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alfabetizar: o segredo é a inteligência da prática - Centro de ...

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tornando-se sujeito ativo <strong>de</strong> si mesmo e <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> na qual está inserido, como assinala<br />

Freire (op. cit. 37)<br />

no ato mesmo <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r aos <strong>de</strong>safios que lhe apresenta seu contexto <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, o<br />

homem se cria, se realiza como sujeito, porque essa resposta exige <strong>de</strong>le reflexão,<br />

crítica, invenção, eleição, <strong>de</strong>cisão, organização [...] to<strong>da</strong>s essas coisas pelas quais se<br />

cria a pessoa e que fazem <strong>de</strong>la um ser não somente ‘a<strong>da</strong>ptado’ à reali<strong>da</strong><strong>de</strong> e aos<br />

outros, mais ‘integrado’.<br />

É nesta direção que o(a) educador(a) <strong>da</strong> alfabetização <strong>de</strong> jovens e adultos, consciente<br />

<strong>de</strong> sua função <strong>de</strong> <strong>alfabetizar</strong>, po<strong>de</strong>rá por meio <strong>de</strong> sua <strong>prática</strong>, aju<strong>da</strong>r a promover no educando,<br />

a formação <strong>de</strong> uma consciência crítica, <strong>de</strong>senvolvendo a sua condição <strong>de</strong> sujeito participativo<br />

<strong>de</strong> seu contexto. Como assinala Freire (op. cit. p. 36), “na medi<strong>da</strong> em que o homem, integrado<br />

ao seu contexto, reflete sobre esse contexto e se compromete, constrói a si mesmo e chega a<br />

ser sujeito”.<br />

A partir <strong>de</strong>ssas acepções, surge um outro questionamento, os(as) educadores(as)<br />

alfabetizadores(as) <strong>de</strong> jovens e adultos estão preparados para essa <strong>prática</strong> alfabetizadora? Nos<br />

últimos tempos tem-se constatado, atrav<strong>é</strong>s do Minist<strong>é</strong>rio <strong>da</strong> Educação e Cultura bem como <strong>de</strong><br />

pesquisadores em EJA como, PAIVA (1987), MOURA (2004), SOARES (2003), RIBEIRO<br />

(1999), <strong>de</strong>ntre outros, uma gran<strong>de</strong> preocupação com o fazer alfabetizador nessa mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> ensino. Essa preocupação exige dos(as) educadores(as) envolvidos na alfabetização <strong>de</strong><br />

jovens e adultos a rever <strong>de</strong> forma mais profun<strong>da</strong> e responsável sua ação pe<strong>da</strong>gógica, numa<br />

busca <strong>de</strong>safiadora <strong>de</strong> uma <strong>prática</strong> educativa que possibilite o apren<strong>de</strong>r do educando, numa<br />

dimensão reveladora <strong>de</strong> si mesmo e do mundo que o cerca. Constantino e Takahashi (2006)<br />

recentemente na Folha <strong>de</strong> São Paulo 9 ressalta:<br />

Para especialistas, o maior problema dos supletivos <strong>é</strong> a falta <strong>de</strong> preparo dos<br />

professores para li<strong>da</strong>r com um público mais velho e que trabalha. O próprio<br />

MEC reconhece que <strong>é</strong> preciso avançar nesse ponto. ‘Há espaço para um<br />

acompanhamento mais <strong>de</strong>talhado’, afirmou à Folha o diretor do Departamento <strong>de</strong><br />

educação <strong>de</strong> Jovens e Adultos do minist<strong>é</strong>rio, Timothy Ireland [...]<br />

‘O formato <strong>da</strong> escola para jovens e adultos não aten<strong>de</strong> às necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s básicas<br />

<strong>de</strong> aprendizagem’, disse Stela Piconez, docente <strong>da</strong> USP que coor<strong>de</strong>na o Núcleo <strong>de</strong><br />

Estudos sobre EJA e <strong>de</strong> Formação permanente <strong>de</strong> professores <strong>da</strong> universi<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Piconez afirma que a mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>veria ser <strong>de</strong>senha<strong>da</strong> para um perfil <strong>de</strong> aluno<br />

que <strong>é</strong> mais velho e que já trabalha. ‘Os temas não são relacionados ao cotidiano<br />

do trabalho, e a gra<strong>de</strong> prevê cinco aulas diárias, o que <strong>é</strong> impossível para algu<strong>é</strong>m<br />

que já trabalhou oito horas no dia’. (grifos nossos)<br />

9 CONSTATINO, Luciano e TAKAHASHI, Fábio. < Supletivo cresceu 60%; cursos não são avaliados. Folha<br />

<strong>de</strong> São Paulo, Cotidiano. “Disponível em” 22 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2006 >: Acesso em 30 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2006.<br />

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