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VJ OUT 2008.p65 - Visão Judaica

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2<br />

editorial<br />

VISÃO JUDAICA • outubro de 2008 Tishrê / Cheszvan 5769<br />

Publicação mensal independente da<br />

EMPRESA JORNALÍSTICA VISÃO<br />

JUDAICA LTDA.<br />

Redação, Administração e Publicidade<br />

visaojudaica@visaojudaica.com.br<br />

Curitiba • PR • Brasil<br />

Fone/fax: 55 41 3018-8018<br />

Dir. de Operações e Marketing<br />

SHEILLA FIGLARZ<br />

Dir. Administrativa e Financeira<br />

HANA KLEINER<br />

Diretor de Redação<br />

SZYJA B. LORBER<br />

Publicidade<br />

DEBORAH FIGLARZ<br />

Arte e Diagramação<br />

SONIA OLESKOVICZ<br />

Webmaster<br />

RAFFAEL FIGLARZ<br />

Colaboram nesta edição:<br />

Andrei Netto, Antônio Carlos Coelho, Barry<br />

Rubin, Benjamin Barthe, Breno Lerner, Daniel<br />

Pipes, Dori Lustron, Egon Friedler, Heitor de<br />

Paola, Jane Bichmacher de Glasman, Julián<br />

Schvindlerman, Marcelo Ninio, Olavo de<br />

Carvalho, P. Celdrán, Rina Castelnuovo, Roberto<br />

Romano, Sérgio Feldman e Yossi Groisseoign<br />

<strong>Visão</strong> <strong>Judaica</strong> não tem responsabilidade sobre<br />

o conteúdo dos artigos, notas, opiniões ou<br />

comentários publicados, sejam de terceiros<br />

(mencionando a fonte) ou próprios e assinados<br />

pelos autores. O fato de publicá-los não indica<br />

que o <strong>VJ</strong> esteja de acordo com alguns<br />

dos conceitos ou dos temas.<br />

Contém termos sagrados, por isso trate<br />

com respeito esta publicação.<br />

www.visaojudaica.com.br<br />

Este jornal é um veículo independente<br />

da Comunidade Israelita do Paraná<br />

Quem é o responsável pela crise?<br />

á exatamente dois atrás, a jornalista,<br />

escritora e filóloga espanhola<br />

Pilar Rahola, numa entrevista<br />

ao jornal argentino La<br />

Nación, dizia: “A ONU atua como<br />

escrava do mundo islâmico”. Ela sabia<br />

muito bem o que dizia. Uma amostra<br />

perfeita disso foi testemunhada em 23<br />

de setembro de 2008 no discurso racista<br />

do presidente do Irã, Ahmadinejad,<br />

na Assembléia Geral das Nações<br />

Unidas, aplaudido por parte dos líderes<br />

mundiais presentes, sem uma contestação<br />

sequer, a não ser do presidente<br />

de Israel, Shimon Peres.<br />

Seria exagero afirmar que as palavras<br />

de Ahmadinejad<br />

na ONU foram<br />

racistas? Vejamos:<br />

“...Se os<br />

judeus donos das<br />

finanças internacionais<br />

dentro e<br />

fora da Europa<br />

chegassem a ter<br />

outra vez êxito,<br />

arrastando as nações até uma nova<br />

Guerra Mundial, então o resultado não<br />

será a ‘bolchevização’ do mundo e por<br />

fim a vitória dos judeus, mas a aniquilação<br />

da raça judaica em toda a Europa!”.<br />

Estas palavras são do discurso<br />

de Adolf Hitler no Reichstag, o parlamento<br />

alemão, em 30 de janeiro de<br />

1939, numa sessão na qual se comemorava<br />

o sexto aniversário da chegada<br />

ao poder dos nazistas. "...Um pequeno<br />

grupo de embusteiros sionistas<br />

domina os centros financeiros e monetários<br />

e apesar de seu número ser<br />

minúsculo, eles dominam os centros<br />

de tomada de decisões políticas nos<br />

países europeus e nos Estados Unidos.<br />

Mas é iminente a chegada do fim<br />

do regime sionista". Estas são palavras<br />

de Ahmadinejad na Assembléia<br />

Geral da ONU. As mensagens são<br />

muito parecidas. Uma é de 1939, e<br />

outra de alguns dias atrás. Assim como<br />

os que aplaudiram Hitler não imaginavam<br />

aonde isso os levaria, os que<br />

aplaudiram “Adolfinejad” não imagi-<br />

ACENDIMENTO DAS VELAS<br />

EM CURITIBA<br />

outubro e novembro 2008<br />

Shabat e data especial<br />

DATA HORA<br />

21/101 19h01<br />

24/10 18h07<br />

31/10 18h12<br />

7/11 18h17<br />

14/11 18h22<br />

21/11 18h27<br />

28/11 18h32<br />

1 - Simchat Torá<br />

Datas importantes<br />

21 de outubro<br />

22 de outubro<br />

25 de outubro<br />

1º de novembro<br />

8 de novembro<br />

15 de novembro<br />

22 de novembro<br />

Shemini Atsêret<br />

Simchat Torá<br />

Shabat / Bereshit<br />

Shabat / Noach<br />

Shabat / Lech Lechá<br />

Shabat / Vaierá<br />

Shabat / ChaIê Sará<br />

Nossa capa<br />

nam onde podem terminar suas declarações.<br />

Em 1939 o objetivo de Hitler<br />

era o povo judeu. Hoje, o objetivo do<br />

ditador de Teerã é o Estado de Israel.<br />

Os que aplaudiram o boquirroto<br />

iraniano, e os que se deixam levar por<br />

sua conversa racista, de que a culpa<br />

pela crise econômica que afeta os EUA<br />

e o resto do mundo é dos judeus, esquecem-se<br />

de um detalhe importante:<br />

Ahamadined é, antes de tudo, o segundo<br />

maior exportador de petróleo do<br />

cartel da OPEP, que está impondo preços<br />

extorsivos aos países importadores,<br />

desde o primeiro choque de petróleo<br />

no rastro da guerra árabe-israelense<br />

do Iom Kipur, em 1973, quando<br />

quadruplicou o preço do barril do óleo,<br />

fazendo-o pular de US$ 3 para US$ 11,<br />

a pretexto de que o produto se transformara<br />

em arma da "libertação da<br />

Palestina”. Assim, o cartel espoliou os<br />

paises que importam petróleo. O comércio<br />

cartelizado do óleo rende fabulosos<br />

lucros que são aplicados pelo<br />

Irã de Ahamadinejad na indústria bé-<br />

A capa reproduz a obra de arte cujo título<br />

é "O guardião da Torá", elaborada<br />

com a técnica litografia e dimensões<br />

de 70 x 50 cm, criação de Aristide Brodeschi.<br />

O autor nasceu em Bucareste,<br />

Romênia, é arquiteto e artista plástico,<br />

e vive em Curitiba desde 1978. Já<br />

desenvolveu trabalhos em várias técnicas,<br />

dentre elas pintura, gravura e tapeçaria.<br />

Recebeu premiações por seus<br />

trabalhos no Brasil e nos EUA. Suas<br />

obras estão espalhadas por vários países<br />

e tem no judaísmo, uma das principais<br />

fontes de inspiração. É o autor<br />

das capas do jornal <strong>Visão</strong> <strong>Judaica</strong>. (Para<br />

conhecer mais sobre ele, visite o site<br />

www.brodeschi.com.br).<br />

Humor judaico<br />

lica para destruir Israel, e no fomento<br />

ao terrorismo internacional, deixando<br />

a população iraniana no 94º lugar do<br />

rol de Desenvolvimento Humano. E em<br />

cinco anos o preço multiplicou de US$<br />

25 em 2003 para US$ 140 em 2007.<br />

Como os custos dos adubos e dos<br />

transportes dos alimentos dependem<br />

dos preços do barril do óleo, de onde<br />

deriva a matéria-prima dos fertilizantes<br />

e combustíveis, o choque da OPEP<br />

impactou nos mantimentos básicos<br />

tornando-os inacessíveis para os países<br />

pobres importadores do 3º e 4º<br />

Mundos, causando uma endemia de<br />

fome em quase um bilhão de seres<br />

humanos, uma crise humanitária das<br />

mais graves da história.<br />

Em suma: quem é o responsável<br />

pela crise, um "pequeno grupo de<br />

embusteiros sionistas" ou o próprio<br />

Ahmadinejad e seus camaradas exportadores<br />

do cartel petroleiro que<br />

espoliam o mundo? Por que ficamos<br />

surdos, mudos e cegos diante da<br />

realidade dos fatos?<br />

A Redação<br />

Um livreiro ia receber a visita do grande escritor Gershon Scholem. Para<br />

adulá-lo, mandou colocar suas obras em todas as estantes da livraria. Nem<br />

bem entrou, Scholem ficou surpreso com a ocorrência; mas não pôde deixar<br />

de perguntar ao livreiro:<br />

- E onde estão as obras dos demais autores?<br />

- Oy vey*, respondeu o livreiro: as vendi todas!<br />

* Expressão em iídiche que corresponde mais ou menos a Oh, não!, no sentido<br />

de consternação, aflição, pesar ou mesmo surpresa.


Sérgio Feldman *<br />

ra uma música cantada<br />

pela Elis Regina nos<br />

anos setenta. Intitulava-se<br />

"Como nossos<br />

pais". Eu acho que o autor<br />

era um compositor e também<br />

cantor denominado Belchior.<br />

Lembro que eu assisti o show "Falso<br />

Brilhante" no antigo Teatro Record,<br />

em São Paulo, e lá eu ouvi pela<br />

primeira vez a música. Ela era uma<br />

musica de protesto que exaltava o<br />

novo e criticava o conservadorismo.<br />

Mas deixava sutilmente a dica de<br />

que "apesar de termos feito o que<br />

fizemos [...] nós ainda somos os<br />

mesmos e vivemos como os nossos<br />

pais". Eu não sabia ler a dica e só<br />

ficava na revolta juvenil e na sensação<br />

de que mudaríamos o mundo e<br />

seríamos os que fariam o que outros<br />

antes de nós não ousaram e<br />

tampouco fizeram. Saudável e linda<br />

fase. Éramos jovens e idealistas<br />

e ainda hoje considero abençoados<br />

os jovens que ontem, hoje e sempre<br />

trouxeram as transformações e<br />

as novidades. O motor dos avanços<br />

e de modernidade são os jovens. Podem<br />

e devem ousar e por vezes até<br />

incorrer nos erros, pois ao romper<br />

padrões fazem a renovação e ajudam<br />

o mundo a seguir adiante. Sou<br />

educador, pois acredito nos jovens.<br />

Mas [...] acabaram as bandeiras.<br />

Era a época que Marcuse ainda<br />

dizia que os estudantes eram a força<br />

motriz da mudança social. Nos<br />

idos de 1968 esta força se fez ouvir<br />

e ecoou com força em Paris, nos<br />

EUA e no Brasil, entre outros lugares.<br />

Momentos de profundo romantismo<br />

e idealismo. Uns estavam lutando<br />

pela revolução socialista; outros<br />

pela democracia em ditaduras<br />

de direita; eu e um punhado de jovens<br />

judeus sionistas e socialistas<br />

sonhávamos com o kibutz, misto de<br />

democracia com socialismo, sociedade<br />

onde a Justiça Social dos Profetas<br />

se mesclava com a realidade<br />

israelense e forjava um modelo social<br />

sem igual. Uma experiência magnífica<br />

e modelar: Só no kibutz se<br />

conciliou socialismo e democracia.<br />

Defeitos à parte e críticas de lado:<br />

uma sociedade diferenciada.<br />

Isto foi nos idos de sessenta e<br />

setenta. Hoje, alguns de nossos<br />

amigos ainda permanecem em alguns<br />

dos kibutzim. Mas são poucos.<br />

Em setembro passado, há cerca de<br />

um mês celebraram-se os sessenta<br />

anos da fundação de Bror Chail um<br />

kibutz que teve elevado número de<br />

judeus brasileiros na sua formação<br />

e aonde ainda hoje se fala o português.<br />

Minha filha está em Israel e<br />

Como nossos pais...<br />

minha esposa Iara foi visitá-la: ambas<br />

participaram desta comemoração<br />

tão significativa juntos com<br />

muitos jovens do Habonim Dror do<br />

Brasil. Emoção de alto nível. No<br />

caso das duas estavam representando<br />

três gerações de ativistas do<br />

movimento juvenil. O fato que se<br />

celebrou uma lembrança do passado<br />

e das idéias e ideais que se pulverizaram;<br />

o kibutz acabou na prática<br />

e restam poucos que ainda mantém<br />

suas características originais.<br />

Será que o sonho acabou? Em termos<br />

dos movimentos juvenis judaicos<br />

o que percebo é que sua função<br />

nesta geração é comunitária e social.<br />

Manter o Judaísmo nas comunidades<br />

e a continuidade da identidade.<br />

Ideais? Estão ou diluídos,<br />

ou são resquícios de uma outra<br />

era. Receio que sobre apenas um<br />

pouco: identidade judaica, amor a<br />

Israel, sociabilidade entre jovens e<br />

um pouco de "horizontes".<br />

Eu sempre soube que um dia<br />

acabaria ficando "careca, barrigudo<br />

e conservador". É a ordem natural<br />

das coisas. Acabamos por ter de<br />

entrar na "linha de produção" e aderir<br />

ao sistema. Não dá para estar na<br />

trincheira aos quarenta anos e seguir<br />

querendo mudar o mundo através<br />

da ação juvenil. E eu já estou<br />

perto dos sessenta. Um dia amadurecemos<br />

e somos devorados pela<br />

necessidade de ser produtivos e<br />

atuar na sociedade. Não apenas criticá-la<br />

e sonhar em mudá-la.<br />

Ainda assim me dediquei à educação<br />

judaica por cerca de um quarto<br />

de século e agora a formação universitária<br />

numa universidade pública.<br />

Eu sigo sendo um educador: ainda<br />

creio que temos de dar nossa<br />

contribuição aos avanços da sociedade.<br />

Ainda é possível ser pacifista,<br />

apoiar campanhas de defesa da ecologia<br />

(ainda que mitigadas pelo realismo<br />

do progresso), combater o<br />

racismo, ser solidário e por vezes<br />

participativo em projetos de ação<br />

social que ajudem a atenuar as profundas<br />

injustiças que existem no<br />

mundo. A pergunta que eu faço é: o<br />

que fazemos em nosso cotidiano<br />

para contribuir para estas nobres<br />

causas? E o que fazemos como judeus<br />

(os leitores não judeus podem<br />

ler isto como se fosse para eles também)<br />

em prol das idéias de nossa<br />

crença: propagar a justiça social,<br />

amenizar a violência e se possível<br />

extirpá-la da face da Terra, amar ao<br />

próximo como a si mesmo, lutar<br />

pela Paz e pela Justiça.<br />

Ensinamos nossos filhos a levantar<br />

as bandeiras que deixamos para<br />

trás ao nos inserirmos na linha de<br />

produção? Será que eles têm ideais<br />

para lutar? O kibutz acabou. Há outras<br />

bandeiras e ideais para nossos<br />

jovens? Internamente não estou<br />

percebendo. Será que sobraram<br />

bandeiras fora da realidade judaica?<br />

No que tange a realidade brasileira<br />

o panorama é semelhante. A esquerda<br />

chegou ao poder e se revela<br />

uma cópia xerox da direita: corrupta,<br />

politiqueira e sem princípios. A<br />

luta contra a ditadura se tornou uma<br />

bandeira do passado e se perdeu na<br />

História. Temos uma democracia<br />

consolidada (Amém) e instituições<br />

sólidas (D-us queira prossigam). Temos<br />

uma sociedade civil consolidada<br />

apesar de um lado do saudosismo<br />

de alguns revolucionários que<br />

ainda agitam e confundem suas cabeças<br />

com refrões maoístas, guevaristas<br />

ou da patética versão bolivariana;<br />

e de outro lado da nostalgia<br />

de alguns reacionários empedernidos<br />

que sonham com a volta das<br />

baionetas e do AI-5 como remédio<br />

para corrupção. O Brasil está numa<br />

fase relativamente boa. Mas para os<br />

jovens o que há para se oferecer?<br />

Este panorama eu percebi nas universidades<br />

nestes últimos anos.<br />

Vejo por um lado jovens nas universidades<br />

que se alienam das lutas<br />

sociais e das transformações.<br />

Uns por que trabalham e não têm<br />

tempo para se dispersar. Outros por<br />

que são alheios a qualquer causa<br />

social. Estão ali apenas para viver<br />

um período de estudos, fazer amigos<br />

e se divertir um pouco. Idealismo?<br />

Mudanças? Atuação na sociedade?<br />

Para quê? Estão descrentes<br />

nas mudanças e sem objetivos.<br />

Por outro lado, em alguns setores<br />

do movimento estudantil que subsiste<br />

vemos arcaicos bastiões de ideologias<br />

ultrapassadas. Resquícios da ditadura<br />

que se diluem em projetos ana-<br />

VISÃO JUDAICA outubro de 2008 Tishrê / Cheszvan 5769<br />

crônicos e fantasiosos. Sobraram camisetas<br />

de Guevara ou um caldo mal<br />

cozido de Fidel com o caudilho bolivariano<br />

de Hugo Chávez. Usando uma<br />

terminologia de Karl Marx na sua obra<br />

"18 do Brumário": se Guevara e Fidel<br />

nos anos sessenta eram a imagem da<br />

Revolução, hoje o que sobrou de Fidel<br />

e seu clone chavista é uma farsa e<br />

um blefe. Pobres jovens que têm que<br />

se inspirar nesta bandeira vazia de<br />

um caudilho. A política nacional não<br />

se distancia disto: a esquerda chegou<br />

ao poder e se diluiu na política,<br />

perdendo suas bandeiras, seus ideais<br />

e sua pureza de oposição. A corrupção,<br />

os acordos de partidos e o leilão<br />

do Estado se consumaram no<br />

mesmo estilo dantes.<br />

Não sobraram ideais. Eu lamento<br />

perceber que não há bandeiras.<br />

O que um jovem pode fazer é ação<br />

social, se engajar numa ONG, atuar<br />

em projetos de proteção ambiental<br />

ou em uma atividade de algum grupo<br />

de bairros carentes. Esta hora é<br />

a hora de pessoas de clarividência e<br />

que tenham poder econômico gerar<br />

projetos que não apenas insiram<br />

jovens no mercado através de concursos<br />

de "trainées" ou assemelhados.<br />

Os empresários deveriam investir<br />

em projetos que permitam os<br />

jovens fazer ação social e atuação<br />

na transformação da sociedade. Se<br />

a força dos jovens é a motriz da mudança<br />

devemos abrir frentes para<br />

eles atuarem e usarem suas energias<br />

criativas em prol da sociedade.<br />

Sem bandeiras os jovens ficarão vazios<br />

e o vácuo leva à violência, ao<br />

uso de drogas e aos excessos em<br />

geral. Precisamos de investimentos<br />

em bandeiras sociais para utilizar<br />

esta força transformadora de nossos<br />

jovens em prol da sociedade.<br />

SOS: A juventude pede passagem<br />

para o futuro poder chegar.<br />

3<br />

* Sérgio Feldman é<br />

doutor em História pela<br />

UFPR e professor de<br />

História Antiga e<br />

Medieval na<br />

Universidade Federal<br />

do Espírito Santo, em<br />

Vitória, e ex-professor<br />

adjunto de História<br />

Antiga do Curso<br />

de História da Universidade<br />

Tuiuti<br />

do Paraná.


4<br />

* Daniel Pipes é<br />

diretor do Fórum do<br />

Oriente Médio e<br />

colunista premiado<br />

dos jornais New York<br />

Sun e The Jerusalem<br />

Post. Este artigo foi<br />

publicado no The<br />

Jerusalem Post em 25<br />

de setembro de 2008<br />

e o original em inglês<br />

Appease Iran? Esta<br />

também publicado no<br />

site http://<br />

pt.danielpipes.org/<br />

article/5933 Tradução<br />

de Joseph Skilnik.<br />

VISÃO JUDAICA outubro de 2008 Tishrê / Cheszvan 5769<br />

epois de Hitler, a política de<br />

apaziguar ditadores - ridicularizada<br />

como alimentar<br />

um crocodilo por Winston<br />

Churchill, na esperança de<br />

ser a última vez - parecia estar<br />

permanentemente desacreditada.<br />

Entretanto esta política tem desfrutado<br />

algum sucesso e continua hoje<br />

sendo uma viva tentação no trato<br />

com a República Islâmica do Irã.<br />

Há muito tempo que acadêmicos<br />

têm desafiado a simples vilificação<br />

do apaziguamento. Já em<br />

1961, A.J.P. Taylor, da Oxford, justificou<br />

os esforços de Neville Chamberlain,<br />

ao passo que Christopher<br />

Layne, do Texas A&M, presentemente<br />

sustenta que Chamberlain "fez o<br />

melhor que pôde com as cartas que<br />

tinha". Daniel Treisman, cientista<br />

político da UCLA, acha a suposição<br />

geralmente aceita contra o apaziguamento<br />

de ser "forte demais"<br />

enquanto seu colega da Universidade<br />

da Flórida, Ralph B. A. Dimuccio<br />

a chama de "simplista".<br />

Neville Chamberlain declarou erroneamente<br />

"paz para o nosso tempo"<br />

no dia 30 de setembro de 1938.<br />

Talvez a forma mais convincente<br />

de tratar a tese pró-apaziguamento,<br />

do historiador britânico Paul M. Kennedy,<br />

que leciona na Universidade de<br />

Yale, é a sua proposição de que o apaziguamento<br />

tem uma longa e crível<br />

história. No seu artigo de 1976, "A<br />

Tradição de Apaziguamento na política<br />

externa britânica, 1865-1939",<br />

Kennedy definiu apaziguamento<br />

As Memórias do Livro<br />

Geraldine Brooks - Ediouro<br />

Daniel Pipes *<br />

<strong>VJ</strong> INDICA<br />

Inspirado na história verídica da Hagadá de Sarajevo, As Memórias<br />

do Livro é ao mesmo tempo um romance com importantes e envolventes<br />

fatos históricos e profunda intensidade emocional, num ambicioso<br />

e eletrizante trabalho realizado por uma premiada e aclamada<br />

escritora. Um raríssimo manuscrito judeu medieval, a Hagadá<br />

- que reconta o Êxodo cercado de ricas ilustrações, apesar das<br />

restrições rabínicas a elas -, reaparece na Bósnia em 1996. Este é o<br />

ponto de partida de "As Memórias do Livro - Romance sobre o<br />

Manuscrito de Sarajevo". Para recuperá-lo, Hanna Heath, uma<br />

restauradora australiana, viaja a Sarajevo a pedido da ONU, onde<br />

tenta desvendar vários mistérios que cercam a obra, entre eles<br />

como sobreviveu a séculos de anti-semitismo na Europa e quem<br />

teriam sido as pessoas que o preservaram em vários países. A<br />

última delas, um bibliotecário muçulmano, vira o objeto de paixão<br />

de Hanna. Australiana, Geraldine Brooks, que é também jornalista - cobriu conflitos<br />

no Oriente Médio, África e Bálcãs para o "The Wall Street Journal" -, recebeu em 2006<br />

o Pulitzer por "March", ainda não traduzido.<br />

Apaziguar o Irã?<br />

como um método de resolver disputas,<br />

"admitir e saciar queixas através<br />

de negociações racionais e fazer concessões,<br />

evitando assim os horrores<br />

de guerra". Consiste numa abordagem<br />

otimista, observa ele, presumindo<br />

que os seres humanos sejam razoáveis<br />

e pacíficos.<br />

Desde o ministério do primeiroministro<br />

William Gladstone até ser<br />

desacreditado no final dos anos trinta,<br />

apaziguamento era, na descrição<br />

de Kennedy, "um termo perfeitamente<br />

respeitável" e até mesmo<br />

"uma forma particularmente britânica<br />

de diplomacia", serviu bem ao<br />

caráter e circunstâncias do país. Kennedy<br />

acha que a política tem quatro<br />

bases quase-permanentes, das quais,<br />

todas se aplicam especialmente bem<br />

aos Estados Unidos de hoje:<br />

Moral: Depois que o movimento<br />

evangélico varreu a Inglaterra no<br />

início do século XIX, a política externa<br />

britânica tinha uma forte<br />

necessidade de resolver disputas<br />

de forma razoável e não-violenta.<br />

Econômica: Como líder do comércio<br />

mundial, o Reino Unido tinha<br />

o interesse nacional vital de evitar<br />

interrupções comerciais das<br />

quais iria sofrer de forma desproporcionada.<br />

Estratégica: O império global britânico<br />

denotava que era super extenso<br />

(tornando-o, nos termos de<br />

Joseph Chamberlain, um "titã cansado");<br />

conseqüentemente, tinha<br />

que escolher cuidadosamente<br />

suas batalhas, fazendo da concessão<br />

um modo rotineiro e aceitá-<br />

LIVRO<br />

vel de lidar com os problemas.<br />

Doméstica: A extensão da área do<br />

monopólio fez da opinião pública<br />

um fator cada vez maior na sua<br />

tomada de decisões e o público<br />

não gostava de guerras, especialmente<br />

as dispendiosas.<br />

Como resultado, durante mais de<br />

sete décadas, Londres prosseguiu,<br />

com raras exceções, com uma política<br />

externa que era "pragmática, conciliatória,<br />

e razoável". Mais uma vez<br />

e mais outra vez, as autoridades<br />

achavam que "o acordo pacífico de<br />

disputas era muito mais vantajoso<br />

para a Inglaterra do que o recurso da<br />

guerra". Em particular, o apaziguamento<br />

influenciou de maneira contínua<br />

a política britânica em relação<br />

aos Estados Unidos (por exemplo, em<br />

relação ao Canal do Panamá, as fronteiras<br />

do Alasca, a América Latina<br />

como esfera de influência dos Estados<br />

Unidos) e o império alemão (a<br />

proposta do "feriado naval", as concessões<br />

coloniais e as restrições nas<br />

relações com a França).<br />

Kennedy julgava esta política de<br />

forma positiva, como útil no manejo<br />

das relações exteriores do estado<br />

mais poderoso do mundo durante<br />

décadas e "encapsula muitos dos<br />

melhores aspectos da tradição política<br />

britânica". Se não foi um sucesso<br />

brilhante, o apaziguamento<br />

permitiu a Londres acomodar a influência<br />

da expansão de seus rivais<br />

não-ideológicos como os Estados<br />

Unidos e a Alemanha Imperial, que<br />

em geral poderiam ser levados em<br />

conta quanto à aceitação de conces-<br />

sões sem ficarem inflamados. Desta<br />

forma, reduziu a velocidade do<br />

suave declínio do Reino Unido.<br />

Porém, após 1917 e a Revolução<br />

Bolchevique, as concessões falharam<br />

em aplacar um novo tipo de inimigo,<br />

motivado ideologicamente - Hitler<br />

nos anos trinta, Brezhnev nos<br />

anos setenta, Arafat e Kim Jong-Il nos<br />

anos noventa e agora, Khamenei e<br />

Ahmadinejad. Estes ideólogos exploram<br />

as concessões e desonestamente<br />

oferecem um quid pro quo que<br />

não pretendem cumprir. Abrigando<br />

aspirações para uma hegemonia global,<br />

eles não podem ser apaziguados.<br />

Fazer concessões a eles equivale a<br />

alimentar o crocodilo.<br />

O apaziguamento atrai nos dias de<br />

hoje a psique ocidental moderna a<br />

despeito de sua anormalidade, que<br />

surge inevitavelmente quando os estados<br />

democráticos enfrentam inimigos<br />

ideológicos agressivos. Com referência<br />

ao Irã, por exemplo, George W.<br />

Bush pode ter bravamente condenado<br />

"o falso conforto do apaziguamento,<br />

desacreditado repetidamente<br />

através da história", mas o editor<br />

Michael Rubin do Middle East Quarterly<br />

discerne corretamente as realidades<br />

da política dos Estados Unidos,<br />

"agora Bush está apaziguando o Irã".<br />

Resumindo, a política de apaziguamento<br />

vem se estendendo por<br />

um século e meio, desfrutou algum<br />

sucesso e sempre permanece viva.<br />

Mas com inimigos ideológicos deve<br />

ser conscientemente rechaçada,<br />

para que as lições trágicas dos anos<br />

trinta, anos setenta e anos noventa<br />

não sejam ignoradas. E repetidas.<br />

Nazista condenado a<br />

4 anos de prisão no Chile<br />

A Corte Suprema do Chile confirmou a condenação a quatro anos de prisão<br />

do ex-cabo nazista Paul Schaefer, fundador de uma colônia de imigrantes<br />

alemães no sul do país, por posse e uso ilegal de armas de fogo, informou<br />

uma fonte judicial à agência France Presse.<br />

A sentença foi proferida de forma unânime pelos cinco juízes que integram<br />

a segunda sala da Corte Suprema do Chile. Paul Schaefer, 86, mantinha<br />

um arsenal bélico na Colônia Dignidade, que fundou na década de 60 numa<br />

zona montanhosa localizada cerca de 350 km ao sul de Santiago. Também<br />

foram condenados Karl Van Den Berg Schurmann e Kurt Schnellekamp, dois<br />

dos principais colaboradores de Schaefer. Ambos pegaram dois anos e 300<br />

dias de prisão.<br />

Detido em março de 2005, o ex-cabo nazista já está cumprindo uma pena<br />

de 20 anos de prisão por abusos sexuais cometidos contra mais de 20 crianças.<br />

Ele também é acusado de ter seqüestrado e matado um dirigente de<br />

esquerda durante a ditadura de Augusto Pinochet.<br />

A justiça comprovou que Schaefer colaborou com o regime de Pinochet, e<br />

que o ditador chileno utilizou a Colônia Dignidade como centro de detenções e<br />

tortura de opositores. Em junho de 2005, foram encontrados na colônia dois<br />

contêineres cheios de armas automáticas, lança-foguetes, granadas e diversos<br />

equipamentos explosivos. (France Presse).


