VJ OUT 2008.p65 - Visão Judaica
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2<br />
editorial<br />
VISÃO JUDAICA • outubro de 2008 Tishrê / Cheszvan 5769<br />
Publicação mensal independente da<br />
EMPRESA JORNALÍSTICA VISÃO<br />
JUDAICA LTDA.<br />
Redação, Administração e Publicidade<br />
visaojudaica@visaojudaica.com.br<br />
Curitiba • PR • Brasil<br />
Fone/fax: 55 41 3018-8018<br />
Dir. de Operações e Marketing<br />
SHEILLA FIGLARZ<br />
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HANA KLEINER<br />
Diretor de Redação<br />
SZYJA B. LORBER<br />
Publicidade<br />
DEBORAH FIGLARZ<br />
Arte e Diagramação<br />
SONIA OLESKOVICZ<br />
Webmaster<br />
RAFFAEL FIGLARZ<br />
Colaboram nesta edição:<br />
Andrei Netto, Antônio Carlos Coelho, Barry<br />
Rubin, Benjamin Barthe, Breno Lerner, Daniel<br />
Pipes, Dori Lustron, Egon Friedler, Heitor de<br />
Paola, Jane Bichmacher de Glasman, Julián<br />
Schvindlerman, Marcelo Ninio, Olavo de<br />
Carvalho, P. Celdrán, Rina Castelnuovo, Roberto<br />
Romano, Sérgio Feldman e Yossi Groisseoign<br />
<strong>Visão</strong> <strong>Judaica</strong> não tem responsabilidade sobre<br />
o conteúdo dos artigos, notas, opiniões ou<br />
comentários publicados, sejam de terceiros<br />
(mencionando a fonte) ou próprios e assinados<br />
pelos autores. O fato de publicá-los não indica<br />
que o <strong>VJ</strong> esteja de acordo com alguns<br />
dos conceitos ou dos temas.<br />
Contém termos sagrados, por isso trate<br />
com respeito esta publicação.<br />
www.visaojudaica.com.br<br />
Este jornal é um veículo independente<br />
da Comunidade Israelita do Paraná<br />
Quem é o responsável pela crise?<br />
á exatamente dois atrás, a jornalista,<br />
escritora e filóloga espanhola<br />
Pilar Rahola, numa entrevista<br />
ao jornal argentino La<br />
Nación, dizia: “A ONU atua como<br />
escrava do mundo islâmico”. Ela sabia<br />
muito bem o que dizia. Uma amostra<br />
perfeita disso foi testemunhada em 23<br />
de setembro de 2008 no discurso racista<br />
do presidente do Irã, Ahmadinejad,<br />
na Assembléia Geral das Nações<br />
Unidas, aplaudido por parte dos líderes<br />
mundiais presentes, sem uma contestação<br />
sequer, a não ser do presidente<br />
de Israel, Shimon Peres.<br />
Seria exagero afirmar que as palavras<br />
de Ahmadinejad<br />
na ONU foram<br />
racistas? Vejamos:<br />
“...Se os<br />
judeus donos das<br />
finanças internacionais<br />
dentro e<br />
fora da Europa<br />
chegassem a ter<br />
outra vez êxito,<br />
arrastando as nações até uma nova<br />
Guerra Mundial, então o resultado não<br />
será a ‘bolchevização’ do mundo e por<br />
fim a vitória dos judeus, mas a aniquilação<br />
da raça judaica em toda a Europa!”.<br />
Estas palavras são do discurso<br />
de Adolf Hitler no Reichstag, o parlamento<br />
alemão, em 30 de janeiro de<br />
1939, numa sessão na qual se comemorava<br />
o sexto aniversário da chegada<br />
ao poder dos nazistas. "...Um pequeno<br />
grupo de embusteiros sionistas<br />
domina os centros financeiros e monetários<br />
e apesar de seu número ser<br />
minúsculo, eles dominam os centros<br />
de tomada de decisões políticas nos<br />
países europeus e nos Estados Unidos.<br />
Mas é iminente a chegada do fim<br />
do regime sionista". Estas são palavras<br />
de Ahmadinejad na Assembléia<br />
Geral da ONU. As mensagens são<br />
muito parecidas. Uma é de 1939, e<br />
outra de alguns dias atrás. Assim como<br />
os que aplaudiram Hitler não imaginavam<br />
aonde isso os levaria, os que<br />
aplaudiram “Adolfinejad” não imagi-<br />
ACENDIMENTO DAS VELAS<br />
EM CURITIBA<br />
outubro e novembro 2008<br />
Shabat e data especial<br />
DATA HORA<br />
21/101 19h01<br />
24/10 18h07<br />
31/10 18h12<br />
7/11 18h17<br />
14/11 18h22<br />
21/11 18h27<br />
28/11 18h32<br />
1 - Simchat Torá<br />
Datas importantes<br />
21 de outubro<br />
22 de outubro<br />
25 de outubro<br />
1º de novembro<br />
8 de novembro<br />
15 de novembro<br />
22 de novembro<br />
Shemini Atsêret<br />
Simchat Torá<br />
Shabat / Bereshit<br />
Shabat / Noach<br />
Shabat / Lech Lechá<br />
Shabat / Vaierá<br />
Shabat / ChaIê Sará<br />
Nossa capa<br />
nam onde podem terminar suas declarações.<br />
Em 1939 o objetivo de Hitler<br />
era o povo judeu. Hoje, o objetivo do<br />
ditador de Teerã é o Estado de Israel.<br />
Os que aplaudiram o boquirroto<br />
iraniano, e os que se deixam levar por<br />
sua conversa racista, de que a culpa<br />
pela crise econômica que afeta os EUA<br />
e o resto do mundo é dos judeus, esquecem-se<br />
de um detalhe importante:<br />
Ahamadined é, antes de tudo, o segundo<br />
maior exportador de petróleo do<br />
cartel da OPEP, que está impondo preços<br />
extorsivos aos países importadores,<br />
desde o primeiro choque de petróleo<br />
no rastro da guerra árabe-israelense<br />
do Iom Kipur, em 1973, quando<br />
quadruplicou o preço do barril do óleo,<br />
fazendo-o pular de US$ 3 para US$ 11,<br />
a pretexto de que o produto se transformara<br />
em arma da "libertação da<br />
Palestina”. Assim, o cartel espoliou os<br />
paises que importam petróleo. O comércio<br />
cartelizado do óleo rende fabulosos<br />
lucros que são aplicados pelo<br />
Irã de Ahamadinejad na indústria bé-<br />
A capa reproduz a obra de arte cujo título<br />
é "O guardião da Torá", elaborada<br />
com a técnica litografia e dimensões<br />
de 70 x 50 cm, criação de Aristide Brodeschi.<br />
O autor nasceu em Bucareste,<br />
Romênia, é arquiteto e artista plástico,<br />
e vive em Curitiba desde 1978. Já<br />
desenvolveu trabalhos em várias técnicas,<br />
dentre elas pintura, gravura e tapeçaria.<br />
Recebeu premiações por seus<br />
trabalhos no Brasil e nos EUA. Suas<br />
obras estão espalhadas por vários países<br />
e tem no judaísmo, uma das principais<br />
fontes de inspiração. É o autor<br />
das capas do jornal <strong>Visão</strong> <strong>Judaica</strong>. (Para<br />
conhecer mais sobre ele, visite o site<br />
www.brodeschi.com.br).<br />
Humor judaico<br />
lica para destruir Israel, e no fomento<br />
ao terrorismo internacional, deixando<br />
a população iraniana no 94º lugar do<br />
rol de Desenvolvimento Humano. E em<br />
cinco anos o preço multiplicou de US$<br />
25 em 2003 para US$ 140 em 2007.<br />
Como os custos dos adubos e dos<br />
transportes dos alimentos dependem<br />
dos preços do barril do óleo, de onde<br />
deriva a matéria-prima dos fertilizantes<br />
e combustíveis, o choque da OPEP<br />
impactou nos mantimentos básicos<br />
tornando-os inacessíveis para os países<br />
pobres importadores do 3º e 4º<br />
Mundos, causando uma endemia de<br />
fome em quase um bilhão de seres<br />
humanos, uma crise humanitária das<br />
mais graves da história.<br />
Em suma: quem é o responsável<br />
pela crise, um "pequeno grupo de<br />
embusteiros sionistas" ou o próprio<br />
Ahmadinejad e seus camaradas exportadores<br />
do cartel petroleiro que<br />
espoliam o mundo? Por que ficamos<br />
surdos, mudos e cegos diante da<br />
realidade dos fatos?<br />
A Redação<br />
Um livreiro ia receber a visita do grande escritor Gershon Scholem. Para<br />
adulá-lo, mandou colocar suas obras em todas as estantes da livraria. Nem<br />
bem entrou, Scholem ficou surpreso com a ocorrência; mas não pôde deixar<br />
de perguntar ao livreiro:<br />
- E onde estão as obras dos demais autores?<br />
- Oy vey*, respondeu o livreiro: as vendi todas!<br />
* Expressão em iídiche que corresponde mais ou menos a Oh, não!, no sentido<br />
de consternação, aflição, pesar ou mesmo surpresa.
Sérgio Feldman *<br />
ra uma música cantada<br />
pela Elis Regina nos<br />
anos setenta. Intitulava-se<br />
"Como nossos<br />
pais". Eu acho que o autor<br />
era um compositor e também<br />
cantor denominado Belchior.<br />
Lembro que eu assisti o show "Falso<br />
Brilhante" no antigo Teatro Record,<br />
em São Paulo, e lá eu ouvi pela<br />
primeira vez a música. Ela era uma<br />
musica de protesto que exaltava o<br />
novo e criticava o conservadorismo.<br />
Mas deixava sutilmente a dica de<br />
que "apesar de termos feito o que<br />
fizemos [...] nós ainda somos os<br />
mesmos e vivemos como os nossos<br />
pais". Eu não sabia ler a dica e só<br />
ficava na revolta juvenil e na sensação<br />
de que mudaríamos o mundo e<br />
seríamos os que fariam o que outros<br />
antes de nós não ousaram e<br />
tampouco fizeram. Saudável e linda<br />
fase. Éramos jovens e idealistas<br />
e ainda hoje considero abençoados<br />
os jovens que ontem, hoje e sempre<br />
trouxeram as transformações e<br />
as novidades. O motor dos avanços<br />
e de modernidade são os jovens. Podem<br />
e devem ousar e por vezes até<br />
incorrer nos erros, pois ao romper<br />
padrões fazem a renovação e ajudam<br />
o mundo a seguir adiante. Sou<br />
educador, pois acredito nos jovens.<br />
Mas [...] acabaram as bandeiras.<br />
Era a época que Marcuse ainda<br />
dizia que os estudantes eram a força<br />
motriz da mudança social. Nos<br />
idos de 1968 esta força se fez ouvir<br />
e ecoou com força em Paris, nos<br />
EUA e no Brasil, entre outros lugares.<br />
Momentos de profundo romantismo<br />
e idealismo. Uns estavam lutando<br />
pela revolução socialista; outros<br />
pela democracia em ditaduras<br />
de direita; eu e um punhado de jovens<br />
judeus sionistas e socialistas<br />
sonhávamos com o kibutz, misto de<br />
democracia com socialismo, sociedade<br />
onde a Justiça Social dos Profetas<br />
se mesclava com a realidade<br />
israelense e forjava um modelo social<br />
sem igual. Uma experiência magnífica<br />
e modelar: Só no kibutz se<br />
conciliou socialismo e democracia.<br />
Defeitos à parte e críticas de lado:<br />
uma sociedade diferenciada.<br />
Isto foi nos idos de sessenta e<br />
setenta. Hoje, alguns de nossos<br />
amigos ainda permanecem em alguns<br />
dos kibutzim. Mas são poucos.<br />
Em setembro passado, há cerca de<br />
um mês celebraram-se os sessenta<br />
anos da fundação de Bror Chail um<br />
kibutz que teve elevado número de<br />
judeus brasileiros na sua formação<br />
e aonde ainda hoje se fala o português.<br />
Minha filha está em Israel e<br />
Como nossos pais...<br />
minha esposa Iara foi visitá-la: ambas<br />
participaram desta comemoração<br />
tão significativa juntos com<br />
muitos jovens do Habonim Dror do<br />
Brasil. Emoção de alto nível. No<br />
caso das duas estavam representando<br />
três gerações de ativistas do<br />
movimento juvenil. O fato que se<br />
celebrou uma lembrança do passado<br />
e das idéias e ideais que se pulverizaram;<br />
o kibutz acabou na prática<br />
e restam poucos que ainda mantém<br />
suas características originais.<br />
Será que o sonho acabou? Em termos<br />
dos movimentos juvenis judaicos<br />
o que percebo é que sua função<br />
nesta geração é comunitária e social.<br />
Manter o Judaísmo nas comunidades<br />
e a continuidade da identidade.<br />
Ideais? Estão ou diluídos,<br />
ou são resquícios de uma outra<br />
era. Receio que sobre apenas um<br />
pouco: identidade judaica, amor a<br />
Israel, sociabilidade entre jovens e<br />
um pouco de "horizontes".<br />
Eu sempre soube que um dia<br />
acabaria ficando "careca, barrigudo<br />
e conservador". É a ordem natural<br />
das coisas. Acabamos por ter de<br />
entrar na "linha de produção" e aderir<br />
ao sistema. Não dá para estar na<br />
trincheira aos quarenta anos e seguir<br />
querendo mudar o mundo através<br />
da ação juvenil. E eu já estou<br />
perto dos sessenta. Um dia amadurecemos<br />
e somos devorados pela<br />
necessidade de ser produtivos e<br />
atuar na sociedade. Não apenas criticá-la<br />
e sonhar em mudá-la.<br />
Ainda assim me dediquei à educação<br />
judaica por cerca de um quarto<br />
de século e agora a formação universitária<br />
numa universidade pública.<br />
Eu sigo sendo um educador: ainda<br />
creio que temos de dar nossa<br />
contribuição aos avanços da sociedade.<br />
Ainda é possível ser pacifista,<br />
apoiar campanhas de defesa da ecologia<br />
(ainda que mitigadas pelo realismo<br />
do progresso), combater o<br />
racismo, ser solidário e por vezes<br />
participativo em projetos de ação<br />
social que ajudem a atenuar as profundas<br />
injustiças que existem no<br />
mundo. A pergunta que eu faço é: o<br />
que fazemos em nosso cotidiano<br />
para contribuir para estas nobres<br />
causas? E o que fazemos como judeus<br />
(os leitores não judeus podem<br />
ler isto como se fosse para eles também)<br />
em prol das idéias de nossa<br />
crença: propagar a justiça social,<br />
amenizar a violência e se possível<br />
extirpá-la da face da Terra, amar ao<br />
próximo como a si mesmo, lutar<br />
pela Paz e pela Justiça.<br />
Ensinamos nossos filhos a levantar<br />
as bandeiras que deixamos para<br />
trás ao nos inserirmos na linha de<br />
produção? Será que eles têm ideais<br />
para lutar? O kibutz acabou. Há outras<br />
bandeiras e ideais para nossos<br />
jovens? Internamente não estou<br />
percebendo. Será que sobraram<br />
bandeiras fora da realidade judaica?<br />
No que tange a realidade brasileira<br />
o panorama é semelhante. A esquerda<br />
chegou ao poder e se revela<br />
uma cópia xerox da direita: corrupta,<br />
politiqueira e sem princípios. A<br />
luta contra a ditadura se tornou uma<br />
bandeira do passado e se perdeu na<br />
História. Temos uma democracia<br />
consolidada (Amém) e instituições<br />
sólidas (D-us queira prossigam). Temos<br />
uma sociedade civil consolidada<br />
apesar de um lado do saudosismo<br />
de alguns revolucionários que<br />
ainda agitam e confundem suas cabeças<br />
com refrões maoístas, guevaristas<br />
ou da patética versão bolivariana;<br />
e de outro lado da nostalgia<br />
de alguns reacionários empedernidos<br />
que sonham com a volta das<br />
baionetas e do AI-5 como remédio<br />
para corrupção. O Brasil está numa<br />
fase relativamente boa. Mas para os<br />
jovens o que há para se oferecer?<br />
Este panorama eu percebi nas universidades<br />
nestes últimos anos.<br />
Vejo por um lado jovens nas universidades<br />
que se alienam das lutas<br />
sociais e das transformações.<br />
Uns por que trabalham e não têm<br />
tempo para se dispersar. Outros por<br />
que são alheios a qualquer causa<br />
social. Estão ali apenas para viver<br />
um período de estudos, fazer amigos<br />
e se divertir um pouco. Idealismo?<br />
Mudanças? Atuação na sociedade?<br />
Para quê? Estão descrentes<br />
nas mudanças e sem objetivos.<br />
Por outro lado, em alguns setores<br />
do movimento estudantil que subsiste<br />
vemos arcaicos bastiões de ideologias<br />
ultrapassadas. Resquícios da ditadura<br />
que se diluem em projetos ana-<br />
VISÃO JUDAICA outubro de 2008 Tishrê / Cheszvan 5769<br />
crônicos e fantasiosos. Sobraram camisetas<br />
de Guevara ou um caldo mal<br />
cozido de Fidel com o caudilho bolivariano<br />
de Hugo Chávez. Usando uma<br />
terminologia de Karl Marx na sua obra<br />
"18 do Brumário": se Guevara e Fidel<br />
nos anos sessenta eram a imagem da<br />
Revolução, hoje o que sobrou de Fidel<br />
e seu clone chavista é uma farsa e<br />
um blefe. Pobres jovens que têm que<br />
se inspirar nesta bandeira vazia de<br />
um caudilho. A política nacional não<br />
se distancia disto: a esquerda chegou<br />
ao poder e se diluiu na política,<br />
perdendo suas bandeiras, seus ideais<br />
e sua pureza de oposição. A corrupção,<br />
os acordos de partidos e o leilão<br />
do Estado se consumaram no<br />
mesmo estilo dantes.<br />
Não sobraram ideais. Eu lamento<br />
perceber que não há bandeiras.<br />
O que um jovem pode fazer é ação<br />
social, se engajar numa ONG, atuar<br />
em projetos de proteção ambiental<br />
ou em uma atividade de algum grupo<br />
de bairros carentes. Esta hora é<br />
a hora de pessoas de clarividência e<br />
que tenham poder econômico gerar<br />
projetos que não apenas insiram<br />
jovens no mercado através de concursos<br />
de "trainées" ou assemelhados.<br />
Os empresários deveriam investir<br />
em projetos que permitam os<br />
jovens fazer ação social e atuação<br />
na transformação da sociedade. Se<br />
a força dos jovens é a motriz da mudança<br />
devemos abrir frentes para<br />
eles atuarem e usarem suas energias<br />
criativas em prol da sociedade.<br />
Sem bandeiras os jovens ficarão vazios<br />
e o vácuo leva à violência, ao<br />
uso de drogas e aos excessos em<br />
geral. Precisamos de investimentos<br />
em bandeiras sociais para utilizar<br />
esta força transformadora de nossos<br />
jovens em prol da sociedade.<br />
SOS: A juventude pede passagem<br />
para o futuro poder chegar.<br />
3<br />
* Sérgio Feldman é<br />
doutor em História pela<br />
UFPR e professor de<br />
História Antiga e<br />
Medieval na<br />
Universidade Federal<br />
do Espírito Santo, em<br />
Vitória, e ex-professor<br />
adjunto de História<br />
Antiga do Curso<br />
de História da Universidade<br />
Tuiuti<br />
do Paraná.
