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alfabetizar: o segredo é a inteligência da prática - Centro de ...

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tradicional <strong>da</strong>s educadoras, em que elas falam e os educandos escutam, sem nenhum<br />

entrosamento? Ou reflete um momento em que os conteúdos em discussão entram em sintonia<br />

com os saberes pr<strong>é</strong>vios do educando?<br />

Assim, referindo-se ao primeiro questionamento, mesmo diante <strong>da</strong>s alfabetizadoras<br />

exporem que trabalham <strong>de</strong> forma dinâmica, valorizando a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> dos educandos,<br />

por meio <strong>da</strong> observação, do diálogo, do <strong>de</strong>bate, <strong>da</strong>s fábulas, elas tamb<strong>é</strong>m po<strong>de</strong>m exercer<br />

contraditoriamente, uma ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> liga<strong>da</strong> a ações tradicionais em que, o aluno vê, escuta e<br />

copia, sem um envolvimento do que fazem educadoras e educandos juntos.<br />

Há <strong>de</strong> se consi<strong>de</strong>rar ain<strong>da</strong> um outro aspecto, exposto atrav<strong>é</strong>s <strong>da</strong> fala do educando<br />

Abraão, que afirma, o momento que mais gosta <strong>é</strong> <strong>da</strong> aula <strong>é</strong> <strong>da</strong> “matemática”, e Salom<strong>é</strong> que diz<br />

gostar mais “quando multiplica, que eu entendo e aprendo”. Nota-se, nos <strong>da</strong>dos pesquisados,<br />

que poucos concor<strong>da</strong>m com estas preferências, talvez porque a matemática esteja<br />

<strong>de</strong>sassocia<strong>da</strong> dos saberes pr<strong>é</strong>vios do educando e, portanto, <strong>da</strong>s suas condições concretas <strong>de</strong><br />

vi<strong>da</strong>.<br />

Contudo, a maioria dos <strong>de</strong>poimentos <strong>de</strong>monstram que os educandos <strong>da</strong> alfabetização<br />

<strong>de</strong> jovens e adultos sentem-se atormentados pela matemática (característica <strong>de</strong> outros graus <strong>de</strong><br />

ensino). Eles falam que, o momento mais <strong>de</strong>sagradável <strong>da</strong> aula <strong>é</strong> exatamente quando a<br />

matemática está sendo trabalha<strong>da</strong>. Sobre essa questão <strong>de</strong>stacamos as falas <strong>da</strong>s alunas: Rute<br />

que diz a, “Matemática, <strong>é</strong> muito complicado, mais do que ler, minha cabeça dói”; Sara, diz<br />

“[...] aquela conta <strong>de</strong> dividir <strong>é</strong> complicado”; E, Judite assinala “a matemática, <strong>é</strong> meio dura<br />

para mim” (grifo nosso).<br />

Atrav<strong>é</strong>s dos <strong>de</strong>poimentos <strong>de</strong>stacados, levantamos um questionamento frente a esse<br />

sentimento <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgosto com o momento <strong>da</strong> aula <strong>da</strong> matemática: o(a) educador(a) está<br />

utilizando em sua <strong>prática</strong> educativa a experiência <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> do educando, como referência para<br />

operacionalizar a matemática? Talvez seja este um fator relevante <strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado na<br />

<strong>prática</strong> pe<strong>da</strong>gógica na alfabetização <strong>de</strong> jovens e adultos. Trabalhar a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> dos<br />

educandos na matemática <strong>é</strong> uma possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> (como já constatado no núcleo <strong>de</strong> estudos <strong>de</strong><br />

EJA em Matemática <strong>da</strong> USP), para se obter <strong>de</strong>le, não apenas o prazer pala matemática, mas a<br />

aprendizagem <strong>da</strong> matemática.<br />

4.7.5 O educando assumindo a condição <strong>de</strong> educador(a)<br />

Ao revelar o tipo <strong>de</strong> educador(a) que o educando jovem e adulto <strong>de</strong>sejaria ser, como<br />

ensinaria aquilo que sabe fazer, ele expressa naturalmente o perfil <strong>de</strong> um(a) educador(a) i<strong>de</strong>al.<br />

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