ORIENTE ORIENTE MÉDIO<br />

MÉDIO<br />

m homem de 19 anos<br />

de idade é torturado e<br />

decapitado por uma<br />

piada de mau gosto interpretada<br />

como uma<br />

blasfêmia. Um pai é acusado<br />

de matar seu filho, porque ele se<br />

converteu a outra religião. Eles não<br />

são muçulmanos, mas cristãos, e o<br />

lugar é a França, em meados dos<br />

anos 1700.<br />

Houve um tempo em que muitas<br />

vezes a Europa comportou-se de<br />

forma paralela à maioria dos países<br />

muçulmanos de hoje. No entanto,<br />

até o final dos anos 1700, isso foi mudando.<br />

No primeiro caso, já referido,<br />

o rei e até mesmo os bispos católicos<br />

não conseguiram salvar o infeliz<br />

Chevalier de la Barre, mas o clamor<br />

levou ao final de tais ações. No segundo<br />

caso, Voltaire conduziu uma<br />

campanha que viu o nome de Jean<br />

Calas legalmente esclarecido com o<br />

argumento de que ele fora vítima de<br />

uma injustiça porque ele era membro<br />

da minoria protestante.<br />

É verdade, por isso, que há paralelos<br />

entre sociedades ocidentais e<br />

do Médio Oriente. Mas, mesmo deixando<br />

de lado questões importantes<br />

de doutrina religiosa, a diferença crucial<br />

entre os dois fenômenos é que no<br />

Ocidente deixou isso há muito tempo,<br />

no passado, mas continua a existir na<br />

maioria dos países muçulmanos.<br />

As Cruzadas terminaram oito séculos<br />

atrás; a jihad continua. E outros<br />

contrastes críticos diferenciam<br />

as duas civilizações. Um deles é que<br />

opiniões progressistas, intelectuais,<br />

governos, até mesmo muitas das<br />

próprias igrejas cristãs, lutaram para<br />

o progresso no Ocidente. Eles não<br />

dizem: "Estas são as nossas práticas<br />

sagradas, o nosso estilo de vida e<br />

assim deve permanecer inalterado<br />

para sempre". Eles não permitem<br />

que o temor de serem rotulados<br />

como "cristãofóbicos" os paralise.<br />

Outra é a de que quatro séculos<br />

de reflexão, debates e de lutas foram<br />

necessários para criar uma sociedade<br />

democrática contemporânea ocidental.<br />

Esses processos, na melhor<br />

das hipóteses, mal começaram no<br />

Oriente Médio contemporâneo.<br />

É extraordinário que muita análise<br />

da região - possivelmente o<br />

mais importante esforço intelectual<br />

do nosso tempo - seja conduzida<br />

sob o modismo com base na última<br />

entrevista de jornal, sustentada<br />

com ilusões. Ora, se vamos ser sérios<br />

em relação a isso, é necessária<br />

VISÃO JUDAICA outubro de 2008 Tishrê / Cheszvan 5769<br />

As Cruzadas terminaram há muito<br />

tempo, mas a jihad prossegue<br />

Barry Rubin * uma perspectiva histórica séria. A<br />

maioria dos que opinam deve barecem,<br />

mas geralmente como importações<br />

provenientes do Ocidente, o<br />

No topo do seu conhecimento,<br />

eles têm armas, tecnologia, novos<br />

* Barry Rubin, autor do<br />

sear-se na região distinta do pró- que levantam suspeitas e dá forças meios de organização e de comuniprio<br />

passado e visão do mundo. aos acórdãos - clericais e governacação para bloquear qualquer mu-<br />

Mas desde que as pessoas insismentais - com fortes incentivos para dança que se tente fazer, através de<br />

tem em fazer analogias transregio- demonizar o Ocidente, a fim de limi- persuasão ou ameaça. Esta questão<br />

nais, aqui está uma forma de fazer tar o apelo das idéias subversivas. aplica-se tanto aos governantes is-<br />

uma. Considere a seguinte declara- O grande historiador francês, Allâmicos do Irã como aos aparenteção:<br />

"O mundo não é governado por fred Cobban, escreveu que a nova mente piedosos e religiosos da Sí-<br />

um ser inteligente". Em vez disso, a ideologia secular triunfou entre ria ou os monarcas wahabitas da<br />

religião tem criado uma divindade 1748 e 1770, depois de já ter flo- Arábia Saudita.<br />

que é um "monstro da falta de rarescido na Grã-Bretanha e nos Paí- Por último, o que pior, porque há<br />

zão, injustiça, maldade e atrocidade". ses Baixos. Mesmo na Igreja Católi- um movimento poderoso e crescen-<br />

Quem disse isso? Alguém na seca "perseguir o espírito era morrer te - o islamismo radical - se colocanmana<br />

passada, no Ocidente? Não, em queda". As revoluções inglesa, do como uma alternativa ao moder-<br />

isso foi dito pelo escritor francês holandesa, francesa e americana nismo. A questão não é meramen-<br />

Jean Meslier, em 1723. Esta decla- não foram triunfos do tradicionaliste de minimizar, ou marginalizar a<br />

ração, demasiado forte para ser pumo, tal como no Irã, mas da gran- al-Qaeda, mas também os governos<br />

blicada na época, foi, algumas dédeza democrática.<br />

do Irã, Sudão e Síria; o regime saucadas<br />

mais tarde, parte do principal Muitos ocidentais continuaram dita; os poderosos vetores de in-<br />

discurso francês.<br />

(como o fazem hoje) a ser religiofluências sociais, o Hamas e o Hez-<br />

Ah, e por falar nisso, Meslier teve sos, mas, mais abertos tolerantes. bolá, a Irmandade Muçulmana, e<br />

uma longa vida como padre católico. Esta luta entre a velha e a nova so- muitos outros.<br />

A base da democracia começou ciedade caracterizada em grande par- Em comparação, enquanto exis-<br />

em 1215, na Inglaterra, com sua te nos séculos 19 e 20, tinha uma ten-<br />

Magna Carta. A batalha para que dência à estabilidade. Talvez o fascis-<br />

fosse legitimamente aceita a divisão mo - e certamente comunismo - foi o<br />

entre Igreja e Estado foi travada e último movimento reacionário, e a II<br />

amplamente ganha em grande par- Guerra Mundial foi a última luta. Ainte<br />

na Idade Média. Uma base foi da que vitória requeresse 500 anos<br />

estabelecida para a dominação da para repensar e educação.<br />

sociedade secular.<br />

Não existe tal história no Orien-<br />

É verdade, nos porões dos anos te Médio, ao mesmo tempo em que<br />

1500, na Inglaterra, padres católicos diversos problemas adicionais blo-<br />

foram torturados e executados, enqueiam o movimento em direção à<br />

quanto protestantes em França so- moderação e à democracia lá. Qualfriam<br />

ainda pior. Contudo, já na quer um que pense em uma doutri-<br />

mesma época, universidades inglena islâmica específica como geralsas<br />

ensinavam a tradição clássica, mente interpretada, o grande pro-<br />

que, na Itália, formou a base da arte blema é que ela continua tão pode-<br />

representacional. As obras de rosa e hegemônica. O nacionalismo<br />

Shakespeare e de seus companhei- árabe é anti-democrático, repressiros<br />

criadores dependia desta libervo e estatístico. Islâmicos radicais<br />

dade, do ambiente e de exemplo. procuram uma versão revisada do tem corajosos liberais individuais, não<br />

Uma base foi estabelecida para uma oitavo século, embora com fogue- há um e verdadeiro partido liberal em<br />

cultura utilitária, pragmática e emtes e comunicação de massa. qualquer lugar do Oriente Médio,<br />

pírica que se situava sobre o méto- Também é pior porque regimes e meios de comunicação social liberal<br />

do científico.<br />

revolucionários do Oriente Médio co- não controlada ou universidade pro-<br />

Isso foi a Renascença, ou Renasnhecem a história Ocidental. Eles têm selitista liberal. No Egito a única orgacimento.<br />

Para o Ocidente, o grande consciências do fato de que, embora nização liberal foi açambarcada pela<br />

clássico da civilização estava sendo piedosos, filósofos e cientistas oci- Irmandade Muçulmana.<br />

reconstruído.<br />

dentais sinceramente acreditavam Portanto, embora a grande<br />

Mas, Grécia e Roma não são par- que abrir inquéritos e a democracia maioria das pessoas queira uma boa<br />

tes da tradição árabe-islâmica, onde não ameaçavam a religião tradicio- vida para si e seus filhos -, respiran-<br />

a arte representacional é vista com nal e o status quo. Eles estavam erdo o ar, bebendo água e sangrando<br />

desconfiança. O tempo antes do adrados. A abertura conduziu à revolu- quando são furados - como fizeram<br />

vento do Islã é rejeitado com horror. ção e à sociedade de dominação se- na Idade do Gelo, das cavernas, na<br />

Atualmente, o secularismo é ainda cular moderna - um Ocidente com Roma antiga, na França medieval,<br />

uma ofensa latente no Oriente Mé- todos os males deplorados pelos re- na China imperial, entre os incas do<br />

dio; e a democracia, tal como é enligiosos, ideólogos e pelo poder polí- Peru e os desertos da Austrália centendida<br />

no Ocidente, é considerada tico no Oriente Médio. Eles também tral - não significa que todos pen-<br />

inadequada naquela parte do mundo. sabem o que aconteceu às ditaduras sem o mesmo, ou que todas as so-<br />

Grande parte da produção cultural da do bloco soviético que experimentaciedades e os governos são basica-<br />

Europa dos séculos 16 a 18 não pode ram mais liberdade. E eles sabem que mente equivalentes.<br />

ser produzida e amplamente aceita na aceitar idéias ocidentais faz as pes- Qualquer pessoa que não conhe-<br />

língua árabe no mundo de hoje. soas querem mudar as suas próprice a história está condenado a ser<br />

Evidentemente, essas coisas apaas sociedades.<br />

atingida por ela.<br />

5<br />

texto, é diretor da<br />

Global Research in<br />

International Affairs<br />

Center (Centro de<br />

Pesquisa Global em<br />

Assuntos<br />

Internacionais) e editor<br />

do Middle East Review<br />

of International Affairs<br />

Journal e Estudos<br />

Turcos. O original está<br />

em: www.jpost.com/<br />

servlet/Satellite?<br />

pagename=JPost/<br />

Page/IndexList&cid=1<br />

123495333007


6<br />

Fonte: http://<br />

www.memri.org/bin/<br />

latestnews.cgi?ID=SD207608<br />

VISÃO JUDAICA outubro de 2008 Tishrê / Cheszvan 5769<br />

Moratinos quer inclusão da Síria na União Européia<br />

urante a visita do ministro<br />

das Relações Exteriores da<br />

Espanha Moratinos à Síria<br />

e ao Líbano ele disse "O<br />

mundo unipolar chegou ao<br />

fim", "a Síria deve ser incluída na<br />

União Européia" e "Vejo a Síria como<br />

minha casa".<br />

Durante a visita ao Líbano e à Síria,<br />

em 16 e 17 de setembro de 2008<br />

que o ministro das Relações Exteriores<br />

da Espanha Miguel Moratinos fez,<br />

ele elogiou "o papel positivo e útil que<br />

a Síria tem desempenhado no Líbano"<br />

e pediu à UE para que reforce seus<br />

laços com a Síria. Acrescentou que a<br />

Europa manifestou o desejo de desempenhar<br />

um papel no Médio Oriente,<br />

juntamente com os Estados Unidos e<br />

outros países, como parte de um novo<br />

mundo multipolar, cuja ordem será formada<br />

durante os próximos anos. Ele<br />

declarou que a questão do armamento<br />

do Hezbolá é um assunto interno libanês<br />

e acusou Israel de violar Resolução<br />

nº 1701 da ONU.<br />

O que segue são trechos de suas declarações<br />

aos meios de comunicação:<br />

"A "A Europa Europa reconhece reconhece o o status status status e e e o<br />

o<br />

papel papel papel da da Síria"<br />

Síria"<br />

Numa entrevista, Moratinos disse<br />

à TV síria: "Se não fosse pela positiva<br />

participação síria e prestativa, o acordo<br />

de Doha e os passos que se seguiram<br />

jamais teriam sido atingidos... A<br />

Europa reconhece o status da Síria e<br />

seu papel, e é por isso que estamos<br />

agora vendo tantos ministros dos negócios<br />

estrangeiros europeus visitando<br />

a Síria. De fato, todos os estados<br />

membros da UE têm boas e positivas<br />

relações com a Síria".<br />

Sobre as relações da Espanha com<br />

a Síria, Moratinos disse: "Não há nada<br />

que nos impeça de desenvolver estas<br />

relações, especialmente nesta nova<br />

era... Em 2010, a Espanha assumirá a<br />

Presidência da União Européia, e temos<br />

de reforçar as relações estratégicas<br />

entre a Espanha e a Síria, e incluir<br />

a Síria no âmbito da União Euro-<br />

péia. Partilhamos uma longa história<br />

e uma cultura muito rica, e há muitas<br />

áreas potenciais de cooperação entre<br />

a Espanha e a Síria".<br />

"A Espanha sempre acreditou na<br />

necessidade de negociar com a Síria.<br />

A tentativa de isolar esse país foi um<br />

grave erro, em primeiro lugar, porque<br />

ele não pode ser isolado e, segundo,<br />

porque essa era uma política que visa<br />

impedir a Síria de cumprir o seu papel<br />

positivo e útil da melhor maneira possível.<br />

Portanto, temos insistido firmemente<br />

sobre a nossa posição em favor<br />

de negociações com a Síria e ao<br />

manter os canais de diálogo aberto,<br />

nós temos conseguido alargar o círculo<br />

de entendimento. Hoje, graças a<br />

uma nova postura da França em relação<br />

à Síria, toda a União Européia está<br />

aquecendo este país e fortalecendo os<br />

seus laços com ele. Estes laços têm<br />

que ser reforçados e desenvolvidos<br />

ainda mais".<br />

"O "O mundo mundo unipolar unipolar [Ordem]<br />

[Ordem]<br />

chegou chegou ao ao fim"<br />

fim"<br />

Falando sobre o papel dos EUA no<br />

processo de paz, Moratinos disse: "Naturalmente,<br />

eles cumprem seu papel<br />

de superpotência. Os Estados Unidos<br />

ainda são uma das forças líderes no<br />

mundo. Entretanto, o mundo está<br />

mudando, e há novas forças, formas,<br />

e enquadramentos. À medida que venha<br />

a lançar iniciativas e conversações,<br />

não devemos esperar que uma<br />

superpotência dite unilateralmente e<br />

imponha um determinado acordo. Esses<br />

tempos estão no fim, e agora os<br />

EUA têm que ter um papel ativo, papel<br />

ao lado de outros países que também<br />

têm um papel ativo.<br />

"Hoje, a União Européia pretende<br />

desempenhar um papel para levar a<br />

cabo determinadas responsabilidades<br />

a nível mundial. Esta aspiração é partilhada<br />

pela China e pela Rússia, que<br />

têm agora uma nova posição no mundo.<br />

Portanto, não devemos esquecer<br />

disto, e é preciso se adaptar ao novo<br />

equilíbrio de energias que irão surgir<br />

Kadima chega a acordo<br />

O Kadima, partido no poder em Israel, e os trabalhistas chegaram a<br />

um acordo para a formação de um governo de coalizão dirigido por Tzipi<br />

Livni, atual ministra das Relações Exteriores, anunciou a rádio pública<br />

israelense. O acordo foi assinado em nome do Kadima pelo deputado<br />

Tsahi Hanegbi e por Efi Oshaya, conselheiro do presidente do partido<br />

trabalhista, Ehud Barak, ministro da Defesa. Os dois partidos chegaram<br />

ao acordo após semanas de negociações. Livni foi eleita líder do Kadima<br />

(centro) em 18/9 em substituição ao primeiro-ministro demissionário,<br />

Ehud Olmert. Em 22/9 o presidente israelense, Shimon Peres, encarregou<br />

Livni de formar o novo governo num prazo de 42 dias, caso contrário<br />

seriam realizadas eleições antecipadas nos 90 dias seguintes. O Kadima<br />

dispõe de 29 das 120 cadeiras no parlamento israelense e os trabalhistas<br />

têm 19. (AFP).<br />

Tzipi Livni comemora a<br />

eleição para dirigir o<br />

partido e Israel<br />

nos próximos anos.<br />

"O mundo unipolar chegou ao fim,<br />

como tenho notado em toda a minha<br />

atividade diplomática. Tenho visto que<br />

os países e regiões agora sua podem<br />

modelar-se por si mesmos, sem ter<br />

que receber permissão de Bruxelas,<br />

Washington ou de quaisquer outras<br />

capitais. Este é um bom [desenvolvimento],<br />

e seu impacto sobre o mundo<br />

será uma forma positiva".<br />

Sarkozy Sarkozy Sarkozy "criou "criou uma uma nova<br />

nova<br />

situação situação e e um um novo novo papel papel para para a<br />

a<br />

Europa Europa [no [no Médio Médio Oriente]"<br />

Oriente]"<br />

Sobre o papel da Europa no Oriente<br />

Médio, Moratinos disse: "os interesses<br />

da Europa estão intimamente ligados<br />

com os do Oriente Médio, e é difícil<br />

separar os dois. Portanto, a Europa tem<br />

de ser parte de qualquer acordo ou solução<br />

[que venha a ser atingido ]...<br />

"A França, que atualmente exerce<br />

a Presidência da UE, é muito ativa...<br />

Seu presidente, Nicolas Sarkozy, deu<br />

início a Conferência Euro-Mediterrânea,<br />

e que foi um grande sucesso... A<br />

Europa está disposta a ajudar a encontrar<br />

soluções permanentes para ambos<br />

os lados... A atual presidência francesa<br />

da UE criou uma situação nova e<br />

um novo papel para a Europa [no<br />

Oriente Médio]".<br />

Moratinos ressaltou que sua visita<br />

à Síria era para "ajudar a renovar o<br />

Processo de Barcelona." 1 Ele acrescentou<br />

que é crucial cooperar com a Síria,<br />

pois sempre desempenhou um papel<br />

importante, a fim de garantir o êxito<br />

da iniciativa.<br />

Moratinos criticou aspectos da política<br />

de Israel, dizendo: "Israel politicamente<br />

foi condenado pela comunidade<br />

internacional, pela UE e pela Espanha,<br />

é um sério obstáculo para novas<br />

conversações... Se esta política<br />

não for suspensa, haverá dificuldades<br />

em continuar as conversações com os<br />

palestinos para se chegar a um acordo<br />

quanto as fronteiras de 1967...<br />

Além disso, Israel prossegue a construção<br />

do muro de segurança impedindo<br />

o movimento dos palestinos, o que<br />

"não contribui para a construção da<br />

confiança mútua." 2<br />

"Conseguimos "Conseguimos unir unir todos todos os<br />

os<br />

libaneses, libaneses, libaneses, por por intermédio intermédio do do<br />

do<br />

general general general Michel Michel Michel Suleiman"<br />

Suleiman"<br />

Ao chegar a Damasco, Moratinos<br />

disse que a Espanha sempre enfatizou<br />

"o papel central e útil que a Síria<br />

desempenha na conciliação nacional<br />

do Líbano... e de investir esforços consideráveis<br />

nisso", acrescentou. "A Síria<br />

e a Espanha manejam para eliminar<br />

alguns dos obstáculos a esta conciliação<br />

e, para obter um resultado satisfatório<br />

... Nós conseguimos unir todos<br />

os libaneses por trás do general<br />

Michel Suleiman". 3<br />

Numa entrevista à imprensa junto<br />

com seu homólogo sírio, Walid Al<br />

Mu'allem, Moratinos declarou: "Tenho<br />

retornado a um lugar que pondero ser<br />

a minha casa". Ele reiterou que a Síria<br />

tinha facilitado a conciliação no Líbano,<br />

quer através da promoção do diálogo<br />

inter-libanês e, apelando para<br />

França, Itália e Espanha, para contribuir<br />

com seu próprio esforço neste<br />

caso. E acrescentou: "Hoje, podemos<br />

olhar para o futuro do Líbano, com<br />

grande otimismo... 4 Eu me lembro que,<br />

durante a minha visita anterior à Síria,<br />

em 5 de março de 2006, eu disse que<br />

ela seria parte de qualquer solução na<br />

região. Hoje vejo que isso é verdade, e<br />

eu continuo a acreditar nisso". 5<br />

"Estamos "Estamos contentes contentes por por um um país<br />

país<br />

como como a a Síria Síria Síria ter ter laços laços estreitos<br />

estreitos<br />

com com o o o Irã"<br />

Irã"<br />

Em resposta a uma pergunta sobre<br />

o papel do Irã na região, Moratinos<br />

disse: "Compreendemos e respeitamos<br />

o fato que o Irã tem um papel a<br />

desempenhar no Oriente Médio, mas<br />

deve estar comprometido com a obediência<br />

ao direito internacional... Estamos<br />

contentes por um país como a<br />

Síria ter laços estreitos com o Irã, e<br />

pode, portanto, ajudar nos entendimentos<br />

com ele. Somos a favor do entendimento<br />

e da diplomacia." 6<br />

As As As armas armas do do Hezbolá Hezbolá são são um<br />

um<br />

assunto assunto interno interno libanês<br />

libanês<br />

Na conferência de imprensa durante<br />

sua visita ao Líbano, Moratinos<br />

ressaltou que a questão das armas do<br />

Hezbolá é um assunto interno libanês<br />

que será discutido no âmbito do diálogo<br />

nacional libanês. Ele acrescentou<br />

que o Líbano teria de encontrar soluções<br />

adequadas por si, e declarou que<br />

o "Hezbolá é um dos atores políticos<br />

no Líbano e parte do governo libanês".<br />

"Resolução "Resolução 1701 1701 da da ONU ONU não não foi<br />

foi<br />

ainda ainda aplicadas aplicadas devido devido às<br />

às<br />

violações violações de de de Israel"<br />

Israel"<br />

Referindo-se à Resolução 1701 da<br />

ONU, Moratinos disse: "A força internacional<br />

- incluindo o batalhão espanhol<br />

- tem feito o que pode para implementar<br />

a Resolução 1701, que ainda<br />

não foi totalmente implementada devido<br />

às contínuas violações por Israel<br />

e outros obstáculos que temos deparado<br />

no terreno. Dito isto, fico satisfeito<br />

[em relação ao relatório], pois temos<br />

tido alguns sucessos nesta área." 7<br />

Notas:<br />

(1) O Processo de Barcelona (também conhecido<br />

como a Parceria Euro-Mediterrânea) foi lançada<br />

em 1995 na Conferência Euro-Mediterrânea de<br />

Barcelona, e visa reforçar os laços entre a UE e os<br />

países do Mediterrâneo.<br />

(2) Al-Thawra (Síria), 18 de setembro de 2008.<br />

(3) Al-Akhbar (Líbano), 18 de setembro de 2008.<br />

(4) Al-Ba'th (Síria), 18 de setembro de 2008.<br />

(5) Al-Watan (Síria), 18 de setembro de 2008.<br />

(6) Al-Watan (Síria), 18 de setembro de 2008.<br />

(7) Al-Nahar (Líbano), 17 de setembro de 2008.


Saudação do presidente do Estado de<br />

Israel, Shimon Peres, no Ano Novo<br />

Judaico 5769<br />

Um país do tamanho<br />

diminuto<br />

de Israel tem poucas<br />

alternativas a<br />

não ser buscar a<br />

grandeza em outros<br />

aspectos. Deve<br />

explorar a força do<br />

espírito, a profundidade<br />

da fé, a<br />

busca pela inovação e as promessas secretas<br />

da ciência. Desde a sua criação, há<br />

60 anos, Israel demonstra que, apesar da<br />

escassez de terra e água, desenvolveu<br />

uma das mais avançadas e resilientes economias<br />

do planeta. Não obstante encarar<br />

os desafios desproporcionais de seu<br />

território e escala demográfica, assim<br />

como as ameaças existentes, Israel persiste.<br />

E o fez através da mobilização de<br />

seus recursos humanos e de seu poderio<br />

militar. Israel reforça sua democracia e o<br />

desejo de paz.<br />

Israel passou por sete guerras nos últimos<br />

60 anos. Em desvantagem e com<br />

menos armamentos, o Estado prevaleceu<br />

por sua autoconfiança e auto-segurança.<br />

Vencer conflitos permitiu a Israel a<br />

triunfar em sua luta pela paz e assinar<br />

acordos de paz com o Egito e a Jordânia.<br />

Hoje, Israel continua a negociar com os<br />

palestinos, nunca perdendo a esperança<br />

de alcançar a paz com o mundo árabe.<br />

Ao promover uma política de paz e manter<br />

fidelidade à Ética <strong>Judaica</strong> de "Ame teu<br />

vizinho como a ti mesmo", mantendo um<br />

mecanismo de defesa que esteja antecipado<br />

ao perigo, e uma democracia resiliente<br />

norteada pelos valores morais de<br />

nossa tradição, podemos provar que o<br />

que nos foi concedido no Monte Sinai não<br />

foi perdido no deserto.<br />

A consolidação da perspectiva sionista<br />

é uma história que inspirou tanto a nação<br />

quanto o Estado. Com o seu estabelecimento,<br />

o povo judeu incumbiu a Israel<br />

a responsabilidade de preservar e desenvolver<br />

a herança histórica judaica, sob a<br />

perspectiva moral, ao declarar que "todos<br />

os seres humanos são feitos à imagem<br />

e semelhança de D-us". Comprometido<br />

com nossa fé e com o valor do Tikkun<br />

Olam, Israel deve continuar a desempenhar<br />

papel relevante perante os desafios<br />

globais de amanhã. Com tamanho e população<br />

reduzidos, Israel deve ser grandioso<br />

na área da ciência, e servir como<br />

um laboratório mundial na busca de energia<br />

alternativa, em grande parte pelo Sol,<br />

e secar o pântano transbordante de dólares<br />

e petróleo que semeia o terror. A humanidade<br />

deverá ter a capacidade de gerar<br />

mais água para atender a crescente<br />

demanda do planeta, evitar a sede e proporcionar<br />

um meio ambiente sustentável<br />

e harmonioso para o homem e a natureza.<br />

Israel é referência neste campo e devemos<br />

continuar investindo nossos esforços<br />

com este objetivo.<br />

Devemos também incentivar um sistema<br />

educacional inovador focado em ferramentas<br />

de pensamento e capacitação,<br />

ao invés do simples acúmulo de dados. A<br />

força histórica do povo judeu foi e continuará<br />

sendo norteada no aprendizado e<br />

aplicação de conhecimento. Provamos no<br />

passado e devemos fazê-lo no futuro que<br />

o povo judeu pode ser líder na vanguarda<br />

da modernidade e inovação, para que possamos<br />

enfrentar os desafios frente a violência<br />

e o terror onipresente que assolam<br />

o mundo. Outrossim, devemos encarar os<br />

desafios que surgem perante as comunidades<br />

judaicas ao redor do mundo, como<br />

a assimilação, disparidade entre as diferentes<br />

comunidades e mais energia para<br />

fortalecermos os laços entre a juventude<br />

judaica, a diáspora e Israel. E é exatamente<br />

pelo fato de sermos uma nação diminuta<br />

que o povo judeu deve gerar a grandeza<br />

inerente às capacidades humanas. Rosh<br />

Hashaná Sameach!<br />

VISÃO JUDAICA outubro de 2008 Tishrê / Cheszvan 5769<br />

Lula envia mensagem por ocasião<br />

dos 60 anos do Kibutz Bror Chail<br />

Mensagem do Senhor Presidente da Republica do Brasil por ocasião do 60° aniversário<br />

do movimento juvenil socialista - democrático "Habonim Dror" e do Kibutz Bror Chail.<br />

Brasília, 14 de maio de 2008. "Companheiras e companheiros, comemorar uma jornada<br />

de 60 anos de realizações é, com certeza, uma saborosa sensação. É o que imagino ser o<br />

sentimento dos integrantes do Movimento Dror Habonim e do Kibutz Bror Chail, com quem<br />

me irmano neste momento de alegre festejo".<br />

"Em toda parte, Bror Chail é conhecido como o Kibutz dos brasileiros. Nesse sentido, ele<br />

é também o meu kibutz. Da mesma forma como o Brasil é a terra de milhares de judeus que<br />

aqui aportaram, contribuindo para fazer do Brasil uma grande Nação".<br />

"Ao conhecer a história do Dror, me veio à mente a luta pela construção do PT no Brasil,<br />

feita em nome dos ideais de justiça social, liberdade e democracia. Os dois, cada um à sua<br />

maneira, foram movidos por uma impetuosa energia libertária e humanista".<br />

"Mesmo que encontremos obstáculos, às vezes difíceis de transpor, e ainda haja longo<br />

caminho a percorrer, tenho certeza de que a trilha é correta e um futuro promissor está<br />

reservado ao Brasil e a Israel, para as atuais e as próximas gerações".<br />

"Desejo, de coração, que vocês em Israel e nós no Brasil continuemos a acalentar os<br />

mesmos sonhos e ideais, na busca de um mundo cada vez mais justo e solidário".<br />