4<br />
* Daniel Pipes é<br />
diretor do Fórum do<br />
Oriente Médio e<br />
colunista premiado<br />
dos jornais New York<br />
Sun e The Jerusalem<br />
Post. Este artigo foi<br />
publicado no The<br />
Jerusalem Post em 25<br />
de setembro de 2008<br />
e o original em inglês<br />
Appease Iran? Esta<br />
também publicado no<br />
site http://<br />
pt.danielpipes.org/<br />
article/5933 Tradução<br />
de Joseph Skilnik.<br />
VISÃO JUDAICA outubro de 2008 Tishrê / Cheszvan 5769<br />
epois de Hitler, a política de<br />
apaziguar ditadores - ridicularizada<br />
como alimentar<br />
um crocodilo por Winston<br />
Churchill, na esperança de<br />
ser a última vez - parecia estar<br />
permanentemente desacreditada.<br />
Entretanto esta política tem desfrutado<br />
algum sucesso e continua hoje<br />
sendo uma viva tentação no trato<br />
com a República Islâmica do Irã.<br />
Há muito tempo que acadêmicos<br />
têm desafiado a simples vilificação<br />
do apaziguamento. Já em<br />
1961, A.J.P. Taylor, da Oxford, justificou<br />
os esforços de Neville Chamberlain,<br />
ao passo que Christopher<br />
Layne, do Texas A&M, presentemente<br />
sustenta que Chamberlain "fez o<br />
melhor que pôde com as cartas que<br />
tinha". Daniel Treisman, cientista<br />
político da UCLA, acha a suposição<br />
geralmente aceita contra o apaziguamento<br />
de ser "forte demais"<br />
enquanto seu colega da Universidade<br />
da Flórida, Ralph B. A. Dimuccio<br />
a chama de "simplista".<br />
Neville Chamberlain declarou erroneamente<br />
"paz para o nosso tempo"<br />
no dia 30 de setembro de 1938.<br />
Talvez a forma mais convincente<br />
de tratar a tese pró-apaziguamento,<br />
do historiador britânico Paul M. Kennedy,<br />
que leciona na Universidade de<br />
Yale, é a sua proposição de que o apaziguamento<br />
tem uma longa e crível<br />
história. No seu artigo de 1976, "A<br />
Tradição de Apaziguamento na política<br />
externa britânica, 1865-1939",<br />
Kennedy definiu apaziguamento<br />
As Memórias do Livro<br />
Geraldine Brooks - Ediouro<br />
Daniel Pipes *<br />
<strong>VJ</strong> INDICA<br />
Inspirado na história verídica da Hagadá de Sarajevo, As Memórias<br />
do Livro é ao mesmo tempo um romance com importantes e envolventes<br />
fatos históricos e profunda intensidade emocional, num ambicioso<br />
e eletrizante trabalho realizado por uma premiada e aclamada<br />
escritora. Um raríssimo manuscrito judeu medieval, a Hagadá<br />
- que reconta o Êxodo cercado de ricas ilustrações, apesar das<br />
restrições rabínicas a elas -, reaparece na Bósnia em 1996. Este é o<br />
ponto de partida de "As Memórias do Livro - Romance sobre o<br />
Manuscrito de Sarajevo". Para recuperá-lo, Hanna Heath, uma<br />
restauradora australiana, viaja a Sarajevo a pedido da ONU, onde<br />
tenta desvendar vários mistérios que cercam a obra, entre eles<br />
como sobreviveu a séculos de anti-semitismo na Europa e quem<br />
teriam sido as pessoas que o preservaram em vários países. A<br />
última delas, um bibliotecário muçulmano, vira o objeto de paixão<br />
de Hanna. Australiana, Geraldine Brooks, que é também jornalista - cobriu conflitos<br />
no Oriente Médio, África e Bálcãs para o "The Wall Street Journal" -, recebeu em 2006<br />
o Pulitzer por "March", ainda não traduzido.<br />
Apaziguar o Irã?<br />
como um método de resolver disputas,<br />
"admitir e saciar queixas através<br />
de negociações racionais e fazer concessões,<br />
evitando assim os horrores<br />
de guerra". Consiste numa abordagem<br />
otimista, observa ele, presumindo<br />
que os seres humanos sejam razoáveis<br />
e pacíficos.<br />
Desde o ministério do primeiroministro<br />
William Gladstone até ser<br />
desacreditado no final dos anos trinta,<br />
apaziguamento era, na descrição<br />
de Kennedy, "um termo perfeitamente<br />
respeitável" e até mesmo<br />
"uma forma particularmente britânica<br />
de diplomacia", serviu bem ao<br />
caráter e circunstâncias do país. Kennedy<br />
acha que a política tem quatro<br />
bases quase-permanentes, das quais,<br />
todas se aplicam especialmente bem<br />
aos Estados Unidos de hoje:<br />
Moral: Depois que o movimento<br />
evangélico varreu a Inglaterra no<br />
início do século XIX, a política externa<br />
britânica tinha uma forte<br />
necessidade de resolver disputas<br />
de forma razoável e não-violenta.<br />
Econômica: Como líder do comércio<br />
mundial, o Reino Unido tinha<br />
o interesse nacional vital de evitar<br />
interrupções comerciais das<br />
quais iria sofrer de forma desproporcionada.<br />
Estratégica: O império global britânico<br />
denotava que era super extenso<br />
(tornando-o, nos termos de<br />
Joseph Chamberlain, um "titã cansado");<br />
conseqüentemente, tinha<br />
que escolher cuidadosamente<br />
suas batalhas, fazendo da concessão<br />
um modo rotineiro e aceitá-<br />
LIVRO<br />
vel de lidar com os problemas.<br />
Doméstica: A extensão da área do<br />
monopólio fez da opinião pública<br />
um fator cada vez maior na sua<br />
tomada de decisões e o público<br />
não gostava de guerras, especialmente<br />
as dispendiosas.<br />
Como resultado, durante mais de<br />
sete décadas, Londres prosseguiu,<br />
com raras exceções, com uma política<br />
externa que era "pragmática, conciliatória,<br />
e razoável". Mais uma vez<br />
e mais outra vez, as autoridades<br />
achavam que "o acordo pacífico de<br />
disputas era muito mais vantajoso<br />
para a Inglaterra do que o recurso da<br />
guerra". Em particular, o apaziguamento<br />
influenciou de maneira contínua<br />
a política britânica em relação<br />
aos Estados Unidos (por exemplo, em<br />
relação ao Canal do Panamá, as fronteiras<br />
do Alasca, a América Latina<br />
como esfera de influência dos Estados<br />
Unidos) e o império alemão (a<br />
proposta do "feriado naval", as concessões<br />
coloniais e as restrições nas<br />
relações com a França).<br />
Kennedy julgava esta política de<br />
forma positiva, como útil no manejo<br />
das relações exteriores do estado<br />
mais poderoso do mundo durante<br />
décadas e "encapsula muitos dos<br />
melhores aspectos da tradição política<br />
britânica". Se não foi um sucesso<br />
brilhante, o apaziguamento<br />
permitiu a Londres acomodar a influência<br />
da expansão de seus rivais<br />
não-ideológicos como os Estados<br />
Unidos e a Alemanha Imperial, que<br />
em geral poderiam ser levados em<br />
conta quanto à aceitação de conces-<br />
sões sem ficarem inflamados. Desta<br />
forma, reduziu a velocidade do<br />
suave declínio do Reino Unido.<br />
Porém, após 1917 e a Revolução<br />
Bolchevique, as concessões falharam<br />
em aplacar um novo tipo de inimigo,<br />
motivado ideologicamente - Hitler<br />
nos anos trinta, Brezhnev nos<br />
anos setenta, Arafat e Kim Jong-Il nos<br />
anos noventa e agora, Khamenei e<br />
Ahmadinejad. Estes ideólogos exploram<br />
as concessões e desonestamente<br />
oferecem um quid pro quo que<br />
não pretendem cumprir. Abrigando<br />
aspirações para uma hegemonia global,<br />
eles não podem ser apaziguados.<br />
Fazer concessões a eles equivale a<br />
alimentar o crocodilo.<br />
O apaziguamento atrai nos dias de<br />
hoje a psique ocidental moderna a<br />
despeito de sua anormalidade, que<br />
surge inevitavelmente quando os estados<br />
democráticos enfrentam inimigos<br />
ideológicos agressivos. Com referência<br />
ao Irã, por exemplo, George W.<br />
Bush pode ter bravamente condenado<br />
"o falso conforto do apaziguamento,<br />
desacreditado repetidamente<br />
através da história", mas o editor<br />
Michael Rubin do Middle East Quarterly<br />
discerne corretamente as realidades<br />
da política dos Estados Unidos,<br />
"agora Bush está apaziguando o Irã".<br />
Resumindo, a política de apaziguamento<br />
vem se estendendo por<br />
um século e meio, desfrutou algum<br />
sucesso e sempre permanece viva.<br />
Mas com inimigos ideológicos deve<br />
ser conscientemente rechaçada,<br />
para que as lições trágicas dos anos<br />
trinta, anos setenta e anos noventa<br />
não sejam ignoradas. E repetidas.<br />
Nazista condenado a<br />
4 anos de prisão no Chile<br />
A Corte Suprema do Chile confirmou a condenação a quatro anos de prisão<br />
do ex-cabo nazista Paul Schaefer, fundador de uma colônia de imigrantes<br />
alemães no sul do país, por posse e uso ilegal de armas de fogo, informou<br />
uma fonte judicial à agência France Presse.<br />
A sentença foi proferida de forma unânime pelos cinco juízes que integram<br />
a segunda sala da Corte Suprema do Chile. Paul Schaefer, 86, mantinha<br />
um arsenal bélico na Colônia Dignidade, que fundou na década de 60 numa<br />
zona montanhosa localizada cerca de 350 km ao sul de Santiago. Também<br />
foram condenados Karl Van Den Berg Schurmann e Kurt Schnellekamp, dois<br />
dos principais colaboradores de Schaefer. Ambos pegaram dois anos e 300<br />
dias de prisão.<br />
Detido em março de 2005, o ex-cabo nazista já está cumprindo uma pena<br />
de 20 anos de prisão por abusos sexuais cometidos contra mais de 20 crianças.<br />
Ele também é acusado de ter seqüestrado e matado um dirigente de<br />
esquerda durante a ditadura de Augusto Pinochet.<br />
A justiça comprovou que Schaefer colaborou com o regime de Pinochet, e<br />
que o ditador chileno utilizou a Colônia Dignidade como centro de detenções e<br />
tortura de opositores. Em junho de 2005, foram encontrados na colônia dois<br />
contêineres cheios de armas automáticas, lança-foguetes, granadas e diversos<br />
equipamentos explosivos. (France Presse).
ORIENTE ORIENTE MÉDIO<br />
MÉDIO<br />
m homem de 19 anos<br />
de idade é torturado e<br />
decapitado por uma<br />
piada de mau gosto interpretada<br />
como uma<br />
blasfêmia. Um pai é acusado<br />
de matar seu filho, porque ele se<br />
converteu a outra religião. Eles não<br />
são muçulmanos, mas cristãos, e o<br />
lugar é a França, em meados dos<br />
anos 1700.<br />
Houve um tempo em que muitas<br />
vezes a Europa comportou-se de<br />
forma paralela à maioria dos países<br />
muçulmanos de hoje. No entanto,<br />
até o final dos anos 1700, isso foi mudando.<br />
No primeiro caso, já referido,<br />
o rei e até mesmo os bispos católicos<br />
não conseguiram salvar o infeliz<br />
Chevalier de la Barre, mas o clamor<br />
levou ao final de tais ações. No segundo<br />
caso, Voltaire conduziu uma<br />
campanha que viu o nome de Jean<br />
Calas legalmente esclarecido com o<br />
argumento de que ele fora vítima de<br />
uma injustiça porque ele era membro<br />
da minoria protestante.<br />
É verdade, por isso, que há paralelos<br />
entre sociedades ocidentais e<br />
do Médio Oriente. Mas, mesmo deixando<br />
de lado questões importantes<br />
de doutrina religiosa, a diferença crucial<br />
entre os dois fenômenos é que no<br />
Ocidente deixou isso há muito tempo,<br />
no passado, mas continua a existir na<br />
maioria dos países muçulmanos.<br />
As Cruzadas terminaram oito séculos<br />
atrás; a jihad continua. E outros<br />
contrastes críticos diferenciam<br />
as duas civilizações. Um deles é que<br />
opiniões progressistas, intelectuais,<br />
governos, até mesmo muitas das<br />
próprias igrejas cristãs, lutaram para<br />
o progresso no Ocidente. Eles não<br />
dizem: "Estas são as nossas práticas<br />
sagradas, o nosso estilo de vida e<br />
assim deve permanecer inalterado<br />
para sempre". Eles não permitem<br />
que o temor de serem rotulados<br />
como "cristãofóbicos" os paralise.<br />
Outra é a de que quatro séculos<br />
de reflexão, debates e de lutas foram<br />
necessários para criar uma sociedade<br />
democrática contemporânea ocidental.<br />
Esses processos, na melhor<br />
das hipóteses, mal começaram no<br />
Oriente Médio contemporâneo.<br />
É extraordinário que muita análise<br />
da região - possivelmente o<br />
mais importante esforço intelectual<br />
do nosso tempo - seja conduzida<br />
sob o modismo com base na última<br />
entrevista de jornal, sustentada<br />
com ilusões. Ora, se vamos ser sérios<br />
em relação a isso, é necessária<br />
VISÃO JUDAICA outubro de 2008 Tishrê / Cheszvan 5769<br />
As Cruzadas terminaram há muito<br />
tempo, mas a jihad prossegue<br />
Barry Rubin * uma perspectiva histórica séria. A<br />
maioria dos que opinam deve barecem,<br />
mas geralmente como importações<br />
provenientes do Ocidente, o<br />
No topo do seu conhecimento,<br />
eles têm armas, tecnologia, novos<br />
* Barry Rubin, autor do<br />
sear-se na região distinta do pró- que levantam suspeitas e dá forças meios de organização e de comuniprio<br />
passado e visão do mundo. aos acórdãos - clericais e governacação para bloquear qualquer mu-<br />
Mas desde que as pessoas insismentais - com fortes incentivos para dança que se tente fazer, através de<br />
tem em fazer analogias transregio- demonizar o Ocidente, a fim de limi- persuasão ou ameaça. Esta questão<br />
nais, aqui está uma forma de fazer tar o apelo das idéias subversivas. aplica-se tanto aos governantes is-<br />
uma. Considere a seguinte declara- O grande historiador francês, Allâmicos do Irã como aos aparenteção:<br />
"O mundo não é governado por fred Cobban, escreveu que a nova mente piedosos e religiosos da Sí-<br />
um ser inteligente". Em vez disso, a ideologia secular triunfou entre ria ou os monarcas wahabitas da<br />
religião tem criado uma divindade 1748 e 1770, depois de já ter flo- Arábia Saudita.<br />
que é um "monstro da falta de rarescido na Grã-Bretanha e nos Paí- Por último, o que pior, porque há<br />
zão, injustiça, maldade e atrocidade". ses Baixos. Mesmo na Igreja Católi- um movimento poderoso e crescen-<br />
Quem disse isso? Alguém na seca "perseguir o espírito era morrer te - o islamismo radical - se colocanmana<br />
passada, no Ocidente? Não, em queda". As revoluções inglesa, do como uma alternativa ao moder-<br />
isso foi dito pelo escritor francês holandesa, francesa e americana nismo. A questão não é meramen-<br />
Jean Meslier, em 1723. Esta decla- não foram triunfos do tradicionaliste de minimizar, ou marginalizar a<br />
ração, demasiado forte para ser pumo, tal como no Irã, mas da gran- al-Qaeda, mas também os governos<br />
blicada na época, foi, algumas dédeza democrática.<br />
do Irã, Sudão e Síria; o regime saucadas<br />
mais tarde, parte do principal Muitos ocidentais continuaram dita; os poderosos vetores de in-<br />
discurso francês.<br />
(como o fazem hoje) a ser religiofluências sociais, o Hamas e o Hez-<br />
Ah, e por falar nisso, Meslier teve sos, mas, mais abertos tolerantes. bolá, a Irmandade Muçulmana, e<br />
uma longa vida como padre católico. Esta luta entre a velha e a nova so- muitos outros.<br />
A base da democracia começou ciedade caracterizada em grande par- Em comparação, enquanto exis-<br />
em 1215, na Inglaterra, com sua te nos séculos 19 e 20, tinha uma ten-<br />
Magna Carta. A batalha para que dência à estabilidade. Talvez o fascis-<br />
fosse legitimamente aceita a divisão mo - e certamente comunismo - foi o<br />
entre Igreja e Estado foi travada e último movimento reacionário, e a II<br />
amplamente ganha em grande par- Guerra Mundial foi a última luta. Ainte<br />
na Idade Média. Uma base foi da que vitória requeresse 500 anos<br />
estabelecida para a dominação da para repensar e educação.<br />
