Revista Catedral 184 - Get a Free Blog
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CATEDRAL - Julho/Agosto<br />
38<br />
SEUS DIREITOS<br />
Com o avanço da tecnologia<br />
e a maior acessibilidade<br />
de todos aos meios<br />
de locomoção próprios, a<br />
sociedade se depara com mais um<br />
desafio, ou seja, a necessária formação<br />
educacional de motoristas e pedestres.<br />
Objetivamente, nossas cidades<br />
se desenvolvem, de forma assustadoramente<br />
rápida, e o trânsito<br />
de veículos se torna cada vez mais<br />
insuportável. Para os pedestres nem<br />
se fale, atravessar uma simples rua<br />
se torna um grande desafio.<br />
Constroem-se sistemas viários<br />
cada vez mais complexos e<br />
não há estrutura adequada para o<br />
aumento do número de pedestres,<br />
o que torna a população suscetível<br />
de riscos pessoais decorrentes da<br />
ignorância de alguns cidadãos malfeitores.<br />
Mais uma vez a sociedade<br />
deve se adaptar aos novos tempos.<br />
Tanto pedestres como motoristas<br />
devem receber maior e melhor treinamento<br />
para o resgate da ordem<br />
pública e social.<br />
O que se vê é o caos. Pedestres<br />
atravessando fora da faixa,<br />
ciclistas arriscando-se entre os carros,<br />
motocicletas em excesso de<br />
velocidade e automóveis deixando<br />
de respeitar os semáforos. É uma<br />
tragédia anunciada. A imprudência<br />
e o desrespeito de um, causa danos<br />
irreparáveis aos demais. A ignorância<br />
está se sobrepondo à razão.<br />
A EDUCAÇÃO PARA O TRÂNSITO<br />
Um país se muda com a<br />
Educação. A verdadeira paz somente<br />
será alcançada com a profunda<br />
mudança dos sistemas de<br />
formação educacional de pedestres<br />
e motoristas. Particularmente,<br />
acreditamos que as escolas devam<br />
incluir no currículo básico a disciplina<br />
de educação para o trânsito,<br />
ao mesmo tempo em que os motoristas<br />
também sejam submetidos<br />
a testes mais rigorosos.<br />
Quem sabe, começando<br />
agora, tenhamos uma evolução<br />
da educação para o trânsito para<br />
os próximos 50 anos. Do contrário,<br />
seremos reféns da barbárie e do<br />
descomprometimento de alguns<br />
criminosos do volante para com a<br />
vida de terceiros inocentes.<br />
Leis mais severas são<br />
aguardadas. Mas será que não seria<br />
o certo investirmos em educação<br />
para o trânsito de forma imediata e<br />
mais rigorosa? Educar hoje é evitar<br />
a punição de amanhã. Investir na<br />
capacitação de nossos motoristas<br />
é necessário para que as mortes<br />
diminuam.<br />
O investimento preventivo<br />
em educação para o trânsito certamente<br />
será mais econômico do<br />
que os milhões gastos em tratamento,<br />
indenização e recuperação<br />
de milhares de pessoas vitimadas<br />
por acidentes que poderiam ser<br />
evitados.<br />
Nossos legisladores devem<br />
produzir melhores leis e investir<br />
na capacitação de nossos<br />
motoristas para que seja atingida<br />
a tão sonhada paz.<br />
Dr. Pascoal Muzeli Neto<br />
Advogado em Cascavel - PR<br />
Caríssimos amigos leitores<br />
Em pleno<br />
mês de<br />
junho de<br />
2012, aconteceram<br />
as Convenções<br />
partidárias.<br />
Somando todos os<br />
Delegados dos Partidos<br />
Políticos de<br />
Cascavel, talvez não<br />
dê 400! Quero dizer,<br />
que esses notáveis<br />
representantes do<br />
Povo de Cascavel, escolherão<br />
o novo Prefeito,<br />
Vice-Prefeito e<br />
os Vereadores, pois<br />
os 200 mil eleitores,<br />
apenas terão que<br />
escolher entre estes<br />
privilegiados, o Prefeito e os Vereadores.<br />
Essa é a nossa Democracia!<br />
Por isso, não assumem os eleitores<br />
pelos governantes que estão à frente,<br />
mas sim, aos Delegados dos Partidos.<br />
A Cartilha da Conferência<br />
Nacional dos Bispos do Brasil do<br />
Paraná lançou uma cartilha muita<br />
esclarecedora. Seria bom que todos<br />
pudessem lê-la antes de escolher<br />
os seus candidatos.<br />
“O Brasil evoluiu bastante,<br />
nos últimos anos, na vida democrática!<br />
Os meios de comunicação mudaram<br />
completamente o panorama<br />
da propaganda política. O voto<br />
eletrônico é seguro e rápido, um<br />
exemplo para outros países. Mas é<br />
VOZ DO PASTOR<br />
ELEIÇÕES MUNICIPAIS DE 2012<br />
incrível que tudo isso não foi suficiente<br />
para estancar os constantes<br />
escândalos da vida política, envolvendo<br />
dinheiro público, cumplicidade<br />
entre políticos e criminosos,<br />
um mundo de fraudes, operações<br />
suspeitas, com muitos envolvidos<br />
e poucos punidos. É por isso que<br />
devemos saudar como grande<br />
avanço, duas leis que foram aprovadas<br />
com assinaturas de milhões<br />
de brasileiros e que tiveram o<br />
apoio da nossa Igreja e de outras<br />
entidades de renome. Trata-se da<br />
Lei 9840/1999, que pune a compra<br />
de votos, e a Lei Complementar<br />
35/2010, conhecida como Lei<br />
da ‘Ficha Limpa’, que torna inelegíveis<br />
os que foram condenados<br />
por crimes graves, até que escla-<br />
reçam sua situação<br />
junto à justiça.<br />
E ainda, mais<br />
recentemente, a<br />
Lei 12.527/2011,<br />
chamada a Lei de<br />
Acesso à informação<br />
Pública.”<br />
Na Cartilha<br />
encontramos os<br />
10 mandamentos<br />
do Eleitor com<br />
suas devidas explicações,<br />
vou<br />
citar somente os<br />
mandamentos:<br />
1 – Não deixar de<br />
votar;<br />
2- Não vote contrariando<br />
a sua opinião;<br />
3 – Não venda seu voto nem o troque<br />
por favores;<br />
4 – Não vote para contentar amigos<br />
ou parentes;<br />
5 – Não vote sem conhecer o programa<br />
do candidato;<br />
6 – Não vote sem conhecer o passado<br />
do candidato;<br />
7 – Não vote sem conhecer o caráter<br />
do candidato;<br />
8 – Não deixe nenhuma pesquisa<br />
mudar o seu voto;<br />
9 – Não anule seu voto;<br />
10 – Não vote em “branco”.<br />
Dom Mauro Aparecido dos Santos<br />
Arcebispo de Cascavel<br />
CATEDRAL - Julho/Agosto<br />
03
CATEDRAL - Julho/Agosto<br />
04<br />
EDITORIAL<br />
<strong>Revista</strong> Arquidiocesana<br />
Julho/Agosto 2012 n o - <strong>184</strong><br />
<strong>Revista</strong> Bimestral - Ano XXII<br />
Cascavel - PR<br />
Endereço<br />
Rua Vicente Machado n o 1415<br />
Fone: (45) 3224-6239 - Cascavel - PR<br />
E-mail: mariarosa@dopps.com.br<br />
jornalismo@dopps.com.br<br />
Site: www.arquicascavel.org.br<br />
Diretor-Presidente<br />
Dom Mauro Aparecido dos Santos<br />
Diretor Geral<br />
Pe. Clederson André Dalla Chiesa<br />
Conselho Editorial<br />
Pe. Reginei Módolo<br />
Tania Mara Spinardi<br />
Nilceu Deitos<br />
Domingos Pascoal<br />
Jornalista Responsável<br />
Maria Rosa Hipólito Pereira de Souza<br />
Registro sob n o 4530<br />
Arte/Diagramação<br />
Michele Cezar<br />
Tays Villaca<br />
Foto da Capa<br />
Renato Pereira<br />
Correção<br />
Celina Albertassi<br />
Renato Pereira<br />
Departamento Comercial<br />
Dopps Comunicação<br />
mariarosa@dopps.com.br<br />
45 3224-6239<br />
Impressão<br />
Gráfica Tuicial - Cascavel - PR<br />
Tiragem<br />
6.000 Exemplares<br />
Circulação<br />
Nos 17 municípios e 30 paróquias da<br />
Arquidiocese de Cascavel<br />
Os artigos desta revista podem ser<br />
reproduzidos desde que seja<br />
citada a fonte.<br />
O<br />
tema principal nesta<br />
edição da <strong>Revista</strong><br />
<strong>Catedral</strong>, é o Caos do<br />
Trânsito Urbano. Abordamos<br />
sobre o Código de Trânsito<br />
Brasileiro; o trânsito em cidades<br />
menores; o trânsito de Cascavel e<br />
as vias binárias; fiscalização; pedestres;<br />
motociclistas e educação no<br />
trânsito.<br />
De acordo com Organização<br />
Mundial da Saúde – OMS, O<br />
Brasil é o quinto país do mundo em<br />
mortes por acidentes de trânsito.<br />
Uma das causas, é o crescimento<br />
das cidades e com elas o número<br />
de veículos que circulam em suas<br />
vias, causando muitos transtornos<br />
para a população, desde o estresse,<br />
até os acidentes que causam<br />
traumas e em alguns casos, até a<br />
morte.<br />
Em Cascavel a solução para<br />
o trânsito urbano, está sendo a<br />
colocação de radares e lombadas<br />
eletrônicas na cidade, além das<br />
vias binárias para facilitar o tráfego.<br />
Já nas cidades menores, a grande<br />
preocupação é com a educação no<br />
trânsito e os fins de semana, pois é<br />
quando acontecem os acidentes<br />
por motivos de embreaguez.<br />
Diante dessa leitura poderá<br />
perceber, que para melhorar o<br />
trânsito urbano, precisamos ter<br />
educação e respeitar as leis de<br />
trãnsito, assim evitando acidentes<br />
e melhorando o tráfego.<br />
No mês de agosto comemoramos<br />
o dia dos pais, com<br />
isso aproveitamos para prestar<br />
uma homenagem, realizando entrevista<br />
dois pais, o fisioterapeuta<br />
André Luiz Frare que fala sobre a<br />
sua experiência em ser pai solteiro.<br />
Já o empresário Vilson Basso que<br />
ilustra a capa com seus dois filhos<br />
Luiz Felipe e Enzo, nos contou sua<br />
história, onde seus filhos são portadores<br />
de necessidades especiais.<br />
Agosto também é o mês<br />
vocacional, tema que foi abordado<br />
em vários artigos, que buscam<br />
incentivar as vocações em nossa<br />
arquidiocese.<br />
A novidade para esta edição<br />
é a coluna sobre Ética, que terá<br />
o padre Divo de Conto escrevendo<br />
sobre o tema para nossa revista.<br />
Continuamos com as ótimas<br />
colunas de nossos articulistas,<br />
sempre trazendo informação e formação<br />
para a comunidade católica<br />
de Cascavel e região.<br />
Nos mande suas sugestões<br />
e opiniões sobre esta e as outras<br />
edições pelo email: jornalismo@<br />
dopps.com.br<br />
Boa leitura!<br />
Quando a temperatura<br />
baixa diversas doenças<br />
passam a atormentar o<br />
organismo. O sistema<br />
respiratório é o principal alvo de vírus<br />
e bactérias, que aproveitam os locais<br />
fechados e cheios de gente para se<br />
espalhar. As principais doenças ocasionadas<br />
nesta época são: gripe, resfriados,<br />
rinite, sinusite, otite, bronquite,<br />
pneumonia, meningite e asma.<br />
Gripe<br />
É uma infecção causada pelos<br />
vírus influenza, que são mutantes.<br />
Doença altamente contagiosa, pode<br />
causar entupimento das vias aéreas,<br />
inflamação na garganta, dor muscular,<br />
dor de cabeça, febre alta, calafrios,<br />
fraqueza, tosse seca, espirros e coriza.<br />
Resfriados<br />
Muito confundido com a gripe,<br />
é uma infecção bem mais leve do<br />
nariz e da garganta, causada por outros<br />
vírus. Seus sintomas são espirros,<br />
tosse, dor de garganta, dor muscular,<br />
secreção nasal intensa, dor de cabeça<br />
e febre baixa. Não existe tratamento<br />
contra o vírus, os remédios são tomados<br />
apenas para aliviar os sintomas.<br />
Rinite<br />
É a inflamação da mucosa<br />
que reveste o nariz. É muito comum<br />
que seja deflagrada por uma alergia: o<br />
organismo encara moléculas presentes<br />
na poeira e no mofo. Como não<br />
é possível eliminar completamente<br />
aqueles elementos que atiçam as defesas<br />
do corpo, o nariz torna-se uma<br />
região constantemente inflamada.<br />
Sinusite<br />
É a inflamação da mucosa<br />
que reveste os chamados “seios da<br />
face”, cavidades do crânio em torno<br />
do nariz, causada por alergias ou in-<br />
PRINCIPAIS DOENÇAS DO INVERNO<br />
fecções virais e bacterianas. Os principais<br />
sintomas são dor de cabeça,<br />
inchaço nas pálpebras, nariz entupido<br />
e dor nos olhos.<br />
Otite (ou dor de ouvido)<br />
É uma infecção bacteriana<br />
do ouvido médio, que fica entre o<br />
tímpano e o ouvido interno, muito<br />
comum em crianças. Normalmente,<br />
vírus e bactérias que infectaram a<br />
garganta migram até o ouvido e se<br />
multiplicam, graças às secreções da<br />
área.<br />
Bronquite<br />
Trata-se da inflamação dos<br />
brônquios, uma espécie de tubo<br />
que sai da traqueia para conduzir<br />
o ar até os pulmões. O problema<br />
pode ter origem alérgica ou ser deflagrado<br />
por vírus e, mais raramente,<br />
bactérias. Quando o sistema imune<br />
dá bobeira, uma gripe é capaz de<br />
abrir a porteira para a complicação<br />
nos brônquios. Substâncias tóxicas,<br />
encontradas no cigarro ou no ar poluído,<br />
também têm potencial para<br />
desencadear a bronquite.<br />
Pneumonia<br />
É uma infecção aguda dos<br />
pulmões, causada por bactérias,<br />
vírus ou fungos. Os alvéolos pulmonares<br />
ficam cheios de pus, além<br />
de muco e líquidos, o que impede<br />
a respiração correta. Normalmente,<br />
ocorre quando há falha nas defesas<br />
do organismo e pode surgir após<br />
uma gripe ou uma bronquite forte.<br />
Os sintomas são: tosse com catarro,<br />
dor no tórax, calafrios, suor, palidez<br />
e febre alta.<br />
Meningite<br />
É a inflamação das meninges,<br />
finíssimas membranas que<br />
revestem o cérebro e a medula espinhal.<br />
Quando desencadeado por<br />
SAÚDE<br />
bactérias, o problema costuma ser<br />
mais grave do que sua versão viral.<br />
Entre as mais comuns está a hemofilus<br />
influenza do tipo B. A chamada<br />
meningocócica evolui rapidamente<br />
às vezes leva à morte em questão<br />
de horas. Já a pneumocócica, outro<br />
tipo bacteriano comum, pode surgir<br />
depois de uma sinusite ou uma otite.<br />
Asma<br />
É uma doença inflamatória<br />
crônica das vias aéreas. Os brônquios,<br />
tubos que levam o ar da traquéia<br />
em direção aos pulmões, são<br />
os principais alvos. O que a diferencia<br />
da bronquite é o fato de não ter<br />
cura, um paciente com asma sempre<br />
terá asma. As crises podem ser<br />
desencadeadas por ar seco, infecções,<br />
refluxo gastroesofágico, exercício<br />
físico, entre outros fatores.<br />
Como se proteger<br />
Beber bastante líquido;<br />
Não deixar de fazer exercícios físicos;<br />
Comer alimentos ricos em vitamina<br />
C, como limão, laranja, abacaxi e<br />
acerola;<br />
Manter limpas as roupas de cama,<br />
especialmente cobertas e edredons;<br />
Evitar lugares fechados e pouco<br />
arejados;<br />
Secar roupas no sol;<br />
Lavar as mãos com frequência;<br />
A vacinação anual é importante,<br />
não causa gripe e evita complicações<br />
mais sérias;<br />
Para bebês, a amamentação é indispensável,<br />
pois garante a proteção<br />
da criança.<br />
Atenção! Ao perceber algum<br />
dos sintomas, um médico deverá<br />
ser consultado.<br />
*Fonte: Cartilha Federação Brasileira<br />
da Indústria Farmacêutica<br />
CATEDRAL - Julho/Agosto<br />
37
CATEDRAL - Julho/Agosto<br />
36<br />
VIDA NO PLANETA<br />
A<br />
degradação ambiental<br />
se tornou um fenômeno<br />
tão globalizado que vêm<br />
gerando um conflito de<br />
caráter mundial e suas consequências<br />
como o aquecimento global<br />
do planeta, as mudanças climáticas<br />
já sentidas, o buraco na camada de<br />
ozônio, a devastação de florestas, o<br />
extermínio da biodiversidade, a deterioração<br />
da qualidade do ar e água,<br />
a fome e doenças, todo esse desequilíbrio,<br />
possuem algo em comum:<br />
o fato de serem consequências dos<br />
padrões de produção e consumo<br />
que o plano econômico vigente<br />
está submetido (SIQUEIRA ET. AL.<br />
2009 apud NOVAES, 2000).<br />
O desordenado crescimento<br />
da população e seu modelo de vida<br />
consumista aumentaram a quantidade<br />
de recursos retirados da natureza<br />
e, por conseguinte a produção<br />
de resíduos, que em sua maioria<br />
possuem destinos inadequados<br />
(NUNESMAIA, 1997).<br />
De acordo com Carniatto,<br />
(2007) e Soares, et. al. (2007), esse<br />
