaterra, observa, desde que todas as partículas estão continuamente<br />

interagindo e se separando, "os aspectos não locais dos sistemas quânticos são,<br />

portanto, uma propriedade geral da natureza". 13<br />

As descobertas de Aspect não provam que o modelo do universo de<br />

Bohm esteja certo, mas fornecem um fundamento imenso. Na verdade, como<br />

foi mencionado, Bohm não acredita que uma teoria seja correta em sentido<br />

absoluto, inclusive a sua própria. Todas são apenas aproximações da verdade,<br />

mapas finitos que usamos para tentar traçar o território que é tanto infinito<br />

como indivisível. Isto não significa que Bohm ache sua teoria não<br />

comprovável. Ele confia que em algum momento futuro serão desenvolvidas<br />

técnicas que permitirão provar suas idéias (quando Bohm é criticado a respeito<br />

desse ponto, ele observa que existem inúmeras teorias na física, tal como a<br />

"teoria superstring" que provavelmente não serão postas à prova por várias<br />

décadas).<br />

A Reação da Comunidade Física<br />

A maioria dos físicos é cética com relação às idéias de Bohm. Por<br />

exemplo, Lee Smolin, físico de Yale, não acha a teoria de Bohm "muito<br />

atraente, do ponto de vista físico". 14 Entretanto, existe um respeito quase<br />

universal pela inteligência de Bohm. A opinião do físico Abner Shimoni, da<br />

Universidade de Boston, representa bem esta opinião. "Tenho medo de<br />

simplesmente não entender sua teoria. Com certeza é uma metáfora, e a questão<br />

é como tomar a metáfora literalmente. De qualquer maneira, ele realmente tem<br />

pensado muito profundamente a respeito da matéria e acho que prestou um<br />

serviço enorme trazendo estas questões para o primeiro plano das pesquisas<br />

físicas, em vez de varrê-las para baixo do tapete. Ele é um homem imaginativo,<br />

audacioso e corajoso." 15<br />

Apesar de tal ceticismo, também existem físicos que simpatizam com as<br />

idéias de Bohm, incluindo grandes figurões como Roger Penrose, de Oxford, o<br />

criador da moderna teoria do buraco negro; Bernard diEspagnat, da<br />

Universidade de Paris, uma das principais autoridades mundiais dos<br />

fundamentos conceituais da teoria quântica; e Brian Josephson, de Cambridge,<br />

ganhador do Prêmio Nobel de Física em 1973. Josephson acredita que a ordem<br />

implícita de Bohm pode até levar algum dia à inclusão de Deus ou da Mente na<br />

rede da ciência, idéia que Josephson apoia. 16<br />

Pribram e Bohm juntos<br />

Consideradas juntas, as teorias de Pribam e de Bohm fornecem um modo<br />

novo e profundo de ver o mundo: nosso cérebro constrói matematicamente a<br />

realidade objetiva ao interpretar freqüências que são, na verdade, projeções<br />

provenientes de uma outra dimensão, de uma ordem mais profunda de<br />

existência que está além,'tanto do tempo como do espaço: O cérebro é um<br />

holograma envolvido num universo holográfico.<br />

Para Pribam, esta síntese fez compreender que o mundo objetivo não<br />

existe, pelo menos não do jeito que estamos acostumados a acreditar. O que<br />

está "lá fora" é um vasto oceano de ondas e freqüências, e a realidade parece<br />

concreta a nós, só porque nosso cérebro é capaz de perceber o borrão<br />

holográfico e convertê-lo em paus e pedras e outros objetos familiares que<br />

compõem nosso mundo. Como o cérebro (que é, ele próprio, composto de

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