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alfabetizar: o segredo é a inteligência da prática - Centro de ...

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Como professor <strong>de</strong>vo saber que sem curiosi<strong>da</strong><strong>de</strong> que me move, que me inquieta, que<br />

me insere na busca, não aprendo nem ensino. Exercer a minha curiosi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> forma<br />

correta <strong>é</strong> um direito que tenho como gente e a que correspon<strong>de</strong> o <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> lutar por<br />

ele, o direito a curiosi<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Antes <strong>de</strong> qualquer tentativa <strong>de</strong> discussão <strong>de</strong> t<strong>é</strong>cnicas, <strong>de</strong> materiais, <strong>de</strong> m<strong>é</strong>todos para<br />

uma aula dinâmica assim, <strong>é</strong> preciso, indispensável mesmo, que o professor se ache<br />

‘repousado’ no saber <strong>de</strong> que a pedra fun<strong>da</strong>mental <strong>é</strong> a curiosi<strong>da</strong><strong>de</strong> do ser humano. É<br />

ela que me faz perguntar, conhecer, atuar, mais perguntar, re-conhecer.<br />

Nesse sentido, Assmann (2004. p.16) lembra duas falas relaciona<strong>da</strong>s ao exercício <strong>da</strong><br />

curiosi<strong>da</strong><strong>de</strong> na educação, que vale a pena ressaltar: A primeira <strong>é</strong> a do exemplo do Primeiro-<br />

Ministro <strong>da</strong> Alemanha, Gerhard Schoröo<strong>de</strong>r e a segun<strong>da</strong>, <strong>é</strong> o exemplo <strong>da</strong> Ministra <strong>da</strong><br />

Educação tamb<strong>é</strong>m <strong>da</strong> Alemanha, E<strong>de</strong>lgard Bulmahn. Estas falas foram registra<strong>da</strong>s<br />

oficialmente no Congresso Nacional <strong>de</strong> 2003 dizendo <strong>de</strong>ntre outros aspectos<br />

__As escolas e instituições <strong>de</strong> formação precisam novamente promover a<br />

curiosi<strong>da</strong><strong>de</strong>, a se<strong>de</strong> <strong>de</strong> conhecimento e o pensamento próprio, em vez <strong>de</strong> produzir o<br />

estresse emocional e psíquico [...]. (grifo do autor)<br />

__Precisamos <strong>de</strong> escolas, nas quais as nossas crianças possam apren<strong>de</strong>r com<br />

alegria e curiosi<strong>da</strong><strong>de</strong>, on<strong>de</strong> se mantenha viva a sua se<strong>de</strong> <strong>de</strong> conhecimento. (grifo<br />

do autor)<br />

Queremos com isso, provocar uma reflexão sobre a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> do(a) educador(a) <strong>da</strong><br />

alfabetização <strong>de</strong> jovens e adultos se i<strong>de</strong>ntificar como um ser curioso, como um ser apren<strong>de</strong>nte,<br />

que precisa estar sempre à procura <strong>de</strong> conhecimentos para construir uma <strong>prática</strong> competente,<br />

<strong>de</strong>spertando no educando o ser curioso que tamb<strong>é</strong>m o habita. Essa necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ser curioso<br />

faz lembrar o <strong>de</strong>poimento do aluno Davi quando “[...] aprendo tudo observando, tem que<br />

curiar e saber curiar”.<br />

Curiar <strong>de</strong>monstra, não apenas, uma disposição <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r para supostamente fazer,<br />

mas tamb<strong>é</strong>m, <strong>de</strong>monstra a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> humana <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver estrategicamente um<br />

mecanismo <strong>de</strong> observação que leve o indivíduo ao conhecimento <strong>de</strong>sejado. “O exercício <strong>da</strong><br />

curiosi<strong>da</strong><strong>de</strong> a faz mais criticamente curiosa, mais metodicamente ‘perseguidora’ do seu<br />

objeto. Quanto mais curiosi<strong>da</strong><strong>de</strong> espontânea se intensifica, mais, sobretudo, se ‘rigoriza’,<br />

tanto mais epistemologicamente vai se tornando” (FREIRE, 1996, p. 97).<br />

Vale ressaltar, que esta curiosi<strong>da</strong><strong>de</strong> do educando, acima <strong>de</strong>stacado, <strong>de</strong>ve tamb<strong>é</strong>m<br />

pertencer ao educador e à educadora, pois <strong>é</strong> atrav<strong>é</strong>s <strong>de</strong>le(a), por meio <strong>de</strong> seu direcionamento,<br />

que o processo ensino-aprendizagem caminha, como diz Reboul (Apud ASMANN, op. cit. p.<br />

27) “a curiosi<strong>da</strong><strong>de</strong> não <strong>é</strong> apenas um incentivo: <strong>é</strong> tamb<strong>é</strong>m algo a ser aprendido e cultivado”.<br />

Nesse sentido, lembramos do pensamento <strong>de</strong> um autor <strong>de</strong>sconhecido “Nós crescemos<br />

não <strong>de</strong> resposta em resposta, mas <strong>de</strong> pergunta em pergunta”. A curiosi<strong>da</strong><strong>de</strong> nos leva a<br />

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