modelo civilizatório marcado por<br />
mudanças econômicas, tecnológicas<br />
e culturais vigentes até os dias de<br />
hoje, ignora os limites biofísicos da<br />
natureza, bem como degrada o ambiente<br />
o qual todos nós estamos inseridos,<br />
rompendo o ciclo constante<br />
apresentado pela natureza para que<br />
a vida mantenha-se em perfeita harmonia.<br />
A ação do homem tem desequilibrado<br />
esse sistema, colocando<br />
em risco sua qualidade de vida. Segundo<br />
dados do Ministério do Meio<br />
Ambiente, o Brasil produz cerca de<br />
90 milhões de toneladas de lixo por<br />
ano e cada brasileiro gera, aproximadamente,<br />
500 gramas de lixo por dia,<br />
EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA SEPARAÇÃO<br />
DE RESÍDUOS SÓLIDOS<br />
podendo chegar a 1 kg, dependendo<br />
do local em que reside e de<br />
seu poder aquisitivo (IBGE, 2005).<br />
Nesse contexto surge a reciclagem<br />
como importante medida<br />
alternativa para contornar essa<br />
incontrolável geração de resíduos<br />
(SILVA, 2009).<br />
A cidade de Cascavel no<br />
oeste do estado do Paraná não<br />
foge a esse cenário. Seu rápido<br />
crescimento urbano gerou efeitos<br />
positivos e negativos para a qualidade<br />
de vida da população. O lixo<br />
depositado em terrenos baldios e<br />
na mata ciliar é um dos principais<br />
fatores contribuintes para o estado<br />
de poluição que se apresenta<br />
no rio Cascavel, um dos principais<br />
mananciais abastecedores da região<br />
(MOHR, 2004).<br />
Como proposta para resolver<br />
esse problema<br />
ambiental foi<br />
implantado, em<br />
diversos bairros<br />
do município o<br />
sistema de coleta<br />
seletiva, tendo<br />
como uma de<br />
suas consequências<br />
a geração de<br />
subemprego às<br />
famílias carentes<br />
como Agentes<br />
Ecológicos (conhecidos<br />
como<br />
catadores), que<br />
fazem dos resíduos,<br />
sua fonte<br />
de renda. Entretanto,<br />
com a coleta<br />
seletiva implantada<br />
apenas<br />
parcialmente na<br />
cidade, necessita<br />
da sua ampliação atendendo a toda<br />
cidade, com uma coleta seletiva<br />
semanal, e rotas em dias e horários<br />
definidos em cada setor da cidade<br />
de Cascavel.<br />
No entanto, apenas isso<br />
não é suficiente. Cada pai, cada<br />
mãe, cada empresário deve fazer a<br />
sua parte, construir a herança que<br />
vai deixar para seus filhos e netos.<br />
Como definiremos essa herança,<br />
uma cidade limpa, uma Comunidade<br />
Sustentável ou como será??<br />
Profª Drª Irene Carniatto – Pesquisadora<br />
da UNIOESTE/ Cascavel - PR<br />
Prof. M.Sc. Anelize Queiroz Amaral –<br />
Docente da UNIOESTE/ Cascavel - PR<br />
Prof. M.Sc. Adelar Valdameri Professor<br />
da SEMED/ Cascavel<br />
Lala Milene Bertasso - Acadêmica da<br />
UNIOESTE/ Cascavel - PR<br />
O<br />
homem e a mulher que<br />
trazem a arte em si são<br />
como uma “faca de dois<br />
gumes’”. Sejamos sinceros,<br />
nós não somos muito normais.<br />
Vivemos sonhando, saímos fácil do<br />
discurso concreto para o sonho.<br />
Meu corpo está andando e minha<br />
mente está parada “sonhando”.<br />
O artista tem o seu caminho.<br />
Não somos melhores, somos<br />
diferentes. A Igreja precisa descobrir<br />
como tocar o coração do artista,<br />
porque ele tem um jeito diferente<br />
de ser e precisa ser cuidado. O romântico,<br />
por exemplo, tem o risco<br />
de passar a vida sem viver porque<br />
sonha tanto que deixa a vida passar.<br />
Você já viu quando a inveja<br />
toma conta de nós e achamos que<br />
o outro é melhor? É um risco que o<br />
artista tem e o leva a cair. Ele precisa<br />
tomar posse daquilo que é, pois se<br />
não se vive isso, não é vida. Ser pessoa<br />
é dispor-se de si e depois disporse<br />
para o outro. Só pode ser disponível<br />
quem se dispõe de si.<br />
Conversão é tomar posse<br />
daquilo que se é. Por isso, Deus não<br />
pode trabalhar com uma pessoa<br />
mascarada, que não se aceita. Ser<br />
pessoa é antes de tudo ter consciência:<br />
“Eu sei quem sou eu. Tenho<br />
diante de mim minhas dificuldades,<br />
mas eu me aceito!”. Não pode existir<br />
cristão que não se aceita do jeito<br />
que se é. Você é o que você é, e<br />
a sua conversão passará por aquilo<br />
que você é! Eu tomo posse daquilo<br />
que sou.<br />
Jesus quando viu Maria Madalena,<br />
fez com que a aquela mulher<br />
voltasse a ver aquilo que ela era, não<br />
uma prostituta, mas uma filha de<br />
Deus projetada por Ele, e não aquilo<br />
que a sociedade criou. Nós caímos<br />
muito nos artifícios que nos são<br />
TOMAR POSSE DO QUE SOU<br />
apresentados. Nossa vida se ilumina<br />
por novidades e gostamos muito do<br />
estético, e seguimos aquilo que é diferença,<br />
não somos fã da disciplina.<br />
Corremos atrás de coisas e<br />
duas semanas depois vemos que<br />
aquilo realmente não é tão bom<br />
quanto parecia. Por que os artistas<br />
não “duram” muito nos casamentos?<br />
É por causa disso. Querem respostas<br />
rápidas, românticas, buscam o<br />
brilho eterno e acabam desanimando.<br />
Então, o outro começa a decidir<br />
por nós e ficamos perdidos. Muitas<br />
pessoas, ora dão um testemunho de<br />
que acredita em Deus, e passado um<br />
tempo depois, já dizem acreditar em<br />
Buda, depois Maomé, na energia...<br />
Não ficam presos a nada.<br />
Cuidado em seguir somente<br />
as vaidades. Esse negócio de usar<br />
uma blusa com uma imagem cristã<br />
ou uma cruz, mas tudo por vaidade.<br />
Sim, nós artistas somos vaidosos,<br />
mas não podemos ser levados pela<br />
vaidade. Não invente um personagem,<br />
seja aquilo que você é. Seja autêntico,<br />
assim você provoca autenticidade<br />
nas pessoas a seu redor. Eu<br />
só posso ser padre na verdade, não<br />
posso pedir para que as pessoas finjam<br />
para que assim eu goste delas.<br />
Entre o que os outros imaginam<br />
e o que Deus fez eu prefiro ser<br />
o que Deus fez. Deus não vem plantar<br />
a sua floresta, mas Ele te dá uma<br />
semente para que você vá plantá-la.<br />
Procure ser aquilo que Deus te fez.<br />
Se você está correndo atrás de porcaria,<br />
cuidado para não acabar deixando<br />
de ser aquilo que Deus fez.<br />
Não corra atrás de porcaria, isso é a<br />
maior arte. A arte de ser aquilo que<br />
nós somos requer arte.<br />
“Não sou perfeito, mas estou correndo<br />
atrás daquilo que sou”.<br />
Deus acontece plenamente<br />
PALAVRA AMIGA<br />
no coração quando nos permitimos<br />
ser aquilo que nós somos. A<br />
nossa divindade só acontece na<br />
participação. Deus é tudo para<br />
mim! Me retire o Evangelho e eu<br />
não sei mais para onde olhar. Se<br />
me tira da mira de tudo aquilo que<br />
eu considero santo e sagrado, eu<br />
passo a não conhecer mais minha<br />
própria identidade. Isso é humano<br />
e divino.<br />
Apaixone-se por você. Não<br />
seja aquilo que dizem que você<br />
é. Parece estranho, mas não podemos<br />
dar aquilo que não temos.<br />
Se você não descobrir que você é<br />
sagrado, você não vai perceber a<br />
sacralidade que o outro é!<br />
Ou você vive no amor por<br />
você, ou você não sabe o que é o<br />
amor de Deus. Quem não se ama,<br />
não sabe amar ninguém. É uma<br />
pessoa ausente de si mesmo. Os<br />
amores estragados que passaram<br />
minou aquilo que se era. Tem pessoas<br />
que vemos que não tem amor<br />
próprio, e você não tem o direito<br />
de perder esse amor.<br />
Entre o homem e a mulher<br />
que se amam, o diabo não tem vez.<br />
Quem se ama não traz vícios para<br />
si mesmo, porque se ama! Por que<br />
me drogar? Eu me amo não caio<br />
nisso! Não é possível uma pessoa<br />
se amar e se destruir. Tome posse<br />
do que você é para depois dar-se<br />
ao outro. Seja o que você é, mesmo<br />
que pareça feio. “Nós damos<br />
um banho na lama e vai sobrar um<br />
diamante lindo”.<br />
Que o seu teatro desperte<br />
verdade, a verdade daquilo que<br />
nós somos e que nos prenda a<br />
Deus, porque só quem é preso em<br />
Deus é livre no mundo, e é isso que<br />
eu gostaria que você fosse.<br />
Pe. Fábio de Melo<br />
CATEDRAL - Julho/Agosto<br />
05
CATEDRAL - Julho/Agosto<br />
06<br />
EDUCAÇÃO<br />
Agosto, mês vocacional. A<br />
vocação à Vida Consagrada<br />
constitui um grande tesouro<br />
na Igreja. “A primeira<br />
tarefa da Vida Consagrada é tornar<br />
visíveis as maravilhas que Deus realiza<br />
na frágil humanidade das pessoas<br />
chamadas”. Mais do que com as palavras,<br />
elas testemunham com a linguagem<br />
eloquente de uma existência<br />
transfigurada, capaz de suscitar a<br />
admiração do mundo.<br />
Vida Consagrada é uma excepcional<br />
força e serviço nas atividades<br />
da pastoral direta nas dioceses e<br />
paróquias, como também no setor<br />
de escolas, colégios e universidades;<br />
no setor dos hospitais e demais serviços<br />
de saúde; e no setor de obras<br />
assistenciais. Quando a Igreja fala de<br />
Vida Consagrada, está falando de<br />
uma vocação, que tem várias modalidades<br />
de vida dentro da Igreja.<br />
Seguem essa vocação os<br />
Monges(as) e, os Religiosos(as) das<br />
Ordens, Congregações e Institutos<br />
Religiosos. Além desses, existem os<br />
membros dos Institutos Seculares,<br />
bem como os consagrados e as consagradas<br />
das chamadas “Novas Comunidades”,<br />
muitas das quais nasceram<br />
dentro de movimentos eclesiais<br />
relativamente recentes. Há também<br />
a Ordem das Virgens consagradas,<br />
restaurada por Paulo VI a partir do<br />
Concílio Vaticano II, cujos membros<br />
não constituem comunidade de<br />
vida, mas vivem no mundo, tendo<br />
consagrado sua virgindade a Cristo<br />
para o testemunho e o serviço na sua<br />
VIDA CONSAGRADA, DOM DE DEUS NA IGREJA<br />
respectiva diocese.<br />
A Vida Consagrada<br />
torna seus<br />
membros testemunhas<br />
de Cristo no<br />
mundo, sobretudo<br />
pela prática da caridade,<br />
da solidariedade<br />
com os pobres e os<br />
excluídos, e pela missionariedade.<br />
“Há que<br />
afirmar que a missionariedade está<br />
inscrita no coração mesmo de toda<br />
forma de Vida Consagrada”, afirma<br />
o Papa João Paulo II no documento,<br />
VC, n. 25. No discurso do Papa Bento<br />
XVI aos prelados da Conferência Nacional<br />
dos Bispos do Brasil (CNBB),<br />
Regional Sul II - Paraná, em sua visita<br />
ad limina apostolorum, no ano de<br />
2010, disse: “Porção eleita do Povo<br />
de Deus, os consagrados e consagradas<br />
lembram hoje ‘uma planta<br />
com muitos ramos, que assenta as<br />
suas raízes no Evangelho e produz<br />
abundantes frutos em cada estação<br />
da Igreja.’ (VC, n. 5). Sendo a caridade<br />
o primeiro fruto do Espírito (Gl 5,<br />
22) e o maior de todos os carismas<br />
(1 Cor 12, 31), a comunidade religiosa<br />
enriquece a Igreja de que é parte<br />
viva, antes de tudo com o seu amor:<br />
ama a sua Igreja particular, enriquece-a<br />
com seus carismas e abre-a a<br />
uma dimensão mais universal.<br />
Famílias religiosas desde<br />
a vida monástica até às congregações<br />
religiosas e sociedades de<br />
vida apostólica, desde os institutos<br />
seculares até às novas formas de<br />
consagração, tiveram a sua origem<br />
na história. Mas a vida consagrada<br />
como tal teve origem com o próprio<br />
Senhor que escolheu para Si<br />
esta forma de vida virgem, pobre e<br />
obediente. Por isso a vida consagrada<br />
nunca poderá faltar nem morrer<br />
na Igreja: foi desejada pelo próprio<br />
Jesus como parcela irremovível da<br />
sua Igreja.<br />
Daqui o apelo ao compromisso<br />
geral na pastoral vocacional:<br />
se a vida consagrada é um bem de<br />
toda a Igreja, algo que interessa a<br />
todos, também a pastoral que visa<br />
promover as vocações à vida consagrada<br />
deve ser um empenho sentido<br />
por todos: bispos, sacerdotes,<br />
consagrados e leigos. Então, que o<br />
Mês Vocacional seja uma oportunidade<br />
feliz para se fazer conhecer e<br />
amar esta vocação tão preciosa da<br />
Vida Consagrada!<br />
Ir. Lourdes Zanini,<br />
Religiosa Marcelina, Teóloga e<br />
Assessora da Pastoral Universitária<br />
**Foto: Jackson Maiolo Alvarenga -<br />
Religioso Passionista<br />
O SEGUNDO DOS DEZ MANDAMENTOS DA LEI<br />
DE DEUS<br />
Nos dias de hoje muita<br />
gente se esqueceu dos<br />
Mandamentos da lei de<br />
Deus e, infelizmente, algumas<br />
pessoas acham que é algo<br />
obsoleto e ultrapassado. Por isso,<br />
vamos relembrá-los, como fizemos<br />
no artigo passado (O primeiro dos<br />
Dez Mandamentos da lei de Deus),<br />
e dessa vez trataremos do segundo<br />
mandamento: “Não pronunciar o<br />
nome de Deus em vão” (Êxodo 20,7).<br />
O nome do Senhor é santo.<br />
É sagrado. Nem mesmo os judeus<br />
pronunciavam. Estes, ao invés de<br />
Iavé, diziam Adonai, meu Senhor.<br />
E faziam isso por respeito. Por isso,<br />
este mandamento diz que nós não<br />
podemos abusar do nome de Deus.<br />
Devemos guardá-lo na memória,<br />
num silêncio de adoração amorosa.<br />
“Não fará uso dele, a não<br />
ser para bendizê-lo, louvá-lo e glorificá-lo”<br />
(CIC, n. 1243). O segundo<br />
mandamento fala sobre o respeito<br />
e sentimento com relação a tudo o<br />
que é sagrado. E o sagrado deve ser<br />
adorado.<br />
Lembremo-nos que profanar<br />
o sagrado é algo que muitas vezes<br />
acontece. O cristão é chamado<br />
a testemunhar o nome do Senhor,<br />
confessando a sua fé, defendendo<br />
com zelo tudo o que ensina a<br />
Igreja.<br />
São Cipriano de Cartago<br />
tem uma frase maravilhosa:<br />
quem não tem a Igreja por mãe,<br />
não tem Deus como pai. O novo<br />
Catecismo ensina que o segundo<br />
mandamento proíbe o uso indevido<br />
do nome de Deus, de Jesus<br />
Cristo e das coisas sagradas.<br />
E isso, chamamos de blasfêmia:<br />
um pecado grave contra<br />
o segundo mandamento, pois<br />
consiste em proferir contra Deus,<br />
interior ou exteriormente, palavras<br />
de ódio, de ofensa, de desafio.<br />
A proibição da blasfêmia se<br />
estende a tudo o que é divino.<br />
E Jesus expõe isso no segundo<br />
mandamento no sermão da<br />
montanha: “Ouvistes o que foi<br />
dito aos antigos. Não perjurarás,<br />
mas cumprirás os teus juramentos<br />
para com teu senhor. Eu, porém, vos<br />
digo: não jureis em hipótese alguma.<br />
Diga sim, quando é sim. Não,<br />
quando é não. O que passa disso<br />
vem do maligno” (Mt 5,33ss).<br />
Deus chama cada um por<br />
seu nome. Por isso, o nome de cada<br />
pessoa é sagrado. O nome é o ícone<br />
da pessoa. Exige respeito em sinal<br />
da dignidade de quem o leva. O<br />
nome recebido é um nome eterno.<br />
No Reino, o caráter misterioso e único<br />
de cada pessoa marcada com o<br />
nome de Deus resplandecerá em<br />
plena luz. “Ao vencedor darei uma<br />
pedrinha branca na qual está escrito<br />
o nome novo, que ninguém conhece,<br />
exceto aquele que o recebe”<br />
(Ap 2,17). Por isso, o nome de Deus<br />
não foi feito para ser dito, manipulado<br />
ou usado de forma indevida.<br />
Por exemplo: pessoas que<br />
REFLEXÃO<br />
colocam nomes de santos em locais<br />
e depois utilizam disso como<br />
um lugar de exploração. Fere o<br />
segundo mandamento. Usar o<br />
nome de Deus numa mentira. Ou<br />
jurar em nome de Deus. Jesus pediu<br />
que não façamos: “Não jurarás<br />
em hipótese alguma. Sim quando<br />
é sim e não quando é não. O que<br />
passa disso vem do maligno” (Mt 5,<br />
33).<br />
Permaneçamos firmes na<br />
vivência da nossa fé, bendizendo<br />
e santificando o santo nome de<br />
Deus, como nos pede o segundo<br />
