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alfabetizar: o segredo é a inteligência da prática - Centro de ...

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Tudo isso nos faz pensar em t<strong>é</strong>cnicas que o(a) educador(a) po<strong>de</strong> criar para servir <strong>de</strong><br />

meios que aten<strong>da</strong>m as necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s do educando diante <strong>de</strong> sua reali<strong>da</strong><strong>de</strong>. Assim, cabe ao<br />

educador e à educadora, por meio <strong>de</strong> seu fazer pe<strong>da</strong>gógico aberto, intuitivo, criativo, curioso,<br />

reconhecer as condições que seus educandos vivem, valorizando seus saberes pr<strong>é</strong>vios como<br />

forma <strong>de</strong> incentivo e gosto pela sua própria história, aju<strong>da</strong>ndo-o a apren<strong>de</strong>r e a reapren<strong>de</strong>r o<br />

seu mundo. Como ressalta a professora entrevista<strong>da</strong> Margari<strong>da</strong> Alves “Alfabetizar <strong>é</strong> criar, <strong>é</strong><br />

enten<strong>de</strong>r o aluno, <strong>é</strong> mostrar tudo o que você sabe, <strong>é</strong> dividir com os seus conhecimentos e<br />

mostrar ao aluno que ele <strong>é</strong> capaz”. Sobre essa questão Lima assinala (1965, p. 175), referindose<br />

ao M<strong>é</strong>todo Paulo Freire<br />

Compreen<strong>de</strong>u o formulador do novo processo que alfabetização, preten<strong>de</strong>ndo<br />

provocar profun<strong>da</strong> modificação no tipo <strong>de</strong> relacionamento do alfabetizando e a<br />

reali<strong>da</strong><strong>de</strong>, só se impõe como força motivadora se for estabelecido forte liame<br />

psicológico entre a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> alfabetizante e as situações <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> do analfabeto [...].<br />

Na busca <strong>de</strong> encontrar novas formas <strong>de</strong> atuação educacional na alfabetização <strong>de</strong> jovens<br />

e adultos, utilizou-se uma <strong>prática</strong> pe<strong>da</strong>gógica não-diretiva, o m<strong>é</strong>todo Paulo Freire,<br />

sistematizado em 1962, consi<strong>de</strong>rado como um conjunto <strong>de</strong> ações educativas envolvente,<br />

consciente e colaboradora. Como assinala Paiva (2003, p. 251), “não era uma simples t<strong>é</strong>cnica<br />

neutra, mas todo um sistema coerente no qual a teoria informava a <strong>prática</strong> pe<strong>da</strong>gógica e os<br />

seus meios”.<br />

Nesse sentido, a professora Chiquinha Gonzaga fala a respeito <strong>de</strong> uma estrat<strong>é</strong>gia<br />

inteligente na <strong>prática</strong> alfabetizadora, “referindo-se ao que tenho vivenciado, o primeiro passo<br />

parte <strong>de</strong> um diálogo <strong>de</strong>safiador, fazer reconhecer a importância e a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> se fazer<br />

uma vi<strong>da</strong> escolar. Junto vem a reconstrução <strong>da</strong> auto-estima, partindo do ponto <strong>de</strong> que nunca <strong>é</strong><br />

tar<strong>de</strong> para quem realmente <strong>de</strong>seja algo [...]”.<br />

Diante do exposto, enten<strong>de</strong>mos com Lima (Ibid. p. 176), que a <strong>prática</strong> inteligente<br />

alfabetizadora atinge seu maior propósito – aju<strong>da</strong>ndo na aprendizagem concreta,<br />

conscientizadora <strong>da</strong> linguagem e <strong>da</strong> leitura <strong>de</strong> mundo – quando consi<strong>de</strong>ra o universo cultural<br />

do educando.<br />

É preciso não esquecer que o analfabeto obteve, bem ou mal, um sistema <strong>de</strong><br />

equilíbrio social em baixo nível, <strong>de</strong> modo que exija habili<strong>da</strong><strong>de</strong>s to<strong>da</strong> especial para<br />

introduzir em sua equação vivencial elemento novo que provoque o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong><br />

<strong>alfabetizar</strong>-se como forma <strong>de</strong> readquirir equilíbrio em nível mais elevado.<br />

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