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seres que o raptaram c o nosso próprio estão "girando um ao outro<br />
juntos" num ato de comunhão cósmica. 132<br />
O espectro de eventos que estamos considerando na vasta categoria<br />
de encontros com OVNIs podem incluir também fenômenos com os<br />
quais não estamos nem mesmo familiarizados. Por exemplo, pesquisadores<br />
que acreditam que o fenômeno é algum tipo de projeção sensitiva<br />
invariavelmente admitem que é uma projeção da mente humana<br />
coletiva. Porém, como vimos neste livro, num universo holográfico não<br />
podemos mais encarar a consciência como exclusivamente confinada ao<br />
cérebro. O fato que Carol Dryer foi capaz de comunicar com meu baço e<br />
me dizer que ele estava perturbado porque eu tinha gritado com ele<br />
indica que outros órgãos em nosso corpo também têm sua própria forma<br />
singular de mentalidade. Os psiconeuroimunologistas dizem o mesmo<br />
sobre as células em nosso sistema imune e de acordo com Bohm e<br />
outros físicos, mesmo as partículas subatômicas têm sua peculiaridade.<br />
Tão estranho quanto isso soa, alguns aspectos dos OVNIs e dos<br />
fenômenos relacionados podem ser projeções destas mentalidades<br />
coletivas. Certos aspectos do encontro de Michael Harner com os seres<br />
parecidos com dragões certamente sugeriam a possibilidade de que os<br />
seres do OVNI sejam aquilo com que "a força da evolução se parece<br />
quando é aplicada à uma mente consciente". 133 Devemos permanecer<br />
abertos a todas estas possibilidades. Num universo que é inteiramente<br />
consciente até as profundezas, animais, plantas, mesmo a própria<br />
matéria podem todos estar participando na criação destes fenômenos.<br />
Uma coisa que sabemos é que num universo holográfico, um universo<br />
no qual a separação deixa de existir e os processos mais íntimos da<br />
psique podem derramar e vir a ser também uma parte da paisagem<br />
objetiva como as flores e as árvores, a própria realidade se torna mais do<br />
que um sonho partilhado pela massa. Na dimensão superior da<br />
existência, estes aspectos semelhantes a sonhos se tornam até mais<br />
evidentes e na verdade inúmeras tradições comentaram sobre este fato.<br />
O Livro Tibetano dos Mortos salienta repetidas vezes a natureza<br />
semelhante ao sonho do domínio da vida depois da morte e esta é<br />
também, claro, a razão dos aborígenes australianos se referirem a ele<br />
como tempo do sonho. Uma vez que aceitamos esta noção, de que a<br />
realidade em todos os níveis é onijetiva e tem o mesmo status<br />
ontológico de um sonho, a questão se torna, De quem c este sonho?<br />
Das religiões e tradições mitológicas que tratam desta questão, a<br />
maioria dá a seguinte resposta: é o sonho de uma inteligência divina, de<br />
Deus. Os Vedas hindus e os textos iogues afirmam repetidas vezes que o<br />
universo é um sonho de Deus. No cristianismo o sentimento é<br />
adicionado no ditado muitas vezes repetido, somos todos pensamentos<br />
na mente de Deus, ou como o poeta Keats coloca, somos todos parte do<br />
"grande sonho imortal" de Deus.<br />
Mas estamos sendo sonhados por uma única inteligência divina,<br />
por Deus, ou estamos sendo sonhados pelo inconsciente coletivo de<br />
todas as coisas —"por todos os elétrons, partículas Z, borboletas, estrelas<br />
de nêutrons, pepinos do mar, inteligências humanas e não humanas<br />
no universo? Aqui outra vez colidimos abruptamente com as<br />
barreiras de nossas próprias limitações conceituais, pois num universo<br />
holográfico esta pergunta não tem sentido. Não podemos perguntar se a<br />
parte está criando o todo ou se o todo está criando a parte porque a parte<br />
é o todo. Assim, se chamamos a consciência coletiva de todas as coisas<br />
de "Deus", ou simplesmente de "consciência de todas as coisas" não<br />
muda a situação. O universo é sustentado por um ato de tal inefável e<br />
estupenda criatividade que simplesmente não pode ser reduzida a tais<br />
termos. Outra vez é uma cosmologia auto-referente. Ou como o<br />
bosquímano do deserto de Kalaharí de maneira tão eloqüente coloca: "O<br />
sonho está sonhando a si mesmo".<br />
RETORNO AO TEMPO DO SONHO<br />
Apenas os seres humanos chegaram a um ponto onde não sabem mais por que<br />
existem. Eles não usam seu cérebro e esqueceram o conhecimento secreto de seu corpo, de<br />
seus sentidos, ou de seus sonhos. Eles não usam o conhecimento que o espírito colocou<br />
dentro de cada um deles; eles não estão nem mesmo cientes disto, e assim cambaleiam para<br />
diante cegamente, no caminho para lugar nenhum — uma estrada pavimentada que eles<br />
terraplenam e tornam lisa, de forma que possam ir mais depressa para o grande buraco vazio<br />
que eles encontrarão no final, esperando para tragá-los completamente. É uma superestrada,<br />
rápida e confortável, mas eu sei para onde ela leva. Eu vi. Estive lá em minha visão e me faz<br />
estremecer pensar nisso.<br />
— o xamã Lakota Lame Deer Lame Deer — O Que Procura Visões<br />
Para onde vai o modelo holográfico a partir daqui? Antes de examinar<br />
as possíveis respostas, devemos querer ver onde a questão estava<br />
antes. Neste livro, me referi ao conceito holográfico como uma teoria<br />
nova, e isto é verdade no sentido de que é a primeira vez que foi<br />
apresentada num contexto científico. Mas, como vimos, diversos as-