mandamento.<br />
Padre Reginaldo Manzotti é coordenador<br />
da Associação Evangelizar é<br />
Preciso e pároco da Igreja Nossa Senhora<br />
de Guadalupe, em Curitiba.<br />
Apresenta diariamente programas de<br />
rádio e TV.<br />
www.padrereginaldomanzotti.org.br<br />
CATEDRAL - Julho/Agosto<br />
35
CATEDRAL - Julho/Agosto<br />
34<br />
JUVENTUDE<br />
Quando o papa Bento<br />
XVI visitou o Brasil<br />
em 2007, disse que<br />
os jovens não são o<br />
futuro da Igreja, mas sim o presente.<br />
A Igreja se importa com<br />
os jovens, confia neles e os ama.<br />
No Brasil, passamos por<br />
um tempo de grande preparação<br />
para a Jornada Mundial da Juventude,<br />
que representa uma ótima<br />
oportunidade para despertar no<br />
jovem a vontade de “Ser” Igreja,<br />
de ir ao encontro de Jesus Cristo<br />
e anunciar a sua boa notícia.<br />
É necessário que o jovem<br />
abrace essa causa e mostre o seu<br />
rosto jovem comprometido com<br />
Jesus Cristo. Mas, essa vontade de<br />
“Ser” Igreja não deve ser expressa<br />
somente nesse momento, em<br />
que será feita uma viagem ao Rio<br />
de Janeiro para encontrar o Papa.<br />
É preciso “Ser” Igreja sempre, “Ser”<br />
Igreja em todo o momento de nossas<br />
vidas, em nossas palavras, nossos<br />
atos, nossa postura de vida, etc.<br />
Em meu trabalho pastoral,<br />
percebo que ainda “paira no ar” a<br />
grande pergunta: por que o jovem<br />
se afasta da Igreja? Muitos são os<br />
fatores que contribuem para isso,<br />
mas creio que o principal é a linguagem<br />
que utilizamos para atingir<br />
a juventude. Percebo que muitos<br />
jovens não participam de uma vida<br />
ativa na Igreja, ou seja, engajados<br />
A IGREJA SÓ SERÁ JOVEM QUANDO O JOVEM<br />
FOR IGREJA (Beato João Paulo II)<br />
em grupos de jovens, movimentos,<br />
pastorais. Mas ao mesmo tempo<br />
esses mesmos jovens sabem o<br />
que acontece na Igreja, respeitam,<br />
e até mesmo quando convidados<br />
participam de um encontro ou outro.<br />
Quando não há uma renovação<br />
na linguagem e nos métodos de<br />
evangelização há o afastamento.<br />
É certo que a mensagem<br />
de Jesus Cristo é atual e sempre<br />
nos motiva a renovação, mas quando<br />
essa mensagem não é transmitida<br />
com certa eloquência, acaba<br />
não produzindo fruto e torna pouco<br />
significativa na vida do Jovem.<br />
O Beato João Paulo II já<br />
dizia que ninguém melhor para<br />
evangelizar os jovens do que outros<br />
jovens. Os jovens precisam sair<br />
da comodidade e ir ao encontro<br />
da evangelização. Evangelização<br />
que pode começar pela internet,<br />
pois as redes sociais são utilizadas<br />
pela maioria dos jovens, e ali encontramos<br />
uma linguagem que é<br />
facilmente absorvida pelo jovem,<br />
mas é preciso uma iniciativa para<br />
isso. Ainda não conseguimos fugir<br />
dos paradigmas tradicionais.<br />
Quando pensamos nos jovens<br />
queremos que eles estejam<br />
reunidos no salão paroquial e que<br />
sua atuação se restrinja na Liturgia,<br />
isso prova somente a grande falta<br />
de confiança que temos neles e<br />
esse é outro fator que faz o jovem<br />
se afastar da Igreja. É triste perceber<br />
que esse sentimento ainda<br />
predomina. Precisamos proporcionar<br />
uma experiência mais profunda<br />
aos nossos jovens, experiência<br />
tal que marque e dê novo sentido<br />
para sua vida e que, de fato, proporcione<br />
no jovem o “Ser” Igreja.<br />
Dgerson Salles Svolinski<br />
Seminarista da arquidiocese de Cascavel<br />
ENTREVISTA<br />
AMOR DE PAI: MAIOR QUE QUALQUER ADVERSIDADE<br />
Agosto é o mês dos pais,<br />
e para homenagear essa<br />
figura que é para nós a<br />
representação da força,<br />
segurança e estabilidade, entrevistamos<br />
dois pais. Cada um com sua<br />
história e peculiaridades, mas ambos<br />
com algo em comum, ser pai<br />
diante de alguma adversidade da<br />
vida. Primeiro você lerá a entrevista<br />
com André Luiz Frare, fisioterapeuta,<br />
pai de Rafaela Frare de 13 anos, que<br />
é pai solteiro. Em seguida saberá um<br />
pouco mais da história de Vilson Basso,<br />
empresário, pai de Luis Felipe e<br />
Enzo (que ilustram a capa desta edição),<br />
dois meninos portadores de<br />
necessidades especiais, que junto<br />
com a mãe, Amanda, tentam proporcionar<br />
às crianças uma qualidade<br />
de vida sempre melhor, mesmo com<br />
as limitações de cada um. Desta forma<br />
homenageamos a todos os pais,<br />
que acabam passando por algumas<br />
dificuldades e superações para criar<br />
seus filhos.<br />
ENTREVISTA COM ANDRÉ LUIZ<br />
FRARE<br />
REVISTA CATEDRAL: Como foi<br />
descobrir que ia ser pai?<br />
ANDRÉ LUIZ: Aconteceu quando<br />
estava no cursinho com 17 anos. Não<br />
pensava em ser pai, só queria poder<br />
passar no vestibular, pois não tinha<br />
renda nenhuma, só ambições, e foi<br />
nesse período em que conheci quase<br />
sem querer a mãe da minha filha<br />
Rafaela. Como todo jovem eufórico,<br />
passei por momentos de descontração<br />
e muitas vezes não tomava os<br />
devidos cuidados. Foi aí então que<br />
3 meses após de ter conhecido a<br />
mãe da Rafaela, ela aparece com um<br />
exame de gravidez com resultado<br />
positivo. E nessa hora, o que fazer?<br />
Pra quem contar? Eu iria ser pai? E as<br />
minhas ambições, meus sonhos? No<br />
momento a família não gostou muito<br />
da ideia, levei inúmeras broncas. A<br />
família dela queria que casássemos,<br />
mas eu não queria e também não<br />
aceitava a<br />
ideia de um<br />
aborto. Foi<br />
aí que tomei<br />
a decisão<br />
junto com a<br />
minha família,<br />
de que<br />
iríamos cuidar<br />
e criar a<br />
Rafaela, e eu<br />
continuaria<br />
os meus estudos.<br />
Foi então que passei no vestibular,<br />
não no que almejava, mas em<br />
algo que me tornaria um profissional<br />
um pouco mais rápido, foi nesse<br />
ponto a primeira abdicação dentre<br />
tantas que temos que fazer sendo<br />
pais. Mas isso não me impediu, retornei<br />
pra Cascavel quando a Rafaela<br />
já estava com 4 anos, que foi quando<br />
a mãe dela foi embora para o Rio<br />
Grande do Sul. Após me formar, voltei<br />
pra cuidar da minha filha, e desde<br />
então muitas das escolhas que faço<br />
primeiro penso nela. Hoje sou muito<br />
grato a Deus pelo melhor presente<br />
de todos, a minha filha, que está<br />
sempre como prioridade nas minhas<br />
escolhas e tudo é baseado no bem<br />
estar dela.<br />
RC: O que é ser pai?<br />
AL: Com certeza não é padecer no<br />
paraíso: muitas brigas, discussões,<br />
conversas, conselhos, estresses, mui-<br />
tas abdicações de alguns prazeres<br />
individuais. Mas, é uma experiência<br />
sensacional, que me tornou<br />
uma pessoa diferente, e sou grato<br />
aos ensinamentos da minha mãe e<br />
principalmente da minha filha, pois<br />
aprendemos mais com os filhos do<br />
que podemos ensinar.<br />
RC: Você cria sua filha sozinho?<br />
AL: Na realidade, graças a Deus não<br />
crio a minha filha sozinho, tenho a<br />
minha mãe como suporte e guia,<br />
pra tudo o que necessito, essa é a<br />
melhor parte de todas, pois sem ela<br />
seria impossível eu conseguir fazer<br />
95% das coisas que faço, sou muito<br />
agradecido a ela, dona Lúcia.<br />
RC: Como é a sua relação com sua<br />
filha, já que uma menina passa por<br />
situações diferentes dos meninos?<br />
AL: Nossa relação é sensacional, incrível.<br />
Às vezes não me sinto como<br />
pai, nem como irmão, mas sim<br />
como um amigo, pois a confiança<br />
que criamos nesses anos todos, nos<br />
dá o direito de falar o que pensa-<br />
mos, de discutir escolhas e opini-<br />
CATEDRAL - Julho/Agosto<br />
ões, sempre prezando o respeito, o<br />
conhecimento e o embasamento<br />
das opiniões. Tenho com ela aquilo 07
08<br />
ENTREVISTA<br />
ponsabilidade e respeito, pois, apesar<br />
de ser uma menina, nos damos<br />
bem, pois sempre estou com ela.<br />
Quando necessita de algo para comprar,<br />
às vezes passo uns apertos, pois<br />
muitas das coisas do mundo feminino<br />
são como o cubo mágico, difíceis<br />
de serem resolvidas, e entendidas,<br />
mas sempre tem alguém para ajudar.<br />
Sou grato por ela, pois ela tem<br />
13 anos e ainda é uma meninona,<br />
brincalhona, divertida, alegre, carente,<br />
engraçada, espero que sempre<br />
continue me respeitando e me admirando,<br />
pois pra ela quero ser um<br />
suporte não uma âncora, pois filhos,<br />
nós preparamos para o mundo, com<br />
uma dose de cuidado, e com várias<br />
doses de amor, carinho e responsabilidades<br />
pessoais, físicas e sociais.<br />
ENTREVISTA COM VILSON VIL-<br />
MAR BASSO<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Catedral</strong>: Qual sua maior<br />
alegria em ser pai?<br />
VILSON BASSO: A pessoa quando<br />
quer ter um filho, ela não tem a<br />
noção do que é ser pai. A partir do<br />
momento que você tem a criança<br />
que depende de você, que olha<br />
com um olhar puro esperando um<br />
carinho, um beijo ou um abraço seu,<br />
acho que não tem preço. A vida do<br />
casal, do homem e da mulher muda<br />
radicalmente depois que você tem<br />
um filho, você aprende realmente o<br />
amor sem interesse.<br />
RC: Quais foram suas maiores dificuldades<br />
em criar seus filhos?<br />
VB: No nosso caso, como temos 2<br />
filhos com necessidades especiais,<br />
o mais difícil foi aceitar a condição<br />
CATEDRAL - Julho/Agosto que chamo de liberdade com res-<br />
de você querer prever o que ele vai<br />
querer no futuro. O que ele pode<br />
conseguir fazer, se ele vai conseguir<br />
andar, caminhar. Até o momento<br />
que caiu a ficha que temos que trabalhar<br />
com o que temos hoje. Você<br />
aprende a comemorar cada vitória<br />
que ele conquista a cada dia, sem<br />
pensar no que teremos para amanhã,<br />
temos que pensar no que nós<br />
temos hoje. Essa foi a maior dificuldade,<br />
o resto foi só alegria.<br />
RC: O que você como pai, gostaria<br />
de dar a seus filhos e não pode?<br />
VB: Eu acho que não tem nada que<br />
eu poderia e não dou. O principal<br />
que o pai e a mãe tem que dar é<br />
amor, estar presente no dia a dia<br />
deles. Questões de bens, financeiros,<br />
acho que os filhos não precisam<br />
tanto disso. Qualquer pai pode<br />
ser feliz, seja com muito dinheiro,<br />
ou pouco dinheiro. O que eu não<br />
posso dar é a condição da melhora<br />
deles. Pois, não sabemos o verda-<br />
deiro problema deles. Eles veem as<br />
outras crianças e adoram jogo de<br />
futebol se esticam na cadeira, querem<br />
jogar bola junto. Isso é uma coisa<br />
que só Deus pode dar. São coisas<br />
que nem a medicina pode dar. Às<br />
vezes muitos médicos dizem: “seu<br />
filho não vai andar, não vai fazer isso,<br />
não vai fazer aquilo”. Como se eles<br />
soubessem o que pode acontecer<br />
no cérebro de uma criança. Como<br />
se eles soubessem mais que Deus.<br />
Muitas vezes recebemos diagnósticos<br />
que não são tão bons, mas a<br />
gente aprendeu a lidar com isso.<br />
Primeiramente temos que confiar<br />
em Deus. E Ele sabe realmente o<br />
que vai ser melhor para cada um de<br />
nós. Já foram feitos vários exames,<br />
nos grandes centros do Brasil, nos<br />
Estados Unidos e não foi detectado<br />
o real problema. Agora surgiu<br />
uma suspeita de distrofia muscular,<br />
o que nos deu uma baqueada<br />
no último mês, pois quando se fala<br />
em distrofia, se pensa logo em algo<br />
degenerativo. E no caso deles eles<br />
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CATEDRAL - Julho/Agosto PASTORAIS<br />
E MOVIMENTOS<br />
O<br />
que é Vocação? A palavra<br />
vocação (etimologicamente)<br />
deriva do<br />
verbo latino VOCARE<br />
que significa “chamar”. É a tradução<br />
do termo “vocatione”, que quer dizer<br />
chamado, apelo, convite. Na raiz<br />
está “vox”, “vocis”,”voz”. Vocação quer<br />
dizer chamado. A vocação (teologicamente)<br />
é o chamado de Deus<br />
dirigido a toda pessoa humana, seja<br />
em particular, seja em grupo, em<br />
vista da realização de uma missão<br />
ou serviço em favor da comunidade.<br />
Vocação é o chamado do Pai<br />
por meio de Jesus Cristo na força<br />
dinamizadora do Espírito Santo.<br />
Vocação é o chamado de<br />
Deus que tem como finalidade a<br />
realização plena da pessoa humana.<br />
É um gesto gracioso de Deus<br />
que visa a plena humanização do<br />
Homem. É dom, é graça, é eleição<br />
cuidadosa, visando a construção<br />
do Reino de Deus. É um chamado<br />
para fazer algo, para cumprir uma<br />
missão. Toda pessoa é vocacionada,<br />
é eleita por Deus. Deus elege por<br />
causa de alguns (comunidade) e<br />
esta eleição se manifesta no nosso<br />
dia a dia. A mensagem do Evangelho<br />
é um convite contínuo a seguir<br />
Jesus Cristo: Vem e segue-me. (Mt<br />
9,9 ; Mc 8,34; Lc 18,22; Jo 8,12).<br />
•Vem - chamado: é um<br />
convite pessoal dirigido por Deus a<br />
uma pessoa.<br />
•Segue-me – Missão: é o<br />
seguimento da prática de Jesus.<br />
É uma iniciativa gratuita,<br />
proposta que parte de Deus (dimensão<br />
teológica). Impulso interior<br />
de cada pessoa onde consciente-<br />
SERVIÇO DE ANIMAÇÃO VOCACIONAL E SUAS<br />
ATIVIDADES<br />
mente responde ao plano de amor<br />
de Deus (dimensão antro- pológica).<br />
O Serviço de Animação Vocacional<br />
tem como objetivo cuidar<br />
do nascimento (DESPERTAR),<br />
do discernimento (DISCERNIR),<br />
do desenvolvimento (CULTIVAR) e<br />
do acompanhamento (ACOMPA-<br />
NHAR) das vocações. Na Pastoral<br />
orgânica, tem como missão especifica<br />
impulsionar, coordenar e<br />
ajudar na promoção e amadurecimento<br />
de todas as vocações; e fomentar<br />
as campanhas de oração, a<br />
fim de que o povo tome consciência<br />
das necessidades existentes.<br />
Cabe também ao SAV a tarefa<br />
de refletir e promover a diversidade<br />
de vocações na unidade da<br />
missão e do serviço evangelizador.<br />
Ele também é responsável pela capacitação<br />
do pessoal destinado ao<br />
trabalho vocacional, fazendo-lhe<br />
perceber o valor do serviço.<br />
O Serviço de Animação<br />
Vocacional da Arquidiocese de<br />
Cascavel tem desenvolvido nesse<br />
primeiro semestre atividades em<br />
conjunto com os Padres, Religiosos<br />
e Religiosas, bem como com<br />
as lideranças leigas de nossa Arquidiocese.<br />
Nas ordenações realizadas<br />
no início do ano, o SAV em<br />
conjunto com as comunidades<br />
realizou uma semana vocacional<br />
e dois tríduos; também durante a<br />
formação diocesana foi trabalhada<br />
a questão das Diretrizes da CNBB<br />
Regional Sul II. No último domingo<br />
de abril, o SAV, vivenciou o 49ª Dia<br />
Mundial de Oração pelas Vocações<br />
em que diversos grupos de jovens<br />
e adolescentes realizaram excelen-<br />
tes apresentações para os participantes<br />
do evento, que teve como<br />
palestrante, o coordenador da Pastoral<br />
da Juventude, José Augusto<br />
Wendler (Guto). O SAV também<br />
esteve presente com palestras<br />
no Retiro para Catequistas na Paróquia<br />
São Cristovão e Retiro dos<br />
Crismandos na Paróquia de Santa<br />
Teresa, em Santa Teresa do Oeste.<br />
O SAV também atuou em<br />
conjunto com o Setor Família e<br />
Juventude, no dia 03 de junho,<br />
no Encontro para Namorados da<br />
Pastoral Familiar, e realizou plantão<br />
vocacional no Pentecostes<br />
Dio- cesano, promovido pela<br />
Renovação Carismática Católica.<br />
No segundo semestre de 2012<br />
haverá uma segunda formação<br />
diocesana para orientação das<br />