Parabéns e feliz comemoração!<br />

Shalom<br />

Luiz Inácio Lula da Silva<br />

PRESIDENTE DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL<br />

7


8<br />

* Olavo de Carvalho<br />

é ensaísta e<br />

professor de<br />

Filosofia. Artigo<br />

publicado no Diário<br />

do Comércio em 11<br />

de setembro de<br />

2008 e também em<br />

www.olavodecarvalho.org/<br />

semana/<br />

080911dce.html<br />

VISÃO JUDAICA outubro de 2008 Tishrê / Cheszvan 5769<br />

Olavo de Carvalho *<br />

nquanto nos EUA, no<br />

Brasil e no mundo a<br />

grande mídia esquerdista<br />

(desculpem a redundância)<br />

vasculha a<br />

biografia de Sarah Palin nos seus mínimos<br />

detalhes, trazendo ao público<br />

as revelações chocantes de que<br />

ela pertence à Igreja Pentecostal, de<br />

que sua filha transou com o namorado<br />

e de que (acrescenta a pérfida<br />

Ann Coulter) seu cabeleireiro teve<br />

uma multa de trânsito em 1978,<br />

nada, absolutamente nada aí se conta<br />

a ninguém sobre alguns episódios<br />

da vida de Barack Hussein Obama,<br />

decerto irrisórios e desprovidos de<br />

qualquer alcance político, não é<br />

mesmo? Eis oito exemplos:<br />

1. Ele foi admirador e companheiro<br />

de protestos do pastor Louis<br />

Farrakhan, aquele segundo o<br />

qual "o judaísmo é a religião do<br />

esgoto". Isso faz tempo, mas depois<br />

de eleito senador ele deu<br />

Shimon Peres<br />

critica o Irã na ONU<br />

O presidente israelense Shimon Peres criticou<br />

duramente o Irã na Assembléia Geral da ONU, acusando<br />

a República Islâmica de estar no centro "da<br />

violência e do fanatismo" no Oriente Médio.<br />

"O Irã ocupa o lugar central nesta violência e<br />

neste fanatismo", declarou Peres diante da Assembléia<br />

Geral das Nações Unidas, em Nova York.<br />

Afirmando que o Irã do presidente Mahmud Ahmadinejad<br />

"segue enriquecendo urânio e produzindo<br />

mísseis de longo alcance", Peres destacou<br />

que "cabe à Assembléia Geral e ao Conselho de<br />

Segurança da ONU prevenir os desastres antes que<br />

eles aconteçam".<br />

"O Irã combina mísseis de longo alcance<br />

com espíritos de visão curta. Israel demonstrou<br />

que as democracias são capazes de se<br />

defender. Não pretendemos mudar", avisou<br />

o presidente israelense.<br />

Shimon Peres também denunciou o questionamento<br />

do Holocausto pelo presidente Ahmadinejad<br />

e por dirigentes iranianos, que qualificou de<br />

"insulto cínico aos sobreviventes desta tragédia".<br />

O presidente do Estado hebreu também acusou<br />

o Irã de ter "dividido o Líbano" apoiando a<br />

milícia xiita do Hezbolá, e de ter promovido dissensões<br />

entre os palestinos ao apoiar o movimento<br />

radical islâmico Hamas, que tomou o poder na<br />

Faixa de Gaza em junho de 2007.<br />

Checando biografias<br />

Sarah Palin<br />

225 mil dólares em verbas federais<br />

à igreja de seu amigo Michael<br />

Pfleger, onde Farrakhan é um dos<br />

mais freqüentes e aplaudidos<br />

pregadores convidados.<br />

2. No Quênia, ele deu apoio eleitoral<br />

a um agitador que depois organizou<br />

a destruição de trezentos<br />

templos cristãos e o assassinato<br />

de mais de mil fiéis, cinqüenta<br />

deles queimados vivos<br />

numa igreja, sem que Obama<br />

viesse a dizer uma só palavra contra<br />

essa gentil criatura.<br />

3. Ele disse que o terrorista William<br />

Ayers (da quadrilha do "Homem<br />

do Tempo") era apenas um seu<br />

vizinho com quem jamais conversava<br />

de política, mas depois se<br />

descobriu que ele e Ayers dirigiram<br />

juntos uma ONG que coletou<br />

72 milhões de dólares para movimentos<br />

de esquerda, sendo um<br />

interessante exercício intelectual<br />

conjeturar como puderam fazer<br />

isso sem falar de política.<br />

4. Neste preciso momento ele responde<br />

na Pensilvânia a um processo<br />

de falsidade ideológica, por<br />

ter apresentado a seus eleitores<br />

uma certidão de nascimento obviamente<br />

forjada. A verdadeira,<br />

se existe, até hoje não apareceu,<br />

e o beautiful people da mídia não<br />

releva o menor interesse em conhecê-la.<br />

5. Embora ele diga que sempre foi<br />

cristão, todos os seus colegas e<br />

professores de escola primária,<br />

bem como seu meio-irmão e sua<br />

meia-irmã, afirmam que ele era<br />

muçulmano na época em que ali<br />

estudava.<br />

6. Por duas décadas ele freqüentou<br />

semanalmente uma igreja que<br />

alardeava a "teologia da libertação"<br />

mais escancaradamente comunista<br />

e anti-americana, e depois<br />

disse que não tinha a menor<br />

idéia do conteúdo do que ali<br />

se pregava.<br />

7. Não é só sobre suas origens ou<br />

sobre sua religião que Obama<br />

cultiva segredos. Também não é<br />

só sua certidão de nascimento<br />

autêntica que continua inacessível.<br />

Embora gabando-se de sua<br />

carreira em Harvard, ele se recusa<br />

a mostrar o histórico de seus<br />

estudos universitários. Os fofoqueiros<br />

maldosos dizem que ele<br />

tem vergonha de mostrar suas<br />

notas baixas (talvez ainda mais<br />

baixas que as de George W. Bush,<br />

Al Gore e John Kerry), mas agora<br />

se sabe que ele tem um motivo<br />

mais forte para encobrir os detalhes<br />

da sua passagem por Harvard:<br />

seus estudos ali foram pagos<br />

por Donald Warden, um americano<br />

que, islamizado sob o<br />

nome de Khalid Abdullah Tariq al-<br />

Mansour, veio a se tornar um dos<br />

mentores do grupo terrorista<br />

Panteras Negras, fund-raiser<br />

para a organização pró-terrorista<br />

African-American Association<br />

e autor de um livro segundo o<br />

qual o governo americano planeja<br />

matar todos os negros.<br />

8. Em cinco campanhas eleitorais,<br />

o mais ativo coletor de fundos<br />

para Obama foi o vigarista sírio<br />

Tony Rezko, condenado por dezesseis<br />

crimes. Uma vez no Senado,<br />

Obama retribuiu com dinheiro<br />

público a gentileza, convencendo<br />

vários prefeitos a investir<br />

um total de 14 milhões de<br />

dólares num projeto imobiliário<br />

do malandro.<br />

Os brasileiros não saberão de<br />

nada disso assistindo ao "Jornal<br />

Nacional", nem os americanos à<br />

CNN. Ante as acusações gerais de<br />

que John McCain não checou direito<br />

a biografia de Sarah Palin, o colunista<br />

Don Feder sugere que a de<br />

Obama, por sua vez, foi checada<br />

meticulosamente - por uma comissão<br />

integrada por Forrest Gump, o<br />

Inspetor Clouseau e o Agente 86,<br />

Maxwell Smart. E, quando Obama<br />

comete um lapsus linguae, dizendo<br />

"minha fé muçulmana" em vez de<br />

"minha fé cristã", todas as almas<br />

santas do esquerdismo mundial se<br />

revoltam ante as insinuações, vindas<br />

de maldosos direitistas, de que<br />

Barack Hussein Obama<br />

isso possa significar alguma coisa.<br />

Eu mesmo sou tão perverso que<br />

cheguei a me perguntar se Obama<br />

não trocava os pés pelas mãos justamente<br />

por ser muito difícil, até<br />

para um ator tarimbado, exibir-se<br />

como um pavão no poleiro e ao<br />

mesmo tempo esconder-se como<br />

um rato na toca.<br />

Mas Obama nem precisaria ser<br />

tão escrupuloso na camuflagem. A<br />

mídia esconde tudo por ele - para quê<br />

preocupar-se em vão ao ponto de ficar<br />

nervoso e atrapalhar-se no discurso?<br />

Afinal, que são os pequenos<br />

deslizes do candidato democrata em<br />

comparação com a gravidez solteira<br />

de Bristol Palin? Toda a esquerda chique,<br />

que sempre batalhou pela "liberação<br />

sexual da juventude", está<br />

hoje escandalizada, chocada, perplexa<br />

ante essa sem-vergonhice incomum,<br />

sem dúvida um risco maior<br />

para a segurança dos EUA no caso de<br />

Sarah Palin chegar à vice-presidência.<br />

Com o detalhe especialmente elucidativo<br />

de que, uma vez desencadeada<br />

a campanha de ataques à devassidão<br />

abominável da família Palin,<br />

essa mesma onda é explicada retroativamente<br />

como fruto do moralismo<br />

reacionário dos americanos e assim<br />

transfigurada num argumento fulminante<br />

contra a eleição de candidatos<br />

conservadores.<br />

PS. - Já habituado a apostar contra a classe<br />

jornalística e ganhar sempre (se eu botasse<br />

dinheiro nisso estaria milionário), fui o único<br />

correspondente brasileiro nos EUA a anunciar,<br />

com antecedência de duas semanas, que<br />

Sarah Palin era o nome mais provável para a<br />

candidatura à vice-presidência na chapa Mc-<br />

Cain. A mídia nacional inteira cumpriu fielmente,<br />

como sempre, seu dever de chutar e<br />

errar. Quem mais caprichou foi o correspondente<br />

do Estadão, que fez uma lista de dez -<br />

não dois ou três, mas dez - vice-presidenciáveis,<br />

e nenhum deles era Sarah Palin.


*Breno Lerner é editor<br />

e gourmand,<br />

especializado em<br />

culinária judaica.<br />

Escreve para revistas,<br />

sites e jornais. Dá<br />

regularmente cursos e<br />

workshops. Tem três<br />

livros publicados,<br />

dois deles sobre<br />

culinária judaica.<br />

Breno Lerner *<br />

O período que começa<br />

com Rosh Hashaná e termina<br />

com Simchat Torá tem<br />

aspectos fascinantes. Nestes<br />

dias D-us reavalia sua<br />

criação, julgando e separando<br />

o certo do errado, o que<br />

deve parar e o que deve<br />

continuar. Alguns místicos<br />

dizem que a humanidade é<br />

julgada em Rosh Hashaná e<br />

o mundo em Sucot.<br />

Por ser uma festa de raiz<br />

agrícola, sua gastronomia<br />

esta intimamente ligada aos<br />

produtos da colheita. Dentre<br />

eles destacam-se os rolinhos<br />

de repolho, velha tradição<br />

desta festa e que, por seu<br />

formato que lembra os rolos<br />

da Torá, acabaram por<br />

freqüentar as mesas de<br />

Simchat Torá.<br />

Holishkes na Europa,<br />

Galuptzes na Rússia, Sarmali<br />

na România ou Dólmas na<br />

Turquia, estas delícias<br />

merecem sua atenção.<br />

VISÃO JUDAICA outubro de 2008 Tishrê / Cheszvan 5769<br />

O final é apenas o início<br />

9<br />

Retire a parte grossa do talo de cada folha e<br />

cozinhe-as no vapor até amolecerem. Reserve.<br />

Misture muito bem todos os ingredientes do recheio.<br />

Abrir cada folha com a parte do talo voltada<br />

para você. Coloque uma colher do recheio na<br />

parte inferior, dobre as laterais para dentro e<br />

depois enrole. Reserve. Em uma panela grande<br />

aqueça o óleo do molho, coloque a farinha mexendo<br />

sem parar e quando começar a dourar<br />

acrescente os outros ingredientes, mexendo<br />

bem. Cozinhe por 10 minutos em fogo médio.<br />

Depois coloque rolinho por rolinho no molho,<br />

lado a lado, podendo empilhá-los, se necessário.<br />

Cozinhe em fogo bem baixo por 1 hora.<br />

O discurso racista de Ahmadinejad aplaudido<br />

na Assembléia da ONU<br />

s palavras mais hostis do presidente<br />

iraniano Ahmadinejad,<br />

proferidas na Assembléia da<br />

ONU, que provocaram a revolta<br />

do premiê israelense, foram:<br />

"... Na Palestina, 60 anos de massacres<br />

e invasões ainda acontecem por conta<br />

das mãos de alguns ocupantes criminosos<br />

sionistas. Estes forjaram um regime<br />

com pessoas coletadas de diversas<br />

partes do mundo e os trouxeram para as<br />

terras de outrem através do deslocamento,<br />

detenção, e assassinato dos verdadeiros<br />

donos daquelas terras. Com aviso prévio,<br />

eles invadem, assassinam e mantém<br />

bloqueios de alimentos e remédio, juntamente<br />

com os poderes hegemônicos e intimidadores<br />

que os apóiam".<br />

"Até mesmo o Conselho de Segurança<br />

que não pode fazer nada e às vezes, por<br />

conta da pressão destes poderes intimidadores,<br />

apóia estes assassinos sionistas.<br />

É natural que algumas resoluções da<br />

ONU que lidam com a situação desesperadora<br />

do povo palestino foram relegadas<br />

ao arquivamento sem alarde...".<br />

"Em relação ao pacífico programa nuclear<br />

iraniano, apesar do direito inalienável<br />

de todas as nações inclusive a nação<br />

iraniana em produzir combustível nuclear<br />

1 repolho grande lavado e com as<br />

folhas separadas;<br />

Recheio:<br />

1,5 kg de carne moída;<br />

1 xícara de arroz cru, já lavado;<br />

3 colher de sopa de óleo;<br />

1 cebola picada;<br />

2 dentes de alho picados;<br />

1 colher de sopa de salsinha picada;<br />

1 ovo batido.<br />

para fins pacíficos, e apesar da transparência<br />

em todas as atividades iranianas<br />

e nossa total cooperação com os inspetores<br />

da AIEA (Agência Internacional de<br />

Energia Atômica) e a confirmação de que<br />

as atividades iranianas são pacíficas, as<br />

forças intimidadoras buscam empecilhos<br />

para as atividades nucleares pacíficas do<br />

Irã ao exercer sanções políticas e econômicas<br />

contra nossa nação e também através<br />

de ameaças e pressões à AIEA. Estes<br />

são os mesmos poderes que produzem<br />

novas gerações de armas nucleares letais<br />

e possuem grandes estoques de armamentos<br />

nucleares que nenhuma organização<br />

internacional monitora e que uma<br />

destas forças nefastas causaram as tragédias<br />

em Hiroshima e Nagasaki".<br />

"De fato, não são contra as armas, mas<br />

são contra o progresso de outras nações e<br />

tendem a monopolizar tecnologias e utilizar<br />

estes monopólios para que possam<br />

impor suas vontades sobre outras nações.<br />

É natural que o grande povo iraniano, com<br />

a determinação e imperturbabilidade e<br />

com o apoio de seus amigos, irá resistir às<br />

intimidações e continuará a defender seus<br />

direitos com sempre o fez. A nação iraniana<br />

está disposta a dialogar. Mas nunca<br />

aceitou e nunca aceitará exigências ile-<br />

SALADA D'ÁGUA<br />

Esta curiosa receita sabra adequa-se<br />

muito bem a Sucot. Na<br />

verdade é uma interpretação<br />

da tradicional israeli salat, com<br />

um novo ingrediente.<br />

A propósito, o líquido de tomate<br />

que será produzido para esta<br />

salada também pode ser servido<br />

como se fosse um gazpacho,<br />

sem a salada, bem gelado e<br />

temperado.<br />

HOLISHKES<br />

Molho:<br />

3 colheres de sopa de óleo;<br />

2 colheres de sopa de farinha de<br />

trigo;<br />

2 latas de tomates pelados, picados,<br />

sem drenar;<br />

3 colheres de sopa de extrato de<br />

tomate;<br />

3 colheres de sopa de mel;<br />

Suco de 1 limão;<br />

Sal e pimenta do reino à gosto.<br />

1 kg de tomates bem maduros;<br />

3 pepinos japoneses cortados em cubos grandes;<br />

3 tomates cortados em cubos grandes;<br />

5 talos de cebolinha picados;<br />

1 colher de chá de hortelã bem picada;<br />

Suco de ½ limão;<br />

Azeite à gosto;<br />

Sal e pimenta do reino à gosto.<br />

gais. Chegou o momento da AIEA apresentar<br />

um relatório claro para a comunidade<br />

internacional a respeito de seu monitoramento<br />

do desarmamento destas nações<br />

nucleares e suas atividades nucleares e<br />

que seja estabelecido um comitê de desarmamento<br />

formado por estados independentes<br />

para monitorar o desarmamento<br />

destas potências nucleares...".<br />

"A dignidade, integridade e direitos<br />

dos povos americanos e europeus estão<br />

sendo manipulados por um grupo pequeno,<br />

mas fraudulento grupo de pessoas<br />

chamadas de sionistas. Embora sejam<br />

uma minoria irrisória, dominam uma importante<br />

fatia dos centros monetários e<br />

financeiros, assim como centros de decisões<br />

políticas em alguns países europeus<br />

e dos EUA de maneira fraudulenta, complexa<br />

e furtiva. É deveras desastroso testemunhar<br />

o que alguns candidatos a presidência<br />

e líderes de alguns países tenham<br />

que visitar estas pessoas, reunirem-se<br />

com eles, jurar alianças e compromissos<br />

de seus interesses para que possam obter<br />

apoio financeiro ou da mídia".<br />

"Isto significa que o grande povo americano<br />

e de várias nações da Europa precisam<br />

obedecer às demandas e vontades<br />

de um pequeno grupo de pessoas ga-<br />

De véspera amasse ligeiramente<br />

os tomates maduros, coloque em<br />

um saco de pano e deixe pendurado,<br />

por uma noite, escorrendo em<br />

um recipiente. Não chacoalhe ou<br />

amasse o saco, para que o líquido<br />

saia límpido e cristalino. Misture<br />

todos os ingredientes e temperos<br />

da salada e, numa saladeira funda,<br />

cubra-os com o líquido dos tomates.<br />

Deixe gelar por 2 horas na<br />

geladeira e sirva com cubos de<br />

gelo, cebolinha francesa picada,<br />

garfo e colher.<br />

nanciosas e invasivas. Estas nações desperdiçam<br />

sua dignidade e recursos com crimes<br />

e ocupações e a ameaça da rede sionista<br />

contra suas vontades... As idéias e<br />

ações daqueles que pensam que são superiores<br />

e consideram outros de segunda<br />

classe ou inferiores, que permanecer isolados,<br />

serem escravos absolutos de seus<br />

desejos materialistas e egoístas, que tendem<br />

a expandir sua natureza agressiva e<br />

dominante, constituem as raízes dos problemas<br />

atuais em sociedades humanas.<br />

Estas são os maiores impedimentos à prosperidade<br />

material e espiritual, segurança,<br />

paz e irmandade entre as nações...".<br />

"Atualmente, o regime sionista está à<br />

beira de um colapso e não há como sair<br />

do buraco criado por si mesmo e pelos<br />

seus apoiadores. A República Islâmica do<br />

Irã, ao mesmo tempo em que respeita totalmente<br />

a resistência do povo oprimido<br />

da Palestina e expressa seu total apoio,<br />

apresenta uma solução humanitária baseada<br />

em um referendo livre na Palestina<br />

para determinar-se e estabelecer-se o<br />

tipo de estado em todo o território palestino<br />

ao Excelentíssimo Secretário Geral da<br />

ONU. O império americano no mundo está<br />

chegando ao fim da linha e seus próximos<br />

governantes devem limitar sua interferência<br />

às suas próprias fronteiras...".


10<br />

* Rina<br />

Castelnuovo é<br />

jornalista do The<br />

New York Times.<br />

Tradução: Paulo<br />

Migliacci.<br />

Tecnologia a serviço<br />

do shabat<br />

VISÃO JUDAICA outubro de 2008 Tishrê / Cheszvan 5769<br />

Rina Castelnuovo *<br />

s rabinos, cientistas e engenheiros<br />

do Instituto Zomet estão tentando<br />

resolver problemas que<br />

surgem quando acontecem colisões<br />

entre a tecnologia e a Torá.<br />

Trabalhando em suas instalações de<br />

pesquisa na colônia de Alon Shvut, na<br />

Cisjordânia, eles criam aparelhos eletrônicos<br />

- de telefones a sistemas de alarme<br />

e veículos motorizados - que obedecem<br />

às leis do judaísmo ortodoxo sobre o shabat,<br />

quando até mesmo ligar ou desligar<br />

uma lâmpada é proibido.<br />

"Tentamos combinar um estado judaico<br />

moderno e leis judaicas muito antigas",<br />

disse Dan Marans, diretor<br />

executivo do Zomet. Isso requer<br />

tanto um conhecimento profundo<br />

do código legal judaico, ou halachá,<br />

quanto alguma engenhosidade.<br />

"A cada dia, D-us nos oferece<br />

coisas de que podemos usufruir,<br />

e é preciso apenas descobrir<br />

de que maneira fazê-lo de<br />

acordo com Suas normas", disse<br />

Marans.<br />

Por décadas, grupos de pesquisa<br />

como o que Marans dirige<br />

vêm desfrutando de um quase<br />

monopólio sobre a tecnologia de<br />

aparelhos kosher. Eles vendem a<br />

maior parte de suas invenções<br />

ao governo e às forças armadas<br />

de Israel. Agora multinacionais, as pequenas<br />

empresas e empresários ortodoxos<br />

de todo o mundo estão criando produtos<br />

aprovados pelos rabinos.<br />

As invenções, que ajudam os mais<br />

de 1,5 milhão de judeus ortodoxos do<br />

Empresas criam tecnologias<br />

que respeitam o shabat judaico<br />

mundo a desfrutar das conveniências da<br />

vida moderna, estão ganhando popularidade<br />

devido aos baixos preços propiciados<br />

pela fabricação na Ásia e ao uso<br />

da Internet como ferramenta para comercializar<br />

produtos destinados a nichos<br />

de mercado.<br />

O rabino Shmuel Veffer, presidente<br />

da Kosher Innovations, de Toronto, é<br />

apenas um dos empresários que se beneficiaram<br />

da tendência. Em 2004, Veffer<br />

inventou a Luminária Kosher, que<br />

conta com uma cobertura que pode ser<br />

movimentada de maneira a bloquear a<br />

luz da lâmpada mas sem desligá-la.<br />

Veffer diz ter vendido "dezenas de<br />

milhares" das luminárias, entre as quais<br />

um modelo mais caro e uma versão infantil<br />

em forma de ursinho. Todas elas<br />

são fabricadas na China. A Kosher Innovations<br />

agora vende uma dúzia de produtos,<br />

entre os quais um dispositivo de<br />

iluminação que ajuda a combater insetos<br />

e um despertador que respeita o<br />

shabat, em quase 400 lojas, de Nova York<br />

a Londres e Sydney. Veffer garantiu aprovação<br />

religiosa de renomadas autoridades<br />

rabínicas em todos os países em que<br />

seus produtos estão à venda.<br />

"O mundo dos judeus ortodoxos é<br />

uma comunidade fechada, de modo que<br />

se você oferece algo de que as pessoas<br />

gostam, as boas novas logo se espalham",<br />

afirma o rabino.<br />

Mas "o consumidor kosher tem uma<br />

influência sobre o mercado que vai além<br />

dos números", disse o dr. Avrom Pollak,<br />

presidente da Star-K, de Baltimore, que<br />

certifica como kosher diversos produtos,<br />

de grandes eletrodomésticos a alimentos,<br />

álcool e alguns remédios.<br />

Por exemplo, disse Pollak, os domicílios<br />

judeus ortodoxos dedicam muito<br />

mais tempo, atenção e dinheiro às suas<br />

cozinhas do que a maioria dos demais<br />

consumidores norte-americanos, e é por<br />

isso que 14 grandes marcas de eletrodomésticos<br />

para cozinha solicitaram certificação<br />

kosher da Star-K.<br />

A Star-K também monitora algumas<br />

fábricas chinesas que produzem bens<br />

kosher, para garantir que elas estejam<br />

cumprindo as leis judaicas.<br />

Embora a tecnologia moderna tenha<br />

por intenção tornar menos difíceis as<br />

tarefas da vida cotidiana, a proliferação<br />

de motores automáticos, sensores e luzes<br />

em mais aparelhos domésticos se<br />

tornou problema cada vez mais grave<br />

para os judeus que seguem estritamente<br />

as leis religiosas.<br />

Por décadas, os judeus ortodoxos<br />

percorriam suas casas antes de cada shabat<br />

em um ritual que envolvia desligar<br />

seus sistemas de alarme, prender com<br />

fita adesiva o botão que acende a luz dentro<br />

da geladeira quando a porta se abre e<br />

deixar acesa uma das bocas do fogão,<br />

para que comida possa ser aquecida.<br />

Nos últimos 10 anos, fabricantes<br />

como Whirlpool e Viking também incluíram<br />

programações para shabat em seus<br />

aparelhos, como fogões, refrigeradores<br />

e até sistemas de armazenagem de vinho.<br />

A General Electric introduziu seu<br />

modo shabat em 2000, e informa que o<br />

recurso está disponível em mais de 150<br />

de seus fornos, fogões e outros utensílios<br />

culinários.<br />

Esses modos ou desligam automaticamente<br />

certas luzes, ventiladores e<br />

alarmes ou usam um conceito legal ju-<br />

O anti-semitismo e suas faces<br />

Roberto Romano * inclusão acadêmica, elas eram negativas. Exis- com a tenure (estabilidade) nos estudos clás-<br />

O Estado de Israel agrega sete milhões e<br />

duzentos mil habitantes, dos quais cinco milhões<br />

e trezentos são judeus, um milhão e quatrocentos<br />

árabes, quatrocentos de outras origens.<br />

A maioria dos judeus seguiu para a região<br />

após perseguições e massacres que chegaram<br />

ao genocídio de seis milhões dos seus irmãos.<br />

Após 60 anos de existência, o país sofre violências<br />

mascaradas de anti-sionismo, quando na<br />

verdade trata-se de virulento anti-semitismo.<br />

Cérebros sem prudência tentam por todos os<br />

meios impedir que os filhos de Abraão tenham<br />

uma pátria e possam lutar para evitar um novo<br />

Holocausto. O imaginário ideológico está cheio<br />

de muitas desculpas dos que vivem o mesmo<br />

ódio racista que nutriu, já antes do totalitarismo,<br />

as elites ocidentais e orientais.<br />

Como hoje as cotas em favor dos negros está<br />

tiam cotas com números máximos para o ingresso<br />

de judeus na Universidade de Yale, o alvo<br />

era diminuir o número de judeus no campus.<br />

Mesmo em outras universidades norte americanas<br />

imperou tal política de exclusão. (Oren,<br />

D.A. Joining the Club: a History of Jews at Yale,<br />

New Haven, Yale Univ. Press, 1985).<br />

Não se trata de um setor "pouco esclarecido",<br />

para usar o jargão dos conservadores de<br />

todos os matizes. Temos naquela prática a posição<br />

de mestres renomados no mundo acadêmico,<br />

em especial nos estudos clássicos. Se<br />

a vida nas universidades, como enuncia Hegel<br />

na Fenomenologia do Espírito, é o reino animal<br />

onde os indivíduos são nutridos com a carne<br />

do "colega", se ali as manadas têm suas lideranças<br />

que ensinam aos do rebanho quem<br />

deve ser estraçalhado ou acarinhado, não surpreende<br />

encontrar o racismo anti-semita nos<br />

sicos da famosa Ivy League. Ele ensinou de<br />

1924 a 1980. Entre seus trabalhos, é relevante<br />

a tradução da ciceroniana Rethorica ad Herenium<br />

(Loeb Classical Series). Em 1919 o docente<br />

se candidatou ao lugar de professor na Universidade.<br />

Recebeu uma carta, que traduzo literalmente:<br />

"Meu caro Caplan: quero apoiar a<br />

opinião do professor Bristol e lhe aconselhar<br />

vivamente a seguir rumo ao ensino secundário.<br />

As oportunidades para os cargos na faculdade,<br />

nunca suficientes, agora são poucas e<br />

provavelmente diminuirão. Não posso encorajar<br />

ninguém na busca de assegurar um emprego<br />

na faculdade. Existe, além disso, um<br />

preconceito muito real contra o judeu. Não<br />

partilho pessoalmente tal atitude, estou certo<br />

que o mesmo é verdadeiro em se tratando<br />

de todo o pessoal daqui. Mas vimos tantos judeus<br />

bem preparados falhar na busca de em-<br />

na ordem do dia, recordo que os Estados Uni- departamentos escolares.<br />

pregos que semelhante fato nos forçou a tandos<br />

da América, fonte de inspiração das citadas Uma carta foi encontrada em 1980, na gato. Lembro Alfred Gudeman, E.A. Loew - bri-<br />

cotas, as instituiu para os judeus por volta de veta do professor Harry Caplan, de Cornell, lhantes acadêmicos de reputação internacio-<br />

1920. Só que em vez de serem chaves para a durante muito tempo o único professor judeu nal, e mesmo assim incapazes de obter um<br />

daico conhecido como "gramma", ou<br />

ação indireta, para manter os aparelhos<br />

em operação no dia de repouso. Nos refrigeradores,<br />

por exemplo, um mecanismo<br />

programado impede que o compressor<br />

entre em ação imediatamente quando<br />

a porta é aberta.<br />

Mais de 750 mil judeus ortodoxos<br />

modernos e ultra-ortodoxos vivem nos<br />

Estados Unidos. Israel abriga mais de 800<br />

mil ortodoxos modernos e ultra-ortodoxos,<br />

e 31% das pessoas com idade superior<br />

a 20 anos no país se identificam como<br />

ortodoxas, de acordo com Serviço Central<br />

de Estatísticas de Israel.<br />

A comunidade exerce considerável<br />

influência política e econômica, e o mesmo<br />

se aplica a Eliyahu Yishai, primeiroministro<br />

assistente e ministro da Indústria,<br />

Comércio e Trabalho, ele mesmo<br />

judeu ortodoxo. No ano passado, o ministério<br />

que ele dirige colaborou com<br />

estudiosos da religião e com a Associação<br />

da Indústria de Israel para desenvolver<br />

produtos próprios ao shabat, com o<br />

objetivo de atender a comunidade ortodoxa<br />

em todo o mundo.<br />

"Ser ortodoxo hoje precisa ser mais<br />

fácil do que era no passado", disse Yair<br />

Shiran, que representa Israel nos Estados<br />

Unidos para questões de cooperação econômica<br />

e apontou que mais de 20 produtos<br />

já haviam sido desenvolvidos especificamente<br />

para os judeus ortodoxos, entre<br />

os quais um condicionador de ar, uma<br />

cafeteira elétrica e um sistema de alarme<br />

adaptados para o shabat.<br />

"A tecnologia está disponível, e a<br />

idéia é simplesmente a de comercializála<br />

para uso em comunidades específicas",<br />

declarou Shiran.<br />

cargo na faculdade. Sinto que é errado encorajar<br />

qualquer um a se devotar a longos estudos,<br />

caminhos escarpados cuja pista é barrada<br />

por um inegável preconceito racial. Nesse assunto,<br />

unem-se a mim todos os meus colegas<br />

dos Estudos Clássicos que me autorizaram a<br />

colocar suas assinaturas, com a minha, nesta<br />

carta. Assinado: Charles E. Bennet, C.L. Durham,<br />

George S. Bristol, E. P. Andrews. 27/3/<br />

1919, Ithaca". O documento foi publicado no<br />

Cornell Alumni News (número 84, 9/Julho<br />

1981, página 7). O documento é reproduzido<br />

por Martin Bernal, num texto que deveria ser<br />

lido por todos os que afirmam lutar contra o<br />

racismo, mas que na defesa dos movimentos<br />

negros não hesitam um instante em usar teses<br />

racistas contra os judeus, sempre com o<br />

disfarce da crítica ao sionismo. Eu me refiro ao<br />

livro Black Athena, the Afroasiatic Roots of<br />

Classical Civilization (New Jersey, Rutgers University<br />

Press, 1987).<br />

Lutar contra o racismo é lutar contra todos<br />

os racismos. E disto, boa parte dos intelectuais<br />

empenhados está muito longe.<br />

* Roberto Romano é professor de Ética e Filosofia Política na Unicamp e recebeu a Medalha Direitos Humanos B'nai B'rith em 2007. Publicado no jornal Correio Popular, de Campinas em 4/6/2008