sociedade secular.<br />
Não existe tal história no Orien-<br />
É verdade, nos porões dos anos te Médio, ao mesmo tempo em que<br />
1500, na Inglaterra, padres católicos diversos problemas adicionais blo-<br />
foram torturados e executados, enqueiam o movimento em direção à<br />
quanto protestantes em França so- moderação e à democracia lá. Qualfriam<br />
ainda pior. Contudo, já na quer um que pense em uma doutri-<br />
mesma época, universidades inglena islâmica específica como geralsas<br />
ensinavam a tradição clássica, mente interpretada, o grande pro-<br />
que, na Itália, formou a base da arte blema é que ela continua tão pode-<br />
representacional. As obras de rosa e hegemônica. O nacionalismo<br />
Shakespeare e de seus companhei- árabe é anti-democrático, repressiros<br />
criadores dependia desta libervo e estatístico. Islâmicos radicais<br />
dade, do ambiente e de exemplo. procuram uma versão revisada do tem corajosos liberais individuais, não<br />
Uma base foi estabelecida para uma oitavo século, embora com fogue- há um e verdadeiro partido liberal em<br />
cultura utilitária, pragmática e emtes e comunicação de massa. qualquer lugar do Oriente Médio,<br />
pírica que se situava sobre o méto- Também é pior porque regimes e meios de comunicação social liberal<br />
do científico.<br />
revolucionários do Oriente Médio co- não controlada ou universidade pro-<br />
Isso foi a Renascença, ou Renasnhecem a história Ocidental. Eles têm selitista liberal. No Egito a única orgacimento.<br />
Para o Ocidente, o grande consciências do fato de que, embora nização liberal foi açambarcada pela<br />
clássico da civilização estava sendo piedosos, filósofos e cientistas oci- Irmandade Muçulmana.<br />
reconstruído.<br />
dentais sinceramente acreditavam Portanto, embora a grande<br />
Mas, Grécia e Roma não são par- que abrir inquéritos e a democracia maioria das pessoas queira uma boa<br />
tes da tradição árabe-islâmica, onde não ameaçavam a religião tradicio- vida para si e seus filhos -, respiran-<br />
a arte representacional é vista com nal e o status quo. Eles estavam erdo o ar, bebendo água e sangrando<br />
desconfiança. O tempo antes do adrados. A abertura conduziu à revolu- quando são furados - como fizeram<br />
vento do Islã é rejeitado com horror. ção e à sociedade de dominação se- na Idade do Gelo, das cavernas, na<br />
Atualmente, o secularismo é ainda cular moderna - um Ocidente com Roma antiga, na França medieval,<br />
uma ofensa latente no Oriente Mé- todos os males deplorados pelos re- na China imperial, entre os incas do<br />
dio; e a democracia, tal como é enligiosos, ideólogos e pelo poder polí- Peru e os desertos da Austrália centendida<br />
no Ocidente, é considerada tico no Oriente Médio. Eles também tral - não significa que todos pen-<br />
inadequada naquela parte do mundo. sabem o que aconteceu às ditaduras sem o mesmo, ou que todas as so-<br />
Grande parte da produção cultural da do bloco soviético que experimentaciedades e os governos são basica-<br />
Europa dos séculos 16 a 18 não pode ram mais liberdade. E eles sabem que mente equivalentes.<br />
ser produzida e amplamente aceita na aceitar idéias ocidentais faz as pes- Qualquer pessoa que não conhe-<br />
língua árabe no mundo de hoje. soas querem mudar as suas próprice a história está condenado a ser<br />
Evidentemente, essas coisas apaas sociedades.<br />
atingida por ela.<br />
5<br />
texto, é diretor da<br />
Global Research in<br />
International Affairs<br />
Center (Centro de<br />
Pesquisa Global em<br />
Assuntos<br />
Internacionais) e editor<br />
do Middle East Review<br />
of International Affairs<br />
Journal e Estudos<br />
Turcos. O original está<br />
em: www.jpost.com/<br />
servlet/Satellite?<br />
pagename=JPost/<br />
Page/IndexList&cid=1<br />
123495333007
6<br />
Fonte: http://<br />
www.memri.org/bin/<br />
latestnews.cgi?ID=SD207608<br />
VISÃO JUDAICA outubro de 2008 Tishrê / Cheszvan 5769<br />
Moratinos quer inclusão da Síria na União Européia<br />
urante a visita do ministro<br />
das Relações Exteriores da<br />
Espanha Moratinos à Síria<br />
e ao Líbano ele disse "O<br />
mundo unipolar chegou ao<br />
fim", "a Síria deve ser incluída na<br />
União Européia" e "Vejo a Síria como<br />
minha casa".<br />
Durante a visita ao Líbano e à Síria,<br />
em 16 e 17 de setembro de 2008<br />
que o ministro das Relações Exteriores<br />
da Espanha Miguel Moratinos fez,<br />
ele elogiou "o papel positivo e útil que<br />
a Síria tem desempenhado no Líbano"<br />
e pediu à UE para que reforce seus<br />
laços com a Síria. Acrescentou que a<br />
Europa manifestou o desejo de desempenhar<br />
um papel no Médio Oriente,<br />
juntamente com os Estados Unidos e<br />
outros países, como parte de um novo<br />
mundo multipolar, cuja ordem será formada<br />
durante os próximos anos. Ele<br />
declarou que a questão do armamento<br />
do Hezbolá é um assunto interno libanês<br />
e acusou Israel de violar Resolução<br />
nº 1701 da ONU.<br />
O que segue são trechos de suas declarações<br />
aos meios de comunicação:<br />
"A "A Europa Europa reconhece reconhece o o status status status e e e o<br />
o<br />
papel papel papel da da Síria"<br />
Síria"<br />
Numa entrevista, Moratinos disse<br />
à TV síria: "Se não fosse pela positiva<br />
participação síria e prestativa, o acordo<br />
de Doha e os passos que se seguiram<br />
jamais teriam sido atingidos... A<br />
Europa reconhece o status da Síria e<br />
seu papel, e é por isso que estamos<br />
agora vendo tantos ministros dos negócios<br />
estrangeiros europeus visitando<br />
a Síria. De fato, todos os estados<br />
membros da UE têm boas e positivas<br />
relações com a Síria".<br />
Sobre as relações da Espanha com<br />
a Síria, Moratinos disse: "Não há nada<br />
que nos impeça de desenvolver estas<br />
relações, especialmente nesta nova<br />
era... Em 2010, a Espanha assumirá a<br />
Presidência da União Européia, e temos<br />
de reforçar as relações estratégicas<br />
entre a Espanha e a Síria, e incluir<br />
a Síria no âmbito da União Euro-<br />
péia. Partilhamos uma longa história<br />
e uma cultura muito rica, e há muitas<br />
áreas potenciais de cooperação entre<br />
a Espanha e a Síria".<br />
"A Espanha sempre acreditou na<br />
necessidade de negociar com a Síria.<br />
A tentativa de isolar esse país foi um<br />
grave erro, em primeiro lugar, porque<br />
ele não pode ser isolado e, segundo,<br />
porque essa era uma política que visa<br />
impedir a Síria de cumprir o seu papel<br />
positivo e útil da melhor maneira possível.<br />
Portanto, temos insistido firmemente<br />
sobre a nossa posição em favor<br />
de negociações com a Síria e ao<br />
manter os canais de diálogo aberto,<br />
nós temos conseguido alargar o círculo<br />
de entendimento. Hoje, graças a<br />
uma nova postura da França em relação<br />
à Síria, toda a União Européia está<br />
aquecendo este país e fortalecendo os<br />
seus laços com ele. Estes laços têm<br />
que ser reforçados e desenvolvidos<br />
ainda mais".<br />
"O "O mundo mundo unipolar unipolar [Ordem]<br />
[Ordem]<br />
chegou chegou ao ao fim"<br />
fim"<br />
Falando sobre o papel dos EUA no<br />
processo de paz, Moratinos disse: "Naturalmente,<br />
eles cumprem seu papel<br />
de superpotência. Os Estados Unidos<br />
ainda são uma das forças líderes no<br />
mundo. Entretanto, o mundo está<br />
mudando, e há novas forças, formas,<br />
e enquadramentos. À medida que venha<br />
a lançar iniciativas e conversações,<br />
não devemos esperar que uma<br />
superpotência dite unilateralmente e<br />
imponha um determinado acordo. Esses<br />
tempos estão no fim, e agora os<br />
EUA têm que ter um papel ativo, papel<br />
ao lado de outros países que também<br />
têm um papel ativo.<br />
"Hoje, a União Européia pretende<br />
desempenhar um papel para levar a<br />
cabo determinadas responsabilidades<br />
a nível mundial. Esta aspiração é partilhada<br />
pela China e pela Rússia, que<br />
têm agora uma nova posição no mundo.<br />
Portanto, não devemos esquecer<br />
disto, e é preciso se adaptar ao novo<br />
equilíbrio de energias que irão surgir<br />
Kadima chega a acordo<br />
O Kadima, partido no poder em Israel, e os trabalhistas chegaram a<br />
um acordo para a formação de um governo de coalizão dirigido por Tzipi<br />
Livni, atual ministra das Relações Exteriores, anunciou a rádio pública<br />
israelense. O acordo foi assinado em nome do Kadima pelo deputado<br />
Tsahi Hanegbi e por Efi Oshaya, conselheiro do presidente do partido<br />
trabalhista, Ehud Barak, ministro da Defesa. Os dois partidos chegaram<br />
ao acordo após semanas de negociações. Livni foi eleita líder do Kadima<br />
(centro) em 18/9 em substituição ao primeiro-ministro demissionário,<br />
Ehud Olmert. Em 22/9 o presidente israelense, Shimon Peres, encarregou<br />
Livni de formar o novo governo num prazo de 42 dias, caso contrário<br />
seriam realizadas eleições antecipadas nos 90 dias seguintes. O Kadima<br />
dispõe de 29 das 120 cadeiras no parlamento israelense e os trabalhistas<br />
têm 19. (AFP).<br />
Tzipi Livni comemora a<br />
eleição para dirigir o<br />
partido e Israel<br />
nos próximos anos.<br />
"O mundo unipolar chegou ao fim,<br />
como tenho notado em toda a minha<br />
atividade diplomática. Tenho visto que<br />
os países e regiões agora sua podem<br />
modelar-se por si mesmos, sem ter<br />
que receber permissão de Bruxelas,<br />
Washington ou de quaisquer outras<br />
capitais. Este é um bom [desenvolvimento],<br />
e seu impacto sobre o mundo<br />
será uma forma positiva".<br />
Sarkozy Sarkozy Sarkozy "criou "criou uma uma nova<br />
nova<br />
situação situação e e um um novo novo papel papel para para a<br />
a<br />
Europa Europa [no [no Médio Médio Oriente]"<br />
Oriente]"<br />
Sobre o papel da Europa no Oriente<br />
Médio, Moratinos disse: "os interesses<br />
da Europa estão intimamente ligados<br />
com os do Oriente Médio, e é difícil<br />
separar os dois. Portanto, a Europa tem<br />
de ser parte de qualquer acordo ou solução<br />
[que venha a ser atingido ]...<br />
"A França, que atualmente exerce<br />
a Presidência da UE, é muito ativa...<br />
Seu presidente, Nicolas Sarkozy, deu<br />
início a Conferência Euro-Mediterrânea,<br />
e que foi um grande sucesso... A<br />
Europa está disposta a ajudar a encontrar<br />
soluções permanentes para ambos<br />
os lados... A atual presidência francesa<br />
da UE criou uma situação nova e<br />
um novo papel para a Europa [no<br />
Oriente Médio]".<br />
Moratinos ressaltou que sua visita<br />
à Síria era para "ajudar a renovar o<br />
Processo de Barcelona." 1 Ele acrescentou<br />
que é crucial cooperar com a Síria,<br />
pois sempre desempenhou um papel<br />
importante, a fim de garantir o êxito<br />
da iniciativa.<br />
Moratinos criticou aspectos da política<br />
de Israel, dizendo: "Israel politicamente<br />
foi condenado pela comunidade<br />
internacional, pela UE e pela Espanha,<br />
é um sério obstáculo para novas<br />
conversações... Se esta política<br />
não for suspensa, haverá dificuldades<br />
em continuar as conversações com os<br />
palestinos para se chegar a um acordo<br />
quanto as fronteiras de 1967...<br />
Além disso, Israel prossegue a construção<br />
do muro de segurança impedindo<br />
o movimento dos palestinos, o que<br />
"não contribui para a construção da<br />
confiança mútua." 2<br />
"Conseguimos "Conseguimos unir unir todos todos os<br />
os<br />
libaneses, libaneses, libaneses, por por intermédio intermédio do do<br />
do<br />
general general general Michel Michel Michel Suleiman"<br />
Suleiman"<br />
Ao chegar a Damasco, Moratinos<br />
disse que a Espanha sempre enfatizou<br />
"o papel central e útil que a Síria<br />
desempenha na conciliação nacional<br />
do Líbano... e de investir esforços consideráveis<br />
nisso", acrescentou. "A Síria<br />
e a Espanha manejam para eliminar<br />
alguns dos obstáculos a esta conciliação<br />
e, para obter um resultado satisfatório<br />
... Nós conseguimos unir todos<br />
os libaneses por trás do general<br />
Michel Suleiman". 3<br />
Numa entrevista à imprensa junto<br />
com seu homólogo sírio, Walid Al<br />
Mu'allem, Moratinos declarou: "Tenho<br />
retornado a um lugar que pondero ser<br />
a minha casa". Ele reiterou que a Síria<br />
tinha facilitado a conciliação no Líbano,<br />
quer através da promoção do diálogo<br />
inter-libanês e, apelando para<br />
França, Itália e Espanha, para contribuir<br />
com seu próprio esforço neste<br />
caso. E acrescentou: "Hoje, podemos<br />
olhar para o futuro do Líbano, com<br />
grande otimismo... 4 Eu me lembro que,<br />
durante a minha visita anterior à Síria,<br />
em 5 de março de 2006, eu disse que<br />
ela seria parte de qualquer solução na<br />
região. Hoje vejo que isso é verdade, e<br />
eu continuo a acreditar nisso". 5<br />
"Estamos "Estamos contentes contentes por por um um país<br />
país<br />
como como a a Síria Síria Síria ter ter laços laços estreitos<br />
estreitos<br />
com com o o o Irã"<br />
Irã"<br />
Em resposta a uma pergunta sobre<br />
o papel do Irã na região, Moratinos<br />
disse: "Compreendemos e respeitamos<br />
o fato que o Irã tem um papel a<br />
desempenhar no Oriente Médio, mas<br />
deve estar comprometido com a obediência<br />
ao direito internacional... Estamos<br />
contentes por um país como a<br />
Síria ter laços estreitos com o Irã, e<br />
pode, portanto, ajudar nos entendimentos<br />
com ele. Somos a favor do entendimento<br />
e da diplomacia." 6<br />
As As As armas armas do do Hezbolá Hezbolá são são um<br />
um<br />
assunto assunto interno interno libanês<br />
libanês<br />
Na conferência de imprensa durante<br />
sua visita ao Líbano, Moratinos<br />
ressaltou que a questão das armas do<br />
Hezbolá é um assunto interno libanês<br />
que será discutido no âmbito do diálogo<br />
nacional libanês. Ele acrescentou<br />
que o Líbano teria de encontrar soluções<br />
adequadas por si, e declarou que<br />
o "Hezbolá é um dos atores políticos<br />
no Líbano e parte do governo libanês".<br />
"Resolução "Resolução 1701 1701 da da ONU ONU não não foi<br />
foi<br />
ainda ainda aplicadas aplicadas devido devido às<br />
às<br />
violações violações de de de Israel"<br />
Israel"<br />
Referindo-se à Resolução 1701 da<br />
ONU, Moratinos disse: "A força internacional<br />
- incluindo o batalhão espanhol<br />
- tem feito o que pode para implementar<br />
a Resolução 1701, que ainda<br />
não foi totalmente implementada devido<br />
às contínuas violações por Israel<br />
e outros obstáculos que temos deparado<br />
no terreno. Dito isto, fico satisfeito<br />
[em relação ao relatório], pois temos<br />
tido alguns sucessos nesta área." 7<br />
Notas:<br />
(1) O Processo de Barcelona (também conhecido<br />
como a Parceria Euro-Mediterrânea) foi lançada<br />
em 1995 na Conferência Euro-Mediterrânea de<br />
Barcelona, e visa reforçar os laços entre a UE e os<br />
países do Mediterrâneo.<br />
(2) Al-Thawra (Síria), 18 de setembro de 2008.<br />
(3) Al-Akhbar (Líbano), 18 de setembro de 2008.<br />
(4) Al-Ba'th (Síria), 18 de setembro de 2008.<br />
(5) Al-Watan (Síria), 18 de setembro de 2008.<br />
(6) Al-Watan (Síria), 18 de setembro de 2008.<br />
(7) Al-Nahar (Líbano), 17 de setembro de 2008.