Equipes Paroquiais Vocacionais e<br />
vivência do mês Vocacional; e um<br />
encontro para lideranças dos SAVs<br />
Paroquiais.<br />
Para acompanhar as atividades<br />
do Serviço de Animação<br />
Vocacional, visite o blog do SAV:<br />
http://savcascavel.blogspot.<br />
com.br. Para entrar em contato,<br />
escreva para o e-mail:<br />
savdiocascavel@hotmail.com<br />
A equipe diocesana se coloca à<br />
disposição das equipes paroquiais<br />
para visitas tanto a catequizandos<br />
e jovens, como a outras pastorais e<br />
movimentos.<br />
Pe. Josemar José Weizenmann<br />
Assessor Diocesano do Serviço de<br />
Animação Vocacional.<br />
apresentam uma evolução, eles melhoram<br />
a cada dia. Com casos como<br />
esse que começamos a acreditar<br />
menos em diagnóstico e mais em<br />
Deus.<br />
RC: Para você existe alguma diferença<br />
em ser pai de filhos portadores de<br />
necessidades especiais?<br />
VB: A diferença é que o pai ele sonha<br />
que o filho possa ir junto com<br />
ele nas empresas e falar como acontecem<br />
as coisas e mesmo assim eu<br />
levo os meus filhos. Eu não posso<br />
ir de mãos dadas com eles como<br />
gostaria, tem que levar no colo. Estamos<br />
terminando a obra da empresa,<br />
levo eles sempre, a cada 15 dias<br />
lá, converso igual. Acho que pelo<br />
fato de ter a deficiência, de ter que<br />
cuidar, faz com que nós fiquemos<br />
mais próximos, pois eles tem mais<br />
necessidade de ajuda. Essa dependência<br />
se por um lado ele depende<br />
mais de você, precisa mais de você,<br />
por outro lado é uma alegria muito<br />
grande. Você comemora mais cada<br />
etapa da vida. Quando ele começa<br />
a comer sozinho, a escovar o dente<br />
sozinho. São coisas que se o filho é<br />
mais independente você não acompanha,<br />
acaba sendo uma rotina o<br />
crescimento dele. Temos que perceber<br />
mais, trabalhar mais para que<br />
isso aconteça, não naturalmente,<br />
mas com exercício e prática. Com<br />
isso acabamos valorizando outras<br />
coisas, que não a condição financei-<br />
ra, por exemplo. Claro, fazemos de<br />
tudo o que é possível dentro das<br />
condições financeiras, buscamos<br />
tratamentos, terapias que possam<br />
ajudar eles.<br />
RC: Já sofreu algum tipo de preconceito?<br />
VB: Não um preconceito. Mas, percebemos<br />
quando vamos em lugares<br />
públicos que as pessoas olham,<br />
mas é normal isso. Quando vamos<br />
ao shopping com eles na cadeira<br />
de rodas, e as pessoas olham com<br />
surpresa, às vezes até com dó. Mas,<br />
não deviam ter dó, pois eles são<br />
felizes assim. A gente luta todo dia<br />
para isso. Claro que eles tem uma<br />
certa limitação. Que eles querem<br />
fazer algumas coisas e sabem que<br />
não conseguem fazer.<br />
RC: Qual o seu maior desafio ao<br />
cuidar de suas crianças?<br />
VB: O maior desafio é você sonhar<br />
um monte de coisa para eles, de<br />
coisas boas e ver que a evolução<br />
não é aquilo que você esperava.<br />
Imaginava que quando eles tivessem<br />
dois anos eles estariam andando,<br />
hoje o mais velho tem sete<br />
e não caminha. Você tem a alegria<br />
do avanço que eles já tem, mas ao<br />
mesmo tempo tem a incerteza de<br />
que ele vai ou não conseguir dar o<br />
próximo passo. São pequenos desafios<br />
que enfrentamos a cada dia.<br />
ENTREVISTA<br />
RC: Qual mensagem você deixa<br />
para os pais nessa ocasião especial<br />
do dia dos pais?<br />
VB: A função do pai não é somente<br />
de trazer o provento para dentro<br />
de casa, de gerar os filhos. De trabalhar<br />
e trazer o dinheiro em casa<br />
e falar para a mãe se virar na educação<br />
dos filhos. Tem que participar<br />
igual. Claro que o pai tem que<br />
normalmente trabalhar durante<br />
um período maior para sustentar. É<br />
natural que a mãe se apegue mais.<br />
No caso de quem tem filho com<br />
deficiência isso acontece com mais<br />
intensidade, e às vezes o pai acaba<br />
ficando de lado, mas é importante<br />
que aja um momento para cada<br />
um. Um momento da mãe, um momento<br />
do casal estar junto com os<br />
filhos, e o pai também precisa de<br />
um momento apenas ele com a<br />
mãe. É importante viver as alegrias<br />
e dificuldades com muita fé e sempre<br />
acreditar em Deus. Não desanimem,<br />
estejam junto de seus filhos.<br />
Se tiver filhos com deficiência, a<br />
responsabilidade de ser feliz e contagiar<br />
o filho com essa felicidade é<br />
muito maior, a criança precisa muito<br />
mais desse carinho.<br />
Michele Cezar - Jornalista<br />
Renato Pereira - Publicitário<br />
CATEDRAL - Julho/Agosto<br />
09
CATEDRAL - Julho/Agosto<br />
10<br />
ENTREVISTA LITURGIA<br />
O VERDADEIRO PAPEL DA IGREJA NO CAMINHO DA<br />
SANTIFICAÇÃO<br />
“Em verdade eu vos digo: tudo que ligardes na terra, será ligado no céu; e tudo que<br />
desligardes na terra, será desligado no céu” (mt 18,18).<br />
Neste versículo percebemos<br />
o oficio maravilhoso<br />
instituído por Cristo à<br />
sua Igreja aqui na terra:<br />
Cristo e a Igreja têm nas mãos o<br />
poder de, em caso de pecados, vícios,<br />
erros manifestados pelos seus<br />
seguidores, repreender, castigar,<br />
perdoar os responsáveis por meio<br />
da Palavra.<br />
Quando a Igreja cristã faz<br />
corretamente o que manda a Palavra<br />
de Deus, há a aprovação dos<br />
céus para os seus atos. Deus não<br />
dividiu tarefas e ações entre Ele e<br />
a Igreja, isto é, o que Ele pode fazer<br />
e o que a Igreja pode fazer. O que a<br />
Igreja decide aqui na terra será decidido<br />
também nos céus.<br />
Ao subir aos céus, Cristo<br />
deixou o Espírito Santo com a missão<br />
de santificar aquele que caiu<br />
em pecado. Cristo é testemunhado<br />
ao mundo quando demonstramos<br />
que ao nosso lado está o Espírito<br />
Santo, fortalecendo-nos na fé.<br />
O papel da Igreja é agir<br />
com justiça, amor e perdão, com<br />
os membros que cometem deslizes.<br />
Somos humanos e sujeitos<br />
a problemas que enfraquecem<br />
a nossa fé. Todos têm dificuldades<br />
que podem repercutir na<br />
Igreja. Os problemas devem ser<br />
tratados com amor e compreensão<br />
– perdoar, ajudar, orientar,<br />
admoestar para que o homem<br />
aprenda com o sofrimento e<br />
nunca se afaste do seu Deus.<br />
O papel da Igreja é, pois,<br />
continuar a tarefa iniciada por<br />
Cristo e seus discípulos. Sua responsabilidade<br />
é muito grande,<br />
pois, muita gente está de olho<br />
nas atitudes dos líderes religiosos.<br />
Na verdade, somos julgados<br />
e devorados pelo inimigo quando<br />
as nossas atitudes não são cristãs.<br />
Como membros, fazemos parte<br />
do corpo de Cristo e o nosso viver<br />
deve ser coerente com as Sagradas<br />
Escrituras, o ensinamento do<br />
nosso Mestre.<br />
Queremos que Deus<br />
abençoe a sua Igreja para que<br />
possa realizar ações que possam<br />
ser aceitas por Cristo.<br />
Senhor, eu te agradeço<br />
pela oportunidade de pertencer<br />
a uma comunidade cristã.<br />
Amém.<br />
Pe. Luiz Morgano;<br />
Laureado em Teologia Litúrgica e Sacramental<br />
pelo Pontifício Ateneu Santo<br />
Anselmo de Roma. Diretor Espiritual<br />
do Seminário Maior “Nossa Senhora de<br />
Guadalupe” em Cascavel.<br />
O<br />
Papa Bento XVI enviou<br />
no dia 1º de abril, uma<br />
carta ao bispo de Assis,<br />
na Itália, Dom Domenico<br />
Sorrentino, por ocasião do Jubileu<br />
que comemora os 800 anos<br />
da consagração de Santa Clara. O<br />
pontífice escolheu a data por uma<br />
antiga tradição clarissa que identifica<br />
o Domingo de Ramos como o<br />
dia da Consagração da santa. A vida<br />
de Santa Clara foi destacada pelo<br />
Santo Padre como uma mensagem<br />
que atrai “também a nossa geração<br />
e tem um encanto especial para os<br />
jovens”.<br />
Para o Papa, a consagração<br />
de Clara completou “de uma forma<br />
feminina” a graça da conversão de<br />
São Francisco de Assis, ocorrida um<br />
seis anos antes. Assim havia predito<br />
o nascimento e o desenvolvimento<br />
de uma ordem feminina, inclusive<br />
antes da sua própria e cultivou a<br />
vocação da jovem. Nela, segundo o<br />
Santo Padre, se escondia “o germe<br />
de uma nova fraternidade, a Ordem<br />
Clarissa, que, convertida em árvore<br />
robusta, no silêncio fecundo dos<br />
claustros continua espalhando a<br />
boa semente do Evangelho e o serviço<br />
à causa do Reino de Deus”.<br />
A orientação de São Francisco<br />
a levou a conhecer, sendo uma<br />
bonita jovem, “uma beleza superior,<br />
que não se mede pelo espelho da<br />
vaidade, mas que se desenvolve em<br />
Oração:<br />
uma vida de amor genuíno, nas pegadas<br />
de Cristo crucificado”, explicou<br />
Bento XVI. “Deus é a verdadeira<br />
beleza” foi o centro de seu descobrimento,<br />
que mudaria o projeto<br />
de vida da santa. “O coração de Clara<br />
se iluminou com este esplendor,<br />
e isto lhe deu a coragem para cortar<br />
seu cabelo e começar uma vida<br />
de penitência”, anotou o pontífice.<br />
Bento XVI destacou a profunda<br />
significação da data escolhida<br />
pela Santa para sua entrega<br />
a Deus. Sua fuga do mundo e das<br />
comodidades de seu lar tem lugar<br />
no Domingo de Ramos e a obriga<br />
a participar da morte e da ressurreição<br />
de Cristo. “Clara, com sua eleição,<br />
revive o mistério” comentou<br />
o Santo Padre em sua missiva. “No<br />
Domingo de Ramos recebe, por assim<br />
dizer, o programa. Em seguida,<br />
entra no drama da Paixão renunciando<br />
a seu cabelo e, com isto,<br />
renunciando a si mesma para ser a<br />
esposa de Cristo na humildade e na<br />
pobreza”.<br />
Nas palavras do Papa, a<br />
consagração de Santa Clara é “uma<br />
conversão ao amor” de quem já<br />
não se veste com roupas finas, mas<br />
sim com uma alma adornada pelo<br />
louvor a Deus pela profunda união<br />
eucarística. “No contexto de profunda<br />
fé e de grande humanidade,<br />
Clara é uma intérprete segura do<br />
ideal franciscano, pedindo o privilé-<br />
SANTOS<br />
SANTA CLARA DE ASSIS, 800 ANOS DE CONSAGRAÇÃO<br />
gio da pobreza, ou seja, a renúncia<br />
da propriedade dos bens, inclusive<br />
de forma comunitária, que deixou<br />
perplexo mesmo o sumo pontífice,<br />
que finalmente se rendeu ao heroísmo<br />
de sua santidade”, afirmou o<br />
Santo Padre.<br />
“Como não propor Clara,<br />
como Francisco, à atenção dos<br />
jovens de hoje”, exortou o Santo<br />
Padre, assinalando também que<br />
a passagem dos séculos não diminuiu<br />
o atrativo da mensagem. “Ao<br />
contrário, pode ver sua atualidade<br />
ao confrontá-lo com as ilusões e<br />
desilusões que frequentemente<br />
marcam a condição dos jovens<br />
de hoje”. Para o Papa, a juventude<br />
necessita descobrir esta vocação<br />
em um entorno permissivo, onde<br />
as ânsias de felicidade se encaminham<br />
erradamente a “paraísos artificiais,<br />
como as drogas e a sensualidade<br />
desenfreada”.<br />
“A história de Clara, junto<br />
com a de Francisco é um convite<br />
para refletir sobre o significado da<br />
existência e buscar em Deus o segredo<br />
da verdadeira alegria. É uma<br />
evidência concreta de que qualquer<br />
um que faça a vontade do Senhor<br />
e confie nele não só não perde<br />
nada, como encontra o verdadeiro<br />
tesouro que é capaz de dar sentido<br />
a tudo”, concluiu o pontífice.<br />
Fonte: Gaudium Press<br />
Querida Santa Clara, que seguistes de perto São Francisco, na vida de pobreza e no<br />
amor ao próximo e de Deus, olhai carinhosa para o mundo de hoje, tão necessitado<br />
de vossa proteção. Como verdadeiro necessitado, rogo-vos que me alcanceis de<br />
Cristo a saúde espiritual e corporal, para mim e meus familiares. Atendei-me, Santa<br />
Clara, pela força que tendes junto a Deus e pela fé que me faz buscar vossa proteção.<br />
Amém.<br />
CATEDRAL - Julho/Agosto<br />
31
CATEDRAL - Julho/Agosto<br />
30<br />
SANTOS<br />
No dia 3 de julho, a Igreja<br />
lembra do apóstolo<br />
São Tomé (295-373), que<br />
em aramaico é chamado<br />
de “gêmeo”, mas que em grego<br />
é chamado de “Dídimo”. A respeito<br />
de sua vida, não temos informações<br />
precisas. Provavelmente tenha<br />
evangelizado os povos da Índia. Recordo<br />
a seguir alguns comentários<br />
do papa São Gregório Magno sobre<br />
o encontro de Tomé com Jesus<br />
Ressuscitado. A homilia tem como<br />
título: “Meu Senhor e meu Deus!”.<br />
Tomé, chamado Dídimo,<br />
que era um dos doze, não estava<br />
com eles quando Jesus veio (Jo<br />
20,24). Era o único discípulo que estava<br />
ausente. Ao voltar, ouviu o que<br />
acontecera, mas negou-se a acreditar.<br />
Veio de novo o Senhor, e mostrou<br />
seu lado ao discípulo incrédulo<br />
para que o pudesse apalpar; mostrou-lhe<br />
as mãos e, mostrando-lhe<br />
também a cicatriz de suas chagas,<br />
curou a chaga daquela falta de fé.<br />
A incredulidade de Tomé foi<br />
mais proveitosa para a nossa fé do<br />
que a fé dos discípulos que acredi-<br />
taram logo. Pois, enquanto<br />
ele é reconduzido à fé porque<br />
pode apalpar, o nosso<br />
espírito, pondo de lado<br />
toda dúvida, confirma-se<br />
na fé. Deste modo, o discípulo<br />
que duvidou e apalpou<br />
tornou-se testemunha<br />
da verdade da ressurreição.<br />
Oração:<br />
SÃO TOMÉ - APÓSTOLO<br />
Ele apalpou e exclamou:<br />
Meu Senhor e meu Deus! Jesus<br />
lhe disse: Acreditaste, porque me<br />
viste (Jo 20, 28-29). Ora, como diz<br />
o apóstolo Paulo: “a fé é um modo<br />
de já possuir o que ainda se espera,<br />
a convicção acerca das realidades<br />
que não se vêem” (Hb 11,1). Logo,<br />
está claro que a fé é a prova daquelas<br />
realidades que não podem<br />
ser vistas. De fato, as coisas que<br />
podemos ver não são objeto de<br />
fé, e sim de conhecimento direto.<br />
Então, se Tomé viu e apalpou,<br />
por qual razão o Senhor lhe<br />
disse: Acreditaste, por que me<br />
viste? É que ele viu uma coisa e<br />
acreditou noutra. A divindade<br />
não podia ser vista por um mortal.<br />
Ele viu a humanidade de Jesus e<br />
proclamou a fé na sua divindade,<br />
exclamando: Meu Senhor e meu<br />
Deus! Por conseguinte, tendo<br />
visto, acreditou. Vendo um verdadeiro<br />
homem, proclamou que<br />
ele era Deus, a quem não podia<br />
ver. Por conseguinte, tendo visto,<br />
acreditou. Vendo um verdadeiro<br />
homem, proclamou que ele<br />
era Deus, a quem não podia ver.<br />
Alegra-nos imensamente<br />
o que vem a seguir: “Bem-aventurados<br />
os que creram sem ter<br />
visto” (Jo 20,29). Não resta dúvida<br />
de que esta frase se refere especialmente<br />
a nós. Pois não vimos o<br />
Senhor em sua humanidade, mas<br />
o possuímos em nosso espírito. É<br />
a nós que ela se refere, desde que<br />
as obras acompanhem nossa fé.<br />
Com efeito, quem crê verdadeiramente,<br />
realiza por suas<br />
ações a fé que professa. Mas, pelo<br />
contrário, a respeito daqueles que<br />
tem fé apenas de boca, eis o que<br />
diz São Paulo: “Fazem profissão de<br />
conhecer a Deus, mas negam-no<br />
com a sua prática” (Tt 1, 16). É o que<br />
leva também São Tiago a afirmar:<br />
“A fé, sem obras, é morta” (Tg 2, 26).<br />
Pe. Divo de Conto<br />
Vice-Diretor e professor da Famipar e<br />
Vigário Paroquial na <strong>Catedral</strong> Nossa<br />
Senhora Aparecida de Cascavel.<br />
Deus todo-poderoso, concedei-nos celebrar com alegria a<br />
festa do apóstolo São Tomé, para que sejamos sempre sustentados<br />
por sua proteção e tenhamos a vida pela fé no Cristo<br />
que ele reconheceu como Senhor. Por nosso Senhor Jesus<br />
Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!
