alfabetizar: o segredo é a inteligência da prática - Centro de ...
alfabetizar: o segredo é a inteligência da prática - Centro de ...
alfabetizar: o segredo é a inteligência da prática - Centro de ...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong>, curiosi<strong>da</strong><strong>de</strong> e se<strong>de</strong> <strong>de</strong> conhecimento, curiosi<strong>da</strong><strong>de</strong> e fantasia; a curiosi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>é</strong> o<br />
melhor recurso para a inovação” (ASSMANN, 2004, p.18-20).<br />
No entanto, vale ressaltar que a curiosi<strong>da</strong><strong>de</strong> possui categoricamente uma compreensão<br />
pejorativa <strong>de</strong> seu termo. Geralmente em seu uso cotidiano, temos a id<strong>é</strong>ia, que a pessoa curiosa<br />
<strong>é</strong> aquela que se interessa pela vi<strong>da</strong> alheia, <strong>é</strong> a popularmente conheci<strong>da</strong> por “fofoqueira”, que<br />
tem o costume <strong>de</strong> “se meter on<strong>de</strong> não <strong>de</strong>ve”. Esta id<strong>é</strong>ia prevaleceu – e ain<strong>da</strong> prevalece -<br />
durante muito tempo nas mentali<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong>s pessoas, sendo at<strong>é</strong> ofensa ser chamado <strong>de</strong> curioso.<br />
Assmann (Ibid, p. 24) fala sobre isso assinalando que, “a palavra curiosi<strong>da</strong><strong>de</strong> tamb<strong>é</strong>m se<br />
aplica a atitu<strong>de</strong>s e hábitos socialmente nocivos, como a fofoca, a xeretice e, a mania <strong>de</strong> meter<br />
o be<strong>de</strong>lho [...] on<strong>de</strong> não conv<strong>é</strong>m, etc”. Contudo, esta percepção vem gra<strong>da</strong>tivamente<br />
mu<strong>da</strong>ndo, a curiosi<strong>da</strong><strong>de</strong> está sendo usa<strong>da</strong> ca<strong>da</strong> vez mais <strong>de</strong> forma positiva, em vários setores<br />
profissionais e em especial na educação.<br />
A curiosi<strong>da</strong><strong>de</strong> como requisito para a qualificação profissional tem hoje gran<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>staque. No atual momento histórico, quando falamos em bons profissionais, nos referimos<br />
àquelas pessoas que têm qualificação, isto <strong>é</strong>, que provaram no mercado <strong>de</strong> trabalho maior<br />
<strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r, como <strong>de</strong>screve Bunge (Apud Assmann, 2004, p. 18) “quem <strong>de</strong>seja<br />
<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r seu lugar <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong>ve melhorar sua competência, isto <strong>é</strong>, <strong>de</strong>ve continuar<br />
apren<strong>de</strong>ndo”. Dessa forma, o(a) educador(a) que <strong>de</strong>seja apren<strong>de</strong>r, <strong>é</strong> caracterizado(a) como um<br />
ser curioso, consciente <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ser um eterno apren<strong>de</strong>nte. “O significado básico <strong>de</strong><br />
curiosi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>é</strong> o <strong>de</strong>sejo intenso <strong>de</strong> ver, ouvir, saber, experimentar alguma coisa” (ASSMANN,<br />
op.cit. p. 24).<br />
A curiosi<strong>da</strong><strong>de</strong> no fazer pe<strong>da</strong>gógico tem um sentido <strong>de</strong> investigação do saber, como<br />
uma disposição <strong>de</strong> buscar o apren<strong>de</strong>r, on<strong>de</strong> o(a) educador(a) procura continuamente conhecer<br />
mais, para fazer mais e melhor, envolvendo nesse movimento <strong>de</strong> busca curiosa, o<br />
conhecimento dos saberes do educando. Sobre essa questão Foucaut (Apud ASSMANN,<br />
2004, p. 186) lembra que<br />
Existe aqui uma super abundância <strong>de</strong> coisas que precisam ser conheci<strong>da</strong>s:<br />
fun<strong>da</strong>mentais, terríveis, maravilhosas, diverti<strong>da</strong>s, insignificantes e, ao mesmo<br />
tempo, cruciais. Existe uma enorme curiosi<strong>da</strong><strong>de</strong>, uma necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>, um <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong><br />
conhecer [...].<br />
Ain<strong>da</strong> sobre essa questão Freire (1996, p. 95-96) pensa<br />
35