Saudação do presidente do Estado de<br />
Israel, Shimon Peres, no Ano Novo<br />
Judaico 5769<br />
Um país do tamanho<br />
diminuto<br />
de Israel tem poucas<br />
alternativas a<br />
não ser buscar a<br />
grandeza em outros<br />
aspectos. Deve<br />
explorar a força do<br />
espírito, a profundidade<br />
da fé, a<br />
busca pela inovação e as promessas secretas<br />
da ciência. Desde a sua criação, há<br />
60 anos, Israel demonstra que, apesar da<br />
escassez de terra e água, desenvolveu<br />
uma das mais avançadas e resilientes economias<br />
do planeta. Não obstante encarar<br />
os desafios desproporcionais de seu<br />
território e escala demográfica, assim<br />
como as ameaças existentes, Israel persiste.<br />
E o fez através da mobilização de<br />
seus recursos humanos e de seu poderio<br />
militar. Israel reforça sua democracia e o<br />
desejo de paz.<br />
Israel passou por sete guerras nos últimos<br />
60 anos. Em desvantagem e com<br />
menos armamentos, o Estado prevaleceu<br />
por sua autoconfiança e auto-segurança.<br />
Vencer conflitos permitiu a Israel a<br />
triunfar em sua luta pela paz e assinar<br />
acordos de paz com o Egito e a Jordânia.<br />
Hoje, Israel continua a negociar com os<br />
palestinos, nunca perdendo a esperança<br />
de alcançar a paz com o mundo árabe.<br />
Ao promover uma política de paz e manter<br />
fidelidade à Ética <strong>Judaica</strong> de "Ame teu<br />
vizinho como a ti mesmo", mantendo um<br />
mecanismo de defesa que esteja antecipado<br />
ao perigo, e uma democracia resiliente<br />
norteada pelos valores morais de<br />
nossa tradição, podemos provar que o<br />
que nos foi concedido no Monte Sinai não<br />
foi perdido no deserto.<br />
A consolidação da perspectiva sionista<br />
é uma história que inspirou tanto a nação<br />
quanto o Estado. Com o seu estabelecimento,<br />
o povo judeu incumbiu a Israel<br />
a responsabilidade de preservar e desenvolver<br />
a herança histórica judaica, sob a<br />
perspectiva moral, ao declarar que "todos<br />
os seres humanos são feitos à imagem<br />
e semelhança de D-us". Comprometido<br />
com nossa fé e com o valor do Tikkun<br />
Olam, Israel deve continuar a desempenhar<br />
papel relevante perante os desafios<br />
globais de amanhã. Com tamanho e população<br />
reduzidos, Israel deve ser grandioso<br />
na área da ciência, e servir como<br />
um laboratório mundial na busca de energia<br />
alternativa, em grande parte pelo Sol,<br />
e secar o pântano transbordante de dólares<br />
e petróleo que semeia o terror. A humanidade<br />
deverá ter a capacidade de gerar<br />
mais água para atender a crescente<br />
demanda do planeta, evitar a sede e proporcionar<br />
um meio ambiente sustentável<br />
e harmonioso para o homem e a natureza.<br />
Israel é referência neste campo e devemos<br />
continuar investindo nossos esforços<br />
com este objetivo.<br />
Devemos também incentivar um sistema<br />
educacional inovador focado em ferramentas<br />
de pensamento e capacitação,<br />
ao invés do simples acúmulo de dados. A<br />
força histórica do povo judeu foi e continuará<br />
sendo norteada no aprendizado e<br />
aplicação de conhecimento. Provamos no<br />
passado e devemos fazê-lo no futuro que<br />
o povo judeu pode ser líder na vanguarda<br />
da modernidade e inovação, para que possamos<br />
enfrentar os desafios frente a violência<br />
e o terror onipresente que assolam<br />
o mundo. Outrossim, devemos encarar os<br />
desafios que surgem perante as comunidades<br />
judaicas ao redor do mundo, como<br />
a assimilação, disparidade entre as diferentes<br />
comunidades e mais energia para<br />
fortalecermos os laços entre a juventude<br />
judaica, a diáspora e Israel. E é exatamente<br />
pelo fato de sermos uma nação diminuta<br />
que o povo judeu deve gerar a grandeza<br />
inerente às capacidades humanas. Rosh<br />
Hashaná Sameach!<br />
VISÃO JUDAICA outubro de 2008 Tishrê / Cheszvan 5769<br />
Lula envia mensagem por ocasião<br />
dos 60 anos do Kibutz Bror Chail<br />
Mensagem do Senhor Presidente da Republica do Brasil por ocasião do 60° aniversário<br />
do movimento juvenil socialista - democrático "Habonim Dror" e do Kibutz Bror Chail.<br />
Brasília, 14 de maio de 2008. "Companheiras e companheiros, comemorar uma jornada<br />
de 60 anos de realizações é, com certeza, uma saborosa sensação. É o que imagino ser o<br />
sentimento dos integrantes do Movimento Dror Habonim e do Kibutz Bror Chail, com quem<br />
me irmano neste momento de alegre festejo".<br />
"Em toda parte, Bror Chail é conhecido como o Kibutz dos brasileiros. Nesse sentido, ele<br />
é também o meu kibutz. Da mesma forma como o Brasil é a terra de milhares de judeus que<br />
aqui aportaram, contribuindo para fazer do Brasil uma grande Nação".<br />
"Ao conhecer a história do Dror, me veio à mente a luta pela construção do PT no Brasil,<br />
feita em nome dos ideais de justiça social, liberdade e democracia. Os dois, cada um à sua<br />
maneira, foram movidos por uma impetuosa energia libertária e humanista".<br />
"Mesmo que encontremos obstáculos, às vezes difíceis de transpor, e ainda haja longo<br />
caminho a percorrer, tenho certeza de que a trilha é correta e um futuro promissor está<br />
reservado ao Brasil e a Israel, para as atuais e as próximas gerações".<br />
"Desejo, de coração, que vocês em Israel e nós no Brasil continuemos a acalentar os<br />
mesmos sonhos e ideais, na busca de um mundo cada vez mais justo e solidário".<br />
Parabéns e feliz comemoração!<br />
Shalom<br />
Luiz Inácio Lula da Silva<br />
PRESIDENTE DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL<br />
7
8<br />
* Olavo de Carvalho<br />
é ensaísta e<br />
professor de<br />
Filosofia. Artigo<br />
publicado no Diário<br />
do Comércio em 11<br />
de setembro de<br />
2008 e também em<br />
www.olavodecarvalho.org/<br />
semana/<br />
080911dce.html<br />
VISÃO JUDAICA outubro de 2008 Tishrê / Cheszvan 5769<br />
Olavo de Carvalho *<br />
nquanto nos EUA, no<br />
Brasil e no mundo a<br />
grande mídia esquerdista<br />
(desculpem a redundância)<br />
vasculha a<br />
biografia de Sarah Palin nos seus mínimos<br />
detalhes, trazendo ao público<br />
as revelações chocantes de que<br />
ela pertence à Igreja Pentecostal, de<br />
que sua filha transou com o namorado<br />
e de que (acrescenta a pérfida<br />
Ann Coulter) seu cabeleireiro teve<br />
uma multa de trânsito em 1978,<br />
nada, absolutamente nada aí se conta<br />
a ninguém sobre alguns episódios<br />
da vida de Barack Hussein Obama,<br />
decerto irrisórios e desprovidos de<br />
qualquer alcance político, não é<br />
mesmo? Eis oito exemplos:<br />
1. Ele foi admirador e companheiro<br />
de protestos do pastor Louis<br />
Farrakhan, aquele segundo o<br />
qual "o judaísmo é a religião do<br />
esgoto". Isso faz tempo, mas depois<br />
de eleito senador ele deu<br />
Shimon Peres<br />
critica o Irã na ONU<br />
O presidente israelense Shimon Peres criticou<br />
duramente o Irã na Assembléia Geral da ONU, acusando<br />
a República Islâmica de estar no centro "da<br />
violência e do fanatismo" no Oriente Médio.<br />
"O Irã ocupa o lugar central nesta violência e<br />
neste fanatismo", declarou Peres diante da Assembléia<br />
Geral das Nações Unidas, em Nova York.<br />
Afirmando que o Irã do presidente Mahmud Ahmadinejad<br />
"segue enriquecendo urânio e produzindo<br />
mísseis de longo alcance", Peres destacou<br />
que "cabe à Assembléia Geral e ao Conselho de<br />
Segurança da ONU prevenir os desastres antes que<br />
eles aconteçam".<br />
"O Irã combina mísseis de longo alcance<br />
com espíritos de visão curta. Israel demonstrou<br />
que as democracias são capazes de se<br />
defender. Não pretendemos mudar", avisou<br />
o presidente israelense.<br />
Shimon Peres também denunciou o questionamento<br />
do Holocausto pelo presidente Ahmadinejad<br />
e por dirigentes iranianos, que qualificou de<br />
"insulto cínico aos sobreviventes desta tragédia".<br />
O presidente do Estado hebreu também acusou<br />
o Irã de ter "dividido o Líbano" apoiando a<br />
milícia xiita do Hezbolá, e de ter promovido dissensões<br />
entre os palestinos ao apoiar o movimento<br />
radical islâmico Hamas, que tomou o poder na<br />
Faixa de Gaza em junho de 2007.<br />
Checando biografias<br />
Sarah Palin<br />
225 mil dólares em verbas federais<br />
à igreja de seu amigo Michael<br />
Pfleger, onde Farrakhan é um dos<br />
mais freqüentes e aplaudidos<br />
pregadores convidados.<br />
2. No Quênia, ele deu apoio eleitoral<br />
a um agitador que depois organizou<br />
a destruição de trezentos<br />
templos cristãos e o assassinato<br />
de mais de mil fiéis, cinqüenta<br />
deles queimados vivos<br />
numa igreja, sem que Obama<br />
viesse a dizer uma só palavra contra<br />
essa gentil criatura.<br />
3. Ele disse que o terrorista William<br />
Ayers (da quadrilha do "Homem<br />
do Tempo") era apenas um seu<br />
vizinho com quem jamais conversava<br />
de política, mas depois se<br />
descobriu que ele e Ayers dirigiram<br />
juntos uma ONG que coletou<br />
72 milhões de dólares para movimentos<br />
de esquerda, sendo um<br />
interessante exercício intelectual<br />
conjeturar como puderam fazer<br />
isso sem falar de política.<br />
4. Neste preciso momento ele responde<br />
na Pensilvânia a um processo<br />
de falsidade ideológica, por<br />
ter apresentado a seus eleitores<br />
uma certidão de nascimento obviamente<br />
forjada. A verdadeira,<br />
se existe, até hoje não apareceu,<br />
e o beautiful people da mídia não<br />
releva o menor interesse em conhecê-la.<br />
5. Embora ele diga que sempre foi<br />
cristão, todos os seus colegas e<br />
professores de escola primária,<br />
bem como seu meio-irmão e sua<br />
meia-irmã, afirmam que ele era<br />
muçulmano na época em que ali<br />
estudava.<br />
6. Por duas décadas ele freqüentou<br />
semanalmente uma igreja que<br />
alardeava a "teologia da libertação"<br />
mais escancaradamente comunista<br />
e anti-americana, e depois<br />
disse que não tinha a menor<br />
idéia do conteúdo do que ali<br />
se pregava.<br />
7. Não é só sobre suas origens ou<br />
sobre sua religião que Obama<br />
cultiva segredos. Também não é<br />
só sua certidão de nascimento<br />
autêntica que continua inacessível.<br />
Embora gabando-se de sua<br />
carreira em Harvard, ele se recusa<br />
a mostrar o histórico de seus<br />
estudos universitários. Os fofoqueiros<br />
maldosos dizem que ele<br />
tem vergonha de mostrar suas<br />
notas baixas (talvez ainda mais<br />
baixas que as de George W. Bush,<br />
Al Gore e John Kerry), mas agora<br />
se sabe que ele tem um motivo<br />
mais forte para encobrir os detalhes<br />
da sua passagem por Harvard:<br />
seus estudos ali foram pagos<br />
por Donald Warden, um americano<br />
que, islamizado sob o<br />
nome de Khalid Abdullah Tariq al-<br />
Mansour, veio a se tornar um dos<br />
mentores do grupo terrorista<br />
Panteras Negras, fund-raiser<br />
para a organização pró-terrorista<br />
African-American Association<br />
e autor de um livro segundo o<br />
qual o governo americano planeja<br />
matar todos os negros.<br />
8. Em cinco campanhas eleitorais,<br />
o mais ativo coletor de fundos<br />
para Obama foi o vigarista sírio<br />
Tony Rezko, condenado por dezesseis<br />
crimes. Uma vez no Senado,<br />
Obama retribuiu com dinheiro<br />
público a gentileza, convencendo<br />
vários prefeitos a investir<br />
um total de 14 milhões de<br />
dólares num projeto imobiliário<br />
do malandro.<br />
Os brasileiros não saberão de<br />
nada disso assistindo ao "Jornal<br />
Nacional", nem os americanos à<br />
CNN. Ante as acusações gerais de<br />
que John McCain não checou direito<br />
a biografia de Sarah Palin, o colunista<br />
Don Feder sugere que a de<br />
Obama, por sua vez, foi checada<br />
meticulosamente - por uma comissão<br />
integrada por Forrest Gump, o<br />
Inspetor Clouseau e o Agente 86,<br />
Maxwell Smart. E, quando Obama<br />
comete um lapsus linguae, dizendo<br />
"minha fé muçulmana" em vez de<br />
"minha fé cristã", todas as almas<br />
santas do esquerdismo mundial se<br />
revoltam ante as insinuações, vindas<br />
de maldosos direitistas, de que<br />
Barack Hussein Obama<br />
isso possa significar alguma coisa.<br />
Eu mesmo sou tão perverso que<br />
cheguei a me perguntar se Obama<br />
não trocava os pés pelas mãos justamente<br />
por ser muito difícil, até<br />
para um ator tarimbado, exibir-se<br />
como um pavão no poleiro e ao<br />
mesmo tempo esconder-se como<br />
um rato na toca.<br />
Mas Obama nem precisaria ser<br />
tão escrupuloso na camuflagem. A<br />
mídia esconde tudo por ele - para quê<br />
preocupar-se em vão ao ponto de ficar<br />
nervoso e atrapalhar-se no discurso?<br />
Afinal, que são os pequenos<br />
deslizes do candidato democrata em<br />
comparação com a gravidez solteira<br />
de Bristol Palin? Toda a esquerda chique,<br />
que sempre batalhou pela "liberação<br />
sexual da juventude", está<br />
hoje escandalizada, chocada, perplexa<br />
ante essa sem-vergonhice incomum,<br />
sem dúvida um risco maior<br />
para a segurança dos EUA no caso de<br />
Sarah Palin chegar à vice-presidência.<br />
Com o detalhe especialmente elucidativo<br />
de que, uma vez desencadeada<br />
a campanha de ataques à devassidão<br />
abominável da família Palin,<br />
essa mesma onda é explicada retroativamente<br />
como fruto do moralismo<br />
reacionário dos americanos e assim<br />
transfigurada num argumento fulminante<br />
contra a eleição de candidatos<br />
conservadores.<br />
PS. - Já habituado a apostar contra a classe<br />
jornalística e ganhar sempre (se eu botasse<br />
dinheiro nisso estaria milionário), fui o único<br />
correspondente brasileiro nos EUA a anunciar,<br />
com antecedência de duas semanas, que<br />
Sarah Palin era o nome mais provável para a<br />
candidatura à vice-presidência na chapa Mc-<br />
Cain. A mídia nacional inteira cumpriu fielmente,<br />
como sempre, seu dever de chutar e<br />
errar. Quem mais caprichou foi o correspondente<br />
do Estadão, que fez uma lista de dez -<br />
não dois ou três, mas dez - vice-presidenciáveis,<br />
e nenhum deles era Sarah Palin.
*Breno Lerner é editor<br />
e gourmand,<br />
especializado em<br />
culinária judaica.<br />
Escreve para revistas,<br />
sites e jornais. Dá<br />
regularmente cursos e<br />
workshops. Tem três<br />
livros publicados,<br />
dois deles sobre<br />
culinária judaica.<br />
Breno Lerner *<br />
O período que começa<br />
com Rosh Hashaná e termina<br />
com Simchat Torá tem<br />
aspectos fascinantes. Nestes<br />
dias D-us reavalia sua<br />
criação, julgando e separando<br />
o certo do errado, o que<br />
deve parar e o que deve<br />
continuar. Alguns místicos<br />
dizem que a humanidade é<br />
julgada em Rosh Hashaná e<br />
o mundo em Sucot.<br />
Por ser uma festa de raiz<br />
agrícola, sua gastronomia<br />
esta intimamente ligada aos<br />
produtos da colheita. Dentre<br />
eles destacam-se os rolinhos<br />
de repolho, velha tradição<br />
desta festa e que, por seu<br />
formato que lembra os rolos<br />
da Torá, acabaram por<br />
freqüentar as mesas de<br />
Simchat Torá.<br />
Holishkes na Europa,<br />
Galuptzes na Rússia, Sarmali<br />
na România ou Dólmas na<br />
Turquia, estas delícias<br />
merecem sua atenção.<br />
VISÃO JUDAICA outubro de 2008 Tishrê / Cheszvan 5769<br />
O final é apenas o início<br />
9<br />
Retire a parte grossa do talo de cada folha e<br />
cozinhe-as no vapor até amolecerem. Reserve.<br />
Misture muito bem todos os ingredientes do recheio.<br />
Abrir cada folha com a parte do talo voltada<br />
para você. Coloque uma colher do recheio na<br />
parte inferior, dobre as laterais para dentro e<br />
depois enrole. Reserve. Em uma panela grande<br />
aqueça o óleo do molho, coloque a farinha mexendo<br />
sem parar e quando começar a dourar<br />
acrescente os outros ingredientes, mexendo<br />
bem. Cozinhe por 10 minutos em fogo médio.<br />
Depois coloque rolinho por rolinho no molho,<br />
lado a lado, podendo empilhá-los, se necessário.<br />
Cozinhe em fogo bem baixo por 1 hora.<br />
O discurso racista de Ahmadinejad aplaudido<br />
na Assembléia da ONU<br />
s palavras mais hostis do presidente<br />
iraniano Ahmadinejad,<br />
proferidas na Assembléia da<br />
ONU, que provocaram a revolta<br />
do premiê israelense, foram:<br />
"... Na Palestina, 60 anos de massacres<br />
e invasões ainda acontecem por conta<br />
das mãos de alguns ocupantes criminosos<br />
sionistas. Estes forjaram um regime<br />
com pessoas coletadas de diversas<br />
partes do mundo e os trouxeram para as<br />
terras de outrem através do deslocamento,<br />
detenção, e assassinato dos verdadeiros<br />
donos daquelas terras. Com aviso prévio,<br />
eles invadem, assassinam e mantém<br />
bloqueios de alimentos e remédio, juntamente<br />
com os poderes hegemônicos e intimidadores<br />
que os apóiam".<br />
"Até mesmo o Conselho de Segurança<br />
que não pode fazer nada e às vezes, por<br />
conta da pressão destes poderes intimidadores,<br />
apóia estes assassinos sionistas.<br />
É natural que algumas resoluções da<br />
ONU que lidam com a situação desesperadora<br />
do povo palestino foram relegadas<br />
ao arquivamento sem alarde...".<br />
"Em relação ao pacífico programa nuclear<br />
iraniano, apesar do direito inalienável<br />
de todas as nações inclusive a nação<br />
iraniana em produzir combustível nuclear<br />
1 repolho grande lavado e com as<br />
folhas separadas;<br />
Recheio:<br />
1,5 kg de carne moída;<br />
1 xícara de arroz cru, já lavado;<br />
3 colher de sopa de óleo;<br />
1 cebola picada;<br />
2 dentes de alho picados;<br />
1 colher de sopa de salsinha picada;<br />
1 ovo batido.<br />
para fins pacíficos, e apesar da transparência<br />
em todas as atividades iranianas<br />
e nossa total cooperação com os inspetores<br />
da AIEA (Agência Internacional de<br />
Energia Atômica) e a confirmação de que<br />
as atividades iranianas são pacíficas, as<br />
forças intimidadoras buscam empecilhos<br />
para as atividades nucleares pacíficas do<br />
Irã ao exercer sanções políticas e econômicas<br />
contra nossa nação e também através<br />
de ameaças e pressões à AIEA. Estes<br />
são os mesmos poderes que produzem<br />
novas gerações de armas nucleares letais<br />
e possuem grandes estoques de armamentos<br />
nucleares que nenhuma organização<br />
internacional monitora e que uma<br />
destas forças nefastas causaram as tragédias<br />
em Hiroshima e Nagasaki".<br />
"De fato, não são contra as armas, mas<br />
são contra o progresso de outras nações e<br />
tendem a monopolizar tecnologias e utilizar<br />
estes monopólios para que possam<br />
impor suas vontades sobre outras nações.<br />
É natural que o grande povo iraniano, com<br />
a determinação e imperturbabilidade e<br />
com o apoio de seus amigos, irá resistir às<br />
intimidações e continuará a defender seus<br />
direitos com sempre o fez. A nação iraniana<br />
está disposta a dialogar. Mas nunca<br />
aceitou e nunca aceitará exigências ile-<br />
SALADA D'ÁGUA<br />
Esta curiosa receita sabra adequa-se<br />
muito bem a Sucot. Na<br />
verdade é uma interpretação<br />
da tradicional israeli salat, com<br />
um novo ingrediente.<br />
A propósito, o líquido de tomate<br />
que será produzido para esta<br />
salada também pode ser servido<br />
como se fosse um gazpacho,<br />
sem a salada, bem gelado e<br />
temperado.<br />
HOLISHKES<br />
Molho:<br />
3 colheres de sopa de óleo;<br />
2 colheres de sopa de farinha de<br />
trigo;<br />
2 latas de tomates pelados, picados,<br />
sem drenar;<br />
3 colheres de sopa de extrato de<br />
tomate;<br />
3 colheres de sopa de mel;<br />
Suco de 1 limão;<br />
Sal e pimenta do reino à gosto.<br />
1 kg de tomates bem maduros;<br />
3 pepinos japoneses cortados em cubos grandes;<br />
3 tomates cortados em cubos grandes;<br />
5 talos de cebolinha picados;<br />
1 colher de chá de hortelã bem picada;<br />
Suco de ½ limão;<br />
Azeite à gosto;<br />
Sal e pimenta do reino à gosto.<br />
gais. Chegou o momento da AIEA apresentar<br />
um relatório claro para a comunidade<br />
internacional a respeito de seu monitoramento<br />
do desarmamento destas nações<br />
nucleares e suas atividades nucleares e<br />
que seja estabelecido um comitê de desarmamento<br />
formado por estados independentes<br />
para monitorar o desarmamento<br />
destas potências nucleares...".<br />
"A dignidade, integridade e direitos<br />
dos povos americanos e europeus estão<br />
sendo manipulados por um grupo pequeno,<br />
mas fraudulento grupo de pessoas<br />
chamadas de sionistas. Embora sejam<br />
uma minoria irrisória, dominam uma importante<br />
fatia dos centros monetários e<br />
financeiros, assim como centros de decisões<br />
políticas em alguns países europeus<br />
e dos EUA de maneira fraudulenta, complexa<br />
e furtiva. É deveras desastroso testemunhar<br />
o que alguns candidatos a presidência<br />
e líderes de alguns países tenham<br />
que visitar estas pessoas, reunirem-se<br />
com eles, jurar alianças e compromissos<br />
de seus interesses para que possam obter<br />
apoio financeiro ou da mídia".<br />
"Isto significa que o grande povo americano<br />
e de várias nações da Europa precisam<br />
obedecer às demandas e vontades<br />
de um pequeno grupo de pessoas ga-<br />
De véspera amasse ligeiramente<br />
os tomates maduros, coloque em<br />
um saco de pano e deixe pendurado,<br />
por uma noite, escorrendo em<br />
um recipiente. Não chacoalhe ou<br />
amasse o saco, para que o líquido<br />
saia límpido e cristalino. Misture<br />
todos os ingredientes e temperos<br />
da salada e, numa saladeira funda,<br />
cubra-os com o líquido dos tomates.<br />
Deixe gelar por 2 horas na<br />
geladeira e sirva com cubos de<br />
gelo, cebolinha francesa picada,<br />
garfo e colher.<br />
nanciosas e invasivas. Estas nações desperdiçam<br />
sua dignidade e recursos com crimes<br />
e ocupações e a ameaça da rede sionista<br />
contra suas vontades... As idéias e<br />
ações daqueles que pensam que são superiores<br />
e consideram outros de segunda<br />
classe ou inferiores, que permanecer isolados,<br />
serem escravos absolutos de seus<br />
desejos materialistas e egoístas, que tendem<br />
a expandir sua natureza agressiva e<br />
dominante, constituem as raízes dos problemas<br />
atuais em sociedades humanas.<br />
Estas são os maiores impedimentos à prosperidade<br />
material e espiritual, segurança,<br />
paz e irmandade entre as nações...".<br />
"Atualmente, o regime sionista está à<br />
beira de um colapso e não há como sair<br />
do buraco criado por si mesmo e pelos<br />
seus apoiadores. A República Islâmica do<br />
Irã, ao mesmo tempo em que respeita totalmente<br />
a resistência do povo oprimido<br />
da Palestina e expressa seu total apoio,<br />
apresenta uma solução humanitária baseada<br />
em um referendo livre na Palestina<br />
para determinar-se e estabelecer-se o<br />
tipo de estado em todo o território palestino<br />
ao Excelentíssimo Secretário Geral da<br />
ONU. O império americano no mundo está<br />
chegando ao fim da linha e seus próximos<br />
governantes devem limitar sua interferência<br />
às suas próprias fronteiras...".