CATEDRAL - Julho/Agosto<br />
12<br />
BÍBLIA ABERTA<br />
Certo dia, quando<br />
Jesus e os<br />
doze apóstolos<br />
subiam para<br />
Jerusalém, a mãe dos filhos<br />
de Zebedeu, Tiago<br />
e João, aproximou-se e<br />
manifestou sua intenção.<br />
Jesus então lhe respondeu:<br />
“Não sabeis o que<br />
pedis!” (Mt 20,22).<br />
Por que ela recebeu<br />
esta crítica de Jesus?<br />
O que faltou para que<br />
seu pedido fosse sincero?<br />
Vejamos um exemplo:<br />
quando o papa Bento XVI fala de<br />
Maria como exemplo de vida de<br />
oração, destaca a familiaridade<br />
dela com a Palavra de Deus. Maria<br />
fala e pensa com a Palavra de Deus.<br />
No Magnificat, de modo particular,<br />
transparece que ela conhecia a história<br />
de seu povo e que dela se utiliza<br />
como forma de oração, louvando<br />
a Deus e confiando nele. Assim fica<br />
claro que os seus pensamentos estavam<br />
em sintonia com os de Deus<br />
(Verbum Domini, 28).<br />
Deus se dá a conhecer, estabelecendo<br />
diálogo com o homem.<br />
Deus fala e vem ao nosso encontro.<br />
Todo homem, desta forma, aparece<br />
como destinatário da Palavra, mas<br />
também interpelado e chamado<br />
A BÍBLIA ENSINA A FALAR COM DEUS<br />
“A fé cristã é essencialmente dialógica. Sempre é importante escutar a Deus e colocar<br />
em prática o que Ele nos ensina. Mas não podemos nos esquecer também da<br />
qualidade de nossa resposta, isto é, da nossa oração dirigida a Deus. ‘Deus que fala,<br />
ensina-nos como podemos falar com ele’” (Verbum Domini, 24).<br />
a entrar em diálogo com Deus. A<br />
Sagrada Escritura, expressão viva<br />
e eficaz da Palavra de Deus, interpela<br />
e desperta à oração, pois não<br />
somos capazes apenas de escutar<br />
a Palavra divina, mas também de<br />
respondê-la.<br />
Segundo o método da Leitura<br />
Orante da Bíblia, este momento<br />
da conversa com Deus a partir<br />
do texto, é chamado de oração. Na<br />
experiência com a Palavra, Deus<br />
fala e se revela, mas também ensina<br />
como falar e dirigir-se a ele. Por<br />
isso, a pessoa que reza com a Palavra,<br />
reza a Palavra!<br />
Ver Cristo rezando impressionava<br />
muito os discípulos, tanto<br />
que um deles um dia lhe pediu:<br />
“Senhor, ensina-nos a rezar, como<br />
também João ensinou a seus dis-<br />
cípulos” (Lc 11,1-4 e Mt<br />
6,9-15). Naquele momento<br />
Jesus ensinou o<br />
Pai Nosso.<br />
A Bíblia toda contém<br />
inúmeras passagens<br />
em que pessoas<br />
expressam com suas<br />
próprias palavras seus<br />
sentimentos e a sua situação<br />
diante de Deus.<br />
São como diferentes<br />
formas de se dirigir a<br />
Deus. Os Salmos e tantos<br />
cânticos da Bíblia<br />
constituem as palavras humanas<br />
mais apropriadas para hoje nos<br />
expressarmos na oração. São elas<br />
que nos conduzem a uma atitude<br />
coerente, profunda e verdadeira<br />
de adoração, louvor, agradecimento<br />
e perdão.<br />
Portanto, repita, recite,<br />
memorize e ore com as expressões<br />
do próprio texto bíblico. Elas<br />
nos ensinarão a sermos mais autênticos<br />
e a estarmos em sintonia<br />
com a vontade de Deus. Veja,<br />
por exemplo, as palavras de Josué<br />
24,15: “Eu e minha casa serviremos<br />
o Senhor”.<br />
Pe. Luiz Carlos Franzener<br />
Professor na Famipar<br />
Paróquia Nossa Senhora do Carmo<br />
Assis Chateubriand<br />
O<br />
8º Congresso Internacional<br />
de Bioética Clínica,<br />
aconteceu em São<br />
Paulo, de 16 a 19 de<br />
maio, e contou com as presenças<br />
de importantes bioeticistas de países<br />
da América do Norte, América<br />
Latina e Europa. Durante o evento<br />
aconteceram: conferências, pales-<br />
ARQUIDIOCESE<br />
CONGRESSO INTERNACIONAL DE BIOÉTICA<br />
tras, mesas-redondas, painéis, cursos,<br />
trabalhos em temas livres reunidos<br />
em 58 comunicações orais e<br />
40 pôsteres.<br />
Para o presidente do 8º<br />
Congresso, padre Leo Pessini, “essa<br />
produção no campo da bioética<br />
clínica evidencia a pujante força<br />
da complexidade do pensamento<br />
bioético, considerado, sobretudo,<br />
num mundo marcado pelo pluralismo<br />
e pela diversidade”, afirmou.<br />
Da arquidiocese de Cascavel<br />
participaram do evento, padre<br />
Nelio Domingos Zortea, padre<br />
Sandro Luiz Gessi Cortes, padre<br />
Divo de Conto e Horst Robert Waldow.<br />
CELEBRAÇÃO REÚNE PROFISSIONAIS DA COMUNICAÇÃO<br />
Na noite de 20 de maio,<br />
profissionais da comunicação<br />
participaram da<br />
Missa em ação de graças<br />
pelo 46º Dia Mundial das Comunicações<br />
Sociais, na <strong>Catedral</strong> Metropolitana<br />
de Cascavel, presidida pelo<br />
arcebispo Dom Mauro Aparecido<br />
dos Santos e concelebrada pelos<br />
padres Giuseppe Gagliardi, vigário<br />
da Paróquia São Pedro e Clederson<br />
Dalla Chiesa, pároco da paróquia<br />
Imaculado Coração de Maria<br />
e assessor espiritual da Pascom.<br />
Durante a celebração Dom<br />
Mauro, citou a carta do Papa Bento<br />
XVI para a ocasião, que tem como<br />
tema: “Silêncio e Palavra: Caminho<br />
de Evangelização”, que valoriza a<br />
boa comunicação criada a partir<br />
do silêncio e reflexão. Dom<br />
Mauro também lembrou que<br />
os meios de comunicação são<br />
responsáveis pelo que divulgam<br />
e que possuem “um compromisso<br />
com os cidadãos, de<br />
comunicar sempre a verdade”.<br />
Ao final da celebração os profissionais<br />
de comunicação foram<br />
convidados à frente do altar e receberam<br />
uma bênção especial do<br />
arcebispo. Para a coordenadora da<br />
Pascom, Maria Rosa Hipólito P. de<br />
Souza, a celebração com a presen-<br />
ça do arcebispo valoriza e reforça o<br />
compromisso da pastoral. “Mostra<br />
uma preocupação da Igreja com a<br />
comunicação e um compromisso<br />
de trabalhar junto aos meios para<br />
prover mensagens de vida e verdade”,<br />
concluiu ela.<br />
MEMBROS DA PASCOM PARTICIPAM DE ENCONTRO<br />
De 19 a 22 de julho, acontece<br />
na cidade de Aparecida<br />
– SP, o 3º Encontro<br />
Nacional da Pastoral<br />
da Comunicação (Pascom), abordando<br />
o tema “Identidade e Missão”.<br />
Representando a arquidiocese<br />
de Cascavel estão os coordenadores<br />
da Pascom, Maria Rosa e Domingos<br />
de Souza e o seminarista<br />
Dgerson Salles Svolinski. São esperados<br />
aproximadamente 600 comunicadores,<br />
para o encontro que<br />
tem como objetivo reunir pessoas<br />
que fazem a comunicação católica<br />
no Brasil.<br />
Além das várias palestras<br />
que tratarão de temas atuais, no<br />
dia 20 de julho às 20h, haverá um<br />
acontecimento, no qual a TV Aparecida<br />
irá transmitir o programa<br />
“Terra da Padroeira”. E no dia 21,<br />
haverá uma grande Festa Julina.<br />
O encontro se encerra no<br />
dia 22 de julho, domingo, com<br />
apresentação de cinco grupos,<br />
subdivididos pelos Regionais da<br />
CNBB. Os grupos irão expor como<br />
a Pascom está atuando nos Regionais,<br />
e propor alternativas para fortalecer<br />
suas ações.<br />
Horários das Missas na <strong>Catedral</strong><br />
Segunda a Sexta-feira: 06h30 - 12h15 - 18h30 l Quinta-feira da<br />
Saúde às 15h l Sábado: 12h15 - 19h l Domingo: 7h - 10h - 19h<br />
CATEDRAL - Julho/Agosto<br />
29
CATEDRAL - Julho/Agosto<br />
28<br />
ARQUIDIOCESE<br />
CÍRCULO DE ESTUDOS REÚNE MAIS DE 400 PESSOAS<br />
A<br />
Faculdade Missioneira do<br />
Paraná – FAMIPAR, realizou<br />
de 14 a 16 de maio,<br />
no Anfiteatro da Univel,<br />
o XIX Círculo de Estudos e Debates<br />
Teológico Pastorais que nos 3 dias<br />
contou com a participação de 421<br />
pessoas e teve como tema: “Religião,<br />
ecologia e cidadania planetária”.<br />
Entre os palestrantes estiveram<br />
os doutores: Tarcísio Miguel Teixeira,<br />
Nelton Friedrich e Afonso Tadeu<br />
Murad.<br />
A avaliação feita pelos participantes<br />
demonstrou índices satisfatórios,<br />
sempre acima de 60%<br />
de aprovação tanto do conteúdo,<br />
AConferência Nacional<br />
dos Bispos do Brasil<br />
(CNBB), realizou de 18 a<br />
26 de abril sua 50ª Assembleia<br />
Geral dos Bispos do Brasil,<br />
que contou com a presença de<br />
mais de 300 bispos, realizada no<br />
Santuário Nacional de Nossa Senhora<br />
de Aparecida, em Aparecida<br />
– SP. Durante a assembleia foram<br />
celebrados os 60 anos de fundação<br />
da CNBB.<br />
O tema da assembleia “Mi-<br />
nistros e Servidores da Palavra de<br />
Deus na Missão da Igreja” foi amplamente<br />
discutido, contando com<br />
quanto do<br />
ambiente e<br />
conferencistas.<br />
O tema<br />
aprovado<br />
para o próximo<br />
ano será<br />
Juventude.<br />
Para o coordenador<br />
do Círculo,<br />
padre Divo<br />
de Conto, “o<br />
evento foi<br />
um sucesso e correspondeu às expectativas,<br />
contribuindo para uma<br />
maior conscientização ecológica e<br />
CNBB REALIZA 50ª ASSEMBLEIA<br />
um documento aprovado pelos<br />
presentes, que em breve será publicado<br />
por editoras católicas.<br />
Entre os assuntos discutidos<br />
na assembleia estavam: comemoração<br />
ao 50º aniversário do<br />
Concílio Vaticano II; orientações<br />
para as eleições 2012; Código Penal;<br />
a aprovação pelo STF do aborto<br />
de feto anencefálico; defesa<br />
dos territórios e direitos dos povos<br />
indígenas e quilombolas, pescadores<br />
artesanais e demais populações<br />
tradicionais.<br />
A atual presidência apresentou<br />
um relatório anual e eco-<br />
educação da responsabilidade humana<br />
em relação ao cuidado do<br />
planeta”, disse ele.<br />
nômico de suas atividades. Muitas<br />
comunicações foram feitas pelas<br />
comissões episcopais e organismos.<br />
A Missão Continental e a<br />
obra solidária da Igreja do Brasil no<br />
Haiti foram lembradas.<br />
O que marcou a 50ª assembleia<br />
geral foi a aprovação do projeto<br />
de comunhão solidária com<br />
as Igrejas mais carentes no Brasil:<br />
todas as dioceses vão contribuir<br />
com 1% de sua arrecadação para<br />
um fundo comum, a fim de que as<br />
dioceses mais pobres possam formar<br />
seus futuros padres.<br />
*Textos de Renato Pereira<br />
Omês de agosto é conhecido<br />
como o mês vocacional.<br />
Por isso, para<br />
que em nossa Arquidiocese<br />
cresça ainda mais o número<br />
de vocacionados, dedicaremos esta<br />
página a este tema.<br />
Deus usa de vários modos<br />
para chamar alguém e até mesmo<br />
de coisas e fatos simples. Muitos<br />
que hoje são padres tiveram a sua<br />
vocação despertada até mesmo<br />
por uma singela pergunta de um<br />
professor, amigo, parente... que os<br />
questionaram: você já pensou em<br />
ser padre? Ou por uma simples<br />
afirmação: acho que você daria<br />
um bom padre... você poderia ser<br />
padre... você tem vocação para padre...<br />
Mas quem é o padre? “Em<br />
verdade, o padre é escolhido entre<br />
os homens e constituído a favor dos<br />
homens como mediador nas coisas<br />
que dizem respeito a Deus, para<br />
oferecer dons e sacrifícios pelos<br />
pecados. Sabe compadecer-se dos<br />
que estão na ignorância e no erro,<br />
porque também ele está cercado de<br />
fraqueza. Por isso, ele deve oferecer<br />
sacrifícios tanto pelos próprios<br />
pecados quanto pelos pecados do<br />
povo. Ninguém se apropria desta<br />
honra, senão somente aquele que<br />
é chamado por Deus, como Aarão”<br />
(cf. Hb 5,1-3).<br />
VIDA PASTORAL<br />
SER PADRE: UM CHAMADO A SER DESPERTADO NA<br />
SOCIEDADE<br />
O padre é, portanto, alguém<br />
do povo, escolhido por<br />
Deus do meio do povo e para o<br />
bem do mesmo, porém, e justamente<br />
por isso, também cercado<br />
pela fraqueza humana.<br />
Portanto, o vocacionado<br />
não é alguém santo e nem alguém<br />
alheio às realidades terrenas. É alguém<br />
da comunidade, é um fiel, é<br />
um jovem... mas que até por motivos<br />
não muito explicáveis pela<br />
razão humana, sente no coração<br />
o chamado de Deus, para ser um<br />
instrumento de Sua bondade e<br />
misericórdia. Por isso, qualquer um<br />
pode ser chamado e qualquer um<br />
pode ser um promotor vocacional.<br />
O problema é que alguns<br />
ainda pensam que o padre “vem<br />
diretamente do céu”, e não de uma<br />
comunidade, de um jovem como<br />
qualquer outro, tendo por único<br />
diferencial ter sido chamado a esta<br />
vocação.<br />
Ainda acham que ser padre<br />
é algo triste ou ultrapassado,<br />
não conseguindo perceber a atual<br />
necessidade e benefícios oriundos<br />
deste ministério e a alegria de<br />
tantos que o vivem. Que o padre é<br />
alguém que sai da família dos outros<br />
e nunca da sua, pensam que<br />
qualquer um pode ser padre, menos<br />
o próprio filho e então nem ao<br />
menos apresentam a ele essa pos-<br />
sibilidade de escolha. Enfim, muitos<br />
ainda não compreenderam a<br />
beleza e a felicidade que envolve<br />
o ser Padre. Pensam que ser padre<br />
é algo que não vale a pena e não<br />
percebem o privilégio que é poder<br />
consagrar a vida para pregar o<br />
Evangelho e a exemplo de Cristo<br />
poder dedicar todas as suas energias,<br />
qualidades, tempo; e passar<br />
pelo mundo fazendo o bem. E<br />
aqui, há de se recordar que “existe<br />
muito mais alegria em doar do que<br />
em receber”.<br />
Querido(a) irmão(ã) pense<br />
nisso: uma simples pergunta dirigida<br />
a um jovem pode ser exatamente<br />
o que Deus necessita para<br />
fazer amadurecer nele a vocação<br />
ao sacerdócio ou a vida religiosa.<br />
Por isso, pergunte, converse, partilhe;<br />
apresentando uma possibilidade<br />
de realização que o mundo<br />
exclui. E se você, jovem, sente o<br />
chamado, não tenha medo e procure<br />
um padre ou alguém da comunidade<br />
para ajudá-lo(a) em seu<br />
discernimento.<br />
Grande abraço e Deus te abençoe!<br />
Pe. Reginei J. Modolo (Pe. Zico)<br />
CATEDRAL - Julho/Agosto<br />
13
CATEDRAL - Julho/Agosto A<br />
14<br />
VOCAÇÃO<br />
Igreja Católica, presente<br />
no mundo inteiro, é formada<br />
por comunidades<br />
que costumamos chamar<br />
de Dioceses ou Igrejas Particulares.<br />
Cada Diocese é confiada a um Bispo.<br />
O que é Diocese?<br />
É a porção do povo de Deus<br />
que está numa determinada região<br />
e que é guiada e alimentada na fé,<br />
na esperança e na caridade pelo Bispo<br />
e por seus colaboradores, os Padres<br />
e os Diáconos.<br />
Só é Bispo legítimo aquele que tiver<br />
sido escolhido pelo Papa e consagrado<br />
com o Sacramento da Ordem<br />
por um outro Bispo, sucessor dos<br />
Apóstolos. Ninguém pode autodenominar-se<br />
bispo ou nomear outro<br />
se não tiver autoridade para isso.<br />
O que é o Bispo?<br />
O Bispo Diocesano é o Pastor,<br />
mestre e guia, que foi chamado<br />
e escolhido pela Igreja para ser o<br />
sucessor dos Apóstolos. É o Profeta<br />
que testemunha e alimenta seu<br />
povo pela Palavra de Deus. É o Sacerdote<br />
que santifica pelos Sacramentos<br />
e que acompanha, caminha<br />
junto e conhece as suas ovelhas.<br />
Normalmente uma Diocese<br />
é constituída de muitas paróquias<br />
que vivem em comunhão com o<br />
O PAPEL DO PADRE NO GOVERNO DAS IGREJAS<br />
PARTICULARES<br />
seu Bispo. Cada paróquia é confiada<br />
a um pároco, quase sempre um<br />
Padre Diocesano, ou uma Congregação<br />
de Religiosos. Há casos em<br />
que pela falta de padres, o Bispo<br />
decidiu confiar a paróquia a Irmãs<br />
Religiosas. Em casos assim, o padre<br />
vai somente para celebrar a Eucaristia<br />
e o Sacramento da Penitência<br />
ou atividades que só podem ser<br />
exercidas por quem recebeu o Sacramento<br />
da Ordem.<br />
O Padre é o homem de<br />
Deus que, unido ao Presbitério da<br />
Diocese (o conjunto dos presbíteros,<br />
os padres), está na Paróquia, na<br />
