alfabetizar: o segredo é a inteligência da prática - Centro de ...
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(In ALBUQUERQUE; LEAL, 2005, p. 60) “falar <strong>de</strong> analfabeto que lê e escreve parece algo<br />
contraditório”.<br />
Os <strong>de</strong>fensores do letramento aparecem atrav<strong>é</strong>s <strong>de</strong> Mary Kato, em 1986, com o livro no<br />
Mundo <strong>da</strong> Escrita: uma perspectiva psicolingüística, em que a autora diz acreditar, que a<br />
língua fala<strong>da</strong> “<strong>é</strong> conseqüência do letramento”. Dois anos <strong>de</strong>pois, se <strong>de</strong>staca Le<strong>da</strong> Vesdiani<br />
Tfouni, distinguindo alfabetização <strong>de</strong> letramento. Em 1995, Ângela Kleiman abor<strong>da</strong> este tema<br />
em: os significados do letramento: uma nova perspectiva sobre a <strong>prática</strong> social <strong>da</strong> escrita.<br />
(SOARES, 2003, p.15). E, em 1998, Mag<strong>da</strong> Soares (op.cit.p.81) apresenta o seu livro<br />
Letramento: em três gêneros, fazendo uma análise sobre os conceitos do Letramento e seus<br />
significados, <strong>de</strong>stacando, diversos autores, <strong>de</strong>ntre eles cita Haman (1970) numa <strong>de</strong>finição <strong>de</strong><br />
letramento em três etapas<br />
O primeiro (estágio) <strong>é</strong> a concepção <strong>de</strong> letramento como um instrumento. O segundo<br />
<strong>é</strong> a aquisição do letramento, a aprendizagem <strong>da</strong>s habili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> ler escrever. O<br />
tecrceiro <strong>é</strong> a aplicação <strong>prática</strong> <strong>de</strong>ssas habili<strong>da</strong><strong>de</strong>s em ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s significativas para o<br />
aprendiz. Ca<strong>da</strong> estágio <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do anterior; ca<strong>da</strong> um <strong>é</strong> componente necessário do<br />
letramento.<br />
Freire (1982, p.49) em seu conceito <strong>de</strong> alfabetização ressalta, “apren<strong>de</strong>r a ler e<br />
escrever se faz assim uma oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> para que mulheres e homens percebam o que<br />
realmente significa dizer a palavra: um comportamento humano que envolve ação e reflexão.<br />
Dizer a palavra em um sentido ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro, <strong>é</strong> o direito <strong>de</strong> expressar-se e expressar o mundo, <strong>de</strong><br />
criar e recriar, <strong>de</strong> <strong>de</strong>cidir, <strong>de</strong> optar”. Num conceito <strong>de</strong> letramento explicitado por Soares<br />
(2003, p. 43) ela nos diz que,<br />
letramento <strong>é</strong> usar a escrita para se orientar no mundo [...], nas ruas [...], para receber<br />
instruções [...], enfim, <strong>é</strong> usar a escrita para não ficar perdido. Letramento <strong>é</strong> <strong>de</strong>scobrir<br />
a si mesmo [...], <strong>é</strong> enten<strong>de</strong>r-se, lendo ou escrevendo [...], e <strong>é</strong> <strong>de</strong>scobrir alternativas e<br />
possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s, <strong>de</strong>scobrir o que você po<strong>de</strong> ser.<br />
Na alfabetização e no letramento po<strong>de</strong>-se fazer uso <strong>de</strong> recursos característicos <strong>de</strong> uma<br />
<strong>prática</strong> inteligente, integra<strong>da</strong> à reali<strong>da</strong><strong>de</strong> dos sujeitos nela envolvidos, visando uma<br />
aprendizagem que, possibilite não apenas o domínio <strong>da</strong> leitura e <strong>da</strong> escrita, mas o seu uso<br />
prático na socie<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />
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