10<br />
* Rina<br />
Castelnuovo é<br />
jornalista do The<br />
New York Times.<br />
Tradução: Paulo<br />
Migliacci.<br />
Tecnologia a serviço<br />
do shabat<br />
VISÃO JUDAICA outubro de 2008 Tishrê / Cheszvan 5769<br />
Rina Castelnuovo *<br />
s rabinos, cientistas e engenheiros<br />
do Instituto Zomet estão tentando<br />
resolver problemas que<br />
surgem quando acontecem colisões<br />
entre a tecnologia e a Torá.<br />
Trabalhando em suas instalações de<br />
pesquisa na colônia de Alon Shvut, na<br />
Cisjordânia, eles criam aparelhos eletrônicos<br />
- de telefones a sistemas de alarme<br />
e veículos motorizados - que obedecem<br />
às leis do judaísmo ortodoxo sobre o shabat,<br />
quando até mesmo ligar ou desligar<br />
uma lâmpada é proibido.<br />
"Tentamos combinar um estado judaico<br />
moderno e leis judaicas muito antigas",<br />
disse Dan Marans, diretor<br />
executivo do Zomet. Isso requer<br />
tanto um conhecimento profundo<br />
do código legal judaico, ou halachá,<br />
quanto alguma engenhosidade.<br />
"A cada dia, D-us nos oferece<br />
coisas de que podemos usufruir,<br />
e é preciso apenas descobrir<br />
de que maneira fazê-lo de<br />
acordo com Suas normas", disse<br />
Marans.<br />
Por décadas, grupos de pesquisa<br />
como o que Marans dirige<br />
vêm desfrutando de um quase<br />
monopólio sobre a tecnologia de<br />
aparelhos kosher. Eles vendem a<br />
maior parte de suas invenções<br />
ao governo e às forças armadas<br />
de Israel. Agora multinacionais, as pequenas<br />
empresas e empresários ortodoxos<br />
de todo o mundo estão criando produtos<br />
aprovados pelos rabinos.<br />
As invenções, que ajudam os mais<br />
de 1,5 milhão de judeus ortodoxos do<br />
Empresas criam tecnologias<br />
que respeitam o shabat judaico<br />
mundo a desfrutar das conveniências da<br />
vida moderna, estão ganhando popularidade<br />
devido aos baixos preços propiciados<br />
pela fabricação na Ásia e ao uso<br />
da Internet como ferramenta para comercializar<br />
produtos destinados a nichos<br />
de mercado.<br />
O rabino Shmuel Veffer, presidente<br />
da Kosher Innovations, de Toronto, é<br />
apenas um dos empresários que se beneficiaram<br />
da tendência. Em 2004, Veffer<br />
inventou a Luminária Kosher, que<br />
conta com uma cobertura que pode ser<br />
movimentada de maneira a bloquear a<br />
luz da lâmpada mas sem desligá-la.<br />
Veffer diz ter vendido "dezenas de<br />
milhares" das luminárias, entre as quais<br />
um modelo mais caro e uma versão infantil<br />
em forma de ursinho. Todas elas<br />
são fabricadas na China. A Kosher Innovations<br />
agora vende uma dúzia de produtos,<br />
entre os quais um dispositivo de<br />
iluminação que ajuda a combater insetos<br />
e um despertador que respeita o<br />
shabat, em quase 400 lojas, de Nova York<br />
a Londres e Sydney. Veffer garantiu aprovação<br />
religiosa de renomadas autoridades<br />
rabínicas em todos os países em que<br />
seus produtos estão à venda.<br />
"O mundo dos judeus ortodoxos é<br />
uma comunidade fechada, de modo que<br />
se você oferece algo de que as pessoas<br />
gostam, as boas novas logo se espalham",<br />
afirma o rabino.<br />
Mas "o consumidor kosher tem uma<br />
influência sobre o mercado que vai além<br />
dos números", disse o dr. Avrom Pollak,<br />
presidente da Star-K, de Baltimore, que<br />
certifica como kosher diversos produtos,<br />
de grandes eletrodomésticos a alimentos,<br />
álcool e alguns remédios.<br />
Por exemplo, disse Pollak, os domicílios<br />
judeus ortodoxos dedicam muito<br />
mais tempo, atenção e dinheiro às suas<br />
cozinhas do que a maioria dos demais<br />
consumidores norte-americanos, e é por<br />
isso que 14 grandes marcas de eletrodomésticos<br />
para cozinha solicitaram certificação<br />
kosher da Star-K.<br />
A Star-K também monitora algumas<br />
fábricas chinesas que produzem bens<br />
kosher, para garantir que elas estejam<br />
cumprindo as leis judaicas.<br />
Embora a tecnologia moderna tenha<br />
por intenção tornar menos difíceis as<br />
tarefas da vida cotidiana, a proliferação<br />
de motores automáticos, sensores e luzes<br />
em mais aparelhos domésticos se<br />
tornou problema cada vez mais grave<br />
para os judeus que seguem estritamente<br />
as leis religiosas.<br />
Por décadas, os judeus ortodoxos<br />
percorriam suas casas antes de cada shabat<br />
em um ritual que envolvia desligar<br />
seus sistemas de alarme, prender com<br />
fita adesiva o botão que acende a luz dentro<br />
da geladeira quando a porta se abre e<br />
deixar acesa uma das bocas do fogão,<br />
para que comida possa ser aquecida.<br />
Nos últimos 10 anos, fabricantes<br />
como Whirlpool e Viking também incluíram<br />
programações para shabat em seus<br />
aparelhos, como fogões, refrigeradores<br />
e até sistemas de armazenagem de vinho.<br />
A General Electric introduziu seu<br />
modo shabat em 2000, e informa que o<br />
recurso está disponível em mais de 150<br />
de seus fornos, fogões e outros utensílios<br />
culinários.<br />
Esses modos ou desligam automaticamente<br />
certas luzes, ventiladores e<br />
alarmes ou usam um conceito legal ju-<br />
O anti-semitismo e suas faces<br />
Roberto Romano * inclusão acadêmica, elas eram negativas. Exis- com a tenure (estabilidade) nos estudos clás-<br />
O Estado de Israel agrega sete milhões e<br />
duzentos mil habitantes, dos quais cinco milhões<br />
e trezentos são judeus, um milhão e quatrocentos<br />
árabes, quatrocentos de outras origens.<br />
A maioria dos judeus seguiu para a região<br />
após perseguições e massacres que chegaram<br />
ao genocídio de seis milhões dos seus irmãos.<br />
Após 60 anos de existência, o país sofre violências<br />
mascaradas de anti-sionismo, quando na<br />
verdade trata-se de virulento anti-semitismo.<br />
Cérebros sem prudência tentam por todos os<br />
meios impedir que os filhos de Abraão tenham<br />
uma pátria e possam lutar para evitar um novo<br />
Holocausto. O imaginário ideológico está cheio<br />
de muitas desculpas dos que vivem o mesmo<br />
ódio racista que nutriu, já antes do totalitarismo,<br />
as elites ocidentais e orientais.<br />
Como hoje as cotas em favor dos negros está<br />
tiam cotas com números máximos para o ingresso<br />
de judeus na Universidade de Yale, o alvo<br />
era diminuir o número de judeus no campus.<br />
Mesmo em outras universidades norte americanas<br />
imperou tal política de exclusão. (Oren,<br />
D.A. Joining the Club: a History of Jews at Yale,<br />
New Haven, Yale Univ. Press, 1985).<br />
Não se trata de um setor "pouco esclarecido",<br />
para usar o jargão dos conservadores de<br />
todos os matizes. Temos naquela prática a posição<br />
de mestres renomados no mundo acadêmico,<br />
em especial nos estudos clássicos. Se<br />
a vida nas universidades, como enuncia Hegel<br />
na Fenomenologia do Espírito, é o reino animal<br />
onde os indivíduos são nutridos com a carne<br />
do "colega", se ali as manadas têm suas lideranças<br />
que ensinam aos do rebanho quem<br />
deve ser estraçalhado ou acarinhado, não surpreende<br />
encontrar o racismo anti-semita nos<br />
sicos da famosa Ivy League. Ele ensinou de<br />
1924 a 1980. Entre seus trabalhos, é relevante<br />
a tradução da ciceroniana Rethorica ad Herenium<br />
(Loeb Classical Series). Em 1919 o docente<br />
se candidatou ao lugar de professor na Universidade.<br />
Recebeu uma carta, que traduzo literalmente:<br />
"Meu caro Caplan: quero apoiar a<br />
opinião do professor Bristol e lhe aconselhar<br />
vivamente a seguir rumo ao ensino secundário.<br />
As oportunidades para os cargos na faculdade,<br />
nunca suficientes, agora são poucas e<br />
provavelmente diminuirão. Não posso encorajar<br />
ninguém na busca de assegurar um emprego<br />
na faculdade. Existe, além disso, um<br />
preconceito muito real contra o judeu. Não<br />
partilho pessoalmente tal atitude, estou certo<br />
que o mesmo é verdadeiro em se tratando<br />
de todo o pessoal daqui. Mas vimos tantos judeus<br />
bem preparados falhar na busca de em-<br />
na ordem do dia, recordo que os Estados Uni- departamentos escolares.<br />
pregos que semelhante fato nos forçou a tandos<br />
da América, fonte de inspiração das citadas Uma carta foi encontrada em 1980, na gato. Lembro Alfred Gudeman, E.A. Loew - bri-<br />
cotas, as instituiu para os judeus por volta de veta do professor Harry Caplan, de Cornell, lhantes acadêmicos de reputação internacio-<br />
1920. Só que em vez de serem chaves para a durante muito tempo o único professor judeu nal, e mesmo assim incapazes de obter um<br />
daico conhecido como "gramma", ou<br />
ação indireta, para manter os aparelhos<br />
em operação no dia de repouso. Nos refrigeradores,<br />
por exemplo, um mecanismo<br />
programado impede que o compressor<br />
entre em ação imediatamente quando<br />
a porta é aberta.<br />
Mais de 750 mil judeus ortodoxos<br />
modernos e ultra-ortodoxos vivem nos<br />
Estados Unidos. Israel abriga mais de 800<br />
mil ortodoxos modernos e ultra-ortodoxos,<br />
e 31% das pessoas com idade superior<br />
a 20 anos no país se identificam como<br />
ortodoxas, de acordo com Serviço Central<br />
de Estatísticas de Israel.<br />
A comunidade exerce considerável<br />
influência política e econômica, e o mesmo<br />
se aplica a Eliyahu Yishai, primeiroministro<br />
assistente e ministro da Indústria,<br />
Comércio e Trabalho, ele mesmo<br />
judeu ortodoxo. No ano passado, o ministério<br />
que ele dirige colaborou com<br />
estudiosos da religião e com a Associação<br />
da Indústria de Israel para desenvolver<br />
produtos próprios ao shabat, com o<br />
objetivo de atender a comunidade ortodoxa<br />
em todo o mundo.<br />
"Ser ortodoxo hoje precisa ser mais<br />
fácil do que era no passado", disse Yair<br />
Shiran, que representa Israel nos Estados<br />
Unidos para questões de cooperação econômica<br />
e apontou que mais de 20 produtos<br />
já haviam sido desenvolvidos especificamente<br />
para os judeus ortodoxos, entre<br />
os quais um condicionador de ar, uma<br />
cafeteira elétrica e um sistema de alarme<br />
adaptados para o shabat.<br />
"A tecnologia está disponível, e a<br />
idéia é simplesmente a de comercializála<br />
para uso em comunidades específicas",<br />
declarou Shiran.<br />
cargo na faculdade. Sinto que é errado encorajar<br />
qualquer um a se devotar a longos estudos,<br />
caminhos escarpados cuja pista é barrada<br />
por um inegável preconceito racial. Nesse assunto,<br />
unem-se a mim todos os meus colegas<br />
dos Estudos Clássicos que me autorizaram a<br />
colocar suas assinaturas, com a minha, nesta<br />
carta. Assinado: Charles E. Bennet, C.L. Durham,<br />
George S. Bristol, E. P. Andrews. 27/3/<br />
1919, Ithaca". O documento foi publicado no<br />
Cornell Alumni News (número 84, 9/Julho<br />
1981, página 7). O documento é reproduzido<br />
por Martin Bernal, num texto que deveria ser<br />
lido por todos os que afirmam lutar contra o<br />
racismo, mas que na defesa dos movimentos<br />
negros não hesitam um instante em usar teses<br />
racistas contra os judeus, sempre com o<br />
disfarce da crítica ao sionismo. Eu me refiro ao<br />
livro Black Athena, the Afroasiatic Roots of<br />
Classical Civilization (New Jersey, Rutgers University<br />
Press, 1987).<br />
Lutar contra o racismo é lutar contra todos<br />
os racismos. E disto, boa parte dos intelectuais<br />
empenhados está muito longe.<br />
* Roberto Romano é professor de Ética e Filosofia Política na Unicamp e recebeu a Medalha Direitos Humanos B'nai B'rith em 2007. Publicado no jornal Correio Popular, de Campinas em 4/6/2008
Cresce rejeição a<br />
judeus e islâmicos<br />
Espanhóis lideram etnocentrismo, que<br />
também afeta Alemanha, Polônia,<br />
Rússia, França e Grã-Bretanha<br />
Andrei Netto *<br />
Judeus e muçulmanos são cada vez mais<br />
rejeitados na Europa. A onda etnocentrista<br />
foi diagnosticada pelo instituto americano<br />
Pew Research Center, que num relatório de<br />
73 páginas, baseado em 4 mil entrevistas,<br />
indica a evolução das opiniões negativas<br />
entre 2004 e 2008.<br />
Na Espanha, país que lidera nos índices de<br />
preconceito, 52% se declararam contrários aos<br />
islâmicos neste ano, um aumento de 15 pontos<br />
porcentuais em relação a 2005, quando 37%<br />
reconheceram essa posição. A aversão a judeus<br />
foi admitida por 46% dos entrevistados - em<br />
2005, eram 21%.<br />
Na Alemanha, a visão negativa sobre os judeus<br />
aumentou de 20%, em 2004, para 25%,<br />
neste ano. Em relação aos muçulmanos, cresceu<br />
de 46% a 50% no mesmo período. Na França,<br />
o preconceito contra judeus - 11% a 20% -<br />
e muçulmanos - 29% a 38% - aumentou nove<br />
pontos porcentuais.<br />
A escalada também ocorre na Europa<br />
Oriental. Na Rússia, as opiniões desfavoráveis<br />
aos judeus avançaram de 25% para 34% no<br />
mesmo período, enquanto na Polônia aumentaram<br />
de 25%, em 2005, para 36%, neste ano.<br />
Em relação aos muçulmanos, a animosidade<br />
cresceu de 30% para 46% na Polônia. A Rússia<br />
foi o único país onde houve retração do preconceito<br />
contra os islâmicos: de 37%, em 2004,<br />
para 32%, neste ano.<br />
A estabilidade britânica em relação ao antisemitismo<br />
- índice de 9% dos entrevistados desde<br />
2004 - não se repete quando a questão são os<br />
muçulmanos. Em quatro anos, a visão negativa<br />
sobre esse grupo aumentou de 18% para 23%.<br />
Segundo o relatório, as manifestações de<br />
preconceito crescem mais entre pessoas acima<br />
de 50 anos e sem nível superior. "Há um<br />
paralelo notável entre anti-semitas e antimuçulmanos<br />
na opinião pública da Europa Ocidental.<br />
O mesmo sentimento prevalece nos mesmos<br />
estratos sociais", indica o documento.<br />
Pierre Fournel, delegado-geral da ONG Liga<br />
contra o Racismo, de Paris, confirma que o etnocentrismo<br />
se expressa com cada vez mais<br />
força na Europa. "Na França, apesar de as autoridades<br />
nos mostrarem queda nos índices de<br />
violência, percebemos o contrário," relata.<br />
Segundo Fournel, a organização registra um<br />
aumento nas queixas de discriminação, mas é<br />
difícil prová-las judicialmente por causa de sua<br />
"sutileza". "O preconceito religioso se manifesta<br />
na vida cotidiana, no momento de pedir<br />
um emprego, de alugar um apartamento e em<br />
qualquer outra situação em que o sobrenome<br />
ou os traços físicos estejam explícitos."<br />
O Pew Research Center também pesquisou o<br />
apoio dos muçulmanos a ataques terroristas lançados<br />
por homens-bomba. Em seis anos, o apoio<br />
caiu de 74%, em 2002, para 32%, neste ano.<br />
* Andrei Netto é jornalista e correspondente em<br />
Paris da Agência Estado.<br />
Se os árabes se desarmarem,<br />
acaba a guerra; se Israel se<br />
desarmar, acaba Israel.<br />
Binyamin Netanyhau<br />
Uma das maiores catástrofes da chamada<br />
'modernidade' foi a desconstrução<br />
filosófica, psicológica, política e moral da<br />
humanidade, ocorrida na última metade<br />
do século passado. Das principais contribuições<br />
psicológicas desconstrucionistas<br />
é o que chamo aqui inversão e introjeção<br />
da culpa. A inversão da culpa faz parte<br />
do conceito mais amplo de inversão revolucionária.<br />
A introjeção é a admissão<br />
delirante da vítima de sentir-se culpada<br />
pelos ataques que sofre. Ela é especialmente<br />
necessária para o sucesso da guerra<br />
assimétrica, da qual ambas constituem<br />