Comunidade Eclesial, numa Pastoral<br />
Específica, nos Seminários, nos<br />
Hospitais, nas Escolas e Faculdades,<br />
nos Meios de Comunicação Social,<br />
nas Comunidades Inseridas entre<br />
os mais pobres e marginalizados. É<br />
um sinal visível do Reino de Deus.<br />
O que é o Padre Diocesano?<br />
O Padre Diocesano é o colaborador<br />
mais próximo do Bispo.<br />
Em tudo o que faz, age como se<br />
fosse o próprio Bispo, de quem depende.<br />
Por isso a comunhão com<br />
o Bispo é para ele uma exigência<br />
essencial.<br />
A vocação do Padre tem<br />
sua origem no chamado que Jesus<br />
fez aos Apóstolos:<br />
* “Vem e segue-me...” (cf. Mt 9,9)<br />
* “Vinde e vede...” (cf. Jo 1,39)<br />
* “Eu vos escolhi...” (cf. Jo 15,16)<br />
* “Estarei convosco até...” (cf. Mt<br />
28,20)<br />
* “Eu vos darei...” (cf. Mt 19,29)<br />
* “Fazei isto em minha memória”<br />
(cf. Lc 22,19)<br />
* “Aqueles a quem perdoardes os<br />
pecados...” (cf. Jo 20,23)<br />
* “Já não vos chamo servos, mas<br />
amigos...” (cf.. Jo 15,15)<br />
* “Amas-me mais do que os outros?...”<br />
(cf. Jo 21,15)<br />
Os Bispos são os sucessores<br />
dos Apóstolos. Para realizarem<br />
a missão recebida de Cristo, precisavam<br />
de colaboradores. Ordenaram,<br />
então, os Presbíteros, que nós<br />
costumamos chamar de padres.<br />
Transmitiram-lhes os poderes sacerdotais<br />
recebidos de Jesus.<br />
Portanto, o Padre Diocesano:<br />
• É um íntimo colaborador<br />
do seu Bispo no pastoreio da Diocese.<br />
Vive no dia a dia as alegrias e<br />
as tristezas, os sofrimentos e as esperanças<br />
de toda a sua comunidade<br />
diocesana;<br />
• Vive em comunhão e fraternidade<br />
com o seu presbitério.<br />
O Sacramento da Ordem o faz de<br />
modo muito particular um irmão<br />
dos outros padres, com os quais<br />
procura viver unido em torno do<br />
seu Bispo;<br />
FAMÍLIA<br />
O PAPEL DOS PAIS NA RELAÇÃO DE PATERNIDADE<br />
Nas famílias atuais os pais<br />
passam pouco tempo<br />
com os filhos e com isso<br />
passam a protegê-los em<br />
demasia deixando de cultivar suas<br />
aptidões. Muitas vezes atribuem à escola<br />
o papel de educá-los esquecendo<br />
de que o papel da educação deve<br />
ocorrer no contexto familiar em que<br />
os conceitos de valores devem ser<br />
transmitidos de geração em geração.<br />
Hoje um dos grandes problemas na<br />
criação dos filhos é a imposição de<br />
limites.<br />
A autoridade exercida com<br />
amor e afeto transmite equilíbrio e<br />
segurança. A total liberdade deixa a<br />
criança insegura levando-a a perceber<br />
a falta de estrutura e de segurança<br />
sentindo-se desprotegida para a<br />
vida. Os pais precisam perceber que<br />
as crianças necessitam de liberdade,<br />
mas elas não têm condições de saber<br />
o que é melhor ou pior para si, precisam<br />
que os pais lhes dê a direção.<br />
Preparar os filhos para a vida<br />
escolar é ensinar a eles sobre respeito,<br />
gentileza, conceitos básicos de cidadania,<br />
de ética, etiqueta e tanto outros<br />
valores essenciais para viver em<br />
sociedade.<br />
Precisamos participar cada<br />
vez mais da vida escolar de nossos filhos,<br />
atendendo sempre que possível<br />
o chamado da escola para reuniões<br />
sempre que convocados e para as<br />
apresentações festivas que ocorrem<br />
na escola.<br />
As crianças sofrem influências<br />
natural das pessoas que a cercam. Os<br />
pais são os modelos para os filhos<br />
tanto positivos quanto negativos. A<br />
correria do dia a dia dos pais causam<br />
grandes problemas na família, como<br />
a falta de diálogo entre os familiares,<br />
troca de afetos, etc.<br />
Para que os pais possam<br />
exercer um papel constante na vida<br />
dos filhos é necessária uma presença<br />
constante, baseada no diálogo, afeto,<br />
carinho, amor e limite. Só assim<br />
podem criar filhos saudáveis preparados<br />
para convivência em sociedade<br />
como verdadeiros cidadãos.<br />
Pais emocionalmente presentes<br />
são enriquecedores para<br />
a vida da criança, são capazes de<br />
entendê-la e confortá-la nos momentos<br />
de angustia e orientá-la para<br />
uma vida saudável. Quando o pai é<br />
excessivamente crítico ou emocionalmente<br />
ausente poderá prejudicar<br />
o desenvolvimento da criança a qual<br />
se torna insegura e imatura porque<br />
não possui padrão de modelo que<br />
estabeleça uma escala de valores só-<br />
lidos na relação familiar.<br />
Hoje a importância paterna<br />
é imprescindível na vida dos filhos,<br />
devendo ser exercida dentro de um<br />
ambiente harmonioso e sadio para<br />
uma completa formação da personalidade<br />
dos mesmos.<br />
Os filhos buscam nos pais<br />
modelos, por isso os pais não podem<br />
se omitir em exercer o seu papel<br />
usando de sua autoridade para<br />
estabelecer limites com coerência,<br />
confiança, sabedoria e amor.<br />
Alda Maria da Silva Della Rosa,<br />
psicóloga e pedagoga<br />
Bibliografia<br />
GINOTT, Haim G. – Pais e Filhos: novas<br />
soluções para velhos problemas.<br />
OSORIO, L.C. – Família Hoje. Porto Alegre,<br />
Artes Médicas.<br />
PINCUS, L.; DARE,C. Psicodinâmica da<br />
Família, Porto Alegre, Artes Médicas,<br />
1981.<br />
CATEDRAL - Julho/Agosto<br />
27
CATEDRAL - Julho/Agosto<br />
26<br />
TANATOLOGIA<br />
AMIGO, A MELHOR PRESENÇA NAS PERDAS E LUTOS<br />
Tenho sede! Disse Jesus na<br />
cruz (Jo 19,28). A sede, talvez<br />
mais que a fome, atormenta<br />
a pessoa, a ponto<br />
de não permiti-la concentrar-se em<br />
outro pensamento que não seja:<br />
água! A sede, porém, é muito pedagógica,<br />
pois torna a pessoa criativa,<br />
aguça seus sentidos e ativa suas<br />
lembranças para conquistar seu objetivo.<br />
Se bem entendida, pode ela<br />
ser muito importante para impulsionar<br />
a pessoa para a ação.<br />
Na cruz, Jesus assume nossas<br />
dores e, entre tantas, a sede.<br />
Que sede o ser humano sente?<br />
Muitas são as realidades de perda e<br />
sofrimento que afetam a sociedade,<br />
mas são superadas quando se tem<br />
alguém com quem dividir. Há momentos,<br />
de luto e morte, que não<br />
existem palavras que aliviem a dor<br />
sentida, mas a presença silenciosa,<br />
o abraço e companhia de um amigo<br />
reconfortam e fortalecem.<br />
A sede de amizade é mui-<br />
to comum e<br />
frequente nas<br />
pessoas. Mas,<br />
amizade é algo<br />
que não se encontra<br />
nem se<br />
adquire num<br />
instante. É conquista.<br />
É fruto<br />
de convivência e<br />
exercício de aceitação<br />
recíproca.<br />
Ter amigos dá<br />
trabalho! Diz Jesus<br />
que amigo<br />
mesmo é aquele<br />
que ama e, sendo assim, é capaz<br />
de morrer pelo seu amigo (cf. Jo<br />
15,13).<br />
Jesus eleva seus seguidores<br />
à categoria de amigos (cf. Jo<br />
15,15), mas também apresenta o<br />
constitutivo da verdadeira amizade:<br />
se dar a conhecer. Despir as<br />
máscaras, ousar ser livre, viver na<br />
autenticidade são requisitos para<br />
que possamos ter e viver boas<br />
amizades. Lembrando sempre que<br />
a amizade é dom de Deus e conquista<br />
humana. Amigo é a maior<br />
força e melhor consolo nas perdas<br />
que enfrentamos na vida.<br />
Sonia Sirtoli Färber,<br />
Teóloga e Membro da Rede Nacional<br />
de Tanatologia<br />
• Exerce seu ministério no<br />
meio do mundo: está inserido no<br />
meio do povo que lhe foi confiado;<br />
seu carisma é a “Caridade Pastoral”:<br />
ser junto do seu povo e no meio da<br />
comunidade a presença viva e atuante<br />
de Cristo, o Bom Pastor;<br />
• Tem a missão de: ensinar a<br />
Palavra de Deus, pelo testemunho e<br />
pela palavra, como mestre; santificar<br />
os fiéis por meio dos sacramentos,<br />
e animar (organizar e coordenar) a<br />
comunidade;<br />
• Entregue ao zelo pastoral<br />
em sua Diocese, preocupa-se com<br />
a inteira Igreja de Jesus Cristo presente<br />
no mundo inteiro. Por isso<br />
também é empenhado na causa<br />
missionária: promove a consciência<br />
missionária de seus fiéis e de sua comunidade;<br />
ele mesmo é sensível e<br />
aberto aos apelos missionários que<br />
vem de comunidades necessitadas<br />
ou de povos que nunca ouviram falar<br />
de Jesus. E não raras vezes parte<br />
em missão;<br />
• Seu coração e espírito, sua<br />
vida toda, estão a serviço da comunidade<br />
de fiéis que lhe foi confiada,<br />
e a que trata de animar, ensinar,<br />
guiar, servir, salvar e santificar;<br />
• Sua espiritualidade emana<br />
da especial configuração a Cristo<br />
Pastor; é Evangélica, Eucarística, Mariana,<br />
de Fraternidade, encarnada<br />
na vida e realidade dos que lhe são<br />
confiados; é alegre e geradora de<br />
esperança.<br />
Padre Diocesano e Padre Religioso:<br />
Para entender por que a<br />
gente fala em Padre Diocesano e<br />
Padre Religioso, é preciso fazer a distinção<br />
entre Vida Religiosa e Sacerdócio.<br />
São duas realidades diferen-<br />
tes:<br />
Vida Religiosa é consagração<br />
a Deus pelos três votos (obediência,<br />
castidade e pobreza), vividos<br />
numa comunidade, seguindo o carisma<br />
do(a) fundador(a). É assumida<br />
por homens e mulheres.<br />
O sacerdócio ministerial<br />
(realizar as funções de padre) é o<br />
exercício do ministério da Palavra<br />
(ensinar), dos Sacramentos (santificar)<br />
e da coordenação da comunidade<br />
(promover a comunhão<br />
e a participação). Para ser padre é<br />
preciso receber o Sacramento da<br />
Ordem. É um ministério reservado<br />
somente aos homens.<br />
Foi a partir do século XVI<br />
que surgiram as congregações de<br />
padres: institutos de Vida Religiosa<br />
voltados com prevalência para o<br />
sacerdócio. Daí os Padres Religiosos.<br />
Tanto os padres diocesanos<br />
como os religiosos são presbíteros<br />
(sacerdotes, padres). A diferença<br />
está no modo de viver o sacerdócio.<br />
O padre diocesano vive em<br />
função de uma diocese, depende<br />
do Bispo, não faz a profissão solene<br />
dos votos, mas as promessas de<br />
castidade e obediência. O padre<br />
religioso, vive em função de uma<br />
Congregação, depende do Bispo<br />
local em questões pastorais e disciplinares,<br />
faz a profissão solene dos<br />
votos, vive numa comunidade, e<br />
depende diretamente do Superior<br />
da Congregação, mesmo em termos<br />
de transferências.<br />
Para ser padre não é preciso<br />
pertencer a uma Congregação<br />
Religiosa, e para ser de Congregação<br />
Religiosa (Irmãos e Irmãs) não<br />
é preciso ser padre. São vocações<br />
diferentes, mas que podem ser assumidas<br />
por uma mesma pessoa.<br />
VOCAÇÃO<br />
Em resumo:<br />
* Há padres que se consagram<br />
a Deus, doando-se a Cristo<br />
e aos(às) irmãos(ãs), colaborando<br />
com Ele no seu projeto de salvação<br />
da humanidade, e buscando sua<br />
própria santificação, comprometidos<br />
com uma Congregação Religiosa.<br />
São os Padres Religiosos.<br />
* Há padres que se consagram<br />
a Deus, doando-se a Cristo<br />
e aos(às) irmãos(ãs), colaborando<br />
com Ele no seu projeto de salvação<br />
da humanidade, e buscando sua<br />
própria santificação, comprometidos<br />
com uma Diocese. São os Padres<br />
Diocesanos, ou Seculares.<br />
Pelo batismo (cf. LG, 14), recebemos<br />
os dons e carismas do Espírito<br />
(cf. LG, 12), e participamos da<br />
missão sacerdotal, profética e real<br />
de Cristo. Somos chamados a dar<br />
testemunho vivo de fé, espe- rança<br />
e caridade, de tal modo que a humanidade<br />
possa, por meio de nós,<br />
louvar e amar a Deus Pai Criador (cf.<br />
Mt 5,16).<br />
Os cristãos possuem a significativa<br />
missão de fazer resplandecer<br />
a sua face luminosa sobre<br />
toda a terra (83).<br />
A Igreja é o Povo convocado,<br />
chamado e reunido pela Trindade.<br />
Na comunidade e na ação<br />
missionária (104), uma das tarefas<br />
primordiais do serviço de animação<br />
vocacional deve ser o cultivo,<br />
discernimento e acompanhamento<br />
dos ministérios não-ordenados.<br />
Estes, enquanto carismas que assumem<br />
a forma de serviço à comunidade<br />
e ao mundo, devem ser<br />
acolhidos e reconhecidos (105).<br />
Pe. Clederson Chiesa<br />
CATEDRAL - Julho/Agosto<br />
15
CATEDRAL - Julho/Agosto<br />
16<br />
MUNDO DE DEUS<br />
Nota de falecimento<br />
Morreu na manhã do dia 6 de junho, na cidade de Pato Branco<br />
(PR), o bispo emérito de Palmas/Francisco Beltrão (PR), dom<br />
frei Agostinho José Sartori. Dom Agostinho encontrava-se internado<br />
no Hospital São Lucas desde o dia 26 de maio com<br />
importante baixa do nível de consciência, devido a sequelas<br />
provenientes dos males de Parkinson e Alzheimer. O corpo<br />
do bispo emérito foi velado na Paróquia São Pedro Apóstolo,<br />
em Pato Branco, na Cocatedral Nossa Senhora da Glória, em<br />
Francisco Beltrão e na <strong>Catedral</strong> Senhor Bom Jesus, em Palmas.<br />
Dom Agostinho havia completado 83 anos no último dia 29<br />
de maio.<br />
Encontro da Pastoral da Educação<br />
O Encontro Nacional da Pastoral da Educação de 2012, que acontecerá em Brasília (DF), de 31 de agosto<br />
a 2 de setembro, terá como tema “Pastoral da Educação para novos tempos”. Reunindo representantes<br />
de todos os 17 Regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O encontro tem como objetivo<br />
principal refletir e atualizar a Pastoral da Educação no Brasil. Segundo os organizadores, o local escolhido<br />
para a realização do encontro facilita os deslocamentos dos convidados vindos de todo o Brasil.<br />
Cáritas e ONU em parceria<br />
O Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Acnur, organiza aulas de português para facilitar a integração<br />
de estrangeiros que agora vivem no Brasil. As classes, em Manaus, ocorrem três vezes por<br />
semana e são organizadas em parceria com a rede Cáritas. Segundo a agência da ONU, as aulas têm<br />
uma didática específica para facilitar o ensino do idioma aos adultos. Em entrevista à Rádio ONU, de<br />
Brasília, o representante do Acnur no país, Andrés Ramirez, destacou que falar português é fundamental<br />
para a inserção na cultura brasileira. “A verdade é que é uma política nossa fundamental, para poder<br />
garantir que as pessoas possam se inserir no mercado de trabalho. Uma das dimensões fundamentais<br />
para entrar no processo de integração da sociedade brasileira é o tema da cultura. E um aspecto chave<br />
da cultura é o tema da língua. Nós temos feito questão de garantir que as pessoas possam ter aulas de<br />
português”.<br />
Voltar ao sagrado<br />
A celebração do Corpus Christi – com a missa em São João de Latrão e a procissão do Santíssimo Sacramento<br />
que se concluiu na noite de quinta-feira, 7 de Junho, em Santa Maria Maior – ofereceu a Bento<br />
XVI a ocasião para reafirmar alguns pontos firmes da doutrina do culto e da sacralidade da Eucaristia.<br />
Dois aspectos que, observou o Pontífice, nos últimos tempos sofreram as consequências de uma interpretação<br />
unilateral do Concílio Vaticano II e de um certo equívoco da mensagem autêntica da Sagrada<br />
Escritura. Para o Papa, antes de mais nada, deve ser reafirmada a importância da adoração eucarística<br />
como pacto de fé e de oração dirigido ao Senhor Jesus, realmente presente no Sacramento do altar. Um<br />
aspecto que não contradiz a centralidade da celebração, na qual o Senhor convoca o seu povo, o reúne<br />
ao redor da dúplice mesa da Palavra e do Pão de vida, o alimenta e o une a si na oferta do Sacrifício.<br />
Roubar é o ato de tomar ou<br />
reter injustamente algo<br />
pertencente ao próximo,<br />
ou mesmo lesar alguém<br />
em seus bens. Contudo, o sétimo<br />
mandamento está relacionado à<br />
prática da justiça e da caridade e,<br />
por isso, trata também da destinação<br />
