alfabetizar: o segredo é a inteligência da prática - Centro de ...
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Alfabetizar jovens e adultos requer atenção especial, diferente <strong>da</strong>quela trabalha<strong>da</strong> para<br />
a criança, pois “as t<strong>é</strong>cnicas <strong>de</strong> alfabetização infantil parecem ao adulto algo que não merece a<br />
atenção <strong>de</strong> um homem maduro, por conter forte conteúdo lúdico, apropriado a crianças”<br />
(PAIVA, op.cit. p. 253). O jovem e o adulto já percorreu uma história <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> que lhe impõe<br />
problemas, exigindo <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> e <strong>da</strong> escola soluções <strong>prática</strong>s às suas reais necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s.<br />
É relevante frisar que, não se preten<strong>de</strong> indicar nesta pesquisa um mo<strong>de</strong>lo inteligente<br />
único e acabado para <strong>alfabetizar</strong> jovens e adultos, mesmo porque, <strong>de</strong> acordo com ca<strong>da</strong><br />
contexto emerge uma nova reali<strong>da</strong><strong>de</strong>, e <strong>é</strong> <strong>de</strong>sse novo, que o(a) educador(a) vai construindo<br />
uma nova <strong>prática</strong> em conjunto com o educando. O que queremos <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r <strong>é</strong> o que Brandão<br />
(1981, p. 27) assinala, “o m<strong>é</strong>todo aponta regras <strong>de</strong> fazer, mas em coisa alguma ele <strong>de</strong>ve impor<br />
formas únicas, formas sobre como fazer. De uma situação para outra, <strong>de</strong> um tempo para o<br />
outro, sempre <strong>é</strong> possível criar sobre o m<strong>é</strong>todo, inovar instrumentos e procedimentos <strong>de</strong><br />
trabalho”.<br />
Assim, quando nos referimos ao m<strong>é</strong>todo exposto por Freire e sobre alguns aspectos <strong>da</strong><br />
<strong>inteligência</strong> <strong>da</strong> <strong>prática</strong> educativa (a abertura, a intuição, a criativi<strong>da</strong><strong>de</strong> e a curiosi<strong>da</strong><strong>de</strong>) não<br />
estamos <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo um mo<strong>de</strong>lo singular a ser seguidos pelos(as) educadores(as) e educandos,<br />
mas, sobretudo, estamos querendo mais uma vez provocar uma reflexão sobre o saber fazer<br />
alfabetizador. Este tem como objetivo maior, reconhecer no processo ensinar-apren<strong>de</strong>r, a<br />
orali<strong>da</strong><strong>de</strong> do educando jovem e adulto, sua <strong>prática</strong> social, seu mundo existencial.<br />
Nesse sentido, a professora Anita Garibaldi expressa “trabalho utilizando jogos,<br />
quebra cabeça em forma <strong>de</strong> textos, comparação <strong>de</strong> palavras, fazer pesquisas, dinâmicas que,<br />
incentiva os alunos a falar. Textos que estejam mais perto <strong>da</strong> reali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>les [...]” (grifo<br />
nosso). E, assim, nessa dinâmica educativa entre o(a) educador(a) e o educando, re<strong>de</strong>scobrir o<br />
mundo <strong>de</strong>sse jovem e adulto, aju<strong>da</strong>ndo-o não apenas a apreen<strong>de</strong>r a t<strong>é</strong>cnica <strong>da</strong> linguagem<br />
oficial, mas <strong>da</strong> linguagem do seu mundo e do mundo letrado. Como assinala Brandão (op. cit.<br />
p. 49),<br />
Só assim a alfabetização cobra sentido. É a conseqüência <strong>de</strong> uma reflexão que o<br />
homem começa a fazer sobre sua própria capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> refletir. Sobre sua posição<br />
no mundo. Sobre seu po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> transformar o mundo. Sobre o encontro <strong>da</strong>s<br />
consciências. Reflexão sobre a própria alfabetização, que <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser assim algo<br />
externa ao homem, para ser <strong>de</strong>le mesmo.<br />
É necessário a conscientização do(a) alfabetizador(a) e que, ele(a) mesmo busque<br />
condições <strong>de</strong> enxergar e apren<strong>de</strong>r com sua própria história <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, percebendo que <strong>é</strong> preciso<br />
romper seus limites, servindo como um efetivo colaborador <strong>da</strong> aprendizagem do<br />
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