os fundamentos psicológicos.<br />
Pode-se definir guerra assimétrica<br />
como aquela em que um dos lados atribui<br />
a si, consciente ou inconscientemente,<br />
a totalidade dos valores éticos na qual<br />
suas ações são embasadas. Pode ser a<br />
'ética de construir um mundo novo', de<br />
'eliminar as desigualdades' ou de 'reconquistar<br />
territórios que lhe pertencem' ou<br />
qualquer outra coisa. Isto lhes permite<br />
lutar em plena potência, sem respeitar<br />
nenhuma lei a não ser a da força justificada<br />
pela própria 'ética' que a move. Enquanto<br />
isto, através de guerra psicológica,<br />
força-se o inimigo a aceitar esta situação<br />
na qual ele se vê obrigado a respeitar<br />
suas próprias leis e as convenções<br />
internacionais que regulam os conflitos.<br />
Principalmente convencendo-o de que<br />
não pode usar os mesmos meios dos 'detentores<br />
exclusivos' da suposta 'ética'.<br />
Caso o entrechoque avance para o inte-<br />
VISÃO JUDAICA outubro de 2008 Tishrê / Cheszvan 5769<br />
Israel e a guerra assimétrica<br />
Heitor de Paola * rior do território inimigo - como no terro-<br />
Shemini Atzêret<br />
Acendimento das velas: dia 20/10 às 18h05<br />
A palavra "atsêret" é explicada de diversas maneiras, mas seu<br />
significado original é retenção, apego, empenho. Após o término dos<br />
sete dias da feliz comemoração de Sucot, o oitavo dia de Atsêret é<br />
um apego à feliz experiência pela qual passamos.<br />
É natural que procuremos manter as alegres lembranças de ontem,<br />
mas é difícil evocar alegrias passadas. Podemos fazer um esforço<br />
para mantê-las, mas mesmo as mais felizes, tendem a desaparecer.<br />
Talvez seja por esse motivo que ocorre a festa de Shemini Atsêret.<br />
Por mais alegre que seja a Festa da Colheita (Sucot), chega o<br />
tempo em que temos de nos despedir.<br />
Assim também, o descanso e a paz do Shabat são verdadeiramente<br />
dádivas Divinas para o ser humano. Porém, com o término do<br />
Shabat, devemos nos despedir e continuar a rotina do trabalho.<br />
É realmente preciosa a purificação especial do Dia do Perdão.<br />
Mas devemos sair desta solenidade para a alegre festa de Sucot. Em<br />
seguida, no mesmo espírito, devemos chegar à festa de Shemini Atsêret<br />
e continuar até Simchat Torá, a alegria da Torá.<br />
A vida determina que a seqüência continue; impulsiona-nos para<br />
frente. É cíclica e exige que caminhemos adiante a partir do passado,<br />
em direção a novas experiências e conquistas. Viver "de acordo"<br />
com nossos dias significa viver cada dia e época, de acordo a Torá… o<br />
ano inteiro! (www.chabad.org.br).<br />
rismo - usa-se a liberdade e a abertura<br />
da sociedade livre e legal forçando-a a<br />
restringir seus métodos de defesa legais<br />
enquanto se movem livremente, sem respeitar<br />
nada trabalhando pela sua destruição<br />
desde dentro. Ou, em última instância,<br />
se o inimigo se desespera e rompe<br />
com seus princípios, posam como vítimas<br />
de crueldade. Isto é, invertem o sentido<br />
dos direitos constitucionais do inimigo<br />
para usá-los a seu favor, deixando o inimigo<br />
indefeso: as armas da legalidade<br />
jamais funcionarão e, se forem rompidas,<br />
serão acusados Em qualquer caso saem<br />
ganhando!<br />
Existem dois fatores fundamentais<br />
para que a estratégia assimétrica funcione.<br />
O primeiro é fazer com que o inimigo,<br />
ou parte dele, introjete a culpa conscientemente<br />
e, a cada novo ataque, pergunte<br />
a si mesmo: onde errei para ser<br />
atacado assim? E intensifique as propostas<br />
de paz através de concessões e pagamentos.<br />
Pura chantagem! O segundo<br />
fator é a universalização da culpa, isto é,<br />
convencer ao resto do mundo a adotar o<br />
ponto de vista do atacante e buscar mecanismos<br />
internacionais corrompidos<br />
para avalizar e legitimar o agressor - que,<br />
tendo sua condição de vítima assim reconhecida,<br />
justifica e intensifica os ataques<br />
- e condenar o agredido que fica<br />
cada vez mais acuado pela tripla oposição:<br />
do inimigo, da comunidade internacional<br />
e de sua própria quinta coluna.<br />
É claro que estou falando do que vem<br />
ocorrendo no Estado de Israel. Parte do<br />
povo Judeu aceitou esta condição da 'culpa<br />
de Israel' e da justiça das reivindicações<br />
palestinas, alimentando a assimetria<br />
com que a guerra vem sendo travada<br />
* Heitor de Paola é psiquiatra, psicanalista e analista político.<br />
11<br />
e que, assim, se intensifica cada vez mais.<br />
É o caso, entre outros, do movimento Paz<br />
Agora e a esquerda judaica que se vêem<br />
servindo a dois senhores: à sua condição<br />
de Judeus e à sua ideologia em defesa<br />
do 'povo palestino oprimido'. E o inimigo<br />
sabe explorar com maestria sua falsa<br />
condição de oprimidos e defensores de<br />
'seu' território frente à 'agressão' israelense,<br />
a qual, sempre que é efetiva, é<br />
considerada escandalosamente 'desproporcional'.<br />
Até as autoridades israelenses<br />
se vêem obrigadas pela pressão externa<br />
somada à interna, a interminavelmente<br />
assinar acordo após acordo, fazer<br />
concessão após concessão, sabendo de<br />
antemão - como todo mundo sabe, aliás<br />
- que não há nenhuma intenção de cumpri-los<br />
por parte dos 'palestinos' enquanto<br />
Israel fica obrigado, pelas suas próprias<br />
leis e tradições, a respeitá-los. Finalmente,<br />
não é à toa que foram os Judeus<br />
a receber as Tábuas da Lei, base de toda<br />
a estrutura jurídica ocidental.<br />
Para alimentar a divisão interna em<br />
Israel, o inimigo age em bloco, mas finge<br />
estar também dividido entre 'radicais' e<br />
'moderados'. Os primeiros estendem a<br />
mão sabendo que a quinta coluna está<br />
ávida para conversar e acabar com a guerra<br />
pela rendição. Chega a ponto de terroristas<br />
contumazes fingirem aceitar a existência<br />
de Israel - quando, em seus discursos<br />
em árabe nas mesquitas dizem 'entidade<br />
sionista' - pois assim conseguem<br />
apoio da 'comunidade internacional' e<br />
condenação da corrupta ONU, onde imperam<br />
ditaduras esquerdistas e totalitarismos<br />
teológicos islâmicos.<br />
Parece-me que as autoridades israelenses<br />
entendem esta situação com clareza,<br />
mas ficam de mãos amarradas pela<br />
oposição interna, a pior de todas.<br />
Uma círculo eterno<br />
Acendimento das velas: dia 21/10 às 19h01<br />
Em Simchat Torá concluímos a leitura da Torá com o final de<br />
Devarim e imediatamente iniciamos outro ciclo com a primeira porção<br />
de Bereshit. Isto simboliza que a Torá, como um círculo, não tem<br />
fim; seu início e seu final estão sempre interligados.<br />
Ao ler a última e a primeira porções da Torá de forma contígua,<br />
conectamos as maravilhas prodigiosas realizadas por Moshê à Criação<br />
do Universo. Em outras palavras, todos os maravilhosos acontecimentos<br />
no Egito e no deserto foram para imprimir sobre os israelitas<br />
que há um Criador que governa o Universo e o conduz da forma<br />
que deseja.<br />
Sem um objetivo supremo, a vida se torna fútil, e dificilmente<br />
poderia haver um objetivo elevado num Universo que apareceu devido<br />
ao desencadear acidental de forças mecânicas e impessoais.<br />
Além disso, não pode haver alegria numa vida vazia, e de fato, as<br />
pessoas que sentem que a vida é fútil são propensas a buscar uma<br />
válvula de escape em vez de vivê-la em toda sua plenitude.<br />
A alegria da Festa de Sucot atinge seu zênite em Simchat Torá, e<br />
nossa celebração deste dia feliz baseia-se na conscientização de que a<br />
vida tem propósito e significado. Os ensinamentos e milagres de Moshê,<br />
que instilaram em nós a crença de que D-us criou Céu e Terra, são<br />
deste modo a chave não apenas para o júbilo do dia como também da<br />
alegria que perdurará por todo o ano. (www.chabad.org.br).
12<br />
VISÃO JUDAICA outubro de 2008 Tishrê / Cheszvan 5769<br />
Papa Pio XII ajudou os judeus,<br />
Papa Bento XVI defendeu enfaticamente<br />
no dia 18/9 o seu<br />
antecessor Pio XII da acusação<br />
de não ter se empenhado<br />
para ajudar os judeus durante<br />
a Segunda Guerra Mundial, afirmando<br />
que ele "não poupou esforços"<br />
nesse sentido.<br />
O Papa fez um pronunciamento num<br />
simpósio em Roma sobre o pontificado<br />
de Pio XII (1939-58), promovido pela<br />
Fundação Pave the Way, dos EUA, que<br />
reúne judeus e católicos. Habitualmente,<br />
a Igreja argumenta que Pio XII agiu<br />
em prol dos judeus apenas nos bastidores,<br />
porque fazê-lo publicamente<br />
poderia expô-los a um maior risco.<br />
Para o evento, foi preparada uma<br />
compilação com 200 páginas de documentos,<br />
recortes de jornais do período<br />
e telegramas diplomáticos mostrando<br />
que Pio XII se empenhou bastante<br />
em proteger os judeus e recebeu<br />
a gratidão de seus líderes - contrariando<br />
uma tese muito difundida por<br />
alguns grupos judaicos, segundo os<br />
quais houve omissão do Vaticano durante<br />
o genocídio na Europa.<br />
afirma Bento XVI Pave the Way, disse ao papa que a in-<br />
"Graças à vasta quantidade de<br />
material documentado que vocês reuniram,<br />
apoiados por muitos testemunhos<br />
avalizados, o seu simpósio oferece<br />
ao fórum público a possibilidade<br />
de saber mais plenamente o que Pio<br />
XII conseguiu para os judeus perseguidos<br />
pelos regimes nazi-fascistas", disse<br />
Bento XVI.<br />
"Depreende-se, então, que sempre<br />
que possível ele não poupou esforços<br />
em intervir em seu favor, seja diretamente<br />
ou por meio de instruções dadas<br />
a outros indivíduos ou a instituições<br />
da Igreja Católica", acrescentou<br />
o pontífice aos participantes, que foram<br />
ouvi-lo em sua residência de verão<br />
ao sul de Roma.<br />
Bento XVI elogiou o simpósio ainda<br />
por destacar "as muitas intervenções<br />
feitas secreta e discretamente,<br />
precisamente porque, devido à situação<br />
concreta daquele difícil momento<br />
histórico, só dessa forma era possível<br />
evitar o pior e salvar o maior número<br />
de judeus".<br />
Gary Krupp, um judeu norte-americano<br />
que fundou e preside a Fundação<br />
vestigação do grupo "contradiz diretamente<br />
a percepção negativa das atividades<br />
do papa em tempo de guerra".<br />
O papa lembrou que em novembro<br />
de 1945, cerca de seis meses após o<br />
fim da guerra, 80 representantes de<br />
sobreviventes de campos de concentração<br />
foram a Roma agradecer Pio XII<br />
por seu empenho.<br />
"Quando o temeroso martírio se<br />
abateu sobre nosso povo na década<br />
do terror nazista, a voz do papa se ergueu<br />
pelas vítimas", diz a ex-primeira-ministra<br />
de Israel Golda Meir em<br />
um dos recortes reproduzidos no volume,<br />
entre diversos líderes judeus que<br />
fazem elogios ao papa durante e depois<br />
da guerra.<br />
O papa disse que, transcorridas<br />
quase cinco décadas da morte de Pio<br />
XII, "nem todas as facetas genuínas da<br />
sua atividade pastoral diversa foram<br />
examinadas sob uma luz justa". Os 50<br />
anos da morte de Pio XII, em 9 de outubro,<br />
serão lembrados pelo Vaticano<br />
com uma conferência e uma exposição<br />
de fotos.<br />
No Vaticano, rabino diz que Pio XII traiu os judeus<br />
O papa Bento XVI cumpriemnta o rabino-chefe de<br />
Haifa, Shear-Yashuv Cohen<br />
No primeiro pronunciamento de um judeu<br />
em um sínodo no Vaticano, um rabino disse<br />
no dia 6/10, que os judeus "não podem perdoar<br />
e esquecer" a omissão de alguns líderes<br />
religiosos a respeito do Holocausto.<br />
O discurso do rabino Shear-Yashuv Cohen,<br />
diante do papa Bento XVI, foi uma clara referência<br />
a Pio XII, pontífice na época do conflito,<br />
que segundo muitos judeus não se empenhou<br />
em evitar o genocídio nazista.<br />
Cohen, rabino-chefe de Haifa (Israel), disse<br />
à Agência Reuters horas antes que faria críticas<br />
indiretas a Pio XII durante seu discurso<br />
para mais de 200 prelados de todo o mundo.<br />
"Não podemos esquecer o fato triste e<br />
doloroso de que muitos, inclusive grandes<br />
líderes religiosos, não levantaram suas vo-<br />
zes no esforço para salvar nossos irmãos,<br />
preferindo em vez disso manter o silêncio<br />
e ajudar secretamente. Não podemos perdoar<br />
e esquecer isso, e esperamos que vocês<br />
entendam", disse ele, de improviso, já<br />
ao final do discurso.<br />
Em setembro, Bento XVI declarou que Pio<br />
XII "não poupou esforços" para salvar os judeus,<br />
atuando nos bastidores. Simpatizantes<br />
do falecido papa argumentam que declarações<br />
mais incisivas naquela época poderiam<br />
piorar a situação dos judeus na Europa.<br />
Cohen também pediu ao sínodo que recrimine<br />
formalmente o presidente do Irã, Mahmoud<br />
Ahmadinejad, por ter feito mais um virulento<br />
discurso contra Israel no mês passado<br />
na ONU.<br />
"Estou aqui para lhes pedir, líderes das<br />
religiões, que ergam sua voz e com a ajuda<br />
do mundo livre protejam, defendam e salvem<br />
Israel das mãos dos nossos inimigos",<br />
afirmou, citando o recente discurso na ONU<br />
de "um certo presidente de um Estado do<br />
Oriente Médio".<br />
"Esta infâmia anti-semita nos levou de volta<br />
às dolorosas lembranças da tragédia do<br />
nosso povo, as vítimas do Holocausto, o qual<br />
esperamos e rezamos para que nunca mais<br />
ser repita".<br />
Na entrevista à Agência de Notícias Reuters,<br />
Cohen, de 80 anos, disse que Pio XII (papa<br />
entre 1939 e 58) poderia ter se empenhado<br />
mais contra o Holocausto. Ele acrescentou que<br />
teria evitado o evento se soubesse que o sínodo<br />
coincidia com cerimônias em homenagem<br />
os 50 anos da morte do pontífice.<br />
"Ele pode ter ajudado em segredo mui-<br />
tas das vítimas e muitos dos refugiados,<br />
mas a questão é se ele poderia ter erguido<br />
sua voz e se isso teria ajudado ou não. Nós,<br />
como vítimas, sentimos que sim. Não tenho<br />
procuração das famílias dos milhões<br />
de falecidos para dizer 'esquecemos, perdoamos'",<br />
afirmou Cohen.<br />
No dia 9/10, Bento XVI rezou missa pelos<br />
50 anos da morte de Pio XII, e em novembro<br />
haverá uma conferência e uma exposição<br />
de fotos sobre seu pontificado, que<br />
é um dos temas mais espinhosos nas relações<br />
entre católicos e judeus.<br />
"Preciso deixar muito claro que nós, rabinos,<br />
a liderança do povo judeu, não podemos<br />
concordar, enquanto os sobreviventes<br />
acharem que é doloroso, que este líder da<br />
Igreja num momento de crise deva ser homenageado<br />
agora. Não é a nossa decisão.<br />
Isso nos dói. Lamentamos que isso esteja<br />
sendo feito", declarou o rabino.<br />
Pressionado por historiadores a abrir seus<br />
arquivos da Segunda Guerra Mundial, o Vaticano<br />
diz que alguns itens estão resguardados<br />
por razões organizacionais, mas que a maior<br />
parte dos documentos relevantes daquela época<br />
já estão à disposição dos pesquisadores.<br />
Em 2007, a Congregação da Causa dos<br />
Santos mostrou-se favorável a um decreto reconhecendo<br />
as "virtudes heróicas" de Pio XII,<br />
o que abre caminho para sua possível canonização,<br />
num processo iniciado em 1967. Bento<br />
XVI ainda não aprovou esse decreto.<br />
Alguns grupos judaicos defendem a paralisação<br />
do processo de canonização, enquanto<br />
outros argumentam que se trata de um assunto<br />
interno da Igreja.
