17.04.2013 Views

alfabetizar: o segredo é a inteligência da prática - Centro de ...

alfabetizar: o segredo é a inteligência da prática - Centro de ...

alfabetizar: o segredo é a inteligência da prática - Centro de ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Não posso reconhecer os limites <strong>da</strong> <strong>prática</strong> educativa - política em que me envolvo<br />

se não sei, se não estou claro em face <strong>de</strong> a favor <strong>de</strong> quem pratico. O a favor <strong>de</strong> quem<br />

pratico me situa num certo ângulo, que <strong>é</strong> <strong>de</strong> classe, em que diviso o contra quem<br />

pratico e, necessariamente, o porquê pratico, isto <strong>é</strong>, o próprio sonho. O tipo <strong>de</strong><br />

socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> cuja invenção gostaria <strong>de</strong> participar.<br />

Nesse sentido, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo <strong>da</strong> forma como o sujeito compreen<strong>de</strong> a socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, a<br />

política, a escola, o trabalho, ele organiza para si sua concepção <strong>de</strong> mundo e, esta referenciará<br />

to<strong>da</strong> a sua <strong>prática</strong>. Assim, enten<strong>de</strong>-se por concepção <strong>de</strong> mundo o conjunto <strong>de</strong> saberes que<br />

conduz a i<strong>de</strong>ologia do indivíduo, numa relação que <strong>de</strong>termina seu fazer, que po<strong>de</strong>rá ser crítico<br />

ou acrítico, como ressalta Melo (In WEBER, 1993, p. 25)<br />

[...] o homem torna-se crítico consciente ou acrítico, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong> suas relações<br />

com o mundo, com os outros homens e com as diferentes formas <strong>de</strong> ver e pensar a<br />

socie<strong>da</strong><strong>de</strong>. A <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r certas crenças, certos princípios e valores sócio-culturais, o<br />

homem está construindo suas concepções <strong>de</strong> mundo.<br />

Dessa forma, o(a) educador(a) <strong>da</strong> alfabetização <strong>de</strong> jovens e adultos, com uma visão <strong>de</strong><br />

mundo crítica, se torna capaz <strong>de</strong> refletir sobre sua <strong>prática</strong>, apren<strong>de</strong>ndo a compreendê-la e a<br />

questioná-la atrav<strong>é</strong>s <strong>da</strong> experiência <strong>de</strong> outros e <strong>de</strong> sua própria experiência <strong>de</strong> vi<strong>da</strong><br />

(consi<strong>de</strong>rando que na vi<strong>da</strong> já está inserido o profissional). É, especialmente por meio <strong>da</strong>s<br />

experiências do(a) educador(a), que se produz o saber fazer pe<strong>da</strong>gógico. Como diz Schön (In<br />

NÓVOA, 1992, p. 60), ao <strong>de</strong>stacar uma característica fun<strong>da</strong>mental <strong>da</strong> profissão <strong>de</strong><br />

educador(a), “<strong>é</strong> uma profissão em que a própria <strong>prática</strong> conduz necessariamente à criação <strong>de</strong><br />

um conhecimento específico e ligado à ação, que só po<strong>de</strong> ser adquirido, atrav<strong>é</strong>s do contato<br />

com a <strong>prática</strong>, pois se trata <strong>de</strong> um conhecimento tácito, pessoal e não sistemático”.<br />

Sendo assim, o(a) educador(a) ao pensar seu saber fazer pe<strong>da</strong>gógico e suas<br />

experiências apreendi<strong>da</strong>s, constrói um conhecimento <strong>de</strong> si mesmo e <strong>de</strong> sua ação educativa,<br />

que lhe permite tornar-se aberto ao novo, compreen<strong>de</strong>ndo a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ser flexível face às<br />

novas informações do mundo contemporâneo, estabelecendo condições <strong>de</strong> inteligir a real<br />

função do processo ensino-aprendizagem. Como assinalam Marland; Osborne (In NÓVOA,<br />

op. cit. p. 60), “esta nova perspectiva <strong>de</strong> análise <strong>da</strong> profissão docente tem vindo a <strong>de</strong>stacar a<br />

importância do estudo do pensamento prático do professor como fator que influencia e<br />

<strong>de</strong>termina sua <strong>prática</strong> <strong>de</strong> ensino”<br />

Este pensamento prático refere-se à compreensão que ca<strong>da</strong> educador(a), tem em<br />

particular do ensino, <strong>é</strong> uma forma peculiar <strong>da</strong> sua práxis educacional “verifica-se, assim, que<br />

os professores possuem teorias, (teorias <strong>prática</strong>s, implícitas, <strong>de</strong> ação) sobre o que <strong>é</strong> ensino.<br />

Estas teorias, que influenciam a forma como os professores pensam e atuam na aula,<br />

41

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!