Cresce rejeição a<br />

judeus e islâmicos<br />

Espanhóis lideram etnocentrismo, que<br />

também afeta Alemanha, Polônia,<br />

Rússia, França e Grã-Bretanha<br />

Andrei Netto *<br />

Judeus e muçulmanos são cada vez mais<br />

rejeitados na Europa. A onda etnocentrista<br />

foi diagnosticada pelo instituto americano<br />

Pew Research Center, que num relatório de<br />

73 páginas, baseado em 4 mil entrevistas,<br />

indica a evolução das opiniões negativas<br />

entre 2004 e 2008.<br />

Na Espanha, país que lidera nos índices de<br />

preconceito, 52% se declararam contrários aos<br />

islâmicos neste ano, um aumento de 15 pontos<br />

porcentuais em relação a 2005, quando 37%<br />

reconheceram essa posição. A aversão a judeus<br />

foi admitida por 46% dos entrevistados - em<br />

2005, eram 21%.<br />

Na Alemanha, a visão negativa sobre os judeus<br />

aumentou de 20%, em 2004, para 25%,<br />

neste ano. Em relação aos muçulmanos, cresceu<br />

de 46% a 50% no mesmo período. Na França,<br />

o preconceito contra judeus - 11% a 20% -<br />

e muçulmanos - 29% a 38% - aumentou nove<br />

pontos porcentuais.<br />

A escalada também ocorre na Europa<br />

Oriental. Na Rússia, as opiniões desfavoráveis<br />

aos judeus avançaram de 25% para 34% no<br />

mesmo período, enquanto na Polônia aumentaram<br />

de 25%, em 2005, para 36%, neste ano.<br />

Em relação aos muçulmanos, a animosidade<br />

cresceu de 30% para 46% na Polônia. A Rússia<br />

foi o único país onde houve retração do preconceito<br />

contra os islâmicos: de 37%, em 2004,<br />

para 32%, neste ano.<br />

A estabilidade britânica em relação ao antisemitismo<br />

- índice de 9% dos entrevistados desde<br />

2004 - não se repete quando a questão são os<br />

muçulmanos. Em quatro anos, a visão negativa<br />

sobre esse grupo aumentou de 18% para 23%.<br />

Segundo o relatório, as manifestações de<br />

preconceito crescem mais entre pessoas acima<br />

de 50 anos e sem nível superior. "Há um<br />

paralelo notável entre anti-semitas e antimuçulmanos<br />

na opinião pública da Europa Ocidental.<br />

O mesmo sentimento prevalece nos mesmos<br />

estratos sociais", indica o documento.<br />

Pierre Fournel, delegado-geral da ONG Liga<br />

contra o Racismo, de Paris, confirma que o etnocentrismo<br />

se expressa com cada vez mais<br />

força na Europa. "Na França, apesar de as autoridades<br />

nos mostrarem queda nos índices de<br />

violência, percebemos o contrário," relata.<br />

Segundo Fournel, a organização registra um<br />

aumento nas queixas de discriminação, mas é<br />

difícil prová-las judicialmente por causa de sua<br />

"sutileza". "O preconceito religioso se manifesta<br />

na vida cotidiana, no momento de pedir<br />

um emprego, de alugar um apartamento e em<br />

qualquer outra situação em que o sobrenome<br />

ou os traços físicos estejam explícitos."<br />

O Pew Research Center também pesquisou o<br />

apoio dos muçulmanos a ataques terroristas lançados<br />

por homens-bomba. Em seis anos, o apoio<br />

caiu de 74%, em 2002, para 32%, neste ano.<br />

* Andrei Netto é jornalista e correspondente em<br />

Paris da Agência Estado.<br />

Se os árabes se desarmarem,<br />

acaba a guerra; se Israel se<br />

desarmar, acaba Israel.<br />

Binyamin Netanyhau<br />

Uma das maiores catástrofes da chamada<br />

'modernidade' foi a desconstrução<br />

filosófica, psicológica, política e moral da<br />

humanidade, ocorrida na última metade<br />

do século passado. Das principais contribuições<br />

psicológicas desconstrucionistas<br />

é o que chamo aqui inversão e introjeção<br />

da culpa. A inversão da culpa faz parte<br />

do conceito mais amplo de inversão revolucionária.<br />

A introjeção é a admissão<br />

delirante da vítima de sentir-se culpada<br />

pelos ataques que sofre. Ela é especialmente<br />

necessária para o sucesso da guerra<br />

assimétrica, da qual ambas constituem<br />

os fundamentos psicológicos.<br />

Pode-se definir guerra assimétrica<br />

como aquela em que um dos lados atribui<br />

a si, consciente ou inconscientemente,<br />

a totalidade dos valores éticos na qual<br />

suas ações são embasadas. Pode ser a<br />

'ética de construir um mundo novo', de<br />

'eliminar as desigualdades' ou de 'reconquistar<br />

territórios que lhe pertencem' ou<br />

qualquer outra coisa. Isto lhes permite<br />

lutar em plena potência, sem respeitar<br />

nenhuma lei a não ser a da força justificada<br />

pela própria 'ética' que a move. Enquanto<br />

isto, através de guerra psicológica,<br />

força-se o inimigo a aceitar esta situação<br />

na qual ele se vê obrigado a respeitar<br />

suas próprias leis e as convenções<br />

internacionais que regulam os conflitos.<br />

Principalmente convencendo-o de que<br />

não pode usar os mesmos meios dos 'detentores<br />

exclusivos' da suposta 'ética'.<br />

Caso o entrechoque avance para o inte-<br />

VISÃO JUDAICA outubro de 2008 Tishrê / Cheszvan 5769<br />

Israel e a guerra assimétrica<br />

Heitor de Paola * rior do território inimigo - como no terro-<br />

Shemini Atzêret<br />

Acendimento das velas: dia 20/10 às 18h05<br />

A palavra "atsêret" é explicada de diversas maneiras, mas seu<br />

significado original é retenção, apego, empenho. Após o término dos<br />

sete dias da feliz comemoração de Sucot, o oitavo dia de Atsêret é<br />

um apego à feliz experiência pela qual passamos.<br />

É natural que procuremos manter as alegres lembranças de ontem,<br />

mas é difícil evocar alegrias passadas. Podemos fazer um esforço<br />

para mantê-las, mas mesmo as mais felizes, tendem a desaparecer.<br />

Talvez seja por esse motivo que ocorre a festa de Shemini Atsêret.<br />

Por mais alegre que seja a Festa da Colheita (Sucot), chega o<br />

tempo em que temos de nos despedir.<br />

Assim também, o descanso e a paz do Shabat são verdadeiramente<br />

dádivas Divinas para o ser humano. Porém, com o término do<br />

Shabat, devemos nos despedir e continuar a rotina do trabalho.<br />

É realmente preciosa a purificação especial do Dia do Perdão.<br />

Mas devemos sair desta solenidade para a alegre festa de Sucot. Em<br />

seguida, no mesmo espírito, devemos chegar à festa de Shemini Atsêret<br />

e continuar até Simchat Torá, a alegria da Torá.<br />

A vida determina que a seqüência continue; impulsiona-nos para<br />

frente. É cíclica e exige que caminhemos adiante a partir do passado,<br />

em direção a novas experiências e conquistas. Viver "de acordo"<br />

com nossos dias significa viver cada dia e época, de acordo a Torá… o<br />

ano inteiro! (www.chabad.org.br).<br />

rismo - usa-se a liberdade e a abertura<br />

da sociedade livre e legal forçando-a a<br />

restringir seus métodos de defesa legais<br />

enquanto se movem livremente, sem respeitar<br />

nada trabalhando pela sua destruição<br />

desde dentro. Ou, em última instância,<br />

se o inimigo se desespera e rompe<br />

com seus princípios, posam como vítimas<br />

de crueldade. Isto é, invertem o sentido<br />

dos direitos constitucionais do inimigo<br />

para usá-los a seu favor, deixando o inimigo<br />

indefeso: as armas da legalidade<br />

jamais funcionarão e, se forem rompidas,<br />

serão acusados Em qualquer caso saem<br />

ganhando!<br />

Existem dois fatores fundamentais<br />

para que a estratégia assimétrica funcione.<br />

O primeiro é fazer com que o inimigo,<br />

ou parte dele, introjete a culpa conscientemente<br />

e, a cada novo ataque, pergunte<br />

a si mesmo: onde errei para ser<br />

atacado assim? E intensifique as propostas<br />

de paz através de concessões e pagamentos.<br />

Pura chantagem! O segundo<br />

fator é a universalização da culpa, isto é,<br />

convencer ao resto do mundo a adotar o<br />

ponto de vista do atacante e buscar mecanismos<br />

internacionais corrompidos<br />

para avalizar e legitimar o agressor - que,<br />

tendo sua condição de vítima assim reconhecida,<br />

justifica e intensifica os ataques<br />

- e condenar o agredido que fica<br />

cada vez mais acuado pela tripla oposição:<br />

do inimigo, da comunidade internacional<br />

e de sua própria quinta coluna.<br />

É claro que estou falando do que vem<br />

ocorrendo no Estado de Israel. Parte do<br />

povo Judeu aceitou esta condição da 'culpa<br />

de Israel' e da justiça das reivindicações<br />

palestinas, alimentando a assimetria<br />

com que a guerra vem sendo travada<br />

* Heitor de Paola é psiquiatra, psicanalista e analista político.<br />

11<br />

e que, assim, se intensifica cada vez mais.<br />

É o caso, entre outros, do movimento Paz<br />

Agora e a esquerda judaica que se vêem<br />

servindo a dois senhores: à sua condição<br />

de Judeus e à sua ideologia em defesa<br />

do 'povo palestino oprimido'. E o inimigo<br />

sabe explorar com maestria sua falsa<br />

condição de oprimidos e defensores de<br />

'seu' território frente à 'agressão' israelense,<br />

a qual, sempre que é efetiva, é<br />

considerada escandalosamente 'desproporcional'.<br />

Até as autoridades israelenses<br />

se vêem obrigadas pela pressão externa<br />

somada à interna, a interminavelmente<br />

assinar acordo após acordo, fazer<br />

concessão após concessão, sabendo de<br />

antemão - como todo mundo sabe, aliás<br />

- que não há nenhuma intenção de cumpri-los<br />

por parte dos 'palestinos' enquanto<br />

Israel fica obrigado, pelas suas próprias<br />

leis e tradições, a respeitá-los. Finalmente,<br />

não é à toa que foram os Judeus<br />

a receber as Tábuas da Lei, base de toda<br />

a estrutura jurídica ocidental.<br />

Para alimentar a divisão interna em<br />

Israel, o inimigo age em bloco, mas finge<br />

estar também dividido entre 'radicais' e<br />

'moderados'. Os primeiros estendem a<br />

mão sabendo que a quinta coluna está<br />

ávida para conversar e acabar com a guerra<br />

pela rendição. Chega a ponto de terroristas<br />

contumazes fingirem aceitar a existência<br />

de Israel - quando, em seus discursos<br />

em árabe nas mesquitas dizem 'entidade<br />

sionista' - pois assim conseguem<br />

apoio da 'comunidade internacional' e<br />

condenação da corrupta ONU, onde imperam<br />

ditaduras esquerdistas e totalitarismos<br />

teológicos islâmicos.<br />

Parece-me que as autoridades israelenses<br />

entendem esta situação com clareza,<br />

mas ficam de mãos amarradas pela<br />

oposição interna, a pior de todas.<br />

Uma círculo eterno<br />

Acendimento das velas: dia 21/10 às 19h01<br />

Em Simchat Torá concluímos a leitura da Torá com o final de<br />

Devarim e imediatamente iniciamos outro ciclo com a primeira porção<br />

de Bereshit. Isto simboliza que a Torá, como um círculo, não tem<br />

fim; seu início e seu final estão sempre interligados.<br />

Ao ler a última e a primeira porções da Torá de forma contígua,<br />

conectamos as maravilhas prodigiosas realizadas por Moshê à Criação<br />

do Universo. Em outras palavras, todos os maravilhosos acontecimentos<br />

no Egito e no deserto foram para imprimir sobre os israelitas<br />

que há um Criador que governa o Universo e o conduz da forma<br />

que deseja.<br />

Sem um objetivo supremo, a vida se torna fútil, e dificilmente<br />

poderia haver um objetivo elevado num Universo que apareceu devido<br />

ao desencadear acidental de forças mecânicas e impessoais.<br />

Além disso, não pode haver alegria numa vida vazia, e de fato, as<br />

pessoas que sentem que a vida é fútil são propensas a buscar uma<br />

válvula de escape em vez de vivê-la em toda sua plenitude.<br />

A alegria da Festa de Sucot atinge seu zênite em Simchat Torá, e<br />

nossa celebração deste dia feliz baseia-se na conscientização de que a<br />

vida tem propósito e significado. Os ensinamentos e milagres de Moshê,<br />

que instilaram em nós a crença de que D-us criou Céu e Terra, são<br />

deste modo a chave não apenas para o júbilo do dia como também da<br />

alegria que perdurará por todo o ano. (www.chabad.org.br).


12<br />

VISÃO JUDAICA outubro de 2008 Tishrê / Cheszvan 5769<br />

Papa Pio XII ajudou os judeus,<br />

Papa Bento XVI defendeu enfaticamente<br />

no dia 18/9 o seu<br />

antecessor Pio XII da acusação<br />

de não ter se empenhado<br />

para ajudar os judeus durante<br />

a Segunda Guerra Mundial, afirmando<br />

que ele "não poupou esforços"<br />

nesse sentido.<br />

O Papa fez um pronunciamento num<br />

simpósio em Roma sobre o pontificado<br />

de Pio XII (1939-58), promovido pela<br />

Fundação Pave the Way, dos EUA, que<br />

reúne judeus e católicos. Habitualmente,<br />

a Igreja argumenta que Pio XII agiu<br />

em prol dos judeus apenas nos bastidores,<br />

porque fazê-lo publicamente<br />

poderia expô-los a um maior risco.<br />

Para o evento, foi preparada uma<br />

compilação com 200 páginas de documentos,<br />

recortes de jornais do período<br />

e telegramas diplomáticos mostrando<br />

que Pio XII se empenhou bastante<br />

em proteger os judeus e recebeu<br />

a gratidão de seus líderes - contrariando<br />

uma tese muito difundida por<br />

alguns grupos judaicos, segundo os<br />

quais houve omissão do Vaticano durante<br />

o genocídio na Europa.<br />

afirma Bento XVI Pave the Way, disse ao papa que a in-<br />

"Graças à vasta quantidade de<br />

material documentado que vocês reuniram,<br />

apoiados por muitos testemunhos<br />

avalizados, o seu simpósio oferece<br />

ao fórum público a possibilidade<br />

de saber mais plenamente o que Pio<br />

XII conseguiu para os judeus perseguidos<br />

pelos regimes nazi-fascistas", disse<br />

Bento XVI.<br />

"Depreende-se, então, que sempre<br />

que possível ele não poupou esforços<br />

em intervir em seu favor, seja diretamente<br />

ou por meio de instruções dadas<br />

a outros indivíduos ou a instituições<br />

da Igreja Católica", acrescentou<br />

o pontífice aos participantes, que foram<br />

ouvi-lo em sua residência de verão<br />

ao sul de Roma.<br />

Bento XVI elogiou o simpósio ainda<br />

por destacar "as muitas intervenções<br />

feitas secreta e discretamente,<br />

precisamente porque, devido à situação<br />

concreta daquele difícil momento<br />

histórico, só dessa forma era possível<br />

evitar o pior e salvar o maior número<br />

de judeus".<br />

Gary Krupp, um judeu norte-americano<br />

que fundou e preside a Fundação<br />

vestigação do grupo "contradiz diretamente<br />

a percepção negativa das atividades<br />

do papa em tempo de guerra".<br />

O papa lembrou que em novembro<br />

de 1945, cerca de seis meses após o<br />

fim da guerra, 80 representantes de<br />

sobreviventes de campos de concentração<br />

foram a Roma agradecer Pio XII<br />

por seu empenho.<br />

"Quando o temeroso martírio se<br />

abateu sobre nosso povo na década<br />

do terror nazista, a voz do papa se ergueu<br />

pelas vítimas", diz a ex-primeira-ministra<br />

de Israel Golda Meir em<br />

um dos recortes reproduzidos no volume,<br />

entre diversos líderes judeus que<br />

fazem elogios ao papa durante e depois<br />

da guerra.<br />

O papa disse que, transcorridas<br />

quase cinco décadas da morte de Pio<br />

XII, "nem todas as facetas genuínas da<br />

sua atividade pastoral diversa foram<br />

examinadas sob uma luz justa". Os 50<br />

anos da morte de Pio XII, em 9 de outubro,<br />

serão lembrados pelo Vaticano<br />

com uma conferência e uma exposição<br />

de fotos.<br />

No Vaticano, rabino diz que Pio XII traiu os judeus<br />

O papa Bento XVI cumpriemnta o rabino-chefe de<br />

Haifa, Shear-Yashuv Cohen<br />

No primeiro pronunciamento de um judeu<br />

em um sínodo no Vaticano, um rabino disse<br />

no dia 6/10, que os judeus "não podem perdoar<br />

e esquecer" a omissão de alguns líderes<br />

religiosos a respeito do Holocausto.<br />

O discurso do rabino Shear-Yashuv Cohen,<br />

diante do papa Bento XVI, foi uma clara referência<br />

a Pio XII, pontífice na época do conflito,<br />

que segundo muitos judeus não se empenhou<br />

em evitar o genocídio nazista.<br />

Cohen, rabino-chefe de Haifa (Israel), disse<br />

à Agência Reuters horas antes que faria críticas<br />

indiretas a Pio XII durante seu discurso<br />

para mais de 200 prelados de todo o mundo.<br />

"Não podemos esquecer o fato triste e<br />

doloroso de que muitos, inclusive grandes<br />

líderes religiosos, não levantaram suas vo-<br />

zes no esforço para salvar nossos irmãos,<br />

preferindo em vez disso manter o silêncio<br />

e ajudar secretamente. Não podemos perdoar<br />

e esquecer isso, e esperamos que vocês<br />

entendam", disse ele, de improviso, já<br />

ao final do discurso.<br />

Em setembro, Bento XVI declarou que Pio<br />

XII "não poupou esforços" para salvar os judeus,<br />

atuando nos bastidores. Simpatizantes<br />

do falecido papa argumentam que declarações<br />

mais incisivas naquela época poderiam<br />

piorar a situação dos judeus na Europa.<br />

Cohen também pediu ao sínodo que recrimine<br />

formalmente o presidente do Irã, Mahmoud<br />

Ahmadinejad, por ter feito mais um virulento<br />

discurso contra Israel no mês passado<br />

na ONU.<br />

"Estou aqui para lhes pedir, líderes das<br />

religiões, que ergam sua voz e com a ajuda<br />

do mundo livre protejam, defendam e salvem<br />

Israel das mãos dos nossos inimigos",<br />

afirmou, citando o recente discurso na ONU<br />

de "um certo presidente de um Estado do<br />

Oriente Médio".<br />

"Esta infâmia anti-semita nos levou de volta<br />

às dolorosas lembranças da tragédia do<br />

nosso povo, as vítimas do Holocausto, o qual<br />

esperamos e rezamos para que nunca mais<br />

ser repita".<br />

Na entrevista à Agência de Notícias Reuters,<br />

Cohen, de 80 anos, disse que Pio XII (papa<br />

entre 1939 e 58) poderia ter se empenhado<br />

mais contra o Holocausto. Ele acrescentou que<br />

teria evitado o evento se soubesse que o sínodo<br />

coincidia com cerimônias em homenagem<br />

os 50 anos da morte do pontífice.<br />

"Ele pode ter ajudado em segredo mui-<br />

tas das vítimas e muitos dos refugiados,<br />

mas a questão é se ele poderia ter erguido<br />

sua voz e se isso teria ajudado ou não. Nós,<br />

como vítimas, sentimos que sim. Não tenho<br />

procuração das famílias dos milhões<br />

de falecidos para dizer 'esquecemos, perdoamos'",<br />

afirmou Cohen.<br />

No dia 9/10, Bento XVI rezou missa pelos<br />

50 anos da morte de Pio XII, e em novembro<br />

haverá uma conferência e uma exposição<br />

de fotos sobre seu pontificado, que<br />

é um dos temas mais espinhosos nas relações<br />

entre católicos e judeus.<br />

"Preciso deixar muito claro que nós, rabinos,<br />

a liderança do povo judeu, não podemos<br />

concordar, enquanto os sobreviventes<br />

acharem que é doloroso, que este líder da<br />

Igreja num momento de crise deva ser homenageado<br />

agora. Não é a nossa decisão.<br />

Isso nos dói. Lamentamos que isso esteja<br />

sendo feito", declarou o rabino.<br />

Pressionado por historiadores a abrir seus<br />

arquivos da Segunda Guerra Mundial, o Vaticano<br />

diz que alguns itens estão resguardados<br />

por razões organizacionais, mas que a maior<br />

parte dos documentos relevantes daquela época<br />

já estão à disposição dos pesquisadores.<br />

Em 2007, a Congregação da Causa dos<br />

Santos mostrou-se favorável a um decreto reconhecendo<br />

as "virtudes heróicas" de Pio XII,<br />

o que abre caminho para sua possível canonização,<br />

num processo iniciado em 1967. Bento<br />

XVI ainda não aprovou esse decreto.<br />

Alguns grupos judaicos defendem a paralisação<br />

do processo de canonização, enquanto<br />

outros argumentam que se trata de um assunto<br />

interno da Igreja.


<strong>VJ</strong> INDICA<br />

Os Falsários<br />

Título original: Die Fälscher<br />

FILME<br />

Ficha técnica<br />

Direção: Stefan Ruzowitzky<br />

Roteiro: Stefan Ruzowitzky (autor), Adolf<br />

Burger (livro)<br />

Gênero: Drama/Guerra<br />

Origem: Alemanha/Áustria<br />

Ano: 2007<br />

Duração: 98 minutos<br />

País: Áustria, Alemanha<br />

Língua: Alemão<br />

Produtoras: Babelsberg Film GmbH, Beta<br />

Cinema, Josef Aichholzer Filmproduktion,<br />

Magnolia Filmproduktion, Studio Babelsberg<br />

Motion Pictures GmbH, Zweites<br />

Deutsches Fernsehen<br />

Elenco: Karl Markovics (Salomon Sorowitsch),<br />

August Diehl (Adolf Burger), Devid<br />

Striesow (Sturmbannführer Friedrich Herzog),<br />

Martin Brambach (Hauptscharführer<br />

Holst), August Zirner (Dr. Klinger), Veit<br />

Stübner (Atze), e Lenn Kudrjawizki<br />

(Loszek).<br />

SINOPSE<br />

Conta a história do judeu Salomon "Sally"<br />

Sorowitsch (Karl Markovics), o rei da falsificação,<br />

e da Operação Bernhard, feita na<br />

Alemanha, em 1936. Esta operação condiz<br />

em falsificar diversas notas do dinheiro<br />

alemão para financiar a guerra e dar<br />

uma falsa impressão de crescimento da<br />

economia local. O DVD disponível ainda é<br />

o importado, mas ate o final deste ano o<br />

filme será lançado no mercado brasileiro.<br />

VISÃO JUDAICA outubro de 2008 Tishrê / Cheszvan 5769<br />

B'nai B'rith PR entrega prêmios<br />

do concurso sobre Holocausto<br />

lunos da rede municipal de Ensino<br />

de Curitiba enviaram 4 mil textos<br />

em forma de cartas, participando<br />

assim do I Concurso de Redações<br />

sobre o tema: "Holocausto, Etnicidade,<br />

Racismo e Discriminação".<br />

Com a presença secretária municipal<br />

da Educação de Curitiba Eleonora Bonato<br />

Fruet, foi feita em setembro a premiação<br />

dos alunos vencedores do certame.<br />

Representando a B'nai B'rith do Paraná<br />

esteve presente o diretor executivo da<br />

Loja Chaim Weizman, Isaac Cubric.<br />

Na solenidade, Abraham Goldstein,<br />

co-presidente da B'nai B'rith do Brasil<br />

destacou o lançamento do Concurso em<br />

6 de junho, durante a I Jornada de Curitiba<br />

e a V Jornada Interdisciplinar para o<br />

Ensino do Holocausto para a Cidadania e<br />

Democracia, com a participação de mais<br />

de 200 educadores, cujo conteúdo foi<br />

apresentado pela profa. Maria Luiza Tucci<br />

Carneiro, coordenadora do LEER/USP<br />

e sua equipe. Sobre os trabalhos premiados,<br />

afirmou: "vocês educadores, souberam,<br />

com capacidade e sensibilidade,<br />

transmitir aos seus alunos a verdade histórica<br />

da existência do Holocausto". E<br />

observou que os alunos, de 10 a 13 anos,<br />

foram capazes de assimilar, comentar e<br />

observar que o mundo precisa mudar.<br />

"Alguns alunos" - disse ele - "associaram<br />

o Holocausto com a violência urbana,<br />

à corrupção e às drogas. Todos<br />

eles são impiedosos quando deixamos<br />

que se estabeleçam". E acrescentou:<br />

"Somos todos uma raça só. Somos todos<br />

membros da raça humana. E isto, meus<br />

educadores, nossos alunos, todos têm<br />

muitos motivos para entender, tomar<br />

consciência e praticar".<br />

Os premiados foram: 3º lugar Nível<br />

II - Tiago Leal da Silva, orientado pela<br />

professora Adriana Mendes, da Escola<br />

Municipal Rejane Maria Silveira Sachette;<br />

2º lugar - Felipe Lira de Oliveira, da<br />

Escola Municipal Eny Caldeira, professora<br />

Marili do Rocio Sopa Pires; 1º lugar<br />

- Leonardo José Duda, da Escola Muni-<br />

cipal Campo Mourão, profª Julia Zadra<br />

Mainardes.<br />

1º lugar - Nível III - André Luiz de<br />

Lara, da Escola Municipal Professor<br />

Herley Mehl, sob orientação da profª<br />

Ângela Cristina Moreschi. 3º lugar Nível<br />

IV - Stephani Falkevicz Miranda e<br />

Ricardo Gonçalves da Cunha da Escola<br />

Municipal Erasmo Pilloto; profª Tellma<br />

Suckow Leal Dea; 2º lugar - Ana Paula<br />

da Silva, da Escola Municipal Maria Clara<br />

Brandão Tesserolli; profª Ana Regina<br />

Ventura, e 1º lugar - Katiane Dalla Vecchia,<br />

da Escola Municipal Papa João<br />

XXIII, aluna da profª Cristiane dos Reis.<br />

Ao final, Goldstein agradeceu à Secretaria<br />

Municipal da Educação que com entusiasmo<br />

e dedicação orientou a sua equipe<br />

a coordenar todo este concurso junto<br />

às escolas; aos educadores que viram o<br />

valor desta iniciativa e nela se engajaram<br />

com determinação e afinco, e aos maravilhosos<br />

alunos que souberam entender<br />

a mensagem, apoiar-se nela para compreender<br />

melhor o valor da democracia, dos<br />

valores e direitos humanos e o repudio<br />

à intolerância e supremacia humana,<br />

seja qual for o motivo.<br />

"Sabemos que educar é um processo.<br />

Por isso, todos nós da B'nai<br />

B'rith, estamos plenamente dispostos<br />

a continuar estes concursos, estas jornadas,<br />

para, com o vosso apoio - educadores<br />

e membros do poder público<br />

- construirmos uma sociedade mais esclarecida,<br />

mais justa, mais humana,<br />

mais tolerante, e capaz de reconhecer<br />

o valor da diversidade e da convivência<br />

pacifica com e entre todos".<br />

Durante o ano de 2008, a B'nai<br />

B'rith está promovendo três concursos<br />

e já realizou três Jornadas, uma<br />

em Curitiba, uma no Rio de Janeiro,<br />

em 14 de junho, que contou com a presença<br />

de 150 educadores e uma em<br />

São Paulo, no dia 16 de agosto, com a<br />

presença de 480 educadores, num anfiteatro<br />

com capacidade para 470. Em<br />

novembro será a premiação dos Concursos<br />

de São Paulo e Rio.<br />

13<br />

Os organizadores do concurso, diretores da B'nai B'rith, com a secretária municipal de Educação, Eleonora<br />

Fruet, o sobrevivente do Holocausto Moisés Jacobson, e os alunos premiados no certame