<strong>VJ</strong> INDICA<br />
Os Falsários<br />
Título original: Die Fälscher<br />
FILME<br />
Ficha técnica<br />
Direção: Stefan Ruzowitzky<br />
Roteiro: Stefan Ruzowitzky (autor), Adolf<br />
Burger (livro)<br />
Gênero: Drama/Guerra<br />
Origem: Alemanha/Áustria<br />
Ano: 2007<br />
Duração: 98 minutos<br />
País: Áustria, Alemanha<br />
Língua: Alemão<br />
Produtoras: Babelsberg Film GmbH, Beta<br />
Cinema, Josef Aichholzer Filmproduktion,<br />
Magnolia Filmproduktion, Studio Babelsberg<br />
Motion Pictures GmbH, Zweites<br />
Deutsches Fernsehen<br />
Elenco: Karl Markovics (Salomon Sorowitsch),<br />
August Diehl (Adolf Burger), Devid<br />
Striesow (Sturmbannführer Friedrich Herzog),<br />
Martin Brambach (Hauptscharführer<br />
Holst), August Zirner (Dr. Klinger), Veit<br />
Stübner (Atze), e Lenn Kudrjawizki<br />
(Loszek).<br />
SINOPSE<br />
Conta a história do judeu Salomon "Sally"<br />
Sorowitsch (Karl Markovics), o rei da falsificação,<br />
e da Operação Bernhard, feita na<br />
Alemanha, em 1936. Esta operação condiz<br />
em falsificar diversas notas do dinheiro<br />
alemão para financiar a guerra e dar<br />
uma falsa impressão de crescimento da<br />
economia local. O DVD disponível ainda é<br />
o importado, mas ate o final deste ano o<br />
filme será lançado no mercado brasileiro.<br />
VISÃO JUDAICA outubro de 2008 Tishrê / Cheszvan 5769<br />
B'nai B'rith PR entrega prêmios<br />
do concurso sobre Holocausto<br />
lunos da rede municipal de Ensino<br />
de Curitiba enviaram 4 mil textos<br />
em forma de cartas, participando<br />
assim do I Concurso de Redações<br />
sobre o tema: "Holocausto, Etnicidade,<br />
Racismo e Discriminação".<br />
Com a presença secretária municipal<br />
da Educação de Curitiba Eleonora Bonato<br />
Fruet, foi feita em setembro a premiação<br />
dos alunos vencedores do certame.<br />
Representando a B'nai B'rith do Paraná<br />
esteve presente o diretor executivo da<br />
Loja Chaim Weizman, Isaac Cubric.<br />
Na solenidade, Abraham Goldstein,<br />
co-presidente da B'nai B'rith do Brasil<br />
destacou o lançamento do Concurso em<br />
6 de junho, durante a I Jornada de Curitiba<br />
e a V Jornada Interdisciplinar para o<br />
Ensino do Holocausto para a Cidadania e<br />
Democracia, com a participação de mais<br />
de 200 educadores, cujo conteúdo foi<br />
apresentado pela profa. Maria Luiza Tucci<br />
Carneiro, coordenadora do LEER/USP<br />
e sua equipe. Sobre os trabalhos premiados,<br />
afirmou: "vocês educadores, souberam,<br />
com capacidade e sensibilidade,<br />
transmitir aos seus alunos a verdade histórica<br />
da existência do Holocausto". E<br />
observou que os alunos, de 10 a 13 anos,<br />
foram capazes de assimilar, comentar e<br />
observar que o mundo precisa mudar.<br />
"Alguns alunos" - disse ele - "associaram<br />
o Holocausto com a violência urbana,<br />
à corrupção e às drogas. Todos<br />
eles são impiedosos quando deixamos<br />
que se estabeleçam". E acrescentou:<br />
"Somos todos uma raça só. Somos todos<br />
membros da raça humana. E isto, meus<br />
educadores, nossos alunos, todos têm<br />
muitos motivos para entender, tomar<br />
consciência e praticar".<br />
Os premiados foram: 3º lugar Nível<br />
II - Tiago Leal da Silva, orientado pela<br />
professora Adriana Mendes, da Escola<br />
Municipal Rejane Maria Silveira Sachette;<br />
2º lugar - Felipe Lira de Oliveira, da<br />
Escola Municipal Eny Caldeira, professora<br />
Marili do Rocio Sopa Pires; 1º lugar<br />
- Leonardo José Duda, da Escola Muni-<br />
cipal Campo Mourão, profª Julia Zadra<br />
Mainardes.<br />
1º lugar - Nível III - André Luiz de<br />
Lara, da Escola Municipal Professor<br />
Herley Mehl, sob orientação da profª<br />
Ângela Cristina Moreschi. 3º lugar Nível<br />
IV - Stephani Falkevicz Miranda e<br />
Ricardo Gonçalves da Cunha da Escola<br />
Municipal Erasmo Pilloto; profª Tellma<br />
Suckow Leal Dea; 2º lugar - Ana Paula<br />
da Silva, da Escola Municipal Maria Clara<br />
Brandão Tesserolli; profª Ana Regina<br />
Ventura, e 1º lugar - Katiane Dalla Vecchia,<br />
da Escola Municipal Papa João<br />
XXIII, aluna da profª Cristiane dos Reis.<br />
Ao final, Goldstein agradeceu à Secretaria<br />
Municipal da Educação que com entusiasmo<br />
e dedicação orientou a sua equipe<br />
a coordenar todo este concurso junto<br />
às escolas; aos educadores que viram o<br />
valor desta iniciativa e nela se engajaram<br />
com determinação e afinco, e aos maravilhosos<br />
alunos que souberam entender<br />
a mensagem, apoiar-se nela para compreender<br />
melhor o valor da democracia, dos<br />
valores e direitos humanos e o repudio<br />
à intolerância e supremacia humana,<br />
seja qual for o motivo.<br />
"Sabemos que educar é um processo.<br />
Por isso, todos nós da B'nai<br />
B'rith, estamos plenamente dispostos<br />
a continuar estes concursos, estas jornadas,<br />
para, com o vosso apoio - educadores<br />
e membros do poder público<br />
- construirmos uma sociedade mais esclarecida,<br />
mais justa, mais humana,<br />
mais tolerante, e capaz de reconhecer<br />
o valor da diversidade e da convivência<br />
pacifica com e entre todos".<br />
Durante o ano de 2008, a B'nai<br />
B'rith está promovendo três concursos<br />
e já realizou três Jornadas, uma<br />
em Curitiba, uma no Rio de Janeiro,<br />
em 14 de junho, que contou com a presença<br />
de 150 educadores e uma em<br />
São Paulo, no dia 16 de agosto, com a<br />
presença de 480 educadores, num anfiteatro<br />
com capacidade para 470. Em<br />
novembro será a premiação dos Concursos<br />
de São Paulo e Rio.<br />
13<br />
Os organizadores do concurso, diretores da B'nai B'rith, com a secretária municipal de Educação, Eleonora<br />
Fruet, o sobrevivente do Holocausto Moisés Jacobson, e os alunos premiados no certame
14<br />
* Dori Lustron é<br />
formada Letras, é<br />
escritora e jornalista.<br />
Especializada em<br />
Política Externa de<br />
Israel, em Judeufobia e<br />
Esclarecimento.<br />
Publicou centenas de<br />
artigos sobre o conflito<br />
árabe-Israelense e<br />
colabora com várias<br />
publicações na<br />
América Latina, é<br />
conferencista e dirige<br />
o website<br />
www.porisrael.org<br />
VISÃO JUDAICA outubro de 2008 Tishrê / Cheszvan 5769<br />
Taal El Zatar e Borj El Barjneh<br />
Sabra e Chatila de Nabih Berri e das milícias islâmicas xiitas<br />
O que não se diz e não se sabe dos fundamentalistas muçulmanos no Líbano<br />
Dori Lustron *<br />
imprensa ruim, ou aquela<br />
que deliberadamente não<br />
quer dizer, ou quer esconder,<br />
faz com que as pessoas,<br />
em geral, não tenham acesso<br />
a este tipo de informação. Por que<br />
nunca se fala do que aconteceu nos<br />
acampamentos palestinos com as<br />
matanças muçulmanas?<br />
O curioso é que no Ocidente a<br />
progressista anticristã e anti-judaica,<br />
Maruja Torres ou Alberto Cortez<br />
nunca falaram nem fizeram nenhuma<br />
canção para esses palestinos<br />
mortos. Parece que os mortos de<br />
Sabra e Chatila nas mãos de renegados<br />
cristãos que não eram organicamente<br />
dos setores cristãos democráticos<br />
(tinham desertado a<br />
mando de Elie Hobeika), foram mais<br />
importantes que os milhares de Borj<br />
El Barajneh. Essa é a outra face da<br />
verdade, a que a hipocrisia das "esquerdas<br />
bobas" judeófobas e anticristãs<br />
não conta nem sobre o que<br />
jamais se escreveu.<br />
Milhares de palestinos mortos<br />
em seus próprios acampamentos<br />
nas mãos das milícias xiitas. É pouco<br />
isso? Por que o escondem? Por<br />
que não se fala disso?<br />
Porque isso seria mostrar uma<br />
verdade que eles não desejam que<br />
o mundo conheça. Mas… isso sim,<br />
culpar Sharon e os cristãos, cansados<br />
dos massacres que sofriam nas<br />
mãos dos muçulmanos em sua pró-<br />
pria terra é licito e aceitável.<br />
Israel é acusado pelos mesmos<br />
palestinos e não foi a mão executora<br />
nem instigadora de Sabra e Chatila.<br />
Eles mesmos foram seus próprios<br />
instigadores. Eles com suas<br />
ações contra os cristãos fizeram<br />
com que estes se rebelassem e<br />
atuassem em conseqüência. Sabra<br />
e Chatila era um antro de terroristas<br />
e é uma mancha negra na história<br />
da região. Mas… Ninguém fala,<br />
nem sequer menciona, o que eles<br />
mesmos fizeram contra sua própria<br />
gente, empilhada em acampamentos<br />
miseráveis e mantida ali para<br />
usá-los como arma política. Nenhum<br />
de seus irmãos árabes os quis<br />
absorver. Nenhum dos 22 países<br />
árabes quer integrá-los. Ali os mantém<br />
para dizer ao mundo: Vejam!<br />
Israel não aceita os refugiados!<br />
Israel não pode aceitar os refugiados<br />
pelo problema demográfico.<br />
Eles se foram. Ninguém os expulsou.<br />
Os líderes fizeram com que<br />
acreditassem que os sionistas os<br />
matariam e os confinaram em seus<br />
acampamentos. Os árabes que ficaram<br />
em Israel são os atuais árabes<br />
israelenses que vivem no norte,<br />
melhor que em qualquer país árabe<br />
da região e com todos os direitos<br />
que lhes outorga a lei israelense<br />
como cidadãos. Nem sequer querem<br />
ser palestinos.<br />
Se os palestinos e os islâmicos<br />
não falam deste tema por não ser<br />
útil aos seus objetivos, eu o farei,<br />
para que se conheça, de uma vez por<br />
todas, a verdade do ocorrido.<br />
Assim como Hussein da Jordânia<br />
em seu Setembro Negro de 1970 matou<br />
30.000 palestinos, um pouco menos<br />
mataram os xiitas no Líbano e de<br />
uma maneira terrivelmente cruel.<br />
No ano de 1987, as milícias xiitas<br />
de Nabih Berri (Amal) cercaram<br />
durante o que se chamou "a guerra<br />
dos campos", o acampamento de<br />
refugiados palestinos de Borj El Barajneh<br />
no Líbano, sitiando-o por seis<br />
meses, não permitindo que os palestinos<br />
recebessem alimentos nem<br />
medicamentos. Todas as noites entravam<br />
os comandos da Amal e degolavam<br />
de 100 a 200 pessoas e iam<br />
embora. A situação chegou a tal<br />
ponto que por falta de remédios e<br />
comida que um xeque sunita palestino,<br />
que vivia no campo, emitiu<br />
uma fatwa que permitia comer carne<br />
humana!. Em outras palavras<br />
comiam os seus mortos!.<br />
Morreram durante esse sítio de<br />
seis meses cerca de 12 mil palestinos,<br />
Morriam de fome, por falta de<br />
medicamentos e assassinados de<br />
forma violenta: adultos, mulheres,<br />
crianças e idosos.<br />
É claro que o exército sírio estava<br />
nas proximidades do campo<br />
"mas ao que parece estava de costas<br />
e olhando para o outro lado enquanto<br />
os xiitas de Berri faziam o<br />
massacre". A realidade era que a<br />
ordem para Berri foi dada pela Síria,<br />
pois dentro do campo de refu-<br />
giados havia autoridades religiosas<br />
palestinas que não concordavam<br />
com a influência síria que estimulava<br />
as milícias do Fatah que então<br />
operavam no Líbano.<br />
Os muçulmanos, tanto xiitas<br />
como sunitas têm mantido um cúmplice<br />
silêncio a respeito, ao longo de<br />
todos estes anos. Algo muito parecido<br />
aconteceu no final da década<br />
de 70 em outro campo palestino de<br />
refugiados no Líbano, o campo de<br />
Taal El Zaatar, no norte do Líbano,<br />
onde também os xiitas do Amal<br />
mataram cerca de 8.000 palestinos.<br />
Naquele momento não existia o<br />
Hezbolá, pois isto foi em 1977 e o<br />
Hezbolá nasce como uma cisão do<br />
movimento Amal em 1982.<br />
A história deles parece não registrar<br />
estes fatos. Não os convêm.<br />
Mas já é hora que se saibam as verdades<br />
que pretendem ocultar do<br />
mundo fazendo-se passar por vítimas.<br />
São vítimas de seu próprio<br />
povo. Não de Israel nem do Líbano,<br />
que os recebeu com um profundo<br />
sentimento humanitário e eles provocaram-lhe<br />
o desmembramento<br />
do país a instâncias da Síria, que<br />
pensa que o Líbano lhe pertence.<br />
O mundo só vê o que deseja ver,<br />
e sempre é a mesma face da moeda.<br />
Esta é uma guerra da barbárie<br />
fanática e fundamentalista contra<br />
todo o Ocidente. Difundir a verdade<br />
é uma obrigação ante esse avanço<br />
irracional e imperialista. Julguem<br />
vocês mesmos.<br />
"Teorias" inventadas a partir de 11/9 para defender o terrorismo<br />
Quase três mil pessoas morreram<br />
nos ataques terroristas em 2001 nos<br />
Estados Unidos. A versão oficial é de<br />
que quatro aviões foram seqüestrados<br />
por radicais islâmicos, que atacaram as<br />
torres gêmeas do World Trade Center,<br />
em Nova York, e o Pentágono, em Washington.<br />
Uma quarta aeronave caiu e<br />
espatifou-se no chão na Pensilvânia.<br />
Mas não demorou muito e dezenas de<br />
versões "alternativas" eram discutidas<br />
por todo o mundo.<br />
As versões ganharam tanta força<br />
que o próprio Departamento de Estado<br />
dos EUA criou uma seção em seu<br />
site inteiramente dedicada a refutar<br />
estes "boatos", veja abaixo a lista das<br />
principais teorias da conspiração.<br />
Conspiração 1 - As torres gêmeas<br />
não ruíram, mas foram demolidas de<br />
forma controlada.<br />
Versão oficial - Segundo o Departamento<br />
de Estado dos EUA, citando especialistas<br />
em demolições controladas,<br />
quando o prédio é derrubado de forma<br />
proposital, o processo acontece de<br />
baixo para cima, e não como ocorreu<br />
em Nova York. Os oficiais dos EUA dizem<br />
que não foram registradas explosões<br />
no solo de Nova York no dia e que<br />
não havia nenhum sinal de explosivos<br />
na base dos prédios.<br />
Conspiração 2 - Nenhum avião foi<br />
jogado contra o Pentágono, que foi<br />
atingido por um míssil lançado pelo<br />
próprio aparato do Estado americano.<br />
Versão oficial - Os corpos dos passageiros<br />
do vôo 77 da American Airlines<br />
foram encontrados no Pentágono<br />
e reconhecidos por DNA. A caixa-preta<br />
do avião foi encontrada dentro do Pentágono.<br />
Testemunhas viram o avião<br />
cair. Fotografias tiradas no local mostram<br />
destroços do avião.<br />
Conspiração 3 - Os aviões que bateram<br />
nas torres gêmeas foram pilotados<br />
por controle remoto.<br />
Versão oficial - A Boeing, fabricante<br />
dos aviões, diz que eles não aceitam<br />
controle externo. Passageiros dos vôos<br />
fizeram ligações de celular relatando o<br />
seqüestro das aeronaves.<br />
Conspiração 4 - O vôo United 93,<br />
que caiu na Pensilvânia, foi derrubado<br />
por um míssil.<br />
Versão oficial - O gravador de voz do<br />
avião registrou a revolta dos passageiros,<br />
que fez com que os próprios seqüestradores<br />
derrubassem a aeronave. Os<br />
terroristas controlaram o avião até o<br />
momento da queda. O Exército dos EUA<br />
não sabia do seqüestro do vôo até quatro<br />
minutos após ele ser derrubado.<br />
Conspiração 5 -Quatro mil judeus<br />
faltaram ao trabalho no World Trade<br />
Center no dia 11 de setembro.<br />
Versão oficial - Não houve aumento<br />
no número de faltas ao trabalho no<br />
dia do atentado. Cerca de 10% a 15%<br />
dos mortos eram judeus.<br />
Conspiração 6 - A al-Qaeda não é<br />
responsável pelos ataques de 11 de Setembro.<br />
Versão oficial - Osama bin Laden e<br />
outros líderes da al-Qaeda confirmaram<br />
repetidas vezes terem planejado e realizado<br />
os ataques. Uma fita de novembro<br />
de 2001 registrou detalhes do planejamento<br />
de Bin Laden. "Calculamos antecipadamente<br />
o número de vítimas".
