alfabetizar: o segredo é a inteligência da prática - Centro de ...
alfabetizar: o segredo é a inteligência da prática - Centro de ...
alfabetizar: o segredo é a inteligência da prática - Centro de ...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Este <strong>de</strong>poimento traz consigo uma gran<strong>de</strong> reflexão, <strong>de</strong>stacando categorias como: amor,<br />
força <strong>de</strong> vonta<strong>de</strong>, criativi<strong>da</strong><strong>de</strong> que <strong>de</strong>terminam uma relação <strong>de</strong> muito comprometimento entre<br />
o(a) educador(a) e o educando <strong>da</strong> alfabetização <strong>de</strong> jovens e adultos, consi<strong>de</strong>rando, sobretudo,<br />
uma <strong>prática</strong> pe<strong>da</strong>gógica que respeite as expressões, id<strong>é</strong>ias, sentimentos e visão <strong>de</strong> mundo do<br />
educando. É sem dúvi<strong>da</strong> uma <strong>prática</strong> <strong>de</strong>safiadora.<br />
O reconhecimento do(a) educador(a) em perceber que, trabalhar com jovens e adultos<br />
no momento atual, integrando a linguagem formal <strong>da</strong> escola com suas <strong>prática</strong>s sociais, <strong>é</strong> um<br />
gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio, <strong>é</strong>, em parte, a confirmação <strong>da</strong> conscientização <strong>de</strong> sua <strong>prática</strong>. Sobre esta<br />
questão Freire (1992, p. 79) assinala que,<br />
[...] quem procura curso <strong>de</strong> alfabetização <strong>de</strong> adultos quer apren<strong>de</strong>r a escrever e a ler<br />
sentenças, frases, palavras, quer <strong>alfabetizar</strong>-se. A leitura e a escrita <strong>da</strong>s palavras,<br />
contudo, passa pela leitura <strong>de</strong> mundo. Ler o mundo <strong>é</strong> um ato anterior à leitura <strong>da</strong><br />
palavra. O ensino <strong>da</strong> leitura e <strong>da</strong> escrita <strong>da</strong> palavra a que falte o exercício crítico <strong>da</strong><br />
leitura e <strong>da</strong> releitura do mundo <strong>é</strong>, científica, política e pe<strong>da</strong>gogicamente, capenga.<br />
A partir <strong>de</strong>sta reflexão po<strong>de</strong>mos dizer que, este tipo <strong>de</strong> ação educativa valoriza a<br />
leitura <strong>de</strong> mundo e promove as pessoas à condição <strong>de</strong> sujeito. E, <strong>é</strong>, exatamente neste sentindo<br />
que a alfabetização <strong>de</strong> jovens e adultos ganha força e tem sua eficácia. Sobre essa questão<br />
Freire afirma que (1980, p. 34), “para ser váli<strong>da</strong> [...] to<strong>da</strong> ação educativa <strong>de</strong>ve<br />
necessariamente estar precedi<strong>da</strong> <strong>de</strong> uma reflexão sobre o homem e <strong>de</strong> uma análise do meio <strong>de</strong><br />
vi<strong>da</strong> concreto, do homem concreto a quem queremos educar (ou melhor dito: a quem<br />
queremos aju<strong>da</strong>r a educar-se)”.<br />
Dessa forma, o(a) educador(a) <strong>é</strong> um facilitador(a) <strong>da</strong> aprendizagem do educando que,<br />
usando a sua <strong>inteligência</strong> aberta, intuitiva, criativa e curiosa, colabora com o educando, no<br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> sua consciência crítica no contexto em que vive. Como ressalta Freire<br />
(op. cit. p. 35) referindo-se ao educando, “quanto mais refletir sobre sua reali<strong>da</strong><strong>de</strong> concreta,<br />
mais emerge, plenamente consciente, comprometido, pronto a intervir na reali<strong>da</strong><strong>de</strong> para<br />
mudá-la”.<br />
Diante <strong>de</strong>sta reflexão surge um questionamento: mas quando o educando <strong>da</strong><br />
alfabetização <strong>de</strong> jovens e adultos estará pronto para esta intervenção? Quando consciente o ser<br />
humano frente a sua reali<strong>da</strong><strong>de</strong>, integra-se a ela e constrói uma relação, não apenas <strong>de</strong><br />
a<strong>da</strong>ptação, mas <strong>de</strong> transformação, agindo e interagindo num movimento inteligente <strong>de</strong> sua<br />
<strong>prática</strong> social. É, neste processo <strong>de</strong> interação que ele vai <strong>de</strong>safiando seus próprios limites,<br />
54