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O - Universo Holográfico

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incluindo as de habilidades aprendidas como escrever, numa linguagem de<br />

formas de onda de interferência. Tal cérebro seria muito mais flexível e poderia<br />

deslocar sua informação armazenada para todas as direções com a mesma facilidade<br />

que um pianista hábil transpõe uma canção de uma tonalidade musical<br />

para outra.<br />

Esta mesma flexibilidade pode explicar como somos capazes de reconhecer<br />

um rosto familiar independente de que ângulo o estamos vendo.<br />

* Hard-wired é um termo de computação, normalmente não traduzido, que define um<br />

circuito integrado fixo de memória, no qual a informação deve ser gravada a partir de um<br />

dispositivo externo que lhe envia sinais. Neste caso, é comparado às áreas cerebrais que controlam<br />

o movimento do cotovelo e que, portanto, devem receber a informação de fora (os movimentos<br />

repetidos do cotovelo) para apreendê-la. (N. da T.)<br />

Novamente, uma vez que o cérebro memorizou um rosto (ou qualquer<br />

objeto ou cena) e o converteu na linguagem em formas de onda, ele pode, de<br />

certo modo, virar esse holograma interno de todos os lados e examiná-lo a<br />

partir da perspectiva que quiser.<br />

SENSAÇÕES DE MEMBROS FANTASMAS E COMO CRIAMOS UM<br />

"MUNDO EXTERIOR"<br />

Para a maioria de nós, é óbvio que nossos sentimentos de amor, fome,<br />

raiva e assim por diante são realidades internas e o som de uma orquestra<br />

tocando, o calor do sol, o cheiro de um pão assando e assim por diante são<br />

realidade externas. Mas não está claro como o nosso cérebro nos capacita a<br />

distinguir entre as duas. Por exemplo, Pribram chama a atenção para o fato de<br />

que, quando olhamos para uma pessoa, a imagem dessa pessoa está, na<br />

verdade, na superfície de nossa retina. Entretanto não percebemos a pessoa<br />

como se estivesse em nossa retina. Nós a percebemos no "mundo externo". Da<br />

mesma forma, quando batemos o dedo, experimentamos dor no dedo. Mas a<br />

dor não é realmente em nosso dedo. Na verdade é um processo neurofisiológico<br />

que acontece em algum lugar do nosso cérebro. Então, como o nosso cérebro é<br />

capaz de considerar a numerosa quantidade de processos neurofisiológicos que<br />

se manifestam como nossa experiência, dos quais todos são internos, e nos<br />

enganar para pensarmos que alguns são internos e alguns estão localizados<br />

além das fronteiras de nossa massa cinzenta?<br />

Criar a ilusão de que as coisas estão localizadas onde não estão é a<br />

requintada característica de um holograma. Como foi mencionado, se você olha<br />

para um holograma, parece haver uma expansão no espaço, mas se você passa a<br />

mão através dele descobrirá que não existe nada ali. Apesar do que seus<br />

sentidos lhe dizem, instrumento nenhum captará a presença de qualquer energia<br />

anormal ou substância onde o holograma parece estar flutuando. Isto porque<br />

um holograma é uma imagem virtual, uma imagem que parece estar onde não<br />

está e não possui nenhuma expansão a mais no espaço do que a imagem<br />

tridimensional que você vê de si mesmo quando olha num espelho. Assim<br />

como a imagem no espelho está localizada no prateado da superfície de trás do<br />

espelho, a localização real de um holograma está sempre na emulsão<br />

fotográfica sobre a superfície do filme que o registra.<br />

Provas adicionais de que o cérebro é capaz de nos enganar para<br />

pensarmos que os processos internos estão localizados fora do nosso corpo vêm<br />

do fisiologista Georg von Bekesy, ganhador do Prêmio Nobel. Numa série de<br />

experimentos realizados em fins dos anos 60, Bekesy colocou vibradores nos<br />

joelhos de indivíduos submetidos ao teste, que tiveram os olhos vendados.<br />

Então, ele alterou a velocidade nas quais os instrumentos vibravam. Fazendo<br />

isso, descobriu que podia fazer os sujeitos do teste experimentarem a sensação<br />

de que uma fonte de vibração estava pulando de um joelho para o outro. Ele<br />

descobriu que podia até fazer os sujeitos sentirem a fonte de vibração no espaço<br />

entre os joelhos. Em resumo, ele demonstrou que os humanos têm<br />

aparentemente a capacidade de experimentar sensação em localizações<br />

espaciais onde absolutamente não têm nenhum receptor sensorial. 10<br />

Pribram acredita que o trabalho de Bekesy é compatível com o ponto de<br />

vista holográfico e que esclarece melhor a maneira como formas de onda de<br />

interferência — ou, no caso de Bekesy, fontes interferentes de vibração física<br />

— capacitam o cérebro a localizar algumas de suas experiências além das<br />

fronteiras físicas do corpo. Ele acha que este processo poderia também explicar<br />

o fenômeno de "membro fantasma" ou a sensação vivenciada por alguns<br />

mutilados de que um braço ou perna ausentes ainda estão presentes. Tais<br />

indivíduos muitas vezes sentem, de forma misteriosa, cãibras, dores e<br />

formigamentos realísticos nesses membros fantasmas, mas talvez o que eles<br />

vivenciem seja a memória holográfica do membro, que ainda está registrada<br />

nos padrões de interferência do cérebro.<br />

Uma Base Experimental para o Cérebro <strong>Holográfico</strong><br />

Para Pribram, as muitas semelhanças entre cérebros e hologramas eram<br />

torturantes, mas ele sabia que essa teoria não significava nada, a menos que<br />

fosse endossada por prova mais sólida. Um pesquisador que forneceu esta<br />

prova foi o biólogo da Universidade de Indiana, Paul Pietsch. De maneira<br />

intrigante, Pietsch começou como um veemente cético da teoria de Pribram.<br />

Ele era descrente principalmente quanto à alegação de Pribram de que as<br />

lembranças não têm nenhuma localização específica no cérebro.<br />

Para provar que Pribram estava errado, Pietsch imaginou uma série de<br />

experimentos e escolheu as salamandras como cobaias de teste de seus<br />

experimentos. Em estudos anteriores, ele tinha descoberto que podia remover o<br />

cérebro de uma salamandra sem matá-la e, embora ela permanecesse em<br />

letargia enquanto o cérebro estava faltando, seu comportamento voltava<br />

completamente ao normal assim que o cérebro era recolocado.

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