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que ressalta mais uma vez a natureza ilusória semelhante ao holograma<br />
da realidade da vida após a morte. 70 Mesmo à linguagem simbólica da<br />
psique é dada uma forma "objetiva". Por exemplo, um dos sujeitos de<br />
Whitton disse que quando ele foi apresentado a uma mulher que seria<br />
uma figura importante em sua próxima vida, em vez de aparecer como<br />
um humano ela parecia com uma forma que era metade rosa e metade<br />
cobra. Depois de ser levado a imaginar o significado do simbolismo, ele<br />
compreendeu que ele e a mulher tinham amado um ao outro em duas<br />
outras existências. Porém, ela também tinha sido por duas vezes<br />
responsável pela morte dele. Assim, em vez de se manifestar como um<br />
humano, os elementos sinistros e amorosos da personalidade dela a<br />
fizeram aparecer numa forma semelhante ao holograma, que<br />
simbolizava melhor estas duas qualidades drasticamente opostas. 71<br />
O sujeito de Whitton não está sozinho em sua experiência. Hazrat<br />
Inayat Khan disse que quando'entrava num estado místico e viajava para<br />
as "realidades divinas", os seres que ele encontrava também apareciam<br />
muitas vezes em formas metade humana, metade animal. Como o sujeito<br />
de Whitton, Khan percebeu que estas transfigurações eram simbólicas e<br />
quando um ser aparecia como parte animal era porque o animal<br />
simbolizava alguma qualidade que o ser possuía. Por exemplo, um ser<br />
que tinha uma grande força podia aparecer com a cabeça de um leão, ou<br />
um ser que era em geral esperto e astucioso podia ter alguns dos<br />
aspectos de um raposa. Khan teoriza que esta é a razão das antigas<br />
culturas, tal como a egípcia, representarem os deuses que regem o<br />
domínio da vida após a morte como tendo cabeças de animal. 72<br />
A tendência que a realidade próxima da morte tem para moldar a si<br />
mesma em formas semelhantes a hologramas que espelham pensamentos,<br />
desejos e símbolos que povoam nossa mente, explica por que<br />
os ocidentais tendem a perceber os seres de luz como figuras religiosas<br />
cristãs, e por que os indianos as percebem como santos e divindades<br />
hindus, e assim por diante. A plasticidade do domínio NDE sugere que<br />
tais aparências externas podem nãos ser mais nem menos reais do que a<br />
comida desejada e inventada pela menininha mencionada acima, a<br />
mulher que apareceu como uma mistura de cobra c , rosa e a roupa<br />
espectral invocada e existir pelo experimcntador de NDE que ficou<br />
envergonhado com sua nudez. Esta mesma plasticidade explica as outras<br />
diferenças culturais que alguém encontra nas experiências no limiar da<br />
morte, tais como a razão de alguns que experimentam NDE alcançarem<br />
o pós-morte ao viajar através de um túnel, alguns ao atravessar uma<br />
ponte, alguns ao ir sobre um leito de água e alguns simplesmente<br />
andando por uma estrada. Outra vez parece que na realidade criada<br />
apenas a partir de estruturas de pensamento em interação, mesmo a<br />
própria paisagem é esculpida pelas idéias e expectativas de quem<br />
experimenta.<br />
Nesta conjuntura um ponto importante precisa ser visto. Tão surpreendente<br />
e estranho quanto parece ser o domínio no limiar da morte, a<br />
evidência apresentada neste livro revela que nosso próprio nível de<br />
existência pode não ser assirn tão diferente. Como vimos, nós também<br />
temos acesso a todas as informações, apenas é um pouco mais difícil<br />
para nós. Nós também podemos muitas vezes ter flashs pessoais futuros<br />
e ficar cara a cara com a natureza fantasmática do tempo e do espaço. E<br />
nós também podemos esculpir e reformar nosso corpo e algumas vezes<br />
até nossa realidade, de acordo com nossas crenças, só que requer de nós<br />
mais tempo e esforço. Na verdade, as capacidades de Sai Baba sugerem<br />
que podemos até materializar comida simplesmente ao desejá-la e a<br />
inédia de Theresa Newmann oferece evidência de que comer pode na<br />
realidade ser desnecessário para nós, assim como é para os indivíduos<br />
no domínio próximo da morte.<br />
De fato, parece que esta realidade e a próxima são diferentes em<br />
grau, mas não em tipo. Ambas são constructos semelhantes ao<br />
holograma, realidades que são estabelecidas, como Jahn e Dunne colocam,<br />
apenas pela interação da consciência com seu ambiente. Colocado<br />
de um outro modo, nossa realidade parece ser uma versão mais<br />
congelada da dimensão da vida após a morte. Leva mais tempo para<br />
nossas crenças esculpirem nosso corpo em coisas como estigmas parecidos<br />
com pregos e para a linguagem simbólica de nossa psique se<br />
manifestar externamente como sincronicidades. Mas elas se manifestam,<br />
num rio inexorável e lento, um rio cuja presença persistente nos ensina<br />
que vivemos num universo que estamos apenas começando a entender.<br />
Informação Sobre o Domínio do Limiar da Morte Proveniente<br />
de Outras Fontes<br />
Alguém não tem que estar numa crise ameaçadora da vida para<br />
visitar a dimensão da vida após a morte. Existem evidências que o<br />
domínio ND também pode ser alcançado durante OBE. Em seus escritos,<br />
Monroe descreve diversas visitas a níveis de realidade nos quais