14<br />

* Dori Lustron é<br />

formada Letras, é<br />

escritora e jornalista.<br />

Especializada em<br />

Política Externa de<br />

Israel, em Judeufobia e<br />

Esclarecimento.<br />

Publicou centenas de<br />

artigos sobre o conflito<br />

árabe-Israelense e<br />

colabora com várias<br />

publicações na<br />

América Latina, é<br />

conferencista e dirige<br />

o website<br />

www.porisrael.org<br />

VISÃO JUDAICA outubro de 2008 Tishrê / Cheszvan 5769<br />

Taal El Zatar e Borj El Barjneh<br />

Sabra e Chatila de Nabih Berri e das milícias islâmicas xiitas<br />

O que não se diz e não se sabe dos fundamentalistas muçulmanos no Líbano<br />

Dori Lustron *<br />

imprensa ruim, ou aquela<br />

que deliberadamente não<br />

quer dizer, ou quer esconder,<br />

faz com que as pessoas,<br />

em geral, não tenham acesso<br />

a este tipo de informação. Por que<br />

nunca se fala do que aconteceu nos<br />

acampamentos palestinos com as<br />

matanças muçulmanas?<br />

O curioso é que no Ocidente a<br />

progressista anticristã e anti-judaica,<br />

Maruja Torres ou Alberto Cortez<br />

nunca falaram nem fizeram nenhuma<br />

canção para esses palestinos<br />

mortos. Parece que os mortos de<br />

Sabra e Chatila nas mãos de renegados<br />

cristãos que não eram organicamente<br />

dos setores cristãos democráticos<br />

(tinham desertado a<br />

mando de Elie Hobeika), foram mais<br />

importantes que os milhares de Borj<br />

El Barajneh. Essa é a outra face da<br />

verdade, a que a hipocrisia das "esquerdas<br />

bobas" judeófobas e anticristãs<br />

não conta nem sobre o que<br />

jamais se escreveu.<br />

Milhares de palestinos mortos<br />

em seus próprios acampamentos<br />

nas mãos das milícias xiitas. É pouco<br />

isso? Por que o escondem? Por<br />

que não se fala disso?<br />

Porque isso seria mostrar uma<br />

verdade que eles não desejam que<br />

o mundo conheça. Mas… isso sim,<br />

culpar Sharon e os cristãos, cansados<br />

dos massacres que sofriam nas<br />

mãos dos muçulmanos em sua pró-<br />

pria terra é licito e aceitável.<br />

Israel é acusado pelos mesmos<br />

palestinos e não foi a mão executora<br />

nem instigadora de Sabra e Chatila.<br />

Eles mesmos foram seus próprios<br />

instigadores. Eles com suas<br />

ações contra os cristãos fizeram<br />

com que estes se rebelassem e<br />

atuassem em conseqüência. Sabra<br />

e Chatila era um antro de terroristas<br />

e é uma mancha negra na história<br />

da região. Mas… Ninguém fala,<br />

nem sequer menciona, o que eles<br />

mesmos fizeram contra sua própria<br />

gente, empilhada em acampamentos<br />

miseráveis e mantida ali para<br />

usá-los como arma política. Nenhum<br />

de seus irmãos árabes os quis<br />

absorver. Nenhum dos 22 países<br />

árabes quer integrá-los. Ali os mantém<br />

para dizer ao mundo: Vejam!<br />

Israel não aceita os refugiados!<br />

Israel não pode aceitar os refugiados<br />

pelo problema demográfico.<br />

Eles se foram. Ninguém os expulsou.<br />

Os líderes fizeram com que<br />

acreditassem que os sionistas os<br />

matariam e os confinaram em seus<br />

acampamentos. Os árabes que ficaram<br />

em Israel são os atuais árabes<br />

israelenses que vivem no norte,<br />

melhor que em qualquer país árabe<br />

da região e com todos os direitos<br />

que lhes outorga a lei israelense<br />

como cidadãos. Nem sequer querem<br />

ser palestinos.<br />

Se os palestinos e os islâmicos<br />

não falam deste tema por não ser<br />

útil aos seus objetivos, eu o farei,<br />

para que se conheça, de uma vez por<br />

todas, a verdade do ocorrido.<br />

Assim como Hussein da Jordânia<br />

em seu Setembro Negro de 1970 matou<br />

30.000 palestinos, um pouco menos<br />

mataram os xiitas no Líbano e de<br />

uma maneira terrivelmente cruel.<br />

No ano de 1987, as milícias xiitas<br />

de Nabih Berri (Amal) cercaram<br />

durante o que se chamou "a guerra<br />

dos campos", o acampamento de<br />

refugiados palestinos de Borj El Barajneh<br />

no Líbano, sitiando-o por seis<br />

meses, não permitindo que os palestinos<br />

recebessem alimentos nem<br />

medicamentos. Todas as noites entravam<br />

os comandos da Amal e degolavam<br />

de 100 a 200 pessoas e iam<br />

embora. A situação chegou a tal<br />

ponto que por falta de remédios e<br />

comida que um xeque sunita palestino,<br />

que vivia no campo, emitiu<br />

uma fatwa que permitia comer carne<br />

humana!. Em outras palavras<br />

comiam os seus mortos!.<br />

Morreram durante esse sítio de<br />

seis meses cerca de 12 mil palestinos,<br />

Morriam de fome, por falta de<br />

medicamentos e assassinados de<br />

forma violenta: adultos, mulheres,<br />

crianças e idosos.<br />

É claro que o exército sírio estava<br />

nas proximidades do campo<br />

"mas ao que parece estava de costas<br />

e olhando para o outro lado enquanto<br />

os xiitas de Berri faziam o<br />

massacre". A realidade era que a<br />

ordem para Berri foi dada pela Síria,<br />

pois dentro do campo de refu-<br />

giados havia autoridades religiosas<br />

palestinas que não concordavam<br />

com a influência síria que estimulava<br />

as milícias do Fatah que então<br />

operavam no Líbano.<br />

Os muçulmanos, tanto xiitas<br />

como sunitas têm mantido um cúmplice<br />

silêncio a respeito, ao longo de<br />

todos estes anos. Algo muito parecido<br />

aconteceu no final da década<br />

de 70 em outro campo palestino de<br />

refugiados no Líbano, o campo de<br />

Taal El Zaatar, no norte do Líbano,<br />

onde também os xiitas do Amal<br />

mataram cerca de 8.000 palestinos.<br />

Naquele momento não existia o<br />

Hezbolá, pois isto foi em 1977 e o<br />

Hezbolá nasce como uma cisão do<br />

movimento Amal em 1982.<br />

A história deles parece não registrar<br />

estes fatos. Não os convêm.<br />

Mas já é hora que se saibam as verdades<br />

que pretendem ocultar do<br />

mundo fazendo-se passar por vítimas.<br />

São vítimas de seu próprio<br />

povo. Não de Israel nem do Líbano,<br />

que os recebeu com um profundo<br />

sentimento humanitário e eles provocaram-lhe<br />

o desmembramento<br />

do país a instâncias da Síria, que<br />

pensa que o Líbano lhe pertence.<br />

O mundo só vê o que deseja ver,<br />

e sempre é a mesma face da moeda.<br />

Esta é uma guerra da barbárie<br />

fanática e fundamentalista contra<br />

todo o Ocidente. Difundir a verdade<br />

é uma obrigação ante esse avanço<br />

irracional e imperialista. Julguem<br />

vocês mesmos.<br />

"Teorias" inventadas a partir de 11/9 para defender o terrorismo<br />

Quase três mil pessoas morreram<br />

nos ataques terroristas em 2001 nos<br />

Estados Unidos. A versão oficial é de<br />

que quatro aviões foram seqüestrados<br />

por radicais islâmicos, que atacaram as<br />

torres gêmeas do World Trade Center,<br />

em Nova York, e o Pentágono, em Washington.<br />

Uma quarta aeronave caiu e<br />

espatifou-se no chão na Pensilvânia.<br />

Mas não demorou muito e dezenas de<br />

versões "alternativas" eram discutidas<br />

por todo o mundo.<br />

As versões ganharam tanta força<br />

que o próprio Departamento de Estado<br />

dos EUA criou uma seção em seu<br />

site inteiramente dedicada a refutar<br />

estes "boatos", veja abaixo a lista das<br />

principais teorias da conspiração.<br />

Conspiração 1 - As torres gêmeas<br />

não ruíram, mas foram demolidas de<br />

forma controlada.<br />

Versão oficial - Segundo o Departamento<br />

de Estado dos EUA, citando especialistas<br />

em demolições controladas,<br />

quando o prédio é derrubado de forma<br />

proposital, o processo acontece de<br />

baixo para cima, e não como ocorreu<br />

em Nova York. Os oficiais dos EUA dizem<br />

que não foram registradas explosões<br />

no solo de Nova York no dia e que<br />

não havia nenhum sinal de explosivos<br />

na base dos prédios.<br />

Conspiração 2 - Nenhum avião foi<br />

jogado contra o Pentágono, que foi<br />

atingido por um míssil lançado pelo<br />

próprio aparato do Estado americano.<br />

Versão oficial - Os corpos dos passageiros<br />

do vôo 77 da American Airlines<br />

foram encontrados no Pentágono<br />

e reconhecidos por DNA. A caixa-preta<br />

do avião foi encontrada dentro do Pentágono.<br />

Testemunhas viram o avião<br />

cair. Fotografias tiradas no local mostram<br />

destroços do avião.<br />

Conspiração 3 - Os aviões que bateram<br />

nas torres gêmeas foram pilotados<br />

por controle remoto.<br />

Versão oficial - A Boeing, fabricante<br />

dos aviões, diz que eles não aceitam<br />

controle externo. Passageiros dos vôos<br />

fizeram ligações de celular relatando o<br />

seqüestro das aeronaves.<br />

Conspiração 4 - O vôo United 93,<br />

que caiu na Pensilvânia, foi derrubado<br />

por um míssil.<br />

Versão oficial - O gravador de voz do<br />

avião registrou a revolta dos passageiros,<br />

que fez com que os próprios seqüestradores<br />

derrubassem a aeronave. Os<br />

terroristas controlaram o avião até o<br />

momento da queda. O Exército dos EUA<br />

não sabia do seqüestro do vôo até quatro<br />

minutos após ele ser derrubado.<br />

Conspiração 5 -Quatro mil judeus<br />

faltaram ao trabalho no World Trade<br />

Center no dia 11 de setembro.<br />

Versão oficial - Não houve aumento<br />

no número de faltas ao trabalho no<br />

dia do atentado. Cerca de 10% a 15%<br />

dos mortos eram judeus.<br />

Conspiração 6 - A al-Qaeda não é<br />

responsável pelos ataques de 11 de Setembro.<br />

Versão oficial - Osama bin Laden e<br />

outros líderes da al-Qaeda confirmaram<br />

repetidas vezes terem planejado e realizado<br />

os ataques. Uma fita de novembro<br />

de 2001 registrou detalhes do planejamento<br />

de Bin Laden. "Calculamos antecipadamente<br />

o número de vítimas".


Fim Fim de de festa<br />

festa<br />

Jane Bichmacher de Glasman *<br />

A festa de Sucot dura 7 dias (fora de<br />

Israel, 8), dos quais os 2 primeiros são<br />

festas solenes (em brasileirês = feriados).<br />

O sétimo dia de Sucot, Hoshana<br />

Rabá, inclui no serviço 7 voltas ao redor<br />

da Tevá (altar), como se fazia na época<br />

do Templo em Jerusalém, aludindo às 7<br />

voltas do povo de Israel ao redor das<br />

muralhas de Jericó e às 7 bênçãos e voltas<br />

ao redor do noivo, no casamento judaico.<br />

O número 7 tem profundo significado<br />

místico ou simbólico, para o mais<br />

sério estudioso ao mais convicto cabatão<br />

(cabalista+charlatão). Este dia é considerado<br />

um dos mais sagrados do ano:<br />

para os cabalistas (a sério), nele o selo<br />

final é colocado no "Livro da Vida", determinando<br />

o destino para o próximo<br />

ano. Muitas comunidades fazem um Tikun,<br />

noite de estudos, em sua honra[1].<br />

Encerramos a temporada de celebrações<br />

de Tishrei com Shemini Atsêret<br />

e Simchat Torá. Em Israel, as duas são<br />

celebradas juntas, num só dia; na diáspora,<br />

em dois.[2]<br />

Na Torá, Shemini Atsêret é chamada<br />

de a festa do oitavo dia (Números 29,35<br />

e Levítico 23,36); no Talmud (Sucá 48 a),<br />

é uma festividade a parte, desconectada<br />

dos dias anteriores de Sucot. Rashi[3]<br />

explica que Atseret é uma expressão de<br />

afeição, como seria a usada por um pai<br />

ao se despedir de seu filho: fique mais<br />

um dia! Depois de rezarmos pela vida e<br />

felicidade do mundo, a Torá nos dá mais<br />

um dia de festa para podermos fazer<br />

nossos próprios pedidos.<br />

Em algumas congregações é costume<br />

fazer Hacafot (danças com a Torá) na noite<br />

de Shemini Atsêret, assim como na<br />

noite de Simchat Torá. Ainda são feitas<br />

refeições na sucá, embora sem a bênção<br />

Leshev Basucá. Shemini Atsêret corresponde<br />

ao oitavo dia da congregação. Na<br />

cabala o número oito está ligado à transcendência,<br />

à experiência do devekut.<br />

"Dança "Dança da da chuva"<br />

chuva"<br />

Em Sucot somos julgados no que diz<br />

respeito à água (Talmud Rosh Hashana<br />

16a) De fato, toda celebração que acontecia<br />

em Jerusalém em Sucot estava<br />

conectada à água, incluindo as orações<br />

para a chuva e a cerimônia de Simchat<br />

Beit HaShoevá.<br />

Em muitas partes do mundo, especialmente<br />

em Israel, celebra-se nas noites<br />

dos dias intermediários de Sucot,<br />

Simchat Beit HaShoevá, a "Festa da<br />

Água", que é uma festa popular de grande<br />

alegria. Remonta aos tempos do Segundo<br />

Templo, quando havia festas de<br />

muita alegria, com a participação de<br />

grandes massas do povo, que enchia<br />

Jerusalém, nesta Festa de Peregrinação,<br />

mais ainda que nas outras. Este nome<br />

(shoevá quer dizer tirar água da fonte)<br />

deve-se à cerimônia em que se tirava<br />

muita água, a qual era jogada no altar.<br />

Centenas de candelabros que ardiam no<br />

VISÃO JUDAICA<br />

Alegria e água...<br />

outubro de 2008 Tishrê / Cheszvan 5769<br />

Monte do Templo iluminavam a cidade<br />

de Jerusalém. Os músicos e coros dos<br />

Levitas, postados nos quinze degraus do<br />

Santuário, reforçados por milhares de<br />

vozes do povo, tocavam e cantavam os<br />

louvores de D-us. Perante eles dançavam,<br />

com grande júbilo, os sábios e líderes<br />

do povo. O Talmud declara que<br />

quem não viu a alegria desta festa, nunca<br />

viu uma verdadeira alegria em sua<br />

vida (Mishná Sucá 5:1).<br />

Em Shemini Atseret começa-se, a<br />

partir da prece Mussaf (Adicional), a rezar<br />

por chuva, sendo o início da estação<br />

da chuva em Israel, quando se começa a<br />

inserir a frase "mashiv haruach umorid<br />

hageshem" (faz o vento soprar e traz a<br />

chuva) nas preces diárias (continuando durante<br />

o inverno, até o 1º dia de Pêssach) na<br />

oração de Shemoné Esré (Amidá).<br />

Depois de Rosh Hashaná e Iom Kipur,<br />

quando rezamos por nossa existência,<br />

em Sucot e Shemini Atseret nos preocupamos<br />

com a qualidade de vida. Rezamos,<br />

então, para o físico; para que chova.<br />

A palavra hebraica para chuva é gueshem,<br />

que significa "físico". Para quem<br />

lida com agricultura, chuva significa vida.<br />

Ela nutre e sustenta o crescimento dos<br />

alimentos. Em Israel, ao contrário do Brasil,<br />

é previsível: durante o inverno deve<br />

chover; no resto do ano, não. Sucot acontece<br />

às vésperas do inverno chegar a Israel,<br />

logo antes de começar a estação<br />

chuvosa. Por isto ela era considerada o<br />

evento de maior importância no calendário<br />

judaico.<br />

Em sua forma primitiva, Sucot era um<br />

feriado em que os judeus pediam por chuva,<br />

o que era feito com muita alegria e<br />

pompa. Na época do Templo, judeus vi-<br />

nham de todas as partes do mundo para<br />

trazer suas oferendas e festejar com música,<br />

danças, menorot gigantes, tochas e<br />

sacrifícios especiais. Os rituais visavam a<br />

garantir a chegada das chuvas de inverno.<br />

Hoje em dia, este aspecto foi reduzido.<br />

Mas para nós que vivemos em áreas<br />

urbanas, onde as paredes nos protegem<br />

das mudanças climáticas, o significado<br />

agrícola de Sucot nos desperta para<br />

valores esquecidos no cotidiano. Ele<br />

provoca nossa reconexão com o ecossistema<br />

e nossa conscientização de vivemos<br />

no planeta Terra. Os ritmos da natureza<br />

e seu equilíbrio afetam nossas<br />

vidas. Esse é o primeiro dos ensinamentos<br />

importantes de Sucot.<br />

Alegria, Alegria, alegria: alegria: o o preceito preceito mais<br />

mais<br />

difícil difícil do do Judaísmo...<br />

Judaísmo...<br />

Shemini Atseret é uma festa a parte,<br />

sem nenhum preceito prático característico,<br />

cujo tópico central é a alegria,<br />

distinguindo-se de Sucot, quando ela é<br />

apenas um dos elementos. Três vezes,<br />

ao se referir a Sucot, a Torá manda que<br />

fiquemos alegres durante a festa. Isto<br />

explica porque chamamos de Z'man<br />

Simhateinu = tempo da nossa alegria.<br />

Enquanto em Sucot há muitas mitzvot,<br />

a única mitzvá de Shemini Atsêret<br />

é a de regozijar-se, alegrar-se, ficar feliz!<br />

Este é, a meu ver, o preceito mais<br />

difícil do judaísmo. A maioria das pessoas<br />

e correntes religiosas discute desde o<br />

motivo de certas mitzvot até como praticar<br />

(ou não), quem pode ou deve, como<br />

adaptar aos dias de hoje, etc. Mas aqui<br />

não se está discutindo filosofia, teologia<br />

ou prática religiosa: temos<br />

um sentimento,<br />

uma emoção a encarar e<br />

que envolve atitude interna!<br />

Como cumprir<br />

esta mitzvá?<br />

Unidade Unidade na na<br />

na<br />

biodiversidade<br />

biodiversidade<br />

Quando a Torá diz:<br />

"Alegre-se você, seu filho,<br />

sua filha, seus em-<br />

pregados, o levita, o estrangeiro, o órfão<br />

e a viúva que estiverem dentro de<br />

seus portões", enfatiza o conceito de<br />

unidade: pedindo que todo mundo se<br />

alegre junto, ensina que a verdadeira alegria<br />

só é alcançada quando estamos unidos<br />

e nela incluímos os que são menos<br />

afortunados, como empregados, estrangeiro,<br />

órfão e viúva. Por outro lado, aprende-se<br />

que a unidade se forma a partir da<br />

diversidade... Afinal, a piada do judeu<br />

náufrago que constrói duas sinagogas:<br />

uma é a que ele freqüenta; na outra, ele<br />

nem entra, já devia estar no papiro dentro<br />

da mão de alguma múmia...<br />

Ainda que festejemos Sucot e Shemini<br />

Atsêret juntas, existem diferenças.<br />

Enquanto em Sucot a celebração tem<br />

lugar fora de casa, na Sucá, Shemini Atsêret<br />

é festejada em casa, e, assim como<br />

em Sucot o aspecto universal da festividade<br />

está na oferenda de 70 cordeiros<br />

simbolizando as nações do mundo. Shemini<br />

Atsêret concerne a Israel (oferenda<br />

de um só cordeiro). A oferenda de 1 X<br />

70, também nos faz voltar ao tema da<br />

unidade na diversidade...<br />

União e igualdade de direitos são<br />

temas-chave de Shemini Atsêret e Simchat<br />

Torá, datas nas quais nos alegramos<br />

com a Torá. A melhor maneira de<br />

celebrar seria dedicar os dois dias à leitura<br />

da Torá. Mas ocorre justamente o<br />

contrário: todos pegam a Torá fechada<br />

e dançam com ela nos braços. O ato encerra<br />

uma grande lição: se os festejos<br />

fossem realizados com a Torá aberta,<br />

com sua leitura, haveria distinções entre<br />

um judeu e outro, pois a compreensão<br />

e o conhecimento de cada um são<br />

diferentes. Com a<br />

Torá fechada, mostramos<br />

a união e a<br />

igualdade de todos<br />

os judeus, unidos<br />

pela mesma alegria.<br />

O texto não é lido,<br />

mas todos sabem<br />

que é algo precioso<br />

e, por isso, dançam<br />

juntos e em total<br />

alegria.<br />

Ahmadinejad contradiz espírito da ONU, diz Livni<br />

A ministra de Relações Exteriores de Israel,<br />

Tzipi Livni, qualificou de "absurdo" o discurso<br />

pronunciado na ONU pelo presidente iraniano,<br />

Mahmoud Ahmadinejad, que disse que<br />

os "sionistas" dominam centros financeiros nos<br />

Estados Unidos e na União Européia (UE).<br />

"O discurso de Ahmadinejad faz com que o<br />

lema do 'nunca mais' estabelecido no surgimento<br />

da ONU se transforme em absurdo",<br />

disse Livni, recentemente escolhida como líder<br />

do partido governante Kadima. A ministra<br />

se referia ao espírito das Nações Unidas de<br />

impedir que aconteça um novo Holocausto.<br />

"É absurdo que um país que ameaça a segurança<br />

de seus vizinhos e defende a destrui-<br />

ção de outro Estado se transforme em membro<br />

da organização que pretende contribuir<br />

para a segurança global", afirmou.<br />

Em seu discurso na ONU, o presidente iraniano<br />

disse que "um pequeno grupo de sionistas<br />

(...) domina uma grande parte dos centros<br />

financeiros e monetários, assim como dos<br />

centros que tomam as decisões políticas nos<br />

EUA e em alguns países europeus".<br />

Ahmadinejad também afirmou que o Irã<br />

"resistirá à intimidação e continuará a defender<br />

seus direitos" de desenvolver um programa<br />

nuclear com fins pacíficos.<br />

"Apesar do direito inalienável de todos<br />

os países, inclusive da nação iraniana, de pro-<br />

15<br />

* Jane Bichmacher de<br />

Glasman é Doutora em<br />

Língua Hebraica,<br />

Literaturas e Cultura<br />

<strong>Judaica</strong>, professora<br />

adjunta, fundadora e<br />

ex- ex-Diretora do<br />

Programa de Estudos<br />

Judaicos e do Setor de<br />

Hebraico da UERJ,<br />

escritora<br />

duzir combustível nuclear com fins pacíficos,<br />

e apesar da transparência das atividades iranianas<br />

e de nossa cooperação com os inspetores<br />

da AIEA (Agência Internacional da Energia<br />

Atômica), algumas potências intimidadoras<br />

estão tentando colocar obstáculos, exercendo<br />

pressões políticas e econômicas contra<br />

o Irã", afirmou o chefe de Estado iraniano.<br />

Em 19/9 as seis potências envolvidas nas<br />

negociações sobre o programa nuclear iraniano<br />

começaram a discutir, em Washington,<br />

novas sanções da ONU contra o Irã, que continua<br />

se recusando a abrir mão de suas atividades<br />

de enriquecimento de urânio.


16<br />

VISÃO JUDAICA outubro de 2008 Tishrê / Cheszvan 5769<br />

OLHAR<br />

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○<br />

○ HIGH-TECH<br />

VoIP também no celular<br />

A Cellcom, maior operadora de serviços<br />

celulares de Israel, lançou o "Plug<br />

& Talk (TM)", que permite a comunicação<br />

tipo VoIP através de um laptop<br />

com todos os benefícios de um dispositivo<br />

celular e serviços de rede móvel,<br />

com tarifas atrativas. Os usuários<br />

que estiverem viajando ao exterior poderão<br />

se beneficiar de uma única<br />

identidade da Cellcom Israel no aparelho<br />

celular e no laptop com toque<br />

simultâneo, acesso aos contatos do<br />

cartão SIM e correio de voz, além de<br />

um plano de tarifas com custo-benefício<br />

a partir de qualquer localidade<br />

do mundo. Pré-carregado em um dispositivo<br />

USB, o serviço inclui voz, vídeo,<br />

toque simultâneo, transmissão<br />

de mensagem, handover (transição<br />

de uma unidade móvel para outra) e<br />

outros serviços de valor agregado.<br />

(Israel 21c).<br />

Irrigação no nordeste<br />

A Netafim Brasil, empresa de tecnologia<br />

israelense de irrigação, com fábrica<br />

no Brasil, venceu uma licitação<br />

junto ao DNOCS (Departamento Nacional<br />

de Obras Contras as Secas)<br />

para fornecer equipamentos para irrigação<br />

de frutas no Estado do Ceará.<br />

O investimento, avaliado em R$<br />

21 milhões, será destinado aos projetos<br />

de Irrigação Baixo Acaraú (localizado<br />

nos municípios de Marco,<br />

Bela Cruz e Acaraú) e Tabuleiro de<br />

Russas (localizado nos municípios de<br />

Limoeiro do Norte, Russas e Morada<br />

Nova). (Jornal Alef).<br />

Irrigação no nordeste 2<br />

Serão irrigados através do sistema de<br />

gotejamento da Nefatim Brasil mais<br />

de 1.000 hectares nos estados nordestinos.<br />

"A iniciativa vai promover o uso<br />

racional da água e a alta produtividade,<br />

além de proporcionar mais oportunidades<br />

de negócios e geração de<br />

emprego e renda. É o Brasil utilizando<br />

a mais alta tecnologia para transformar<br />

o semi-árido nordestino em um<br />

dos maiores pólos exportadores de<br />

frutas do mundo", destaca Marcelo<br />

Artel, gerente de vendas da Netafim<br />

Brasil. (Jornal Alef).<br />

Tratamento para doenças renais<br />

A empresa israelense Nephera criou<br />

uma nova abordagem para o tratamento<br />

de doentes renais crônicos. Uma<br />

pequena bomba implantada no rim<br />

pode aumentar o fluxo em 30 a 60%.<br />

Isso pode se tornar uma medida eficiente<br />

de tratamento antes da neces-<br />

sidade de hemodiálise ou transplante.<br />

(Pletz.com).<br />

Israelenses lançam concorrente do<br />

iPhone<br />

A Emblaze<br />

Mobile, um<br />

estúdio de<br />

design e fabricante<br />

de<br />

celulares de<br />

Israel, vai<br />

lançar no<br />

próximo<br />

mês o Edelweiss,<br />

um<br />

smartphone<br />

3G com<br />

tela sensível<br />

ao to-<br />

que (touch screen), com GPS e memória<br />

de 8 ou 16 GB. Parecido com o iPhone,<br />

tanto no design quanto nas especificações,<br />

ainda não tem um sistema<br />

operacional definido. A dúvida é: será<br />

que o sistema é tão bom quanto o da<br />

Apple? Pela foto, até parece com o<br />

Windows Vista. Uma coisa que chama<br />

a atenção é a resolução da tela, duas<br />

vezes maior que a do iPhone. O Edelweiss<br />

vai primeiro para as lojas da<br />

Rússia. Depois, se vingar, será lançado<br />

em outros países. (Info Blog/Pletz).<br />

Menor desktop do mundo<br />

O menor desktop do<br />

mundo foi desenvolvido<br />

em Israel e é um pouco<br />

maior que uma chave<br />

de automóvel<br />

O celular concorrente<br />

do iPhone<br />

A empresa israelense CompuLab está<br />

lançando o menor desktop do mundo,<br />

o "Fit-PC Slim". O computador, que<br />

pode ser conectado a baterias de carro<br />

ou a painéis solares, e também<br />

pode funcionar como roteador de internet<br />

Wi-Fi, pesa cerca de 0,5 kg, tem<br />

100 mm de largura, por 110 mm de<br />

comprimento, e 30 mm de altura - pouco<br />

maior do que a chave de um carro.<br />

O preço varia de acordo com a configuração<br />

- a versão com Linux instalado<br />

custa US$ 295 e vem com 512<br />

Mbytes de memória RAM, HD de 60<br />

Gbytes e conexão Wi-Fi. O modelo<br />

com Windows XP tem basicamente a<br />

mesma configuração e custa US$ 335.<br />

(Jornal Alef).<br />

Os palestinos:<br />

apêndice histórico<br />

o lermos o livro de Joan Peters: "De<br />

tiempos inmemoriales", comprovase,<br />

de acordo com a documentação<br />

claríssima que nele se lê, que a terra<br />

de Israel não só não estava povoada<br />

por palestinos nas épocas moderna e contemporânea,<br />

tal como se depreende dos relatos<br />

de viajantes dos séculos XVIII, XIX e XX,<br />

como também era um território quase vazio.<br />

São mais de cinqüenta os livros e relatos<br />

de viajantes europeus folheados para afirmar<br />

que todos coincidem em não haver se<br />

encontrado nunca com ninguém em 90% das<br />

terras que atualmente formam o Estado de<br />

Israel, o Reino da Jordânia, a República da<br />

Síria e o Líbano, que não se sabe realmente<br />

o que é hoje, ou a quem obedece. René de<br />

Chateaubriand em sua Viagem de Paris a Jerusalém<br />

expressa a estranheza que se sente<br />

ante a desolação e o despovoamento total<br />

da Terra Santa, e Alphonse de Lamartine, que<br />

a visitou em 1835 para meditar e tratar de<br />

harmonizar sua fé cristã com o racionalismo<br />

filosófico do século XVIII, diz em seu livro "Recuerdos<br />

de Oriente" que 'fora das portas de<br />

Jerusalém não vimos nenhum ser vivente nem<br />

escutamos som algum': não havia povo. O<br />

norte-americano Mark Twain, que visitou a<br />

região em 1867, afirma: 'Tal desolação existe<br />

aqui que não se pode descrever; chegamos<br />

a Tabor... não vimos nenhum ser humano<br />

em toda a viagem'. Dez anos antes, o cônsul<br />

britânico para a Palestina declarava: 'O<br />

lugar está vazio de habitantes e seria necessário<br />

que tivesse alguma população'. Se consultarmos<br />

o censo turco para a região, de<br />

1882, coisa que eu tive ocasião de fazer um<br />

século depois, em toda a terra de Israel, parte<br />

do Líbano, Jordânia e Sinai há 140.000 habitantes,<br />

tanto árabes como cristãos e judeus.<br />

Onde estava o milenar povo palesti-<br />

P. Celdrán *<br />

no? Em nenhuma parte. Melhor dizendo:<br />

aqueles que se dizem seus descendentes estavam<br />

na Jordânia, Síria e Egito. Desses países<br />

chegaram no primeiro terço do século XX<br />

à Terra Prometida. Prometida porque a presença<br />

cada vez mais numerosa dos judeus<br />

sionistas criou fábricas, saneou o solo, criou<br />

mão-de-obra; ao anúncio da atividade judaica<br />

aglomeraram-se numa terra que nunca tinham<br />

habitado pela simples razão de que era<br />

inabitável por sua insalubridade e pobreza.<br />

Devido a este fato, e sobretudo à imigração<br />

judaica de socialistas idealistas procedentes<br />

do Leste Europeu, que se estabeleceram em<br />

kibutzim e moshavim no modelo de granjas<br />

e fábricas coletivas, a população disparou, e<br />

os árabes, que haviam desprezado a terra até<br />

então migraram para ela em número de<br />

650.000 em 1922, fixando-se precisamente<br />

nos lugares onde os judeus haviam criado riqueza<br />

e trabalho. Naquele mesmo ano o governador<br />

britânico do Sinai colocou em destaque<br />

que aquela imigração era em sua maior<br />

parte ilegal, e que procedia da Transjordânia,<br />

Egito e Síria. Em 1930 as autoridades inglesas<br />

do Mandato apoiavam o conhecido e<br />

pouco lembrado Relatório Hope Simpson dizendo:<br />

'a fila de desocupados está se ampliando<br />

pela constante imigração árabe através<br />

da Transjordânia e da Síria', informação<br />

que se vê corroborada por fontes árabes da<br />

época: o informe do governador do distrito<br />

sírio de Hauran, Tewfik Bey El-Haurani, que<br />

escreve: 'Mais de 300.000 sírios de Hauran<br />

mudaram-se para a terra de Israel nestes<br />

anos de 1930'. E o primeiro-ministro inglês<br />

Winston Churchill disse em 1939: 'Longe de<br />

ser perseguidos, os árabes deslocaram-se ao<br />

país dos seus países de origem'. Os judeus<br />

eram o pólo de atração graças aos postos de<br />

trabalho que estavam criando.<br />

* P. Celdrán é doutor em Filosofia e Letras e mestre em História Comparada na Espanha.<br />