universal dos bens deste mundo.<br />
Isso significa que para cumprir<br />
este mandamento bíblico não basta<br />
não tirar algo que pertença ao<br />
próximo. É preciso lutar pela divisão<br />
igualitária dos bens!<br />
O Sétimo Mandamento nos<br />
leva a pensar que a causa de muitos<br />
crimes e violência é a desigualdade<br />
social fruto de injustiças. Nos leva a<br />
refletir que se Deus é Pai de todos,<br />
a terra pertence a todos, com tudo<br />
o que ela produz. E que seria justo<br />
que todos tivessem acesso aos<br />
bens disponíveis, especialmente<br />
aqueles relacionados às necessidades<br />
básicas da vida: moradia, trabalho,<br />
saúde, educação e lazer.<br />
O SÉTIMO MANDAMENTO<br />
NÃO ROUBARÁS (ex 20,15; mt 19,18)<br />
O Sétimo Mandamento<br />
não condena o direito à propriedade<br />
privada desde que adquirida<br />
de modo justo, mas afirma como<br />
primordial, a destinação universal<br />
dos bens comuns, de modo que<br />
os bens de uns possam ser úteis<br />
também aos outros. Especialmente<br />
os hóspedes, os doentes e os<br />
pobres.<br />
Mas, o Sétimo Mandamento<br />
condena o desrespeito pelas<br />
pessoas e pelos seus bens, pois o<br />
roubo não é uma forma lícita de<br />
prática da justiça. É preciso também<br />
entender que, se de um lado<br />
não há roubo, se o consentimento<br />
for presumido; de outro, é pecado<br />
reter bens emprestados ou<br />
objetos perdidos, defraudar no<br />
comércio, pagar salários injustos,<br />
elevar os preços por especulação,<br />
enriquecer às custas do empobrecimento<br />
alheio...<br />
Se pararmos para refletir,<br />
concluiremos que há duas coi-<br />
AJUDE O MOSTEIRO MÃE DA PROVIDÊNCIA<br />
CATEQUESE<br />
sas que desencadeiam o roubo: a<br />
ausência de trabalho e a ambição<br />
desenfreada pelo poder. A ambição<br />
de pessoas, grupos ou nações<br />
provoca desequilíbrio na sociedade<br />
e no mundo. A pobreza é um<br />
dos resultados mais comuns desta<br />
realidade. É esta mesma pobreza<br />
que gera a desigualdade e diminui<br />
cada vez mais o acesso de muitos<br />
aos bens de todos.<br />
É por isso que a Igreja sempre<br />
teve, desde os tempos bíblicos,<br />
uma opção preferencial pelos<br />
pobres. Não é amor à pobreza,<br />
mas àqueles que sofrem suas consequências.<br />
Assim, a caridade não<br />
é considerada um ato de generosidade,<br />
mas um dever de justiça,<br />
pois quando damos aos pobres<br />
as coisas indispensáveis, estamos<br />
lhes devolvendo algo que lhes foi<br />
tirado por alguém.<br />
Elenira Cunha,<br />
Professora da Famipar<br />
Após a aprovação dos projetos, deu-se o início a construção do Mosteiro Mãe da Divina Providência,<br />
em setembro de 2011. A obra está sendo mantida por doações de muitas pessoas, desde os<br />
projetos, acompanhamento voluntário de engenheiros e arquiteta, trabalho de fundação, concreto, madeira,<br />
ferro, areia, tijolos entre outras coisas. Muitas pessoas também se comprometem com a doação<br />
mensal, por meio de boleto com a contribuição de acordo com suas possibilidades, o que tem ajudado<br />
bastante na mão de obra. Conseguiram boa parte do material de construção, mas ainda há muito que<br />
fazer. Por isso o Mosteiro precisa e pede<br />
a sua ajuda, no que estiver ao seu alcance,<br />
pra construção desta obra de Deus.<br />
Ofereça sua contribuição, na forma de<br />
doações, e sempre de acordo com suas<br />
possibilidades. Caso desejar, deposite<br />
sua contribuição espontânea na conta<br />
no Banco do Brasil, agência: 3508-4 /<br />
conta corrente: 32355-1 ou entre em<br />
contato pelo telefone (45) 3039-0025,<br />
para ajudar da melhor forma possível.<br />
CATEDRAL - Julho/Agosto<br />
25
CATEDRAL - Julho/Agosto<br />
24<br />
REPORTAGEM<br />
da pré-escola até o quinto ano do<br />
ensino fundamental, coordenadas<br />
pelos policiais. O objetivo principal<br />
é educar as crianças e por meio delas<br />
a sociedade sobre a postura de<br />
direção defensiva na condução.<br />
No município de Capitão<br />
Leônidas Marques e em Corbélia<br />
as escolas estaduais e municipais<br />
assumiram a educação no trânsito,<br />
com disciplinas elaboradas por um<br />
conselho instituído especificamente<br />
para auxiliar esta questão, em<br />
parceria com a Polícia Militar com<br />
ações direcionadas para crianças.<br />
Em Cascavel, a CETTRANS<br />
tem 12 ações educativas de trânsito<br />
diferentes, com diversos públicos,<br />
como crianças, funcionários<br />
de empresas e obras. Também está<br />
sendo realizada uma campanha<br />
educativa de massa, que tem como<br />
foco central: faça o que é certo. Para<br />
conscientizar condutores de automóveis,<br />
motocicletas, ciclistas, pedestres<br />
e demais participantes do<br />
trânsito.<br />
Já no Colégio Cristo Rei,<br />
em Cascavel, existe um trabalho<br />
de conscientização com atividades<br />
interdisciplinares que promovem<br />
a educação por meio da prática,<br />
fazendo com que os alunos memorizem<br />
as leis de trânsito mais<br />
facilmente. Os materiais utilizados<br />
foram distribuídos pela CETTRANS,<br />
que também realizou<br />
encontros<br />
com a equipe<br />
pedagógica da<br />
escola para melhor<br />
aplicação do<br />
conteúdo.<br />
Segundo<br />
a diretora do<br />
colégio, Graziela<br />
Leme, para cada<br />
faixa etária existe<br />
uma metodologia<br />
para aplicação<br />
do conteúdo,<br />
respeitando<br />
a capacidade de cada idade, com<br />
diversas ações. “As ações envolvem<br />
articulação de ideias, escrita<br />
e oralidade, além do envolvimento<br />
com a família e a comunidade<br />
escolar”, explicou a diretora.<br />
O envolvimento das crianças<br />
é tão grande, que acaba criando<br />
situações engraçadas e curiosas,<br />
das crianças cobrando os pais<br />
que cometem infrações, ou dirigem<br />
com imprudência. “As ideias<br />
e experiências adquiridas no contexto<br />
escolar devem ganhar as<br />
ruas, as expressões, as linguagens<br />
e um espaço digno no pensamento<br />
das pessoas”, afirmou Graziela.<br />
Desta forma, percebe-se<br />
que o problema de trânsito tem<br />
solução, a partir da educação no<br />
trânsito e conscientização de cada<br />
cidadão, para quer ele esteja conduzindo<br />
um veículo, atravessando<br />
uma via ou andando de bicicleta,<br />
respeite a sinalização, a lei e o<br />
bem coletivo. E que somente o<br />
bom funcionamento do transporte<br />
coletivo e a utilização de meios<br />
de transporte coletivo, podem aumentar<br />
a fluidez no trânsito nos<br />
dias de hoje, cabendo à administração<br />
municipal dar o suporte,<br />
para que a população possa usufruir<br />
tranquilamente de um trânsito<br />
seguro e eficiente.<br />
Renato Pereira - Publicitário<br />
MUNDO DOS HOMENS<br />
Conflitos no campo<br />
O secretário geral da CNBB, Dom Leonardo Ulrich Steiner, participou da sessão de apresentação do<br />
relatório de conflitos no campo de 2011 realizada pela Comissão Pastoral da Terra (CPT). Para o bispo,<br />
o documento traz dados fortes que não podem deixar a sociedade esquecer o resultado da ganância e<br />
da injustiça do modelo agrário brasileiro: “O papel, as letras, os dados, estão recordando vidas. Eles querem<br />
trazer à nossa memória os filhos e filhas de Deus que, na busca de vida digna, tombaram por causa<br />
da ganância e da injustiça. O relatório deixa para o futuro a memória destas vidas”, afirmou o bispo. O<br />
balanço apresentado no documento revela o aumento no número total de conflitos que foi de 15%<br />
em relação a 2010. O crescimento mais expressivo foi no nordeste. O número de ameaçados de morte<br />
em conflitos no campo cresceu 178%, de um ano para o outro: de 125 casos em 2010, para 347, no ano<br />
passado.<br />
Trabalho escravo<br />
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) tem atuado de forma decidida na conscientização<br />
sobre a realidade do trabalho escravo no Brasil. Em 2009, foi criado o Grupo de Trabalho de Combate<br />
ao Trabalho Escravo e também um Mutirão Pastoral, que têm levado o debate aos Regionais. Em 2008,<br />
a CNBB se pronunciou a respeito do tema divulgando nota que pede a destinação das áreas flagradas<br />
com Trabalho Escravo à Reforma Agrária. Na nota a CNBB afirma que a escravidão é uma prática abominável<br />
que a Igreja no Brasil, pela voz de alguns Bispos e, de modo sistemático e documentado, pela<br />
Comissão Pastoral da Terra (CPT), vem denunciando desde a década de 1970.<br />
Violência contra os índios<br />
O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) lançou os dados de 2011 do relatório anual de Violência Contra<br />
os Povos Indígenas no Brasil. A apresentação contou com a presença e depoimento de indígenas<br />
expostos às violências apresentadas no relatório. Deste modo, o Cimi busca denunciar o mosaico de<br />
violações contra os direitos dos povos indígenas. “Os dados apresentados neste relatório desvelam as<br />
agressões à dignidade humana dos povos indígenas em todo o Brasil, sua aflição e seus sofrimentos”,<br />
escreve dom Erwin Krautler, presidente do Cimi e bispo da Prelazia do Xingu (PA), no texto de abertura<br />
do relatório. Para o secretário executivo do Cimi, Cleber Buzatto, o relatório é ao mesmo tempo um alerta<br />
e uma cobrança, sendo instrumento político para tais fins. “Denunciamos para a sociedade brasileira<br />
e organismos internacionais as violências contra os povos indígenas e, ao mesmo tempo, chamamos a<br />
atenção das autoridades públicas para adotar medidas que coíbam tais violências”, explica.<br />
Administração de Obama<br />
Um total de 43 dioceses, hospitais, escolas e agências da Igreja entraram com 12 processos em vários<br />
tribunais dos Estados Unidos como parte da disputa com o governo federal sobre a ação do Department<br />
of Health and Human Services (HHS) que obriga as organizações católicas a pagar por contracepção e<br />
abortivos. “O tempo está se esgotando, e nossos preciosos ministérios e os direitos fundamentais estão<br />
na balança, por isso temos de recorrer aos tribunais agora”, explicou o cardeal Timothy Dolan, de Nova<br />
York, presidente da Conferência Episcopal dos EUA (USCCB). Os regulamentos introduzidos pelo HHS<br />
forçarão as organizações católicas e os empregadores a fornecer medicamentos para a indução do aborto,<br />
esterilização e contracepção aos seus empregados gratuitamente. “Nós tentamos negociar com o Administrativo<br />
e o Legislativo no Congresso, e vamos continuar, mas ainda não há solução”, disse o cardeal.<br />
Cardeal Dolan descreveu a ação legal coordenada como “uma mostra convincente da unidade da Igreja<br />
em defesa da liberdade religiosa”.<br />
CATEDRAL - Julho/Agosto<br />
17
18<br />
ÉTICA<br />
19, se realizou em São<br />
Paulo – SP, o 8º Congresso<br />
Internacional de Bioética,<br />
com o tema: “Ética e Bioética<br />
Clínica no Pluralismo e Diversidade”,<br />
com a participação de representantes<br />
de 23 países. De Cascavel e<br />
região, estiveram participando: Pe.<br />
Nélio Domingos Zortea, Pe. Sandro<br />
Luis Gessi Cortes, Horst Robert Waldo,<br />
Ir. Eliete, Pamela Farina Duso e<br />
Padre Divo de Conto.<br />
Dentre as várias novidades,<br />
destaca-se uma recente descoberta,<br />
mas que ainda está em investigação,<br />
sobre o verdadeiro pai da Bioética.<br />
Até então, não havia nenhuma<br />
dúvida que a palavra “bioética” tinha<br />
sido usada pela 1ª. vez pelo oncologista<br />
americano Van Rensselaer<br />
Potter, a partir de duas publicações<br />
nos anos de 1970 e 1971.<br />
Estas duas publicações de<br />
Potter marcam, reconhecidamente,<br />
o surgimento da Bioética. Em certos<br />
círculos acadêmicos, o conceito de<br />
Bioética se limita às questões decorrentes<br />
dos avanços da Biomedicina;<br />
mas em outros círculos, a Bioética<br />
engloba as questões da ciência, da<br />
vida e do meio ambiente.<br />
No 8º Congresso Internacional<br />
de Bioética, os professores Hans-<br />
Martins Sass (alemão), Amir Muzur<br />
e Iva Rincic (croatas), apresentaram<br />
a coletânea de ensaios escritos por<br />
Fritz Jahr sobre a Bioética e a Ética,<br />
CATEDRAL - Julho/Agosto No mês de maio, de 16 a<br />
O VERDADEIRO PAI DA BIOÉTICA<br />
no período de 1927 a 1947. Fritz<br />
Jahr (1895-1953), foi pastor protestante,<br />
teólogo, filósofo e educador<br />
alemão nascido em Halle an der<br />
Saale.<br />
A expressão Bioética, ao<br />
que tudo indica, foi utilizada pela<br />
primeira vez por Fritz Jahr, na Alemanha,<br />
em 1927, em artigo publicado<br />
na revista Kosmos, intitulado:<br />
“Bioética: uma revisão do relacionamento<br />
ético dos humanos em<br />
relação aos animais e plantas”. Por<br />
enquanto, descobriu-se 17 artigos<br />
escritos por ele.<br />
Jahr ampliou o conceito<br />
do imperativo de Immanuel Kant<br />
(1724-1804) e propôs o Imperativo<br />
Bioético: “Respeite todo ser vivo,<br />
como princípio e fim em si mesmo<br />
e trate-o, se possível enquanto<br />
tal”. O conceito de Jahr inclui, além<br />
do ser humano, todas as formas de<br />
vida. No ensaio “A morte e os animais”,<br />
Fritz Jahr resgatou o 5º Mandamento:<br />
“Não matarás”.<br />
“Matar não se refere sempre<br />
a algo vivo? Como esse mandamento<br />
não proíbe expressamente<br />
o ato de matar só os seres<br />
humanos, não devemos também<br />
aplicá-los para os outros seres vivos,<br />
sobretudo os animais? Os animais<br />
estão tão perto de nós que<br />
devemos reconhecê-los e tratá-los<br />
como vizinhos?”.<br />
Apesar das diferenças que<br />
existem entre o homem e os ani-<br />
mais, Fritz Jahr afirmou que acima<br />
de tudo, salvar a vida dos animais,<br />
na medida do possível, é um dever<br />
para com Deus; se quisermos honrar<br />
o Criador, devemos respeitar<br />
e reverenciar suas criaturas assim<br />
como os animais, por mais que saibamos<br />
que Ele os ama também.<br />
No ensaio “A relação entre<br />
a Proteção e Ética aos animais”,<br />
Fritz Jahr destaca a importância<br />
do sentimento ético, empatia,<br />
compaixão e suporte aos animais<br />
e plantas como parte das obrigações<br />
morais e sociais que os seres<br />
humanos devem uns aos outros.<br />
A ética aos animais e a ética entre<br />
os seres humanos se complementam.<br />
Pe. Divo de Conto,<br />
Vice-Diretor e professor da Famipar<br />
e Vigário Paroquial na <strong>Catedral</strong> Nossa<br />
Senhora Aparecida de Cascavel.<br />
Obs.: Na biblioteca da Famipar se<br />
encontra o livro do 8º. Congresso<br />
Internacional de Bioética, que nas<br />
páginas 437-480 estão publicados<br />
todos os ensaios de Fritz Jahr: Pessini,<br />
Leo. Barchifontaine, Cristian<br />
de Paul. Hossne, William Saad. Anjos,<br />
Márcio Fabri dos, Ética e Bioética<br />
Clínica no Pluralismo e Diversidade<br />
– Teorias, experiências e<br />
perspectivas, Centro Universitário<br />
São Camilo e Editora Idéias e Letras,<br />
São Paulo 2012.<br />
direito respeitado.<br />
Segundo o secretário Marcos,<br />
é necessário que o pedestre<br />
atravesse na faixa, mas que o motorista<br />
e motociclista também façam<br />
sua parte. “No momento em que o<br />
pedestre pisa na faixa, aquele que<br />
vem no automóvel, o que deveria<br />
fazer imediatamente? Parar o carro<br />
e ligar o pisca-pisca para avisar o<br />
carro de trás que ele está parando<br />
para dar preferência para o pedestre,<br />
para aquele que vem atrás não<br />
ultrapasse e atropele o camarada<br />
que está atravessando a faixa”, afirmou.<br />
Já Porsch frisou que muitas<br />
vezes, é o próprio pedestre que<br />
desrespeita a faixa, por não utilizá-<br />
-la ao atravessar, e até realizando a<br />
chamada “operação tartaruga”, demorando<br />
muito para cruzar, irritando<br />
