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ealmente retrocederam no passado, encontrando pessoas e passeando nos<br />
jardins das Tulherias, como se fosse mais de uma centena de anos antes. A<br />
experiência de Moberly e Jourdain é difícil de aceitar como real, mas desde que<br />
não forneceu a elas nenhum benefício óbvio e mais certamente pôs a reputação<br />
acadêmica delas em risco, dificilmente alguém seria pressionado a imaginar o<br />
que as motivaria a criar uma história dessas.<br />
E não é a única ocorrência destas nas Tulherias a ser relatada à Sociedade<br />
Britânica para Pesquisa Sensitiva. Em maio de 1955, um funcionário estadual<br />
de Londres e sua mulher também encontraram diversas figuras do século 18 no<br />
jardim. E, numa outra ocasião, os guardas da embaixada, que fiscalizam<br />
Versalhes, afirmaramm ter visto o jardim retroceder de volta a um período<br />
anterior da história também. 92 Nos Estados Unidos, o parapsicólogo<br />
Gardner Murphy, presidente anterior tanto da Associação Psicológica<br />
Americana como da Sociedade Americana para Pesquisa Sensitiva,<br />
investigou um caso parecido no qual uma mulher identificada apenas pelo<br />
nome de Buterbaugh olhou para fora da janela de seu escritório na<br />
Universidade Wesleyan, de Nebrasca, e viu o campus como era cinqüenta<br />
anos atrás. As ruas agitadas e a sonoridade das casas tinham desaparecido e<br />
em . seu lugar, um campo aberto e um pouquinho de árvores, com as folhas<br />
agitadas pela brisa de um verão passado há muito tempo. 93<br />
Será que a fronteira entre o presente e o passado é tão frágil que<br />
podemos, sob as circunstâncias certas, passear de volta no passado com a<br />
mesma facilidade com que passeamos por um jardim? No momento<br />
simplesmente não sabemos, mas num mundo que consiste menos de objetos<br />
sólidos viajando no tempo e no espaço e mais de hologramas fantasmáticos<br />
de energia, suportado por processos que estão, pelo menos parcialmente,<br />
ligados à consciência humana, tais eventos podem não ser tão impossíveis<br />
como parecem.<br />
Como se isso parecesse perturbador — essa idéia de que nossa mente<br />
e mesmo nosso corpo estão muito menos limitados pelos estreitamentos do<br />
tempo do que anteriormente imaginamos — deveríamos nos lembrar de que<br />
a idéia da Terra ser redonda uma vez demonstrou ser igualmente<br />
assustadora para uma humanidade convencida de que era plana. A<br />
evidência apresentada neste capítulo sugere que ainda somos crianças<br />
quando se trata de entender a verdadeira natureza do tempo. E, como todas<br />
as crianças equilibradas na idade da razão, deveríamos pôr de lado nossos<br />
medos e chegar a um acordo com o modo que o mundo realmente é. Pois<br />
num universo holográfico, um universo no qual todas as coisas são apenas<br />
brilhos fantasmáticos de energia, mais do que apenas nosso entendimento<br />
do tempo deve mudar. Ainda existem outras luzes trêmulas a cruzar nossa<br />
paisagem, profundezas ainda mais imensas a sondar.<br />
VIAJANDO NO SUPER-<br />
HOLOGRAMA<br />
O acesso à realidade holográfica torna-se experimentalmente acessível quando a<br />
consciência de alguém está livre de sua dependência do corpo físico. Enquanto alguém<br />
permanece ligado ao corpo físico e suas modalidades sensoriais, a realidade holográfica<br />
no máximo pode ser apenas um constructo intelectual. Quando alguém [está livre do<br />
corpo físico] pode experimentá-lo diretamente. É por isso que os místicos falam sobre<br />
suas visões com tanta certeza e convicção, enquanto aqueles que não experimentaram<br />
este domínio por si próprios se sentem céticos e mesmo indiferentes.<br />
— Kenneth Ring, Ph.D. Vida ao Morrer<br />
O tempo não é a única coisa ilusória num universo holográfico. O<br />
espaço, também, deve ser visto como um produto do nosso modo de<br />
percepção. Isto é até mais difícil de compreender do que a idéia de que o<br />
tempo é um constructo, pois quando se chega a tentar conceituar a<br />
"infinitude" não existem analogias fáceis, nem imagens de universos<br />
amebóides ou futuros cristalizados, a que ceder. Estamos tão condicionados<br />
a pensar em termos do espaço como absoluto, que é difícil para nós até<br />
começar a imaginar o que seria existir num domínio no qual o espaço não<br />
existisse. Entretanto, existem evidências de que na realidade não somos<br />
mais limitados pelo espaço do que somos pelo tempo.<br />
Uma indicação poderosa de que isto é assim pode se encontrado<br />
em fenômenos fora do corpo, experiências nas quais a consciência de<br />
um indivíduo parece se destacar do corpo físico e viajar para algum<br />
outro lugar. Experiências fora do corpo, ou OBE (out-of-body experiences),<br />
foram relatadas durante toda a história, por indivíduos de todos<br />
os níveis da vida. Aldous Huxley, Goethe, D. H: Lawrence, August<br />
Strindberg e Jack London, todos relataram ter OBE. Elas eram<br />
conhecidas pelos egípcios, pelos índios da América do Norte, pelos<br />
chineses, pelos filósofos gregos, pelos alquimistas medievais, pelos povos<br />
oceânicos, pelos hindus, pelos hebreus e pelos muçulmanos. Num<br />
estudo transcultural de 44 sociedades não ocidentais, Dean Shiels encontrou<br />
que apenas três não acreditavam nas OBE.' Num estudo parecido<br />
a antropóloga Erika Bourguignon viu 488 sociedades do mundo<br />
— ou grosseiramente 57 por cento de todas as sociedades conhecidas —