Publicado no site Por Israel, parceiro do <strong>Visão</strong> <strong>Judaica</strong> (www.porisrael.org).<br />

População de Israel<br />

aumenta para 7,3 milhões<br />

A população de Israel aumentou 1,8% nos últimos 12 meses até alcançar o total<br />

de 7,337 milhões de pessoas, das quais 75,5% são judeus e 20,1% árabes, informa<br />

o Escritório Central de Estatísticas.<br />

O 4,4% restante corresponde aos 318 mil israelenses incluídos na categoria de<br />

"outros", dos quais 200 mil são trabalhadores estrangeiros, indicam as informações<br />

divulgadas por ocasião da proximidade do início do ano novo judaico.<br />

Entre a população judaica, o maior grupo tem origem européia ou americana<br />

(38,5%), enquanto 15% têm raízes africanas e 11,9% asiáticas.<br />

Apenas um terço dos judeus israelenses têm pais nascidos neste país.<br />

O relatório do Escritório Central de Estatísticas também destaca a juventude da<br />

população israelense, com 28,4% de menores de 14 anos, em comparação à média<br />

no mundo ocidental de 17%.<br />

Na mesma linha, os maiores de 65 anos não representam sequer 10% da população<br />

israelense, cinco pontos percentuais a menos que nos países ocidentais.<br />

A dinâmica quanto aos matrimônios é, no entanto, a mesma que na Europa: uma<br />

tendência crescente de atrasar o casamento ou optar por permanecer solteiro.


s coptas no Egito são um<br />

dos grupos cristãos mais<br />

antigos do mundo. Ninguém<br />

sabe com exatidão<br />

quantos são, mas a estimativa<br />

mais aceita é de 6,5<br />

milhões. Guiam-se pelo rito ortodoxo<br />

grego e seu chefe, o patriarca de Alexandria<br />

que hoje reside no Cairo, é<br />

eleito por toda a vida. Se bem que o<br />

centro de sua Igreja e a maioria de<br />

seus membros estejam no Egito, há 1,2<br />

milhão disperso nos Estados Unidos,<br />

Canadá, Austrália, Grã Bretanha, França,<br />

Alemanha, Holanda, Brasil e vários<br />

países da Ásia e África. Ao longo da<br />

história, desde o primeiro século da<br />

era atual, os coptas geralmente tiveram<br />

boas relações com os demais habitantes<br />

do Egito. Claro, não faltaram<br />

momentos de tensão política. Por<br />

exemplo, o atual patriarca, Shenuda III<br />

esteve um tempo em prisão domiciliar<br />

em 1981 sob a presidência de Anwar<br />

Sadat. Mas os coptas foram uma das<br />

minorias que teve menos problemas<br />

no mundo muçulmano… Até a década<br />

passada quando o radicalismo islâmico<br />

começou a sonhar em tornar-se o<br />

poder político no mundo inteiro por<br />

meio da jihad.<br />

A violência contra os coptas tornou-se<br />

mais severa nos últimos meses.<br />

Uma declaração dos coptas nos<br />

Estados Unidos emitida em 10 de junho<br />

passado expressa: "A Associação<br />

dos Coptas nos EUA denuncia os<br />

Cristãos perseguidos<br />

VISÃO JUDAICA outubro de 2008 Tishrê / Cheszvan 5769<br />

Egon Friedler * bárbaros ataques contra os coptas no "Se acompanharmos o que ocor- Diz o escritor egípcio: "Creio firme-<br />

Egito, durante duas semanas consereu em todos esses casos é que os mente que a maioria dos muçulmanos<br />

cutivas. No último ataque morreu criminosos desaparecem e não são do Egito apóiam os seus irmãos cop-<br />

uma jovem: Milad Ibrahim Farah na levados a julgamento. Não se ouve tas e condenam estes incidentes, à luz<br />

aldeia de Dyfish Samalot. Este cri- mais falar deles".<br />

da incitação de clérigos muçulmanos<br />

me constituiu a culminância de uma "Nos incidentes em massa, como nos canais de televisão. É necessário<br />

semana de terrorismo contra os cop- as marchas após as orações das sex- admitir que lamentavelmente as coitas<br />

e suas vidas. Começou com a tas-feiras, depois que os imãs exorsas mudaram, com a suspeita colabo-<br />

morte de quatro coptas numa ação taram aos fiéis a queimar as casas ração do governo. O escritor egípcio<br />

em Zeuiton (que lembra as opera- dos coptas de suas aldeias, com o pre- de oposição não tem dúvidas sobre os<br />

ções terroristas islâmicas contra os<br />

coptas e suas lojas na década de 90),<br />

continuou com o ataque ao monastério<br />

de Abu Fana e levou ao seqüestro,<br />

intimidação, abuso e ferimentos<br />

em três monges. A Associação dos<br />

Coptas repudia as declarações do<br />

governador de Minya, que pretende<br />

que ambas partes são responsáveis<br />

pela violência. Vale a pena assinalar<br />

que este é o incidente nº 17 de<br />

ataque ao monastério sem intervenção<br />

da força pública e o governo".<br />

Por sua vez, o escritor egípcio Ahmad<br />

al Aswani, publicou um duro ataque<br />

aos islâmicos, ao governo egípcio<br />

e até às autoridades coptas a<br />

quem acusa de minimizar os incidentes.<br />

Entre outras coisas escreveu<br />

num artigo publicado no wesite liberal<br />

da internet, Aafaq.org: "Como<br />

sempre, todos repudiam e condenam,<br />

e a imprensa oficial desmente<br />

que por trás da violência tenha havido<br />

alguma causa sectária ou terrorista…<br />

Em outras ocasiões, a desculpa<br />

habitual é que o criminoso era<br />

texto de que esses "infiéis" pretendiam<br />

transformar uma dessas casas<br />

numa igreja. As acusações são inventadas,<br />

mas como provar isto depois<br />

que casas, negócios e automóveis<br />

foram queimados e a polícia e os funcionários<br />

do governo chegam para<br />

constatar que tudo está bem queimado.<br />

Depois, os jornais, como sempre,<br />

acusam os que divulgam "falsos rumores"<br />

sobre estes acontecimentos<br />

e os acusam de ser agentes de Israel<br />

ou dos Estados Unidos".<br />

"O assunto termina sem nenhuma<br />

investigação e ninguém é julgado,<br />

como se nada tivesse acontecido.<br />

Após um período de calma, voltam os<br />

mesmos incidentes, as mesmas repostas<br />

e uma promessa de que uma nova<br />

lei do Parlamento para unificar a lei<br />

sobre casas de culto irá resolver todos<br />

os problemas, quando uma lei semelhante<br />

não existe nem vai existir".<br />

Al Aswani acusa a liderança<br />

copta no Egito, encabeçada por sua<br />

Eminência o Patriarca Shenuda III de<br />

objetivos da campanha anti-copta: "O<br />

que acontece é uma tentativa de aterrorizar<br />

os coptas do Egito e de obrigálos<br />

a emigrar ou de converterem-se ao<br />

Islã para se protegerem a si próprios,<br />

a suas famílias e suas propriedades<br />

de confiscos propostos em muitas publicações<br />

islâmicas".<br />

O que é difícil de entender em todos<br />

esses acontecimentos é sua escassa<br />

divulgação na imprensa internacional<br />

e a débil e quase inexistente reação<br />

das organizações cristãs no mundo.<br />

uma pessoa mentalmente instável e minimizar os incidentes para não ir-<br />

não compreendia o que fazia". ritar o governo.<br />

O bávaro Josef Sch era membro honrado<br />

de sua cidade. Aos 90 anos, ele<br />

responde agora por um massacre na<br />

Toscana, em 1944. Trata-se, provavelmente,<br />

do último processo do gênero.<br />

Como este processo, já houve diversos<br />

outros, só que desta vez há<br />

perspectiva de êxito. Ao contrário de<br />

outros acusados, o réu, Josef Sch, da<br />

Baviera, é considerado capaz de responder<br />

por seus atos, apesar de contar<br />

90 anos de idade. Segundo o parecer<br />

de um perito, o robusto aposentado<br />

pode perfeitamente comparecer<br />

diante do tribunal por algumas horas,<br />

a cada audiência. O Tribunal do Júri de<br />

Munique estipulou inicialmente a duração<br />

do processo que se iniciou em<br />

15/9 e vai até 21 outubro. Estão convocadas<br />

mais de 20 testemunhas e<br />

numerosos peritos.<br />

Os promotores públicos de Munique<br />

acusam Josef Sch de, na qualida-<br />

Começa último processo contra<br />

criminoso de guerra nazista<br />

de de oficial do Exército nazista, haver<br />

ordenado um ato de represália<br />

contra partisans na cidade toscana de<br />

Falzano di Cortona. O crime ocorreu<br />

em junho de 1944, quando as tropas<br />

da Wehrmacht já se retiravam da Itália<br />

Central.<br />

Sob seu comando, componentes<br />

da Primeira Companhia do Batalhão<br />

818 fuzilaram primeiro um homem e<br />

três mulheres. Em seguida, trancaram<br />

11 pessoas numa casa de fazenda que<br />

explodiram. Apenas um rapaz de então<br />

15 anos sobreviveu. Agora, aos 79<br />

anos, ele deporá no atual processo,<br />

como única testemunha ocular.<br />

Em 2006, juntamente com um<br />

outro oficial, Josef Sch já fora julgado<br />

à revelia por um tribunal militar<br />

na cidade italiana de La Spezia e condenado<br />

à prisão perpétua. Contudo<br />

o réu não foi entregue. Este ano a<br />

Promotoria Pública de Munique o<br />

acusou de homicídio cruel por motivos<br />

torpes em 14 casos.<br />

Cidadão Cidadão honrado honrado<br />

honrado<br />

Josef Sch viveu tranqüilamente<br />

como mestre-carpinteiro em sua cidade<br />

natal, Ottobrun. Ele constava como<br />

cidadão honrado e apenas três anos<br />

atrás foi agraciado com uma medalha<br />

de honra pela cidade.<br />

O ex-oficial participava também<br />

dos encontros tradicionais dos veteranos<br />

das tropas de montanha em Mittenwald.<br />

Observadores críticos já<br />

apontaram a proximidade deste assim<br />

chamado "círculo de camaradas" com<br />

os neonazistas.<br />

Um correspondente do periódico<br />

Süddeutsche Zeitung descreveu a incompreensão<br />

e o sentimento de revolta<br />

em Ottobrun por um cidadão honorário<br />

da cidade ser responsabilizado<br />

após mais de 60 anos.<br />

17<br />

* Egon Friedler é austríaco de nascimento e vive desde<br />

1939 no Uruguai. Entre 1953 e 1957 morou em Israel. É<br />

jornalista desde 1957, crítico musical, de teatro e de dança,<br />

faz resenha de livros, escreve comentários e análises da<br />

política internacional, e uma variada temática cultural<br />

judaica. Também trabalhou como tradutor e intérprete. Já<br />

atuou no jornal El País, do Uruguai, foi correspondente para<br />

América Latina do jornal israelense Davar e colaborou com<br />

numerosas publicações judaicas e não-judaicas de Israel,<br />

Estados Unidos, Inglaterra, França, México, Venezuela,<br />

Brasil, Argentina, Chile e Uruguai e atualmente escreve<br />

regularmente para diversos meios de Israel, Estados<br />

Unidos, Argentina e Uruguai. Tem três livros publicados.<br />

Texto publicado no jornal La Republica, do Uruguai e<br />

distribuído para difusão pelo autor ao website porisrael.org<br />

(www.porisrael.org).<br />

Josef Sch sempre negou qualquer<br />

culpa ou cumplicidade com os crimes<br />

de Falzano di Cortona. Um de seus<br />

advogados é Klaus Goebel, de Munique,<br />

que já representou o ex-capo da<br />

SS Anton Malloth e diversos negadores<br />

do Holocausto.<br />

Em contrapartida, as autoridades judiciais<br />

alemãs têm poucas esperanças<br />

no processo contra o antigo soldado da<br />

SS Heinrich B. Ele responde perante o<br />

Tribunal Regional de Aachen pela morte<br />

de três civis em 1944, na Holanda.<br />

Durante muito tempo, o réu esteve<br />

na lista dos criminosos de guerra<br />

nazistas mais procurados do Centro<br />

Simon Wiesenthal. No seu caso, nem<br />

mesmo foi designado um perito, cujo<br />

parecer ainda se faria esperar um bom<br />

tempo, confirmou o juiz de Aachen à<br />

Deutsche Welle. A abertura de um processo<br />

nos próximos meses seria, portanto,<br />

"bastante improvável".


18<br />

VISÃO JUDAICA outubro de 2008 Tishrê / Cheszvan 5769<br />

Mendel Knopfholz e Martha Schulman, da<br />

comunidade israelita de Curitiba, com Clara<br />

Ant, assessora especial do presidente Luiz<br />

Inácio Lula da Silva<br />

Clara Ant, assessora especial da Presidência<br />

da República, almoçou, no dia<br />

20/9, com diversos segmentos que<br />

compõe a comunidade israelita de Curitiba.<br />

Estiveram presentes também, o<br />

ministro do Planejamento Paulo Bernardo<br />

e sua esposa Gleisi Hoffmann,<br />

assim como Maria Alice e Antonio Borges<br />

dos Reis.<br />

Na ocasião, Clara discorreu sobre as relações<br />

do Governo brasileiro com o Estado<br />

de Israel. Enumerou os diversos<br />

acordos comerciais existentes entre os<br />

dois países e as visitas de Ministros, de<br />

Israel ao Brasil e do Brasil a Israel para<br />

que se concretizassem esses acordos.<br />

Clara enfatizou o bom relacionamento<br />

do governo atual com os judeus e o empenho<br />

do presidente Lula em não permitir<br />

que qualquer tipo de descriminação<br />

anti-semita se instale no país. E defendeu<br />

vigorosamente a posição do governo<br />

brasileiro em não permitir que o Holocausto<br />

seja negado ou minimizado.<br />

O jornal eletrônico "Notícias da Rua <strong>Judaica</strong>",<br />

de Osias Wurman está completando um<br />

ano de atividades. O jornal <strong>Visão</strong> <strong>Judaica</strong> envia<br />

suas congratulações, almejando mais sucesso<br />

ainda no futuro a um dos veículos de<br />

comunicação judaica em português mais lidos<br />

em todo o mundo.<br />

Mosaico na TV, criação de<br />

Francisco Gotthilf<br />

O programa 'Mosaico na<br />

TV', que está no ar, ininterruptamente,<br />

há 47 anos,<br />

sob coordenação do fundador<br />

e produtor Francisco<br />

Gotthilf, de 85 anos, é considerado<br />

o mais antigo da<br />

TV brasileira, segundo o<br />

"Guiness Book".<br />

Para comemorar a longevidade do mesmo, foi realizado<br />

em 6 de outubro, o lançamento de um livro e um DVD<br />

sobre essa trajetória. No evento que reuniu mais de 300<br />

pessoas, foi exibido um documentário com apresentação<br />

do ator Caco Ciocler e uma série de depoimentos<br />

mostrando toda a história do programa, que começou<br />

na TV Excelsior e passou por diversas emissoras. A platéia<br />

aplaudiu de pé o "Sr. Mosaico", Francisco Gotthilf.<br />

Para comemorar Rosh Hashaná, o<br />

executivo da Wizo, reuniu-se na residência<br />

da chaverá Eugenia Troib. O<br />

programa cultural alusivo à data foi<br />

elaborado e apresentado por Sara<br />

Kulish, Ester Jakuboviz e Denise<br />

Weishof, dando um clima festivo e<br />

alegre ao evento.<br />

Com a visita de Ana Marlene Starec,<br />

Vice-presidente de Honra da Wizo<br />

Brasil, foi fundado um novo grupo<br />

Aviv Wizo em Curitiba, muito promissor<br />

pelo entusiasmo das jovens participantes.<br />

O XVIII Bazar Beneficente Wizo será<br />

realizado no dia 30 de novembro.<br />

Aguardem!<br />

Venha divertir-se no evento "Terapia<br />

da Dança", uma promoção conjunta<br />

da Na'Amat Pioneiras e da Kehilá.<br />

Será no dia 8/11/2008, às 20h30 no<br />

CIP. Adesões e maiores informações<br />

com Geni pelo telefone 3222-1281<br />

ou na Secretaria do CIP, 3024-7575.<br />

A Prefeitura de Campinas instituiu o<br />

"Dia de Jerusalém" a ser comemorado<br />

anualmente no dia 6 de junho com<br />

atividades culturais e sociais que divulguem<br />

a contribuição da cultura israelita<br />

para o desenvolvimento da região<br />

de Campinas. A iniciativa foi do<br />

vereador Antonio Flores.<br />

No dia 1º de novembro será comemorada<br />

a cerimônia de Bat Mitzvá<br />

das meninas que vão ser consideradas<br />

aptas a exercer seu papel de mulher<br />

judia. São elas: Ester Gutstein,<br />

filha de José Benjamin e Maria Lina;<br />

Gabriela Burkinsky Caldeira, filha de<br />

Fernando e Célia; Giovana Chamecki<br />

Rigler Sette, filha de Celso e Gisela;<br />

Ilana Engelman, filha de Berel<br />

e Ivanilde e Nicole Steinmetz Peres,<br />

filha de Fernando e Yaffa. Desejamos<br />

a todas e extensivo a seus familiares<br />

Mazal Tov!<br />

No Brasil, Na'amat Pioneiras está presente<br />

em 11 Estados: Pará, Amazonas, Rio Grande<br />

do Norte, Ceará, Pernambuco, Bahia,<br />

São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais,<br />

Paraná e Rio Grande do Sul.<br />

Com uma cerimônia seguida de um jantar, a<br />

Na'amat Pioneiras Brasil comemorou em<br />

Porto Alegre, em 11 de setembro, data de<br />

sua fundação, os seus 60 anos de atividade<br />

no Brasil. Na ocasião, as voluntárias do centro<br />

gaúcho homenagearam além das fundadoras<br />

da organização, na pessoa da ativista<br />

Zelda Oliven, também várias entidades<br />

que apóiam e são parceiras em seu trabalho,<br />

bem como, o presidente da Federação<br />

Israelita do Rio Grande do Sul, Henry<br />

Chmelnitsky, e as presidentes do Centro anfitrião,<br />

Celi Raskin, e a do Executivo Nacional<br />

da Na'amat Pioneiras Brasil, Leia Hecht.<br />

Nessa noite, o Coral Zemer da Na'amat Pioneiras<br />

de Porto Alegre apresentou algumas<br />

músicas e foi exibido um resumo da criação<br />

e do desenvolvimento da organização, ao<br />

longo de seus 60 anos de existência. Após a<br />

comemoração, as voluntárias deram prosseguimento<br />

aos trabalhos discutindo assuntos<br />

inerentes à condição feminina, judaica<br />

e sionista, itens esses que fazem parte dos<br />

seus objetivos de atuação, e relacionados<br />

ao tema do Encontro 'Novos Tempos - Valores<br />

Eternos', com a participação de palestrantes<br />

como o jornalista e empresário Jaime<br />

Sirotsky, a socióloga Vanessa Scliar, entre<br />

outros.<br />

Curitibanas presentes na Peguishá da<br />

Na'Amat Pioneiras em Porto Alegre<br />

Ao final, todos ganharam um livro e um DVD, devidamente<br />

autografados pelo homenageado.<br />

O programa, idealizado por Francisco Gotthilf, tem a direção<br />

do publicitário Roni Gotthilf, produção da jornalista<br />

Silvia Perlov, apresentação de Addy S. Heilbut e conta com<br />

a direção de imagens de Edmundo Fernandez. Traz, a cada<br />

semana, um show de variedades com musicais, reportagens,<br />

entrevistas, documentários e comentários em vídeo<br />

conferência diretamente de Israel, relacionados com<br />

a comunidade judaica e com o povo judeu.<br />

Além de um enorme arquivo de filmes, fotos e vídeos de<br />

personalidades como Ben Gurion, Yitzchak Rabin, o Papa<br />

João Paulo II, Albert Sabin, Pelé, presidentes da República,<br />

governadores, prefeitos de São Paulo e muito mais.<br />

'Mosaico na TV' conta com uma audiência de aproximadamente<br />

250 mil telespectadores, sendo que cerca de 2/<br />

3 dessa audiência não pertencem à comunidade judaica.<br />

O médico Víctor Feferbaum foi homenageado semanas<br />

atrás na Câmara Municipal de Ponta Grossa com o título<br />

de Cidadão Honorário em reconhecimento ao seu importante<br />

trabalho no campo da medicina. Ele próprio<br />

conta: "A homenagem foi emocionante, e contou com a<br />

presença de autoridades políticas e militares, o prefeito<br />

da cidade e o reitor da Universidade San Martín, de Bogotá".<br />

Feferbaum há quase cinco anos vem se dedicando<br />

em Ponta Grossa nas áreas de pediatria clínica e cirurgia<br />

pediátrica, realizando um grande trabalho em<br />

prol da infância daquela região do Estado.<br />

Nos dias 7 e 8 de novembro, acontece em São Paulo,<br />

a 39ª Convenção Anual da Confederação Israelita<br />

do Brasil/Conib, presidida por Jack Terpins, que<br />

elegerá sua nova Diretoria para o triênio 2008/2011,<br />

e cuja posse acontece no sábado, 8/11 no jantar de<br />

gala, quando serão comemorados os 60 anos da<br />

instituição. O programa da Convenção tem início<br />

dia 7 (sexta-feira), com a apresentação do relatório<br />

das federadas e da atual gestão da Conib. Na<br />

parte da tarde, será realizada a eleição e o Cabalat<br />

Shabat, que terá a cerimônia no 'O Shil'. Na noite<br />

do sábado, a Convenção será encerrada com um<br />

jantar de gala, com a presença dos presidentes das<br />

14 federadas da Conib, representantes de entidades,<br />

autoridades municipais e estaduais, como o governador<br />

e o prefeito de São Paulo, lideranças ibero-americanas,<br />

entre outros. Na ocasião, a nova<br />

Diretoria da Conib será empossada, e haverá a apresentação<br />

musical do Zimbo Trio.<br />

Sara Schulman e Szyja Lorber lançam no dia 29/11<br />

(sábado à noite), às 19h30, na Megastore da Livraria<br />

Saraiva a edição em português do livro "Assim<br />

Nasceu Israel", de Jorge García Granados, trabalho<br />

que ambos traduziram. Haverá palestra do ex-governador<br />

Jaime Lerner.<br />

Agradecemos e retribuímos todos os votos de Shaná<br />

Tová, especialmente à Escola Israelita Brasileira<br />

"Salomão Guelmann" pelo simpático mimo para nós<br />

enviado.<br />

Aconteceu, em Tel-Aviv, um encontro entre as duas Câmaras de Comércio<br />

e Indústria ligadas ao Brasil e Israel. A reunião contou com a<br />

presença de Jayme Blay (presidente da Câmara Brasil-Israel), Mário<br />

Fleck (vice-presidente) e Fredy Moreinos (diretor), que foram recebidos<br />

pelos anfitriões Shmuel Yerushalmi (presidente da Câmara Israel-<br />

Brasil) e Henrique Kuchnir (diretor), e teve como objetivo apresentar a<br />

nova gestão da Câmara Brasil-Israel, iniciar a comunicação entre as<br />

duas entidades, além de planejar ações positivas, visando eventos, feiras,<br />

visitas de autoridades, bem como aprofundar a ligação entre os<br />

setores de atividade de interesse para os dois países.<br />

Léo Kriger recebeu a medalha "Dr. Luiz César Pannaim" numa cerimônia<br />

ocorrida em 17/10, na Câmara Municipal de São Paulo. A medalha é<br />

o prêmio máximo da odontologia brasileira e Léo Kriger é o quinto<br />

paranaense a receber a honraria. Os convites foram expedidos pelo<br />

Sindicato dos Odontologistas do Estado de São Paulo para a solenidade<br />

de outorga da Medalha "Dr. Luiz César Pannaim" aos profissionais da<br />

Odontologia que mais se destacaram em 2007. Léo Kriger é um dos 19<br />

odontologistas escolhidos em todo o Brasil por um colegiado de entidades<br />

odontológicas formado por 12 instituições. Mazal Tov!<br />

Colabore com notas para a coluna. Fone/fax 0**41 3018-8018 ou e-mail: visaojudaica@visaojudaica.com.br


Coluna Coluna Israel, Israel, seu seu povo, povo, sua sua liderança<br />

liderança<br />

Moisés, o nosso Mestre III<br />

A libertação<br />

Antônio Carlos Coelho *<br />

Na narração da saída do Egito, a<br />

passagem pelo Mar dos Juncos (Vermelho)<br />

nos chama muito à atenção. É<br />

fantástica pela grandiosidade do fato<br />

do mar se abrir e todos os filhos de<br />

Israel passarem de pés enxutos; ou<br />

talvez, porque duvidemos que o fato<br />

ocorreu conforme está descrito. No<br />

entanto, o importante é que houve a<br />

saída do Egito e os hebreus passaram<br />

à liberdade e, também, é importante<br />

que tenhamos em mente que isso tudo<br />

seu deu por vontade e interferência<br />

divina e humana.<br />

Mais uma vez Moisés, o nosso<br />

mestre, entra na história. Ele é o agente<br />

humano da libertação dos escravos<br />

hebreus do Egito, terra das "estreitezas"<br />

como acusa o seu nome em hebraico.<br />

Se a travessia do Mar dos Juncos<br />

nos chama à atenção, por outro<br />

lado, nos encobre uma outra situação<br />

que a Bíblia não menciona e, não o<br />

faz porque o objetivo é destacar a dimensão<br />

do episódio da libertação. Então,<br />

o faz através de um relato grandioso,<br />

"cinematográfico", para manifestar<br />

a presença/ação de D-us na libertação<br />

da escravidão.<br />

Mas, imaginemos que, depois de<br />

cinco séculos da descoberta do Brasil,<br />

chegasse um português e dissesse<br />

aos descendentes de portugueses<br />

que deveriam abandonar tudo o que<br />

tinham e partir para Portugal. Ou, que<br />

* Antônio Carlos Coelho é professor universitário, escritor, diretor do Instituto de Ciência e Fé e colaborador do jornal <strong>Visão</strong> <strong>Judaica</strong>.<br />