o motorista e se colocando em<br />
risco. “Tem muita gente que você<br />
vê atravessando a rua, no meio da<br />
quadra, entre veículos e isso é uma<br />
situação de alto risco em que a pessoa<br />
está se colocando”, disse ele.<br />
O Código de Trânsito Brasileiro<br />
diz sobre os pedestres, no art.<br />
69: “Para cruzar a pista de rolamento<br />
o pedestre tomará precauções<br />
de segurança, levando em conta,<br />
principalmente, a visibilidade, a distância<br />
e a velocidade dos veículos,<br />
utilizando sempre as faixas ou pas-<br />
sagens a ele destinadas sempre<br />
que estas existirem numa distância<br />
de até cinquenta metros dele<br />
(...)”. Mostrando mais uma vez a<br />
obrigatoriedade dos pedestres seguirem<br />
as instruções da lei.<br />
Motociclistas<br />
Outro ponto de grande<br />
preocupação dos responsáveis<br />
pelas vias urbanas, são os motociclistas,<br />
visto que são os principais<br />
responsáveis pelo aumento<br />
de acidentes, vítimas e óbitos no<br />
trânsito, conforme relatórios da<br />
CETTRANS. No comparativo dos<br />
meses de janeiro e fevereiro deste<br />
ano, com os do ano anterior, foi<br />
constatado um aumento. A quantidade<br />
de acidentes passou de 150<br />
em 2011, para 158 em 2012, num<br />
aumento de aproximadamente<br />
5%. O número de vítimas também<br />
aumentou, em cerca de 12%, de<br />
109, para 122. Uma situação ainda<br />
mais grave se verificou em mortes<br />
nos acidentes com motocicletas<br />
que no ano anterior era de dois<br />
foi para seis em 2012, num crescimento<br />
de 200%.<br />
O aumento dos acidentes<br />
e óbitos estão diretamente relacionados<br />
ao aumento da frota que<br />
atualmente é de cerca de 37.500<br />
motocicletas. Porsch indica uma<br />
grande preocupação com as infra-<br />
REPORTAGEM<br />
ções cometidas pelos motociclistas<br />
e lamenta: “é impressionante<br />
que uma maioria de motociclistas<br />
não consiga respeitar as regras<br />
básicas de trânsito”. Ele também<br />
lembrou que não existe uma faixa<br />
exclusiva para motos entre os carros.<br />
“Atenção motociclistas, não<br />
há nenhuma previsão de lei para<br />
você circular entre faixas. Você<br />
tem que ficar atrás, como outro<br />
veículo qualquer”, alertou Porsch.<br />
Educação no trânsito<br />
O CTB em seu capítulo VI, contempla<br />
a questão da educação<br />
do trânsito, afirmando a obrigatoriedade<br />
de uma coordenação<br />
educacional em cada órgão ou<br />
entidade que compõe o Sistema<br />
Nacional de Trânsito. Também<br />
cita que “os órgãos ou entidades<br />
executivos de trânsito deverão<br />
promover, dentro de sua estrutura<br />
organizacional ou mediante<br />
convênio, o funcionamento de<br />
Escolas Públicas de Trânsito” (CTB,<br />
art. 4, § 2º).<br />
Em Cafelândia, a Polícia<br />
Militar realiza projetos de conscientização<br />
com os motoristas,<br />
por meio de blitzes educativas.<br />
Também existe o Projeto Didático<br />
de Educação no Transito, com palestras<br />
ministradas para crianças<br />
CATEDRAL - Julho/Agosto<br />
23
CATEDRAL - Julho/Agosto<br />
22<br />
REPORTAGEM<br />
que os motoristas se locomovam<br />
mais rapidamente, com a possibilidade<br />
de andar até 60km/h, que é a<br />
velocidade máxima permitida dentro<br />
das vias da cidade. As primeiras<br />
binárias criadas foram as das ruas<br />
Cuiabá e Vitória, no ano de 2002,<br />
inspiradas no sistema de vias rápidas<br />
da capital paranaense, Curitiba.<br />
Foram reaproveitadas as vias<br />
que possuíam uma largura propícia<br />
para este fim, facilitando o deslocamento<br />
entre dois pontos, de forma<br />
a evitar cruzamentos e aproveitar a<br />
sequência de ondas verdes nos faróis.<br />
O secretário e o diretor da CET-<br />
TRANS afirmaram que as vias foram<br />
feitas para facilitar a vida da população<br />
como um todo, e que sabem<br />
que em alguns pontos acabaram<br />
por aumentar o fluxo de veículos,<br />
mas que quando se trabalha com<br />
o coletivo, deve-se pensar em dar<br />
condições iguais a todos, algumas<br />
vezes, causando alguns transtornos,<br />
mas que no geral a aceitação da população<br />
das binárias é boa.<br />
Antes de se criar uma nova<br />
via binária, mudar direções das ruas,<br />
ou a instalação de qualquer dispositivo<br />
de segurança, ou implantação<br />
do Estacionamento Regulamentado<br />
(EstaR) são feitos estudos de<br />
engenharia do trânsito pela CET-<br />
TRANS para que se tenha a certeza<br />
da viabilidade e de que é realmente<br />
necessário.<br />
Desta forma, percebe-se<br />
uma preocupação e ações por parte<br />
dos órgãos públicos para oferecer<br />
à população formas de evitar,<br />
ou ao menos reduzir os congestionamentos<br />
em horários de pico, mas<br />
e em relação aos acidentes?<br />
Fiscalização<br />
Os acidentes acontecem<br />
em sua maioria, por imprudência<br />
dos motoristas, seja por dirigir<br />
alcoolizado, ultrapassar em local<br />
proibido, cruzar preferencial, ou<br />
andar em velocidade acima da<br />
permitida; são infrações realizadas<br />
contra o Código de Trânsito. Se<br />
todos os motoristas cumprissem<br />
com suas obrigações para com a<br />
legislação, e seguissem à risca suas<br />
obrigações, não haveria necessidade<br />
de dispositivos de fiscalização<br />
eletrônica.<br />
“Os principais problemas<br />
do trânsito de Cascavel são: trafegar<br />
com velocidade acima do<br />
permitido; falta de cordialidade no<br />
trânsito; falar ao telefone celular;<br />
falta de sinalização para conversões;<br />
falta de respeito ao pedestre;<br />
desrespeitar semáforo; estacionar<br />
em local proibido. Somente<br />
a educação e conscientização<br />
pode resolver esse problema definitivamente,<br />
pois é algo que está<br />
enraizado na cultura. E para isso<br />
são utilizados os dispositivos, para<br />
amenizar as imprudências, por<br />
meio da punição, como as multas<br />
e pontos na carteira de habilitação”,<br />
destacou Porch.<br />
O sistema de fiscalização<br />
foi implantado em janeiro de 2011,<br />
e em seis meses de implantação,<br />
segundo dados fornecidos pela<br />
CETTRANS, houve uma redução<br />
de acidentes nas vias de cerca de<br />
3% no total. Em relação ao número<br />
de vítimas, os resultados foram<br />
ainda melhores, houve uma redução<br />
de mais de 50% no índice de<br />
feridos, e cerca de 40% no número<br />
de óbitos.<br />
Porch afirma, que o resultado<br />
dos dispositivos está sendo tão<br />
satisfatório, que existem centenas<br />
de solicitações de instalação dos<br />
mesmos, que se fossem instalados<br />
todos os radares e lombadas eletrônicas<br />
que são requeridos, Cascavel,<br />
seria a capital nacional da<br />
lombada eletrônica e do radar.<br />
Os valores adquiridos em<br />
aproximadamente 5.500 multas<br />
aplicadas na cidade por mês, por<br />
infrações de trânsito, são todos<br />
aplicados no próprio trânsito, que<br />
é uma obrigatoriedade do Código<br />
de Trânsito Brasileiro.<br />
“Essa verba somente pode<br />
ser aplicada em melhorias de sinalização<br />
como em placas, pintura,<br />
semáforos, campanha educativa<br />
e funcionários do trânsito, não se<br />
pode aplicar em nenhum outro<br />
setor da CETTRANS”, disse Paulo<br />
Porch.<br />
Paulo negou a existência<br />
de uma “indústria da multa”. “Em<br />
Cascavel não existe a indústria da<br />
multa, não há nenhuma premiação<br />
por produtividade para agentes<br />
de trânsito”.<br />
Pedestres<br />
No trânsito, o pedestre é o<br />
agente mais frágil de todo o sistema,<br />
pois não possui nenhum tipo<br />
de proteção, e portanto, deveria<br />
ter prioridade, mas não é o que<br />
acontece. Mesmo em locais onde<br />
há a faixa de pedestre que esteja<br />
localizada em cruzamentos sem<br />
faróis, o pedestre não tem o seu
CATEDRAL - Julho/Agosto<br />
20 16<br />
REPORTAGEM<br />
CAOS NO TRÂNSITO URBANO: UM<br />
PROBLEMA SEM SOLUÇÃO?<br />
De acordo com Organização<br />
Mundial da Saúde<br />
– OMS, O Brasil é o<br />
quinto país do mundo<br />
em mortes por acidentes de trânsito.<br />
Uma das causas, é o crescimento<br />
das cidades e com elas o número<br />
de veículos que circulam em suas<br />
vias, causando muitos transtornos<br />
para a população, desde o estresse,<br />
até os acidentes que causam traumas<br />
e em alguns casos, até a morte.<br />
Existe alguma solução para este<br />
problema? Para saber mais sobre as<br />
condições de trânsito de algumas<br />
cidades, ouvimos pessoas envolvidas<br />
no processo de gerenciamento<br />
e educação no trânsito para entender<br />
um pouco mais sobre as causas<br />
de acidentes, e como se portar corretamente<br />
em meio a tanta correria<br />
em nossas vias.<br />
Código de Trânsito Brasileiro<br />
Em setembro de 1997, o<br />
então presidente da república, Fernando<br />
Henrique Cardoso, assinou o<br />
Código de Trânsito Brasileiro (CTB),<br />
documento que rege o<br />
trânsito de qualquer natureza<br />
nas vias terrestres de<br />
nosso país. Inclui-se, segundo<br />
o código: “pessoas,<br />
veículos e animais, isolados<br />
ou em grupos, conduzidos<br />
ou não, para fins de circulação,<br />
parada, estacionamento<br />
e operação de carga ou<br />
descarga” (CTB, art. 1, § 1º).<br />
O código foi criado com o<br />
intuito de reduzir o número<br />
de acidentes no país, que<br />
na época era o campeão mundial<br />
de acidentes, chegando a reduzir<br />
o índice de 1997 a 1999 (Ministério<br />
da Saúde). Mas em 2000 voltou<br />
a crescer, chegando em 2007<br />
a um aumento de 30% no índice<br />
de acidentes, alcançando a marca<br />
de 66.837 mortes, segundo o<br />
DPVAT (Danos Pessoais Causados<br />
por Veículos Automotores de Via<br />
Terrestre). O Código indica que o<br />
responsável pelo gerenciamento<br />
e organização das vias é o conjunto<br />
de órgãos que formam o<br />
Sistema Nacional de Trânsito, que<br />
entre eles se encontram as polícias<br />
militares e federal; Conselhos<br />
Nacional e Estadual de Trânsito e<br />
municípios; sendo que para estes<br />
fica a responsabilidade do trânsito<br />
urbano. Para cuidar dessa questão<br />
são criadas entidades próprias<br />
para executar os serviços em seu<br />
território.<br />
Todo o motorista, ao participar<br />
das aulas necessárias para<br />
realização de provas que lhe concederão<br />
a carteira de habilitação,<br />
estuda o CTB e se torna responsá-<br />
vel por cumprir as leis de trânsito,<br />
mas não é isso que se vê no dia<br />
a dia. Desde fazer uma conversão<br />
ou trocar de faixa sem a utilização<br />
da seta de sinalização, até cruzar o<br />
sinal vermelho; são infrações realizadas<br />
com certa frequência, o que<br />
ocasiona altos índices de acidentes.<br />
O trânsito em cidades de pequeno<br />
porte<br />
Nas cidades pequenas da<br />
região, a questão do trânsito ainda<br />
não é um problema muito grande,<br />
devido a pequena quantidade<br />
de sua frota, se comparada com<br />
cidades de médio e grande porte.<br />
Essas cidades também não possuem<br />
sistema de transporte coletivo,<br />
a não ser o escolar, que leva<br />
os alunos que moram em regiões<br />
mais distantes, para as escolas do<br />
centro.<br />
A constatação dessa realidade<br />
foi feita, a partir do exemplo<br />
de algumas cidades, como Cafelândia,<br />
Capitão Leônidas Marques<br />
e Corbélia. Verificou-se<br />
que os problemas de trânsito<br />
se resumem à falta de<br />
estrutura, que não acompanhou<br />
o crescimento da<br />
frota, e imprudência por<br />
parte dos condutores.<br />
Em Cafelândia,<br />
que possui cerca de 7.700<br />
veículos, segundo o Comandante<br />
do Destacamento<br />
da Policia Militar<br />
de Cafelândia, Sargento<br />
Edival Batista, acidentes<br />
acontecem geralmente nos fins de<br />
semana, com jovens. E a maior causa<br />
dos acidentes, é a imprudência<br />
dos motoristas.<br />
No município de Capitão<br />
Leônidas Marques, que possui uma<br />
frota de 9 mil veículos, o trânsito<br />
também enfrenta problemas, devido<br />
a estrutura municipal não acompanhar<br />
o crescimento da frota.<br />
Segundo o prefeito municipal, Claudio<br />
Quadri, o município pretende<br />
agendar a visita de um especialista<br />
em trânsito para uma avaliação no<br />
município. E que os acidentes são<br />
causados pela imprudência e a falta<br />
de informações dos condutores.<br />
Já o município de Corbélia<br />
tem uma frota de aproximadamente<br />
15.900 veículos. De acordo com<br />
o prefeito Eliezer José Fontana, um<br />
novo planejamento viário será realizado,<br />
e que a falta de verbas dificulta<br />
a execução. Já sobre os acidentes,<br />
Eliezer fala que são causados em<br />
sua maioria pela falta de atenção e<br />
excesso de velocidade dos motoristas.<br />
O trânsito em Cascavel<br />
A Companhia de Engenharia,<br />
Transporte e Trânsito de Cascavel<br />
– CETTRANS, é responsável pela<br />
gestão e administração do trânsito,<br />
transporte coletivo e outros meios<br />
de transporte, em Cascavel. O di-<br />
retor da CETTRANS, Paulo Porsch,<br />
disse que os acidentes são causados<br />
em sua grande maioria, pela<br />
imprudência e falta de cordialidade<br />
de motoristas, motociclistas e<br />
pedestres. Para ele a solução depende<br />
da educação no trânsito e<br />
conscientização de cada motorista,<br />
pois mesmo que as vias estejam<br />
bem sinalizadas, com toda a<br />
estrutura necessária, mas se cada<br />
um não fizer sua parte, nada vai<br />
melhorar.<br />
“O poder público, tem uma<br />
responsabilidade enorme e tem<br />
que acompanhar as necessidades<br />
da comunidade, talvez não com<br />
a velocidade que a comunidade<br />
queira, ou que o trânsito precise;<br />
por outro lado, nós não podemos<br />
entrar na cabeça e no coração de<br />
cada cascavelense para pedir que<br />
ele seja cordial, respeitoso, e responsável,<br />
pela sua vida e a vida dos<br />
outros”, afirmou Paulo.<br />
Porsch ainda ressaltou que<br />
o crescimento do poder econômico<br />
e da frota de veículos, “incha as<br />
vias das cidades, fazendo com que<br />
não ocorra a fluidez em horários de<br />
pico, como próximo às 08h, às 12h<br />
e às 18h, quando existe um maior<br />
movimento devido aos horários de<br />
entrada e saída de turnos em escolas<br />
e trabalho”.<br />
O secretário de planejamento<br />
de Cascavel, Marcos Vini-<br />
REPORTAGEM<br />
cius de Souza, também apontou<br />
o aumento da frota como um dos<br />
principais obstáculos para a falta<br />
de fluidez no trânsito e causador<br />
de acidentes.<br />
De acordo com estatísticas<br />
do CETTRANS, o município de Cascavel<br />
possui uma frota de aproximadamente<br />
175 mil veículos, além<br />
de receber diariamente veículos<br />
de outras cidades, que vem buscar<br />
os serviços referenciais que a cidade<br />
oferece.<br />
Segundo Marcos, o município<br />
está trabalhando para oferecer<br />
serviços de transporte alternativos,<br />
para que diminua o número de veículos<br />
nas ruas, além de investir na<br />
eficiência do transporte coletivo.<br />
“Estamos trabalhando em parceria<br />
com o Banco Interamericano de<br />
Desenvolvimento (BID) com projetos<br />
que visam a implantação gradativa<br />
de ciclovias; caneletas específicas<br />
para os ônibus para atender<br />
à mobilidade social oferecendo<br />
um transporte rápido e eficaz que<br />
possibilite aquela pessoa, mesmo<br />
ela tendo seu carro disponível, deixe<br />
o seu carro em casa”, afirmou<br />
ele.<br />
Vias binárias<br />
Outra forma de garantir a<br />
fluidez do trânsito, foi a criação das<br />
vias binárias, que permitem com<br />
CATEDRAL - Julho/Agosto<br />
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