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O - Universo Holográfico

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teoria quântica apresentada tão claramente. Entretanto, admitiu que ainda<br />

estava tão insatisfeito com a teoria quanto Bohm.<br />

Durante suas conversas, os dois homens descobriram que cada um tinha<br />

admiração não apenas pela capacidade de a teoria predizer os fenômenos. O<br />

que os incomodava era que ela não fornecia nenhum modo real de conceber a<br />

estrutura básica do mundo. Bohr e seus seguidores também afirmavam que a<br />

teoria quântica estava completa e que não era possível chegar a qualquer<br />

entendimento mais claro do que estava se passando no domínio quântico. Isto<br />

era o mesmo que dizer que não havia nenhuma realidade mais profunda além<br />

da paisagem subatômica, nenhuma resposta a mais a ser encontrada, e isto,<br />

também, feria a sensibilidade filosófica tanto de Bohm como de Einstein. Ao<br />

longo de seus encontros eles discutiram muitas outras coisas, mas estes pontos<br />

em especial receberam novo destaque nos pensamentos de Bohm. Inspirado por<br />

suas interações com Einstein, ele aceitou a validade de seus pressentimentos<br />

sobre a física quântica e julgou que devia haver um ponto de vista alternativo.<br />

Quando seu livro A Teoria Quântica foi publicado em 1951, foi aclamado<br />

como um clássico, mas era um clássico sobre um assunto ao qual Bhom não<br />

mais dava sua total dedicação. Sua mente, sempre ativa e sempre procurando<br />

explicações mais profundas, já estava em busca de um jeito melhor de<br />

descrever a realidade.<br />

Um Novo Tipo de Campo e a Bala que Matou Lincoln<br />

Depois de suas conversas com Einstein, Bohm tentou achar uma<br />

alternativa útil para a interpretação de Bohr. Começou admitindo que partículas<br />

como os elétrons realmente existem na ausência de observadores. Também<br />

admitiu que havia uma realidade mais profunda por trás da parede inviolável de<br />

Bohr, um nível subquântico que ainda esperava a descoberta da ciência. Ao<br />

construir estas premissas ele descobriu que simplesmente por propor a<br />

existência de um novo tipo de campo nesse nível subquântico ele era capaz de<br />

explicar os achados da física quântica tanto quanto Bohr. Bohm chamou seu<br />

novo campo proposto de potencial quântico e teorizou que, como a gravidade,<br />

ele permeia todo o espaço. Entretanto, diferente dos campos gravitacionàis, dos<br />

campos magnéticos e assim por diante, sua influência não diminuía com a<br />

distância. Seus efeitos eram sutis, mas eram igualmente poderosos em toda<br />

parte. Bohm publicou sua interpretação alternativa da teoria quântica em 1952.<br />

A reação a esta nova abordagem foi principalmente negativa. Alguns<br />

físicos estavam tão convencidos de que tais alternativas eram impossíveis que<br />

rejeitaram suas idéias por completo. Outros lançaram ataques apaixonados<br />

contra seu raciocínio. No final, virtualmente todos esses argumentos estavam<br />

baseados principalmente em diferenças filosóficas, mas isso não importava. A<br />

concepção de Bohr tinha se tornado tão firme na física que a alternativa de<br />

Bohm foi considerada pouco mais que uma heresia.<br />

Apesar da aspereza desses ataques Bohm permaneceu inabalável em sua<br />

convicção de que havia mais na realidade do que a concepção de Bohr admitia.<br />

Ele também achava que a ciência estava muito limitada em sua perspectiva<br />

quando vinha a avaliar idéias novas, tais como as suas, e em um livro de 1957<br />

intitulado Casualidade e Mudança na Física Moderna examinou diversas<br />

suposições filosóficas responsáveis por esta atitude. Uma era a suposição<br />

amplamente sustentada de que era possível, para uma única teoria, como a<br />

teoria quântica, ser completa. Bohm criticou esta suposição chamando a<br />

atenção para o fato de que a natureza pode ser infinita. Por não ser possível a<br />

nenhuma teoria explicar completamente algo que seja infinito, Bohm sugeriu<br />

que uma pesquisa científica aberta estaria mais bem servida se os pesquisadores<br />

se abstivessem de fazer esta afirmação.<br />

No livro ele discutia que o modo com que a ciência encarava a causalidade<br />

também era muito limitado. Pensava-se que a maioria dos efeitos tinha<br />

uma ou várias causas. Bohm, porém, achava que um efeito poderia ter um'<br />

número infinito de causas. Por exemplo, se você perguntasse a alguém o que<br />

causou a morte de Abraham Lincoln, poderiam responder que foi a bala no<br />

revólver de John Wilkes Booth. Mas uma lista completa de todas as causas que<br />

contribuíram para a morte de Lincoln teria que incluir todos os eventos que<br />

levaram ao desenvolvimento do revólver, todos os fatores que fizeram Booth<br />

querer matar Lincoln, todos os passos na evolução da raça humana que permitiram<br />

o desenvolvimento de uma mão capaz de segurar um revólver e<br />

assim por diante. Bohm admitia que na maior parte do tempo alguém<br />

poderia ignorar a vasta cascata de causas que levaram a um determinado<br />

efeito, mas ele ainda achava que era importante para os cientistas lembrar<br />

que uma relação de causa-efeito única nunca estava realmente separada do<br />

universo como um todo.<br />

Se Você Quer Saber Onde Está, Pergunte aos "Não-Locais"<br />

Durante este mesmo período de sua vida, Bohm também continuou a<br />

aperfeiçoar sua abordagem alternativa da física quântica. Como ele<br />

examinou mais minuciosamente o significado do potencial quântico,<br />

descobriu que este tinha inúmeras características que envolviam um<br />

afastamento ainda mais radical do pensamento ortodoxo. Uma era a<br />

importância da totalidade. A ciência clássica sempre considerou o estado de<br />

um sistema enquanto todo como um mero resultado da interação de suas<br />

partes. Entretanto, o potencial quântico virava esta idéia de ponta-cabeça e<br />

revelava que o comportamento das partes era na verdade organizado pelo<br />

todo. Isto não só ia um passo além da afirmação de Bohr de que as<br />

partículas subatômicas não são "coisas" independentes, mas parte de um

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