Sallai Meridor e o aiatolá Khamenei<br />

chegasse um italiano propondo aos<br />

filhos e netos de imigrantes para voltarem,<br />

de uma hora para outra, para<br />

Itália. Seria um absurdo, não? Pois é,<br />

acredito que Moisés passou por situação<br />

semelhante ao fazer a proposta<br />

de saída imediata do Egito aos filhos<br />

de Israel que estavam há quatro séculos<br />

assentados naquela terra.<br />

Hoje, ao ler a narração bíblica,<br />

damos graças a D-us por ter enviado<br />

um Moisés para tirar-nos da escravidão.<br />

Mas, se estivéssemos lá, naqueles<br />

dias, certamente o chamaríamos<br />

de louco e levaríamos um bom tempo<br />

concordando e discordando, avaliando<br />

e considerando os prós e contras<br />

da proposta.<br />

Ora, deixar quatro séculos para<br />

traz não é fácil. Convencer um povo<br />

de que havia outra possibilidade, de<br />

que havia uma promessa a ser cumprida<br />

e que D-us estava se dispondo a<br />

libertá-lo da situação de escravos para<br />

uma terra de liberdade, induzi-lo a<br />

deixar para traz costumes, práticas e<br />

propriedades acumuladas em 400<br />

anos, não deve ter sido nada fácil para<br />

Moisés. Talvez as pragas enviadas sobre<br />

o Egito não tenham somente assombrado<br />

o faraó, mas, também, o<br />

povo hebreu que, pode, assim, tomar<br />

consciência de que nada que havia<br />

naquela terra era superior ou insubstituível<br />

diante do que D-us estava propondo<br />

através de Moisés. E, talvez,<br />

esse seja o grande milagre: fazer as<br />

VISÃO JUDAICA outubro de 2008 Tishrê / Cheszvan 5769<br />

Meridor responde a Khamenei<br />

O líder supremo do Irã, aiatolá<br />

Ali Khamenei, declarou que o "seu<br />

país permanecerá ao lado dos dirigentes<br />

do Hamas em Gaza e que<br />

Israel está no caminho da sua iminente<br />

destruição". De acordo com<br />

a TV estatal iraniana, Khamenei<br />

chamou o primeiro-ministro do Hamas<br />

na faixa de Gaza, Ismail Haniyeh,<br />

de mojahed, o que significa<br />

'soldado da guerra sagrada', dizendo<br />

que a nação iraniana "nunca o<br />

deixará sozinho". Também citou que<br />

o "regime sionista do Estado de Israel<br />

está se tornando fraco e caminha<br />

para a destruição e derrota e<br />

que a geração atual dos palestinos<br />

verá este grande dia". Khamenei falou<br />

durante as orações que marcam<br />

o feriado islâmico do Eid al-Fitr, e<br />

pessoas desapegarem-se das coisas<br />

que são escravizantes e que as diminuem<br />

como humanos.<br />

O Egito era uma grande civilização<br />

no cenário da antiguidade. Sua riqueza<br />

e o poder poderiam ser aparentemente<br />

vantajosos. Havia prosperidade e,<br />

segundo o texto bíblico, a comida era<br />

farta e boa. Apesar da condição dos<br />

hebreus, havia um considerável número<br />

de nascimentos entre eles, tanto que<br />

isto despertou a preocupação dos reis<br />

quanto ao crescimento da população<br />

estrangeira. Por outro lado, apesar de<br />

toda a valorização dada à civilização<br />

egípcia - era medíocre em termos religiosos<br />

e na forma de valorar a vida, o<br />

que se opunha frontalmente aos princípios<br />

do judaísmo (mesmo do primitivo<br />

judaísmo). O pior da escravidão não<br />

era o chicote dos feitores, mas as feridas<br />

causadas no modo de viver e de<br />

esperar de um povo.<br />

O judaísmo ensinado por Moisés<br />

se opõe a toda forma de escravidão e<br />

a toda forma de comodismo. O mérito<br />

de Moisés, nessa história, está em<br />

levar um povo acomodado às facilidades<br />

e distantes dos valores ensinados<br />

pelos patriarcas a retomar sua própria<br />

história e destino. Seu mérito está<br />

em levar um povo a condição de liberdade,<br />

permitindo-o recuperar, ao longo<br />

do tempo, sua integridade como<br />

povo, reaver valores éticos fundamentais<br />

e estabelecer laços nacionais e<br />

de identidade religiosa.<br />

Moisés abre o Mar Vermelho para a passagens<br />

dos judeus<br />

Cruzando o Mar Vermelho depois que as águas foram<br />

separadas<br />

Hagadá ilustrada conta a história<br />

da saída do povo judeu da<br />

escravidão no Egito<br />

já tinha dito que Israel cairia, assim<br />

como o presidente do Irã, Mahmoud<br />

Ahmadinejad. Khamenei repetidamente<br />

disse que Israel é "um<br />

tumor canceroso que necessita ser<br />

extirpado do Oriente Médio"<br />

O embaixador de Israel nos EUA,<br />

Sallai Meridor, respondeu numa declaração<br />

a Khamenei dizendo "nunca,<br />

desde a Segunda Guerra Mundial, o<br />

mundo vê uma ameaça tão perigosa<br />

e significativa. Este regime fanático<br />

iraniano que é patrocinador do terror<br />

global, ameaça eliminar outro Estado<br />

e se esforça para conseguir armas<br />

nucleares. Este deve ser o 'momento<br />

da verdade' para que o mundo tome<br />

ações efetivas e imediatas para prevenir<br />

que este regime prossiga no desenvolvimento<br />

da sua capacidade mi-<br />

19<br />

litar nuclear", disse Meridor.<br />

"Nestes dias de reflexão entre<br />

Rosh Hashaná e Iom Kipur",<br />

acrescentou Meridor, "as declarações<br />

do Irã colocam ao mundo<br />

a pergunta: 'O que deveremos<br />

fazer neste próximo ano a fim de<br />

evitar que este pesadelo se torne<br />

uma realidade'?" O Irã não reconhece<br />

o Estado de Israel e<br />

apóia os grupos palestinos Hamas<br />

e Jihad Islâmica. Israel mantinha<br />

laços estreitos com o Irã<br />

quando Reza Pahlavi estava no<br />

poder. Em 1979 a revolução islâmica<br />

derrubou o Shá, e o Irã rompeu<br />

os laços com Israel, transferindo<br />

o prédio da Embaixada de<br />

Israel, em Teerã, para a Embaixada<br />

da Autoridade Palestina.


20 (com<br />

McCartney em Tel Aviv<br />

VISÃO JUDAICA outubro de 2008 Tishrê / Cheszvan 5769<br />

O músico britânico Paul McCartney foi recebido<br />

em Israel por cerca de 50 mil pessoas<br />

em sua primeira apresentação no<br />

país em Tel Aviv. O ex-Beatle abriu o show<br />

com a lendária "Hello Goodbye", que, desde<br />

o primeiro momento, levantou o público,<br />

formado por várias gerações e que<br />

acompanhou cada movimento do artista.<br />

A visita de McCartney a Israel levou o líder<br />

islâmico Omar Bakri a ameaçar de<br />

morte o ex-beatle caso o cantor se apresentasse<br />

dia 25 de setembro, nas comemorações<br />

dos 60 anos de Israel. "Paul será<br />

morto. Ele não estará seguro aqui", afirmou.<br />

Segundo Bakri, terroristas suicidas<br />

aguardavam pelo pop-star inglês dispostos<br />

a qualquer sacrifício para eliminá-lo.<br />

Mas Paul não se intimidou e fez o show.<br />

Cinco mil homens trabalharam na segurança<br />

do compositor e cantor. (Noticiário<br />

de agências).<br />

Paul McCarney canta em Israel<br />

VISÃO<br />

FIEP organiza missão empresarial<br />

Com o objetivo de prospectar e gerar parcerias<br />

e negócios na área de agrotecnologia,<br />

meio ambiente, biotecnologia e equipamentos<br />

médicos, a Federação das Indústrias<br />

do Estado do Paraná (FIEP), por<br />

meio do Centro Internacional de Negócios<br />

(CIN), promove uma Missão Empresarial<br />

para Israel entre os dias 8 e 16 de novembro.<br />

A programação inclui visitas a laboratórios<br />

e centros de excelência tecnológica.<br />

A missão será realizada em parceria<br />

com o Senai, Ministério do Desenvolvimento,<br />

Indústria e Comércio, Instituto de Exportações<br />

para Israel e Câmara de Comércio<br />

e Indústria de Tel-Aviv. Israel é um Estado<br />

reconhecido por estar na frente em<br />

inovação tecnológica, que investe fortemente<br />

em pesquisas de desenvolvimento<br />

e tem como prioridade incentivar empresas<br />

recém-criadas. As inscrições estão<br />

abertas e podem ser feitas pelo e-mail<br />

janet.pacheco@fiepr.org.br. Informações<br />

pelo telefone (41) 3271-9105 ou no site<br />

www.cinpr.org.br (FIEP).<br />

Campeão de xadrez sem patrocínio<br />

panorâmica<br />

O casal de judeus russos Larissa e Pavel<br />

Shumyatsky chegou ao Brasil em 1995,<br />

quando ele foi convidado a trabalhar no<br />

Departamento de Matemática da Universidade<br />

de Brasília. Vieram da Rússia ge-<br />

informações das agências AP, Reuters,<br />

AFP, EFE, jornais Alef na internet, Jerusalem<br />

Post, Haaretz e IG)<br />

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○<br />

lada, com esperança<br />

no Brasil. O<br />

filho Victor passou<br />

a se interessar<br />

pelo xadrez em<br />

2003, aos 6 anos.<br />

Aos 10 anos, ingressou<br />

como primeiro<br />

colocado<br />

• Yossi Groisseoign •<br />

entre 2 mil candidatos no concurso de admissão<br />

ao Colégio Militar de Brasília, considerado<br />

o melhor do Distrito Federal, e<br />

apresentou a incrível média de 9,9 no semestre<br />

passado. Em 2004 sagrou-se Campeão<br />

Brasiliense Sub-14 e, por duas vezes,<br />

entre 2004 e 2007, tornou-se Campeão<br />

Brasileiro Escolar em sua categoria.<br />

Em dezembro de 2007 conquistou o Campeonato<br />

Sul-Americano Sub-12, na Argentina,<br />

e, em julho de 2008, o Campeonato<br />

Pan-Americano Sub-12 em Córdoba, Argentina.<br />

Foi a única medalha de ouro da delegação<br />

brasileira, com 70 integrantes. Graças<br />

a este desempenho, tornou-se um<br />

Mestre FIDE (Federação Internacional de<br />

Xadrez). O pai, Pavel, considera que a falta<br />

de patrocino poderá dificultar o avanço<br />

de Victor no futuro. (Israel Blajberg).<br />

Venezuela na alista negra<br />

Os EUA colocaram a Venezuela em sua lista<br />

negra de países que desrespeitam as<br />

liberdades religiosas no mundo. O relatório<br />

anual, publicado pelo Departamento de<br />

Estado americano, critica a deterioração<br />

das liberdades religiosas também na Argélia,<br />

na China e no Egito. O documento<br />

destacou a ocasião em que o presidente<br />

venezuelano alertou bispos da Igreja Católica<br />

para não criticarem a proposta do<br />

governo de reformar a Constituição de<br />

1999, que foi rejeitada em referendo público<br />

em dezembro de 2007, e destacou a<br />

contínua perseguição aos judeus, que incluíram<br />

atos de vandalismo anti-semitas,<br />

caricaturas, intimidações e ataques físicos<br />

contra instituições judaicas. "No dia<br />

do referendo constitucional, membros do<br />

serviço de inteligência da polícia invadiram<br />

um centro comunitário judaico, em<br />

Caracas, com um mandado de buscas para<br />

procurar armas". (Departamento de Estado<br />

dos EUA).<br />

A homenagem a Lula<br />

O pequeno Victor, campeão<br />

de xadrez e sem patrocínio<br />

Passou despercebida pela imprensa a homenagem<br />

que o Instituto Steven Roth para<br />

o Estudo do Anti-Semitismo e do Racismo<br />

Contemporâneos, o mais importante do<br />

mundo, acaba de prestar ao presidente<br />

Lula. Ele foi convidado a participar das<br />

cerimônias do International Holocaust<br />

Memorial Day, instituído pela ONU, e das<br />

homenagens ao diplomata brasileiro Luiz<br />

Martins de Souza Dantas, cujo trabalho na<br />

França ocupada pelos nazistas, na Segunda<br />

Guerra Mundial, salvou a vida de centenas<br />

de perseguidos. O Brasil, mostrou o<br />

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○<br />

Instituto, é uma das democracias com leis<br />

mais sólidas para punição e prevenção do<br />

racismo. (Carlos Brickman para O Observatório<br />

da Imprensa).<br />

Arquivos de Spielberg no Yad Vashem<br />

O Museu do Holocausto de Jerusalém (Yad<br />

Vashem) incorporará à sua coleção mais<br />

de 200.000 horas de vídeo, em sua maioria<br />

testemunhos de sobreviventes, do Instituto<br />

do Holocausto, criado pelo diretor<br />

de cinema judeu Steven Spielberg. As gravações<br />

que estarão acessíveis para o público<br />

nos próximos dias incluem mais de<br />

52.000 entrevistas com vítimas dos campos<br />

de concentração e guetos na Europa<br />

nazista. Os testemunhos se unirão à coleção<br />

de cerca de 10.000 entrevistas em vídeo<br />

e 5.000 filmes sobre o Holocausto no<br />

Yad Vashem. Até agora, o material do instituto<br />

criado por Spielberg, que pertence<br />

à Universidade da Califórnia do Sul, só era<br />

acessível em acesso limitado pela internet.<br />

O Yad Vashem promete o maior acesso<br />

possível a estas informações através<br />

da rede, começando por disponibilizar parte<br />

dos vídeos no YouTube. (Haaretz).<br />

Concerto usa violinos salvos dos nazistas<br />

Dezesseis violinos usados por vítimas do<br />

Holocausto, inclusive um que teve o estojo<br />

usado para contrabandear explosivos<br />

que detonariam uma base nazista, foram<br />

usados dia 24/9 num concerto em Jerusalém.<br />

"Cada violino tem sua história", disse<br />

Amnon Weinstein, 69 anos, que junto<br />

com seu filho passou mais de uma década<br />

restaurando violinos recolhidos em<br />

toda a Europa. Weinstein disse ter recebido<br />

os violinos em diversos estados de conservação.<br />

Muitos vinham decorados com<br />

a estrela de Davi, testemunho de sua passagem<br />

por mãos judias. "Ao restaurar seus<br />

violinos, seu legado renasce", disse<br />

Weinstein, que perdeu a maior parte dos<br />

Concerto em Jerusalém com violinos salvos dos nazistas<br />

parentes no Holocausto. Esses instrumentos<br />

tocaram juntos pela primeira vez no<br />

concerto, intitulado 'Violinos da Esperança',<br />

com o conjunto israelense Raanana<br />

Symphonette e a Orquestra Filarmônica de<br />

Istambul, à luz dos candelabros da Cidade<br />

Velha, e milhares de pessoas viram o<br />

virtuose israelense Shlomo Mintz interpretar<br />

'Avinu Malkeinu' ('Nosso pai, nosso<br />

rei'), obra que marca o Dia da Penitência<br />

para os judeus. (G1/Reuters).<br />

Judeus da Argentina e ameaças<br />

do Hezbolá<br />

O governo argentino reforçou a segurança<br />

das instituições judaicas no país pela<br />

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○<br />

preocupação gerada com as ameaças do<br />

Hezbolá sobre um possível ataque. O aumento<br />

da segurança foi determinado após<br />

uma série de reuniões entre o ministro da<br />

Justiça e Segurança, Aníbal Fernández, e<br />

o presidente da Delegação de Associações<br />

Israelitas Argentinas (Daia), Aldo Donzis.<br />

"Estamos trabalhando em conjunto nestas<br />

situações que preocupam na realidade a<br />

todos os cidadãos, pelo risco das ameaças<br />

do Hezbolá", disse Donzis. Em declarações<br />

à imprensa local, Donzis também<br />

refletiu sua preocupação por países como<br />

Venezuela e Paraguai terem dado vistos<br />

de entrada "a muitos iranianos e libaneses"<br />

sem o devido controle. (Daia).<br />

Libanês quer exclusividade<br />

O presidente da Associação das Indústrias<br />

do Líbano afirmou que pretende iniciar<br />

uma batalha jurídica para impedir que<br />

companhias internacionais comercializem<br />

pratos com nomes tradicionais da cozinha<br />

libanesa, como quibe, esfiha e falafel.<br />

"Empresas brasileiras vendem quibes e<br />

esfihas nos EUA sem mencionar que são<br />

produtos libaneses. A cada dia mais produtos<br />

típicos libaneses são comercializados<br />

como se fossem originários de Israel",<br />

reclamou. "Se quiserem comercializar esses<br />

produtos, que o façam usando outros<br />

nomes, não os originais". Ele pretende levar<br />

o caso aos tribunais internacionais é<br />

registrar os ingredientes e as receitas dos<br />

pratos disputados junto ao governo do Líbano.<br />

(Jornal Alef).<br />

STJ com novo vice-presidente<br />

A comunidade judaica de Passo Fundo e<br />

do Brasil recebeu com satisfação a noticia<br />

da posse de um de seus distintos integrantes<br />

e ilustre magistrado como vicepresidente<br />

do STJ. Trata-se do ministro Ari<br />

Pargendler, É Bacharel em Ciências Jurídicas<br />

e Sociais pela Faculdade de Direito<br />

da Universidade Federal do Rio Grande do<br />

Sul, Porto Alegre. Era Ministro do Superior<br />

Tribunal de Justiça a partir 19/6/1995,<br />

quando foi nomeado vice-presidente do<br />

Superior Tribunal de Justiça a partir de 3/<br />

9/2008 e vice-presidente do Conselho da<br />

Justiça Federal a partir de 3/9/2008.<br />

(Israel Blajberg/ STJ, Brasília).<br />

Sugerido o seqüestro de Ahmadinejad<br />

O ministro israelense Rafi Eitan, um exespião<br />

que participou do seqüestro do<br />

nazista Adolf Eichmann, sugeriu em 9/9<br />

que a mesma tática poderia ser utilizada<br />

contra o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad.<br />

"Um homem como Ahmadinejad,<br />

que ameaça um genocídio, tem que<br />

ser levado a julgamento em Haia", disse<br />

Eitan, referindo-se à sede do Tribunal Penal<br />

Internacional (TPI). "E todas as opções<br />

estão abertas em termos de como levá-lo<br />

até lá", prosseguiu. Questionado sobre se<br />

o seqüestro de um chefe de governo seria<br />

aceitável, Eitan respondeu que "sim" e<br />

repetiu que "qualquer maneira de levá-lo<br />

a julgamento é uma possibilidade". Eitan,<br />

um dos ministros responsáveis pela segurança<br />

de Israel, ressalvou que suas declarações<br />

são apenas uma opinião pessoal,<br />

nada mais. (Associated Press/Reuters).


