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O - Universo Holográfico

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grandes massas" e num simples vislumbre perceber "grandes extensões<br />

de espaço e tempo".<br />

De fato, um grande número de afirmações de Sri Aurobindo são<br />

indistinguíveis de muitas das conclusões de Bohm e de Pribram. Ele<br />

dizia que a maioria dos seres humanos têm uma "tela mental" que nos<br />

impede de ver além "do véu da matéria", mas quando a pessoa aprende a<br />

perscrutar para além deste véu, acha que todas as coisas consistem de<br />

"intensidades diferentes de vibrações luminosas". Ele afirmava que a<br />

consciência também composta de diferentes vibrações e acreditava que<br />

toda matéria é em algum grau consciente. Como Bohm, ele até afirmou<br />

que a psicocinese é um resultado direto do fato de que toda matéria é até<br />

certo grau consciente. Se a matéria não fosse consciente, nenhum iogue<br />

poderia mover um objeto com sua mente porque não haveria<br />

possibilidade de contato entre o iogue e o objeto, diz Sri Aurobindo.<br />

Mais Bohmiana de todas são as observações de Sri Aurobindo sobre<br />

a totalidade e a fragmentação. De acordo com Sri Aurobindo, uma<br />

das coisas mais importantes que alguém aprende nos "grandes e luminosos<br />

reinos do Espírito" é que toda separação é uma ilusão e que<br />

todas as coisas estão na realidade interligadas e totalizadas. Repetidas<br />

vezes em seus escritos ele salientou este fato, e sustentou que era apenas<br />

quando uma pessoa descia de níveis vibratórios superiores da realidade<br />

para os mais inferiores que uma "lei progressiva de fragmentação"<br />

tomava posse. Fragmentamos as coisas porque existimos numa vibração<br />

inferior de consciência e de realidade que nos impede de experimentar a<br />

intensidade da consciência, da alegria, do amor e de nos deleitarmos<br />

com a existência que são a norma nestes reinos mais sutis e superiores.<br />

Exatamente como Bohm acredita que não é possível a desordem<br />

existir num universo que é na realidade inteiro e total, Sri Aurobindo<br />

acreditava que o mesmo era verdade para a consciência. Se um único<br />

ponto do universo fosse totalmente inconsciente, todo o universo seria<br />

totalmente inconsciente, ele dizia, e se percebemos um seixo ao lado da<br />

estrada ou um grão de areia sob nossa unha como sem vida e morto,<br />

nossa percepção é outra vez ilusória e provocada somente por nosso<br />

hábito sonambúlico de fragmentação.<br />

Como Bohm, o entendimento epifânico de Sri Aurobindo da totalidade<br />

também o fez consciente da relatividade real de todas as verdades<br />

e da arbitrariedade de tentar dividir o holomovimento sem costura<br />

inteiro em "coisas". Tão convencido ele estava de que qualquer tentativa<br />

de reduzir o universo em fatos absolutos e em doutrinas imutáveis<br />

somente levava à distorção que ele foi mesmo contra a religião e toda<br />

sua vida enfatizou que a verdadeira espiritualidade vinha não de alguma<br />

organização ou sacerdócio, mas do universo espiritual interior:<br />

Nós não só devemos cortar fora a cilada de nossa mente e dos<br />

sentidos, como também fugir da cilada do pensador, a cilada do teólogo<br />

e do construtor de igrejas, as malhas do Mundo e a escravidão da Idéia.<br />

Todos eles estão dentro de nós, esperando para emparedar o espírito em<br />

formas; mas devemos sempre ir além, sempre renunciar o menor pelo<br />

maior, o finito pelo Infinito; devemos estar preparados para prosseguir,<br />

de iluminacão em iluminação, de experiência em experiência, de estado<br />

de alma em estado de alma (...). Não devemos nem mesmo nos ligar às<br />

verdades que sustentamos com firmeza, pois elas não são senão formas e<br />

expressões do Inefável, que se recusa a se limitar a qualquer forma ou<br />

expressão. 91<br />

Mas se o cosmos é na realidade inefável, uma mistura de vibrações<br />

multicoloridas, o que são todas as formas que percebemos? O que é a<br />

realidade física? É, dizia Sri Aurobindo, apenas "uma massa de luz<br />

estável". 92<br />

Sobrevivência no Infinito<br />

A imagem da realidade relatada pelos que experimentaram a NDE<br />

é notavelmente autoconsistente e é corroborada pelo testemunho de<br />

muitos dos mais talentosos místicos do mundo também, ainda mais<br />

espantoso é que excitantes e estranhos como são estes níveis mais sutis<br />

da realidade para aqueles de nós que residem nas culturas mais<br />

"avançadas" do mundo, eles são territórios familiares e mundanos para<br />

os assim chamados povos primitivos.<br />

Por exemplo, o dr. E. Nandisvar Nayake Thero, um antropólogo<br />

que viveu e estudou uma comunidade de aborígenes na Austrália, chama<br />

atenção para o fato de que o conceito aborígene de "tempo do sonho",<br />

um reino que os xamãs australianos visitam ao entrar num transe<br />

profundo, é quase idêntico aos planos de vida após a morte da existência<br />

descritos nas fontes ocidentais. É o reino onde os espíritos humanos vão<br />

depois da morte e uma vez lá um xamã pode conversar com o morto e<br />

ter acesso instantâneo a todo conhecimento. É também uma dimensão na<br />

qual o tempo, espaço e outros limites da vida terrena deixam de existir e<br />

a pessoa deve aprender a lidar com o infinito. Por causa disto, os xamãs

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