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alfabetizar: o segredo é a inteligência da prática - Centro de ...

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aju<strong>da</strong>r o homem a aju<strong>da</strong>r-se, a fazer-se agente <strong>de</strong> sua própria recuperação atrav<strong>é</strong>s <strong>de</strong> uma<br />

postura conscientemente crítica diante <strong>de</strong> seus problemas” (PAIVA, 2003, p. 252)<br />

Essa postura do fazer pe<strong>da</strong>gógico do (a) alfabetizador(a) <strong>de</strong> jovens e adultos, po<strong>de</strong> ser<br />

possível por meio <strong>de</strong> uma <strong>prática</strong> que, valorize o diálogo, a observação, o conhecimento <strong>da</strong><br />

reali<strong>da</strong><strong>de</strong> cultural do educando. Este foi o caminho apontado por Freire, como forma <strong>de</strong><br />

colaborar com o educando a superar suas limitações e promover uma atitu<strong>de</strong> crítica diante <strong>da</strong><br />

reali<strong>da</strong><strong>de</strong> que está inserido.<br />

A estrat<strong>é</strong>gia ofereci<strong>da</strong> por Freire pretendia, como assinala Paiva (Ibid. p. 253), “ser<br />

mais que o simples domínio psicológico e mecânico <strong>da</strong>s t<strong>é</strong>cnicas <strong>de</strong> leitura e escrita; pretendia<br />

formar uma atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> criação e recriação. Por isso, <strong>de</strong>via partir <strong>de</strong> situações concretas e se<br />

realizar atrav<strong>é</strong>s do diálogo”. Consi<strong>de</strong>rar na <strong>prática</strong> educativa a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> do educando <strong>é</strong> não<br />

apenas conduzi-lo a uma revisão crítica <strong>da</strong> sua condição social, política, cultural, mas tamb<strong>é</strong>m<br />

ajudá-lo na transformação <strong>de</strong>ssa reali<strong>da</strong><strong>de</strong>. Daí a preocupação <strong>de</strong> uma <strong>prática</strong> alfabetizadora<br />

libertadora que, possa aju<strong>da</strong>r a sair <strong>de</strong> uma concepção ingênua, para uma visão consciente,<br />

crítica <strong>de</strong> si mesmo e do mundo. Paiva (Ibid. p. 253) assim, esclarece o m<strong>é</strong>todo:<br />

A <strong>prática</strong> do m<strong>é</strong>todo tinha com base inicial o levantamento do universo vocabular<br />

dos grupos com os quais a equipe pretendia trabalhar. Em segui<strong>da</strong> eram escolhi<strong>da</strong>s<br />

as palavras no universo vocabular pesquisado, <strong>de</strong>vendo ser seleciona<strong>da</strong>s pela sua<br />

riqueza fonêmica, pelas dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s fon<strong>é</strong>ticas e pelo engajamento <strong>da</strong> palavra numa<br />

<strong>da</strong><strong>da</strong> reali<strong>da</strong><strong>de</strong> social, cultural ou política. Tais palavras eram relaciona<strong>da</strong>s a<br />

situações existenciais típicas do grupo, que serviam como ponto <strong>de</strong> parti<strong>da</strong> <strong>da</strong><br />

discussão, à qual se seguia a <strong>de</strong>composição <strong>da</strong>s famílias fonêmicas correspon<strong>de</strong>nte<br />

aos vocábulos geradores. Para esse trabalho era necessário uma a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong><br />

preparação dos coor<strong>de</strong>nadores e a confecção <strong>de</strong> material didático atrav<strong>é</strong>s <strong>de</strong> sli<strong>de</strong>s e<br />

cartazes.<br />

Com o m<strong>é</strong>todo acima exposto, ou com a utilização <strong>de</strong>ssa t<strong>é</strong>cnica, tanto o papel do<br />

educando quanto do(a) educador(a) <strong>é</strong> inteiramente novo. O educando em vez <strong>de</strong> passivo,<br />

condicionado a respostas prontas e limita<strong>da</strong>s, torna-se ativo e reflexivo. Assim, o(a)<br />

educador(a) sai <strong>de</strong> uma condição tradicional, como mero transmissor <strong>de</strong> conhecimentos e<br />

funciona como sujeito motivador na <strong>prática</strong> educativa, como bem assinala Lima (1965, p.<br />

178)<br />

A t<strong>é</strong>cnica do círculo <strong>de</strong> cultura (...) o coor<strong>de</strong>nador (nome <strong>da</strong>do ao professor) não<br />

ensina: Cria uma situação <strong>de</strong> aprendizagem em que o próprio esforço motivado do<br />

aluno provoca a aprendizagem. Ora, uma função como esta não exige alta<br />

especialização em t<strong>é</strong>cnicas <strong>de</strong> alfabetização, mas apenas um pouco <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança para<br />

fazer um grupo atuar.<br />

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