Estudo vê neonazismo no<br />

Brasil e na internet<br />

A palestra da professora Adriana<br />

Dias, mestre em Antropologia<br />

Social da Unicamp abriu em São<br />

Paulo o ciclo de palestras da Comissão<br />

Nacional de Direitos Humanos<br />

da B'nai B'rith do Brasil. O evento<br />

foi coordenado pela dra. Margarette<br />

F.C. Barreto, delegada titular<br />

do Decradi - Delegacia de Crimes<br />

Raciais e Delitos da Intolerância -<br />

de São Paulo. Estiveram presentes<br />

Ben Abraham, presidente da Sherit<br />

Hapleitá e Alberto Liberman,<br />

diretor nacional de Direitos Humanos<br />

da BB Brasil, Etejane Hepner<br />

Coin, presidente da Wizo-SP, Adélia<br />

Tulman Cabílio, presidente da<br />

B'nai B'rith de São Paulo, Anita<br />

Pinkuss, do Centro de Cultura <strong>Judaica</strong>,<br />

Isaias Lerner, representando<br />

o presidente da Hebraica Peter<br />

Weiss; Sérgio Tomchinsky, da Câmara<br />

Brasil-Israel de Comércio e<br />

Indústria e Renato Akerman, do<br />

Projeto Paper Clips.<br />

O tema 'Neonazismo no Brasil:<br />

mapeando o perigo, as defesas possíveis',<br />

foi abordado a partir das pesquisas<br />

para a defesa da tese de mestrado<br />

da professora Adriana, que<br />

por seis anos analisou 12,6 mil páginas<br />

da internet com temática neonazista,<br />

racista ou revisionista (que<br />

tenta negar ou minimizar a existência<br />

do Holocausto), em inglês, português<br />

e espanhol.<br />

Seu objetivo é estudar como o<br />

neonazismo usa a internet para se<br />

propagar fora dela, para buscar soluções,<br />

inclusive em termos de políticas<br />

públicas que possam combatê-lo.<br />

Para a professora, 'os<br />

neonazistas constroem uma imagem<br />

do judeu e do negro que só<br />

existe na cabeça deles'. De acordo<br />

com o discurso deles 'os judeus<br />

seriam responsáveis pela pedofilia,<br />

disseminação do aborto, capitalismo<br />

e comunismo. É uma visão<br />

maniqueísta do bem e do mal, que<br />

não aceita o diálogo. Quem não<br />

tem sangue ariano não os entende,<br />

sendo inimigo que deve ser<br />

combatido para que eles sobrevivam',<br />

acreditam.<br />

Este 'delírio' - prosseguiu ela -<br />

se fortalece na medida em que é<br />

compartilhado. 'São 500 mil pessoas<br />

nos EUA, mais de 200 mil na<br />

Europa e 150 mil no Brasil que<br />

lêem material revisionista, neonazista<br />

e racista, através da internet',<br />

observou Adriana.<br />

Alguns sites mostrados pela antropóloga<br />

incitam claramente a eliminar<br />

negros e judeus. Sabe-se que<br />

esses grupos não ficam apenas no<br />

discurso 'Em muitos casos há rituais,<br />

como por exemplo, para ingressar<br />

no grupo é preciso espancar um judeu.<br />

Isso acontece hoje', ressalta a<br />

pesquisadora.<br />

Não Não é é é coisa coisa coisa de de adolescente<br />

adolescente<br />

De 2003 a 2006, a pesquisa da<br />

professora concentrou-se nos sites,<br />

concluindo que são produzidos por<br />

pessoas entre 35 a 55 anos, com<br />

educação pré-superior ou superior.<br />

'Não é coisa de adolescente'. Usam<br />

ferramentas tecnológicas avançadas,<br />

dispõem de recursos financeiros<br />

e, em sua maioria são sites ativos<br />

visando divulgar o neonazismo.<br />

'Há desde os que contam com 60 a<br />

30 mil páginas'.<br />

Outras formas de difusão pela<br />

Internet são os fóruns, com debate<br />

de temas e os blogs, com diários,<br />

alguns dos quais 'monstruosos'. Já<br />

os jovens preferem o formato<br />

'wiki', considera a pesquisadora.<br />

Este foi criado pelo Wikipédia, um<br />

site sério de informações científicas,<br />

do tipo enciclopédia, onde os<br />

usuários podem adicionar dados.<br />

Este formato é usado, por exemplo,<br />

no Ziopédia, um site racista em formato<br />

'wiki', de ódio aos judeus e a<br />

Israel. 'Há milhares de pessoas produzindo<br />

esse tipo de material na<br />

Austrália', informou.<br />

Sul Sul e e sudeste<br />

sudeste<br />

No Brasil, o discurso neonazista<br />

é contra a maçonaria e os judeus são<br />

culpados por todos os males do mundo.<br />

De acordo com a pesquisa, eles<br />

se concentram em ordem decrescente<br />

em: Santa Catarina, Rio Grande<br />

do Sul, São Paulo, Paraná e Distrito<br />

Federal. Possivelmente, há uma<br />

relação entre locais que devem ter<br />

abrigado oficiais nazistas e a expansão<br />

destes movimentos, destacou.<br />

Outra revelação é a existência<br />

de um movimento feminino muito<br />

forte, onde as mães 'educam seus<br />

filhos para serem guerreiros da raça<br />

ariana'. A professora também identificou<br />

como eles estão organizados:<br />

há os solitários, há as células,<br />

grupos pequenos, que não conhecem<br />

as pessoas das demais células<br />

e outros como o 'nacionalismo espiritualista',<br />

que defende a criação<br />

de um partido político.<br />

Delegacia Delegacia de de crimes crimes raciais<br />

raciais<br />

A delegada Margarette mostrou<br />

através de fotos um pouco da ação<br />

diária da Decradi - Delegacia de Crimes<br />

e Raciais e Delitos da Intolerância,<br />

na áreas de estratégia, prevenção,<br />

segurança em eventos, incluindo<br />

os da comunidade judaica, investigação<br />

e prisão. Citou casos de ganges<br />

e de indivíduos, como o de um<br />

skinhead preso que não podia tomar<br />

banho sem camiseta senão seria linchado<br />

na prisão por suas tatuagens.<br />

Ao ser solto tatuou a palavra<br />

skinhead em ambas as mãos, de<br />

modo que não poderá escondê-las.<br />

Falou também da atuação da<br />

Decradi na área do futebol, onde<br />

houve uma campanha da Federação<br />

Paulista de Futebol contra o Racismo;<br />

do combate à homofobia, dos<br />

ataques de neonazistas a homossexuais<br />

em São Paulo, da ação junto<br />

ao movimento negro e da atuação<br />

conjunta com a comunidade judaica.<br />

'Gostaria de agradecer a oportunidade<br />

de trabalhar com a comunidade<br />

judaica, por seu respeito<br />

por todos e pela vida humana sobre<br />

a face da terra', disse ela.<br />

Legislação Legislação e e educação<br />

educação<br />

Para a professora Adriana, dois<br />

fatores são fundamentais para combater<br />

o racismo e neonazismo: Legislação<br />

e Educação. 'O crime de<br />

ódio racial na internet não está tipificado,<br />

o Brasil tem uma das piores<br />

legislações do mundo nessa<br />

área', afirmou, ressaltando a importância<br />

do projeto de lei para tornar<br />

crime a negação do Holocausto (revisionismo).<br />

A delegada Margarette<br />

complementou: 'É preciso uma<br />

legislação específica para os crimes<br />

na internet, isso se aplica também<br />

à pedofilia, homofobia e ao ódio<br />

racial, entre outros', destacando o<br />

trabalho feito pela Delegacia de<br />

Crimes da Internet, ligada ao DEIC.<br />

Embora a questão seja complexa,<br />

com a hospedagem de sites em<br />

outros países, o Brasil tem conseguido<br />

vitórias. A professora Adriana<br />

agradeceu ao procurador Sergio<br />

Suiama, que tem sido um dos responsáveis<br />

pela retirada do ar de sites<br />

racistas, no que foi corroborada<br />

pela delegada Margarette. A Educação<br />

é fator fundamental. 'Os jovens<br />

são arregimentados porque<br />

não têm informações. É preciso<br />

educar para os Direitos Humanos no<br />

Brasil', conclamou a palestrante<br />

Adriana, antes de abrir os debates.<br />

Como Como proceder?<br />

proceder?<br />

O diretor nacional de Direitos Humanos<br />

da B'nai B'rith e Adriana Dias<br />

explicaram que não se deve entrar<br />

nos sites neonazistas e discutir. O<br />

melhor caminho é passar as informações<br />

para a B'nai B'rith, que como vem<br />

fazendo de longa data, encaminhará<br />

aos órgãos competentes, preparados<br />

para agir nestes casos.<br />

Na área da Educação, a B'nai<br />

B'rith do Brasil está promovendo<br />

este ano, Concurso de Redação sobre<br />

o Holocausto, com palestras<br />

para professores e alunos, para a<br />

Rede Pública de Ensino de São Paulo,<br />

Rio de Janeiro, Curitiba e Porto<br />

Alegre, com Jornadas Interdisciplinares<br />

para docentes nas três cidades<br />

e uma Exposição sobre Anne<br />

Frank, com ciclo de conferências em<br />

Porto Alegre. (Lia Bergmann, assessora<br />

de Direitos Humanos e Comunicações<br />

da B´nai B´rith do Brasil).<br />

VISÃO JUDAICA outubro de 2008 Tishrê / Cheszvan 5769<br />

O LEITOR<br />

ESCREVE<br />

O papel do <strong>Visão</strong> <strong>Judaica</strong><br />

Senhores editores:<br />

Qualquer leitor que leia o artigo<br />

do argentino Marcos Aguinis<br />

primeiro e depois do Sérgio Feldman,<br />

terá uma visão extraordinária<br />

do judaísmo atual. Vocês estão<br />

de parabéns. Sem demérito<br />

a ninguém, mas a nossa liderança<br />

em Curitiba não passa estas<br />

informações para nós, em nossa<br />

comunidade. Graças ao <strong>Visão</strong> <strong>Judaica</strong><br />

estamos tendo acesso às<br />

mesmas. Que papel maravilhoso<br />

que o <strong>Visão</strong> <strong>Judaica</strong> está desempenhando.<br />

Abraços e mais uma<br />

vez minha total admiração pelo<br />

seu trabalho.<br />

Anti-americanismo<br />

e anti-semitismo<br />

Leopoldo Ehrlich<br />

Curitiba - Paraná<br />

Senhores:<br />

Tenho acompanhado o noticiário<br />

dos eventos mundiais, e entendo<br />

que o anti-americanismo<br />

vigente hoje segue os mesmos<br />

moldes do câncer do anti-semitismo.<br />

A tentativa de derrubar os<br />

EUA mostra claramente a intenção<br />

das ditaduras islâmicas e socialistas-comunistas<br />

de chegarem<br />

ao objetivo, inútil, de destruir Israel.<br />

Existe uma preocupante simbiose<br />

entre o nazi-fascismo, o comunismo<br />

e o islamismo extremista,<br />

onde o ódio à existência de<br />

Israel projeta-se de várias formas.<br />

Salmo 122:6 - Orai pela paz<br />

de Jerusalém; prosperarão aqueles<br />

que te amam.<br />

Shaná Tová<br />

Sérgio Manchester<br />

Por e-mail<br />

Estimados Amigos do <strong>VJ</strong>:<br />

Shalom! Neste momento especial,<br />

em que se comemora o Ano<br />

Novo de 5769, contado a partir<br />

da criação do homem, gostaria<br />

de expressar meus sinceros sentimentos<br />

de Shana Tová! Que o<br />

próximo ano traga muita Luz,<br />

Amor, Alegria, Saúde, Progresso<br />

e Harmonia a Vós e aos Vossos<br />

Para escrever ao jornal <strong>Visão</strong> <strong>Judaica</strong><br />

basta passar um fax pelo telefone:<br />

0**41 3018-8018 ou e-mail para<br />

visaojudaica@visaojudaica.com.br<br />

21<br />

Familiares! Na Nova Era, constituída<br />

de tantos desafios e dilemas,<br />

que Medinat Israel - fundamento<br />

da identidade judaica - e<br />

a eterna Yerushaláyim, capital<br />

eterna e indivisível do povo judeu,<br />

conquistem o sonho da almejada<br />

e autêntica Paz. Que D-us<br />

abençoe o querido Povo de Israel<br />

e a todos os Judeus da Diáspora!<br />

Shaná Tová Umetuká!<br />

Marcelo Vieira Walsh e Família<br />

Goiânia - GO<br />

Shaná Tová 2<br />

Prezados amigos:<br />

Desejo a vocês da equipe do <strong>Visão</strong><br />

<strong>Judaica</strong>, um Ano Novo cheio<br />

de Saúde, Paz e Alegria. Que na<br />

Sua imensa bondade, D-us Todo<br />

Poderoso continue abençoando o<br />

trabalho de vocês na luta em prol<br />

do nosso povo.<br />

Shaná Tová Umetuká!<br />

Abraham, Silene, Eliahu, Dan e David<br />

Bohadana<br />

França - por e-mail<br />

Apreciando o <strong>Visão</strong><br />

<strong>Judaica</strong><br />

Olá Editores:<br />

Meu nome é Fernando Ferreira,<br />

20 anos, não judeu, moro em<br />

Belo Horizonte e cheguei até o<br />

site de <strong>Visão</strong> <strong>Judaica</strong> pelo relato<br />

do Rabino Issocher Frand. (<strong>Visão</strong><br />

<strong>Judaica</strong> de junho de 2006). Gostei<br />

muito do trabalho de vocês!<br />

Parabéns!<br />

Errata<br />

Fernando Ferreira<br />

Belo Horizonte - por e-mail<br />

Na edição de setembro de<br />

2008 do <strong>Visão</strong> <strong>Judaica</strong>, publicamos<br />

uma carta com pedido do<br />

médico Moshe Rosemblatt para<br />

jovens que terminaram o curso<br />

de medicina e estão querendo<br />

se especializar em cirurgia em<br />

Israel, no sentido de que escrevessem<br />

a ele. Só que esquecemos<br />

de publicar seu e-mail:<br />

mosrosen@bezeqint.net


22<br />

VISÃO JUDAICA outubro de 2008 Tishrê / Cheszvan 5769<br />

rofundamente abalada<br />

pelos atentados de 11 de<br />

setembro de 2001, a sociedade<br />

norte-americana<br />

perguntou-se sobre o motivo<br />

pelo qual ela era tão<br />

odiada no Oriente Médio. Uma das<br />

conclusões a que chegou foi que os<br />

árabes e os muçulmanos estavam contaminados<br />

por uma propaganda maliciosa<br />

e difamatória que emanava diariamente<br />

dos jornais que eles liam, das<br />

rádios que ouviam e da televisão que<br />

viam. Os meios de comunicação de<br />

massa da região estavam tão infestados<br />

de teorias conspiratórias antiamericanas<br />

e tão saturados de sentimentos<br />

visceralmente hostis aos EUA, que<br />

uma maneira de reverter essa impressão<br />

negativa seria brindar as audiências<br />

árabes com a possibilidade de ver<br />

e ouvir notícias e opiniões sustentadamente<br />

divergentes das postuladas<br />

pelo consenso jornalístico da região.<br />

Com esse propósito, um canal de<br />

televisão via satélite em língua árabe<br />

foi criado pelo governo norte-america-<br />

O escândalo da TV Al-Hurra<br />

Julián Schvindlerman *<br />

* Julián é argentino, licenciado em Administração pela Universidade de<br />

Buenos Aires e Mestre em Ciências Sociais da Universidade Hebraica<br />

de Jerusalém. Analista político, é o autor de "Tierras por paz, Tierras<br />

por Guerra". Colaborador do jornal The Miami Herald e da publicação<br />

Comunidades, periódico judaico-argentino do qual foi correspondente<br />

em Washington e em Jerusalém. Seus artigos têm sido publicados em<br />

diversos meios de comunicação internacionais como Haaretz,<br />

Jerusalem Report, Washington Times, Middle East Quarterly,<br />

Midstream, El Nuevo Herald, Clarín e El Cronista, assim como em<br />

revistas das comunidades judaicas da Espanha e da América Latina.<br />

Deu conferências na Argentina, México e Israel, e foi entrevistado por<br />

programas de rádio e TV na Argentina e nos Estados Unidos. Foi<br />

diretor executivo adjunto de United Nations Watch, uma ONG suíça<br />

dedicada ao monitoramento da ONU em Genebra. O presente artigo foi<br />

publicado no site www.porisrael.org de Dori Lustron.<br />

no. Oficialmente lançado em fevereiro<br />

de 2004 sob o nome de Al-Hurra (O<br />

Livre) e com um orçamento anual de<br />

US$ 70 milhões, este meio serviria<br />

como plataforma para a divulgação de<br />

notícias, comentários e opiniões alternativas<br />

às tradicionalmente difundidas<br />

nos meios árabes. Sua missão sería<br />

denunciar as violações dos direitos<br />

humanos na região, expôr casos<br />

de corrupção, promover a paz, apoiar<br />

a democracia, e contra-argumentar as<br />

distorções relativas aos Estados Unidos<br />

da América. Coisa que esteve fazendo<br />

muito bem até novembro de<br />

2006, oportunidade na qual seu diretor<br />

Mouafac Harb - um muçulmano<br />

nascido no Líbano - foi substituído por<br />

Larry Register; um norte-americano exprodutor<br />

da CNN. Desde então, as novas<br />

decisões editoriais provocaram<br />

uma guinada de 180 graus na cobertura<br />

da Al-Hurra, dando-lhe - por mais<br />

incrível que isto pareça - um viés visivelmente<br />

pró-islamista e anti norteamericano.<br />

Tão radical foi a mudança<br />

no conteúdo deste canal via satélite,<br />

que dois deputados (um republicano<br />

de Indiana e um democrata da Flórida)<br />

pediram à Secretária de Estado<br />

Condoleeza Rice que ordene uma investigação<br />

a respeito, tanto que o parlamentar<br />

reformista e secular iraquiano<br />

Mithal al-Alusi comentou: "Até<br />

agora, estávamos tão felizes com a Al-<br />

Hurra... Mas não mais".<br />

A gota que entornou o vaso da tolerância<br />

a respeito da autoflagelação<br />

do Sr. Register (tão típica, sublinhemos,<br />

dos jornalistas progressistas da<br />

CNN) foi a cobertura ao vivo e total,<br />

durante mais de 70 minutos, de um discurso<br />

virulento do líder do Hezbolá Hasan<br />

Nasrallah, seguida de um comen-<br />

tário por parte de um funcionário libanês<br />

que criticou Nasrallah por não ter<br />

sido suficientemente anti-israelense e<br />

anti norte-americano. Segundo Joel<br />

Mowbray - um jornalista independente<br />

que denunciou todo este assunto,<br />

originalmente nas páginas do The Wall<br />

Street Journal - isto não fazia mais que<br />

afirmar uma nova política editorial de<br />

dar cobertura amigável aos terroristas<br />

da Al-Qaeda e do Hamas, cujos exageros,<br />

falsidades ou difamações raras<br />

vezes eram questionadas. Por exemplo,<br />

quando em 9 de fevereiro último,<br />

os palestinos protestaram com violência<br />

as construções que a Prefeitura de<br />

Jerusalém passou a fazer para melhorar<br />

a segurança no Monte do Templo,<br />

a Al-Hurra realizou uma cobertura de<br />

"notícias de último momento" de quase<br />

duas horas, superando assim em<br />

meia hora a rede Al-Jazeera, e assegurou-se<br />

para que Ikrima Sabri, o imã<br />

da mesquita Al-Aqsa e ex-mufti de Jerusalém<br />

designado na ocasito por Yasser<br />

Arafat, tivesse o espaço suficiente<br />

para acusar Israel de disparar armas<br />

e lançar bombas dentro da mesquita<br />

e depois proibir a entrada de<br />

médicos para auxiliar os feridos. Alguns<br />

meses antes, em 12 de dezembro<br />

de 2006, a Al-Hurra esteve presente<br />

en Teerã na ocasião da conferência<br />

negacionista, dando espaço a famosos<br />

negadores tais como o norte-americano<br />

David Duke e o francês Robert<br />

Faurrison, os quais propagaram suas<br />

posturas mentirosas sem ser interpelados<br />

pelo correspondente da Al-Hurra<br />

que, de sua parte se referiu aos críticos<br />

destes negadores como "defensores<br />

do Holocausto". (Ficaram para<br />

trás os tempos de Mouafac Harb quando<br />

a Al-Hurra cobriu o 60º aniversário<br />

da libertação de Auschwitz e entrevistou<br />

Elie Wiesel; algo vanguardista para<br />

um canal de TV em língua árabe). Segundo<br />

informou Joel Mowbray, seis<br />

semanas mais tarde, em 20 de janeiro<br />

do corrente ano, a Al-Hurra exibiu um<br />

especial sobre os Neturei Karta, o excêntrico<br />

grupo de judeus ultraortodoxos<br />

que participaram da reunião de<br />

negadores na capital iraniana, dando<br />

entrevistas nas quais eles asseguravam<br />

que "os sionistas" haviam queimado<br />

suas sinagogas, novamente,<br />

sem questionamento algum por parte<br />

do correspondente deste canal via satélite,<br />

que além do mais, afirmou que<br />

o Neturei Karta possuía mais de um<br />

milhão de membros quando na realidade<br />

possui apenas uns millares de<br />

simpatizantes, tal como indica o próprio<br />

website desse grupo. Poderíamos<br />

continuar, mas o panorama já é claro.<br />

Esta é a história de como um canal<br />

estabelecido para atuar como contrapeso<br />

à propaganda anti-ocidental da<br />

Al-Jazeera e da Al-Arabiya, acabou se<br />

transformando num competidor destes<br />

canais na promoção do anti-ocidentalismo<br />

islamista. O equivalente histórico<br />

a este fato seria imaginar que a Rádio<br />

Free Europe durante a Guerra Fria<br />

fizesse uma cobertura benigna ao Kremlin,<br />

ou a BBC oferecendo espaço aos<br />

nazistas para criticar Winston Churchill<br />

durante a Segunda Guerra Mundial. Tal<br />

como assinalou um editorial do Wall<br />

Street Journal: "A Al-Hurra pode ser uma<br />

ferramenta útil na batalha das idéias<br />

que é crucial para a guerra contra o<br />

extremismo islâmico. Mas se ela e também<br />

suas emissões irão meramente<br />

prover outra plataforma para a propaganda<br />

anti norte-americana, quem precisa<br />

delas?".<br />

Síria entrega proposta para acordo de paz com Israel<br />

O presidente da Síria, Bashar Assad,<br />

revelou dia 4/9, que Damasco entregou<br />

aos mediadores turcos o esboço de uma<br />

proposta para a paz com Israel e informou<br />

que seu governo aguarda a resposta<br />

israelense para que o próximo passo<br />

possa ser a realização de negociações<br />

diretas. No entanto, o líder sírio anunciou<br />

que a próxima reunião de negociações<br />

indiretas entre seu país e Israel,<br />

que aconteceria na Turquia, foi adiada<br />

em função da renúncia do chefe da<br />

equipe de negociação israelense e depende<br />

de quem será o próximo premiê<br />

e de sua intenção de fazer ou não a paz<br />

com a Síria.<br />

O primeiro-ministro de Israel, Ehud<br />

Olmert, anunciou que estava demissionário<br />

do cargo em setembro, assim que<br />

seu partido, o Kadima, definisse quem<br />

o sucederia, no caso Tzipi Livni. Olmert<br />

é investigado em um caso de corrupção.<br />

Conseqüentemente, a incerteza políti-<br />

ca em Israel afeta o andamento dos contatos<br />

de paz tanto com os sírios quanto<br />

com os palestinos.<br />

O governo israelense recusou-se a<br />

emitir comentário sobre o anúncio de<br />

Assad. As negociações entre Damasco e<br />

Tel-Aviv têm sido realizadas por intermédio<br />

do governo da Turquia.<br />

Em conversa com jornalistas em<br />

Damasco, Assad observou também<br />

que as negociações diretas talvez tenham<br />

que esperar a posse do próximo<br />

presidente dos Estados Unidos, em janeiro<br />

do ano que vem, num reconhecimento<br />

explícito à importância do<br />

apoio americanos às negociações. Ele<br />

não forneceu mais detalhes.<br />

Os comentários do presidente sírio<br />

foram feitos na abertura de uma reunião<br />

de cúpula com líderes da França, da Turquia<br />

e do Qatar sobre a estabilidade e a<br />

paz no Oriente Médio. A Síria pede a Israel<br />

que lhe devolva as Colinas de Go-<br />

lan, tomadas em 1967, e insiste que as<br />

negociações de paz só darão certo com<br />

mediação americana. Mas isto é improvável<br />

sob o presidente George W. Bush,<br />

que acha a Síria um aliado do Irã e de<br />

grupos hostis aos interesses de seu país.<br />

Colinas Colinas de de Golan Golan<br />

Golan<br />

Israel e Síria são inimigos e as tentativas<br />

de alcançar a paz fracassaram várias<br />

vezes no passado, a última delas em<br />

2000. Houve três guerras entre ambos,<br />

além de combates no Líbano. A paz com<br />

a Síria exigiria de Israel a retirada das<br />

Colinas de Golan, uma área estratégica<br />

capturada em 1967, na Guerra dos Seis<br />

Dias, e depois anexada. Hoje, as colinas<br />

são moradia de 18 mil israelenses, e<br />

quase o mesmo número de árabes drusos,<br />

que se consideram cidadãos sírios.<br />

As forças dos dois países são separadas<br />

por capacetes azuis das Nações Unidas.<br />

Os israelenses em geral consideram<br />

o Golan uma importantezonatampão<br />

contra um<br />

eventual ataque<br />

da Síria. Com seus<br />

vinhedos e pequenas<br />

pousadas,<br />

a região também é<br />

uma atração popular<br />

entre os turistas<br />

israelenses.<br />

Israel, por sua<br />

vez, quer que a Síria<br />

- que oferece<br />

refúgio para grupos<br />

militantes<br />

como o Hamas e a<br />

As colinas de Golan, exigência da Síria para<br />

Jihad Islâmica e<br />

firmar a paz com Israel<br />

apóia o grupo libanês<br />

xiita Hezbolá - se distancie dessas organizações<br />

e também do Irã. Essas condições,<br />

porém, parecem ter sido retiradas<br />

ou ao menos flexibilizadas no momento.


VISÃO JUDAICA outubro de 2008 Tishrê / Cheszvan 5769<br />

Israel vira terra de exílio dos refugiados da África<br />

Benjamin Barthe *<br />

uma rua reservada para<br />

pedestres, imprensada<br />

entre as duas estações<br />

rodoviárias de Tel-Aviv.<br />

Agências de câmbio, lanchonetes<br />

que vendem<br />

"shawarma" (sanduíches típicos<br />

à base de carne), cabeleireiros especializados<br />

nos cortes de tipo "afro",<br />

e lojas de equipamentos de telefonia<br />

estão enfileirados numa extensão de<br />

300 metros de asfalto em mau estado,<br />

numa rua coberta por embalagens gordurosas<br />

jogadas ali pelos usuários. Nesta<br />

área, não há nenhum surfista estilizado,<br />

e tampouco qualquer jovem executivo<br />

apressado. Invadido pela cacofonia<br />

das buzinas e pelos gases de escapamento<br />

dos microônibus, o bairro<br />

de Neve Sha'anan há muito foi desertado<br />

pela fauna antenada de Tel-Aviv.<br />

Aqui, vivem aqueles que foram deixados<br />

para trás pelo crescimento econômico israelense,<br />

os marginais de toda laia. E,<br />

num movimento que vem ocorrendo há<br />

um ano, também moram aqui milhares<br />

de refugiados, oriundos em sua maioria<br />

do Sudão e da Eritréia, os quais conferem<br />

a este lugar uma aura improvável de "Little<br />

Africa" (Pequena África).<br />

Ismail Ahmed é um desses imigrantes<br />

recém-chegados. Este pai de família<br />

bonachão que aparenta ter 40 anos é um<br />

sobrevivente dos massacres do Darfur.<br />

Ele abriu no início de abril um pequeno<br />

cibercafé. Nele, as crianças sudanesas<br />

costumam reunir-se para intermináveis<br />

partidas de videogames on-line. À noite,<br />

Ismail dá aulas de inglês e de informática<br />

para os seus pais. À medida que<br />

ele vai sendo bem-sucedido, Ismail se<br />

prepara para renovar seu parque de<br />

computadores. Na vitrine do café, ele<br />

dependurou uma grinalda de bandeiras<br />

cunhadas com a estrela de Davi. Ele assim<br />

fez para expressar o seu profundo<br />

reconhecimento pelo seu país de adoção.<br />

As bandeirinhas são as testemunhas<br />

do percurso inesperado que ele efetuou<br />

no espaço de um ano.<br />

Foi no dia 1º de julho de 2007 que<br />

Ismail pisou pela primeira vez o solo de<br />

Israel, junto com a sua mulher Halima e<br />

seus quatro filhos. "Faltavam quinze<br />

para as 11h da manhã, precisamente",<br />

diz. Após uma caminhada extenuante de<br />

sete horas pelo deserto do Sinai, a família<br />

havia conseguido enganar a vigilância<br />

das tropas egípcias e encontrar um<br />

caminho para transpor a cerca de aramefarpado<br />

que marca a fronteira com o Estado<br />

judaico. "Nós empreendemos a viagem<br />

a partir do Cairo, amontoados na<br />

traseira da picape do nosso passador beduíno;<br />

todos nós tínhamos um cobertor<br />

sobre a cabeça", conta Ismail. Após terem<br />

descansado durante 24 horas num<br />

acampamento a pouca distância da fronteira,<br />

e após terem enfrentado uma derradeira<br />

caminhada por uma trilha de cascalho,<br />

os refugiados avistam finalmente<br />

o alvo que tanto almejavam.<br />

"Havia um barranco de cerca de 60<br />

metros de comprimento, completamente<br />

a descoberto", prossegue. "Nós deixamos<br />

para trás todos os nossos apetrechos,<br />

até mesmo as garrafas de água. O<br />

guia nos disse que caso ouvíssemos disparos<br />

de armas, era preciso mesmo assim<br />

continuar correndo. Nós fizemos<br />

uma breve oração, eu peguei uma das<br />

crianças, coloquei-a sobre as minhas<br />

costas, segurei outra pela mão, e começamos<br />

a correr em disparada. Cinco minutos<br />

mais tarde, estávamos num caminho<br />

de areia, do outro lado da fronteira.<br />

Deliberadamente, nós fizemos questão<br />

de deixar as marcas dos nossos passos.<br />

Uma hora mais tarde, um jipe do exército<br />

israelense apareceu e os soldados nos<br />

deram carona. Estávamos a salvo".<br />

Da mesma forma que Ismail e sua<br />

família, milhares de africanos se infiltraram<br />

em Israel nestes últimos meses.<br />

A antena do Alto-Comissariado para os<br />

refugiados em Tel-Aviv recenseou cerca<br />

de 4.000 eritreus e 3.500 sudaneses. Até<br />

então, a maioria dentre eles vivia no<br />

Cairo. Quase todos são opositores do regime<br />

de Asmara, que impõe com mão<br />

de ferro na Eritréia um socialismo autoritário<br />

à cubana; ou ainda, sobreviventes<br />

do sul do Sudão ou do Darfur, onde<br />

os janjawids, milicianos a cavalo a serviço<br />

da ditadura de Cartum, espalham o<br />

terror. As reportagens que o fotógrafo e<br />

jornalista Yonathan Weitzman realizou<br />

de agosto de 2006 a agosto de 2008 documentam<br />

a chegada caótica desses imigrantes<br />

a Israel, desde a perigosa passagem<br />

da fronteira até o momento em que<br />

eles são acolhidos pelas autoridades. Estas,<br />

por sua vez, não sabiam ao certo se<br />

elas deviam decretar sua detenção, sua<br />

recondução até a fronteira, ou fornecerlhes<br />

uma autorização para residência<br />

temporária.<br />

As soluções que elas estudaram para<br />

o problema foram mudando à medida que<br />

o afluxo de refugiados foi se tornando<br />

mais amplo. Na origem do fenômeno estava<br />

a repressão sangrenta de uma manifestação,<br />

pela polícia egípcia, no Cairo,<br />

em dezembro de 2005, que havia provocado<br />

a morte de 27 pessoas. De um dia<br />

para o outro, centenas de famílias tomaram<br />

a decisão de fugirem para Israel. Considerados<br />

como os súditos de um "país<br />

inimigo", os refugiados sudaneses foram<br />

inicialmente encarcerados.<br />

Contudo, diante da população excessiva<br />

nas prisões, e frente à pressão<br />

da opinião pública, comovida pelos relatos<br />

de "genocídio" no Darfur, as autoridades<br />

locais foram obrigadas a libertar<br />

uma parte dos refugiados. Os felizes<br />

eleitos se aproveitaram então da situação<br />

para conseguirem emprego nos kibutz<br />

ou nos hotéis de Eilat, uma cidade<br />

de veraneio no mar Vermelho. Essa "sorte<br />

grande" acaba chegando aos ouvidos<br />

daqueles que haviam permanecido no<br />

Cairo que, por sua vez, empreendem a<br />

mesma viagem pelas trilhas do deserto<br />

do Sinai. Na esteira do movimento, congoleses,<br />

marfinenses e ganenses que<br />

procuram fugir da miséria do seu país,<br />

também resolvem arriscar sua sorte.<br />

No verão de 2007, quando percebem<br />

que perderam todo controle sobre aquilo<br />

que um dos seus dirigentes qualifica<br />

de "tsunami humano", as autoridades<br />

de Israel resolveram tomar medidas<br />

mais drásticas. Uma construção anexa<br />

para a prisão de Ketziot, no meio do deserto<br />

do Neguev, foi construída às pressas.<br />

No mês de agosto, violando a Convenção<br />

das Nações Unidas sobre os refugiados<br />

da qual ele é signatário, o Estado<br />

judeu enviou de volta para o Egito,<br />

48 refugiados que estavam pedindo asilo,<br />

em sua maioria foragidos do Darfur.<br />

A medida desencadeou na opinião pública<br />

uma indignação tão grande que ela<br />

incitou o governo a emitir um mês mais<br />

tarde autorizações para residência temporária,<br />

para 600 refugiados sudaneses.<br />

Paralelamente, o primeiro-ministro<br />

Ehoud Olmert intimou o seu vizinho<br />

egípcio a não deixar passar mais ninguém<br />

pela sua fronteira. A mensagem<br />

foi bem recebida. Daqui para frente, as<br />

tropas que ocupam posições no Sinai<br />

passam a atirar em todo e qualquer indivíduo<br />

que tentar passar a fronteira. As<br />

autoridades do Cairo falam em 16 mortos<br />

desde o começo do ano, mas, segun-<br />

do afirma Sigal Rozen, do Fórum para os<br />

direitos dos refugiados, "o número é de<br />

fato muito mais importante. Há cadáveres<br />

ao longo da fronteira que ninguém<br />

se habilita a recolher". Atualmente, o<br />

ritmo das chegadas diminuiu.<br />

Da mesma forma que Ismail, os sudaneses<br />

de Israel se esforçam para construírem<br />

uma nova vida. Mas esta empreitada<br />

tem sido dificultada pelas hesitações<br />

do governo em relação à questão. "Ninguém<br />

aqui consegue compreender o que<br />

Israel pretende fazer ao certo", diz Mohyeddin<br />

Abdallah, o patrão de um pequeno<br />

café de Neve Sha'anan, que também<br />

é utilizado como hotel improvisado pelos<br />

sudaneses sem domicílio. "Até hoje,<br />

nenhuma decisão foi tomada a respeito<br />

do nosso estatuto". A esse respeito, o<br />

mais recente sinal que foi transmitido<br />

pelo governo não é nem um pouco tranqüilizador.<br />

O seu projeto de lei sobre "a<br />

prevenção das infiltrações" foi aprovado<br />

em primeira leitura pelos deputados da<br />

Knesset. Ele pune por meio da deportação<br />

ou com uma pena de cinco a sete anos<br />

de prisão toda pessoa que entrar ilegalmente<br />

em Israel. Daqui para frente, os<br />

que se habilitam a atravessar o deserto<br />

do Sinai sabem o que espera por eles.<br />

Tradução: Jean-Yves de Neufville<br />

Relator da ONU justifica terrorismo dos<br />

palestinos e abre polêmica<br />

23<br />

Marcelo Ninio *<br />

Um relatório preparado por um investigador das Nações Unidas afirma que o terrorismo<br />

palestino é "conseqüência inevitável" da ocupação israelense e pode ser comparado à resistência<br />

ao nazismo e à luta contra o apartheid, o antigo regime de segregação racial da África do Sul.<br />

A comparação enfureceu a diplomacia israelense, que considerou o documento uma espécie de<br />

luz verde da organização ao terror.<br />

O documento preparado por John Dugard, investigador independente da ONU para o conflito<br />

entre Israel e os palestinos, foi apresentado no dia 17 de março no Conselho de Direitos Humanos<br />

da organização. Em um de seus trechos mais polêmicos, Dugard diz que é preciso lembrar o<br />

"contexto histórico" ao analisar a violência palestina.<br />

"A história está repleta de exemplos de ocupações militares às quais se resistiu com violência,<br />

atos de terror. A ocupação alemã foi resistida por muitos países europeus durante a Segunda<br />

Guerra", exemplifica, sem distinguir ações contra militares das que atingem civis.<br />

Dugard, um advogado sul-africano que se engajou na luta contra o apartheid nos anos 80,<br />

também separa o terrorismo em categorias, fazendo distinção entre atos como o 11 de Setembro<br />

e os atentados palestinos. "O senso comum manda que uma distinção seja feita entre atos<br />

de terror indiscriminado, como os da Al Qaeda, e os cometidos em uma guerra de libertação<br />

nacional", diz ele.<br />

O embaixador de Israel em Genebra, Yitzhak Levanon, considerou ultrajante a insinuação de<br />

que a ocupação dos territórios palestinos tem o mesmo peso do nazismo, responsável pelo<br />

extermínio de seis milhões de judeus. Para Levanon, o relatório demonstra ignorância e insensibilidade<br />

ao relativizar o terror. "Durgan diz que a Al Qaeda é criminosa, mas que o terror palestino<br />

é resistência. Mas não diz que os dois têm o mesmo objetivo: matar civis inocentes."<br />

Para Dugard, a ocupação dos territórios palestinos, que em 2007 completou 40 anos, torna o<br />

terror compreensível. Ainda que os atos terroristas palestinos devam ser condenados, diz, "eles<br />

precisam ser entendidos como uma conseqüência dolorosa, mas inevitável, do colonialismo, do<br />

apartheid ou da ocupação".<br />

Hillel Neuer, diretor da ONG UN Watch, que monitora os trabalhos da ONU, disse que as<br />

afirmações de Durgan dão legitimidade ao terror. "As afirmações estão entre as mais chocantes<br />

já pronunciadas por um representante da ONU", diz. "A organização já justificou o terror palestino<br />

implicitamente, mas nunca de maneira tão clara como Dugard."<br />

* Marcelo Ninio é jornalista. Publicado no jornal Folha de S.Paulo e no website<br />

www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft2902200805.htm<br />

* Benjamin Barthe é<br />

jornalista francês,<br />

correspondente do<br />

jornal Le Monde<br />

Diplomatique, com<br />

base em Ramallah, nos<br />

territórios palestinos.<br />

Le Monde Diplomatique<br />

adota uma linha<br />

esquerdista, terceiromundista<br />

e antiglobalizaçãoneoliberal,<br />

inserindo-se<br />

entre a imprensa mais<br />

crítica a Israel, sob os<br />

mais variados<br />

aspectos.


24<br />

VISÃO JUDAICA outubro de 2008 Tishrê / Cheszvan 5769<br />

Jack Terpins, presidente da Conib; Tzipora Rimon, ex-embaixadora de<br />

Israel no Brasil e o novo embaixador de Israel em Brasília, Giora<br />

Becher, além do embaixador do Brasil em Israel, Pedro Motta Pinto<br />

Coelho prestigiaram a festa do Kibutz Bror Chail<br />

Um painel com fotos contou a história do Habonim Dror na<br />

festa de Bror Chail<br />

Kibutz de brasileiros comemora<br />

60 anos com muita festa em Israel<br />

Dois dos organizadores da<br />

grande festa<br />

Aconteceu no Kibutz Bror Chail, na região Shaar HaNegev, proximidades<br />

da cidade Sderot, o evento comemorativo dos 60 anos<br />

de aliá do Movimento Dror (hoje Habonim Dror) do Brasil, e dos 60<br />

anos da fundação do kibutz. O evento constou de duas partes: a<br />

primeira foi o encontro de confraternização dos chaverim que chegaram<br />

desde 1948, nos diversos grupos de aliá, até os dias de hoje.<br />

Participaram mais de 500 pessoas, inclusive algumas dezenas<br />

que foram do Brasil especialmente para este festejo e o embaixador<br />

do Brasil em Israel, Pedro Motta Pinto Coelho, a embaixadora<br />

Tzipora Rimon, que recém retornou de sua missão no Brasil; o novo<br />

embaixador de Israel no Brasil, Giora Becher, e o ex-embaixador<br />

Yakov Keinan, além das delegações da Conib, encabeçada pelo presidente<br />

Jack Terpins e de várias Federações Israelitas de diversos<br />

Estados brasileiros. De Curitiba, entre outros esteve presente também<br />

Sara Schulman, presidente do Instituto Cultural Judaico Brasileiro<br />

Bernardo Schulman.<br />

Houve uma exposição fotográfica retrospectiva,<br />

com cerca de 300 fotos, desde a época da fundação<br />

do movimento até os dias atuais, e uma<br />

exposição de trabalhos artísticos dos chaverim.<br />

Depois, foi realizado um jantar em volta da piscina,<br />

seguida por uma apresentação que contou<br />

com a participação de membros (atuais e antigos)<br />

do kibutz, dos 8 aos 80 anos, juntamente com o<br />

grupo brasileiro do Shnat Hachshará. Desta parte,<br />

participaram mais de 1.200 pessoas.<br />

Shmuel Yerushalmi (Jerusa), coordenador da<br />

Comissão Organizadora, discursou sobre a contribuição<br />

desta aliá para o desenvolvimento do<br />

país, e sua repercussão ao redor do mundo, inclusive<br />

no Brasil. Os fundadores do kibutz, membros<br />

do Movimento Hechalutz do Egito, foram homenageados<br />

com a "Honra ao Mérito", recebida por<br />

representantes das famílias. A noite terminou com<br />

animado samba. O presidente Shimon Peres, que não pode comparecer<br />

devido à sua presença na Assembléia Geral da ONU, enviou<br />

uma calorosa saudação gravada em vídeo, que foi projetada, arrancando<br />

uma prolongada salva de aplausos.<br />

Embaixador do Brasil em Israel, Pedro Motta Pinto<br />

Coelho fala durante as comemorações dos 60 anos<br />

do kibutz Bror Chail e do Habonim Dror<br />

Discurso durante o evento que aconteceu no dia 25 de setembro em Israel

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