Fim Fim de de festa<br />
festa<br />
Jane Bichmacher de Glasman *<br />
A festa de Sucot dura 7 dias (fora de<br />
Israel, 8), dos quais os 2 primeiros são<br />
festas solenes (em brasileirês = feriados).<br />
O sétimo dia de Sucot, Hoshana<br />
Rabá, inclui no serviço 7 voltas ao redor<br />
da Tevá (altar), como se fazia na época<br />
do Templo em Jerusalém, aludindo às 7<br />
voltas do povo de Israel ao redor das<br />
muralhas de Jericó e às 7 bênçãos e voltas<br />
ao redor do noivo, no casamento judaico.<br />
O número 7 tem profundo significado<br />
místico ou simbólico, para o mais<br />
sério estudioso ao mais convicto cabatão<br />
(cabalista+charlatão). Este dia é considerado<br />
um dos mais sagrados do ano:<br />
para os cabalistas (a sério), nele o selo<br />
final é colocado no "Livro da Vida", determinando<br />
o destino para o próximo<br />
ano. Muitas comunidades fazem um Tikun,<br />
noite de estudos, em sua honra[1].<br />
Encerramos a temporada de celebrações<br />
de Tishrei com Shemini Atsêret<br />
e Simchat Torá. Em Israel, as duas são<br />
celebradas juntas, num só dia; na diáspora,<br />
em dois.[2]<br />
Na Torá, Shemini Atsêret é chamada<br />
de a festa do oitavo dia (Números 29,35<br />
e Levítico 23,36); no Talmud (Sucá 48 a),<br />
é uma festividade a parte, desconectada<br />
dos dias anteriores de Sucot. Rashi[3]<br />
explica que Atseret é uma expressão de<br />
afeição, como seria a usada por um pai<br />
ao se despedir de seu filho: fique mais<br />
um dia! Depois de rezarmos pela vida e<br />
felicidade do mundo, a Torá nos dá mais<br />
um dia de festa para podermos fazer<br />
nossos próprios pedidos.<br />
Em algumas congregações é costume<br />
fazer Hacafot (danças com a Torá) na noite<br />
de Shemini Atsêret, assim como na<br />
noite de Simchat Torá. Ainda são feitas<br />
refeições na sucá, embora sem a bênção<br />
Leshev Basucá. Shemini Atsêret corresponde<br />
ao oitavo dia da congregação. Na<br />
cabala o número oito está ligado à transcendência,<br />
à experiência do devekut.<br />
"Dança "Dança da da chuva"<br />
chuva"<br />
Em Sucot somos julgados no que diz<br />
respeito à água (Talmud Rosh Hashana<br />
16a) De fato, toda celebração que acontecia<br />
em Jerusalém em Sucot estava<br />
conectada à água, incluindo as orações<br />
para a chuva e a cerimônia de Simchat<br />
Beit HaShoevá.<br />
Em muitas partes do mundo, especialmente<br />
em Israel, celebra-se nas noites<br />
dos dias intermediários de Sucot,<br />
Simchat Beit HaShoevá, a "Festa da<br />
Água", que é uma festa popular de grande<br />
alegria. Remonta aos tempos do Segundo<br />
Templo, quando havia festas de<br />
muita alegria, com a participação de<br />
grandes massas do povo, que enchia<br />
Jerusalém, nesta Festa de Peregrinação,<br />
mais ainda que nas outras. Este nome<br />
(shoevá quer dizer tirar água da fonte)<br />
deve-se à cerimônia em que se tirava<br />
muita água, a qual era jogada no altar.<br />
Centenas de candelabros que ardiam no<br />
VISÃO JUDAICA<br />
Alegria e água...<br />
outubro de 2008 Tishrê / Cheszvan 5769<br />
Monte do Templo iluminavam a cidade<br />
de Jerusalém. Os músicos e coros dos<br />
Levitas, postados nos quinze degraus do<br />
Santuário, reforçados por milhares de<br />
vozes do povo, tocavam e cantavam os<br />
louvores de D-us. Perante eles dançavam,<br />
com grande júbilo, os sábios e líderes<br />
do povo. O Talmud declara que<br />
quem não viu a alegria desta festa, nunca<br />
viu uma verdadeira alegria em sua<br />
vida (Mishná Sucá 5:1).<br />
Em Shemini Atseret começa-se, a<br />
partir da prece Mussaf (Adicional), a rezar<br />
por chuva, sendo o início da estação<br />
da chuva em Israel, quando se começa a<br />
inserir a frase "mashiv haruach umorid<br />
hageshem" (faz o vento soprar e traz a<br />
chuva) nas preces diárias (continuando durante<br />
o inverno, até o 1º dia de Pêssach) na<br />
oração de Shemoné Esré (Amidá).<br />
Depois de Rosh Hashaná e Iom Kipur,<br />
quando rezamos por nossa existência,<br />
em Sucot e Shemini Atseret nos preocupamos<br />
com a qualidade de vida. Rezamos,<br />
então, para o físico; para que chova.<br />
A palavra hebraica para chuva é gueshem,<br />
que significa "físico". Para quem<br />
lida com agricultura, chuva significa vida.<br />
Ela nutre e sustenta o crescimento dos<br />
alimentos. Em Israel, ao contrário do Brasil,<br />
é previsível: durante o inverno deve<br />
chover; no resto do ano, não. Sucot acontece<br />
às vésperas do inverno chegar a Israel,<br />
logo antes de começar a estação<br />
chuvosa. Por isto ela era considerada o<br />
evento de maior importância no calendário<br />
judaico.<br />
Em sua forma primitiva, Sucot era um<br />
feriado em que os judeus pediam por chuva,<br />
o que era feito com muita alegria e<br />
pompa. Na época do Templo, judeus vi-<br />
nham de todas as partes do mundo para<br />
trazer suas oferendas e festejar com música,<br />
danças, menorot gigantes, tochas e<br />
sacrifícios especiais. Os rituais visavam a<br />
garantir a chegada das chuvas de inverno.<br />
Hoje em dia, este aspecto foi reduzido.<br />
Mas para nós que vivemos em áreas<br />
urbanas, onde as paredes nos protegem<br />
das mudanças climáticas, o significado<br />
agrícola de Sucot nos desperta para<br />
valores esquecidos no cotidiano. Ele<br />
provoca nossa reconexão com o ecossistema<br />
e nossa conscientização de vivemos<br />
no planeta Terra. Os ritmos da natureza<br />
e seu equilíbrio afetam nossas<br />
vidas. Esse é o primeiro dos ensinamentos<br />
importantes de Sucot.<br />
Alegria, Alegria, alegria: alegria: o o preceito preceito mais<br />
mais<br />
difícil difícil do do Judaísmo...<br />
Judaísmo...<br />
Shemini Atseret é uma festa a parte,<br />
sem nenhum preceito prático característico,<br />
cujo tópico central é a alegria,<br />
distinguindo-se de Sucot, quando ela é<br />
apenas um dos elementos. Três vezes,<br />
ao se referir a Sucot, a Torá manda que<br />
fiquemos alegres durante a festa. Isto<br />
explica porque chamamos de Z'man<br />
Simhateinu = tempo da nossa alegria.<br />
Enquanto em Sucot há muitas mitzvot,<br />
a única mitzvá de Shemini Atsêret<br />
é a de regozijar-se, alegrar-se, ficar feliz!<br />
Este é, a meu ver, o preceito mais<br />
difícil do judaísmo. A maioria das pessoas<br />
e correntes religiosas discute desde o<br />
motivo de certas mitzvot até como praticar<br />
(ou não), quem pode ou deve, como<br />
adaptar aos dias de hoje, etc. Mas aqui<br />
não se está discutindo filosofia, teologia<br />
ou prática religiosa: temos<br />
um sentimento,<br />
uma emoção a encarar e<br />
que envolve atitude interna!<br />
Como cumprir<br />
esta mitzvá?<br />
Unidade Unidade na na<br />
na<br />
biodiversidade<br />
biodiversidade<br />
Quando a Torá diz:<br />
"Alegre-se você, seu filho,<br />
sua filha, seus em-<br />
pregados, o levita, o estrangeiro, o órfão<br />
e a viúva que estiverem dentro de<br />
seus portões", enfatiza o conceito de<br />
unidade: pedindo que todo mundo se<br />
alegre junto, ensina que a verdadeira alegria<br />
só é alcançada quando estamos unidos<br />
e nela incluímos os que são menos<br />
afortunados, como empregados, estrangeiro,<br />
órfão e viúva. Por outro lado, aprende-se<br />
que a unidade se forma a partir da<br />
diversidade... Afinal, a piada do judeu<br />
náufrago que constrói duas sinagogas:<br />
uma é a que ele freqüenta; na outra, ele<br />
nem entra, já devia estar no papiro dentro<br />
da mão de alguma múmia...<br />
Ainda que festejemos Sucot e Shemini<br />
Atsêret juntas, existem diferenças.<br />
Enquanto em Sucot a celebração tem<br />
lugar fora de casa, na Sucá, Shemini Atsêret<br />
é festejada em casa, e, assim como<br />
em Sucot o aspecto universal da festividade<br />
está na oferenda de 70 cordeiros<br />
simbolizando as nações do mundo. Shemini<br />
Atsêret concerne a Israel (oferenda<br />
de um só cordeiro). A oferenda de 1 X<br />
70, também nos faz voltar ao tema da<br />
unidade na diversidade...<br />
União e igualdade de direitos são<br />
temas-chave de Shemini Atsêret e Simchat<br />
Torá, datas nas quais nos alegramos<br />
com a Torá. A melhor maneira de<br />
celebrar seria dedicar os dois dias à leitura<br />
da Torá. Mas ocorre justamente o<br />
contrário: todos pegam a Torá fechada<br />
e dançam com ela nos braços. O ato encerra<br />
uma grande lição: se os festejos<br />
fossem realizados com a Torá aberta,<br />
com sua leitura, haveria distinções entre<br />
um judeu e outro, pois a compreensão<br />
e o conhecimento de cada um são<br />
diferentes. Com a<br />
Torá fechada, mostramos<br />
a união e a<br />
igualdade de todos<br />
os judeus, unidos<br />
pela mesma alegria.<br />
O texto não é lido,<br />
mas todos sabem<br />
que é algo precioso<br />
e, por isso, dançam<br />
juntos e em total<br />
alegria.<br />
Ahmadinejad contradiz espírito da ONU, diz Livni<br />
A ministra de Relações Exteriores de Israel,<br />
Tzipi Livni, qualificou de "absurdo" o discurso<br />
pronunciado na ONU pelo presidente iraniano,<br />
Mahmoud Ahmadinejad, que disse que<br />
os "sionistas" dominam centros financeiros nos<br />
Estados Unidos e na União Européia (UE).<br />
"O discurso de Ahmadinejad faz com que o<br />
lema do 'nunca mais' estabelecido no surgimento<br />
da ONU se transforme em absurdo",<br />
disse Livni, recentemente escolhida como líder<br />
do partido governante Kadima. A ministra<br />
se referia ao espírito das Nações Unidas de<br />
impedir que aconteça um novo Holocausto.<br />
"É absurdo que um país que ameaça a segurança<br />
de seus vizinhos e defende a destrui-<br />
ção de outro Estado se transforme em membro<br />
da organização que pretende contribuir<br />
para a segurança global", afirmou.<br />
Em seu discurso na ONU, o presidente iraniano<br />
disse que "um pequeno grupo de sionistas<br />
(...) domina uma grande parte dos centros<br />
financeiros e monetários, assim como dos<br />
centros que tomam as decisões políticas nos<br />
EUA e em alguns países europeus".<br />
Ahmadinejad também afirmou que o Irã<br />
"resistirá à intimidação e continuará a defender<br />
seus direitos" de desenvolver um programa<br />
nuclear com fins pacíficos.<br />
"Apesar do direito inalienável de todos<br />
os países, inclusive da nação iraniana, de pro-<br />
15<br />
* Jane Bichmacher de<br />
Glasman é Doutora em<br />
Língua Hebraica,<br />
Literaturas e Cultura<br />
<strong>Judaica</strong>, professora<br />
adjunta, fundadora e<br />
ex- ex-Diretora do<br />
Programa de Estudos<br />
Judaicos e do Setor de<br />
Hebraico da UERJ,<br />
escritora<br />
duzir combustível nuclear com fins pacíficos,<br />
e apesar da transparência das atividades iranianas<br />
e de nossa cooperação com os inspetores<br />
da AIEA (Agência Internacional da Energia<br />
Atômica), algumas potências intimidadoras<br />
estão tentando colocar obstáculos, exercendo<br />
pressões políticas e econômicas contra<br />
o Irã", afirmou o chefe de Estado iraniano.<br />
Em 19/9 as seis potências envolvidas nas<br />
negociações sobre o programa nuclear iraniano<br />
começaram a discutir, em Washington,<br />
novas sanções da ONU contra o Irã, que continua<br />
se recusando a abrir mão de suas atividades<br />
de enriquecimento de urânio.
16<br />
VISÃO JUDAICA outubro de 2008 Tishrê / Cheszvan 5769<br />
OLHAR<br />
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○<br />
○ HIGH-TECH<br />
VoIP também no celular<br />
A Cellcom, maior operadora de serviços<br />
celulares de Israel, lançou o "Plug<br />
& Talk (TM)", que permite a comunicação<br />
tipo VoIP através de um laptop<br />
com todos os benefícios de um dispositivo<br />
celular e serviços de rede móvel,<br />
com tarifas atrativas. Os usuários<br />
que estiverem viajando ao exterior poderão<br />
se beneficiar de uma única<br />
identidade da Cellcom Israel no aparelho<br />
celular e no laptop com toque<br />
simultâneo, acesso aos contatos do<br />
cartão SIM e correio de voz, além de<br />
um plano de tarifas com custo-benefício<br />
a partir de qualquer localidade<br />
do mundo. Pré-carregado em um dispositivo<br />
USB, o serviço inclui voz, vídeo,<br />
toque simultâneo, transmissão<br />
de mensagem, handover (transição<br />
de uma unidade móvel para outra) e<br />
outros serviços de valor agregado.<br />
(Israel 21c).<br />
Irrigação no nordeste<br />
A Netafim Brasil, empresa de tecnologia<br />
israelense de irrigação, com fábrica<br />
no Brasil, venceu uma licitação<br />
junto ao DNOCS (Departamento Nacional<br />
de Obras Contras as Secas)<br />
para fornecer equipamentos para irrigação<br />
de frutas no Estado do Ceará.<br />
O investimento, avaliado em R$<br />
21 milhões, será destinado aos projetos<br />
de Irrigação Baixo Acaraú (localizado<br />
nos municípios de Marco,<br />
Bela Cruz e Acaraú) e Tabuleiro de<br />
Russas (localizado nos municípios de<br />
Limoeiro do Norte, Russas e Morada<br />
Nova). (Jornal Alef).<br />
Irrigação no nordeste 2<br />
Serão irrigados através do sistema de<br />
gotejamento da Nefatim Brasil mais<br />
de 1.000 hectares nos estados nordestinos.<br />
"A iniciativa vai promover o uso<br />
racional da água e a alta produtividade,<br />
além de proporcionar mais oportunidades<br />
de negócios e geração de<br />
emprego e renda. É o Brasil utilizando<br />
a mais alta tecnologia para transformar<br />
o semi-árido nordestino em um<br />
dos maiores pólos exportadores de<br />
frutas do mundo", destaca Marcelo<br />
Artel, gerente de vendas da Netafim<br />
Brasil. (Jornal Alef).<br />
Tratamento para doenças renais<br />
A empresa israelense Nephera criou<br />
uma nova abordagem para o tratamento<br />
de doentes renais crônicos. Uma<br />
pequena bomba implantada no rim<br />
pode aumentar o fluxo em 30 a 60%.<br />
Isso pode se tornar uma medida eficiente<br />
de tratamento antes da neces-<br />
sidade de hemodiálise ou transplante.<br />
(Pletz.com).<br />
Israelenses lançam concorrente do<br />
iPhone<br />
A Emblaze<br />
Mobile, um<br />
estúdio de<br />
design e fabricante<br />
de<br />
celulares de<br />
Israel, vai<br />
lançar no<br />
próximo<br />
mês o Edelweiss,<br />
um<br />
smartphone<br />
3G com<br />
tela sensível<br />
ao to-<br />
que (touch screen), com GPS e memória<br />
de 8 ou 16 GB. Parecido com o iPhone,<br />
tanto no design quanto nas especificações,<br />
ainda não tem um sistema<br />
operacional definido. A dúvida é: será<br />
que o sistema é tão bom quanto o da<br />
Apple? Pela foto, até parece com o<br />
Windows Vista. Uma coisa que chama<br />
a atenção é a resolução da tela, duas<br />
vezes maior que a do iPhone. O Edelweiss<br />
vai primeiro para as lojas da<br />
Rússia. Depois, se vingar, será lançado<br />
em outros países. (Info Blog/Pletz).<br />
Menor desktop do mundo<br />
O menor desktop do<br />
mundo foi desenvolvido<br />
em Israel e é um pouco<br />
maior que uma chave<br />
de automóvel<br />
O celular concorrente<br />
do iPhone<br />
A empresa israelense CompuLab está<br />
lançando o menor desktop do mundo,<br />
o "Fit-PC Slim". O computador, que<br />
pode ser conectado a baterias de carro<br />
ou a painéis solares, e também<br />
pode funcionar como roteador de internet<br />
Wi-Fi, pesa cerca de 0,5 kg, tem<br />
100 mm de largura, por 110 mm de<br />
comprimento, e 30 mm de altura - pouco<br />
maior do que a chave de um carro.<br />
O preço varia de acordo com a configuração<br />
- a versão com Linux instalado<br />
custa US$ 295 e vem com 512<br />
Mbytes de memória RAM, HD de 60<br />
Gbytes e conexão Wi-Fi. O modelo<br />
com Windows XP tem basicamente a<br />
mesma configuração e custa US$ 335.<br />
(Jornal Alef).<br />
Os palestinos:<br />
apêndice histórico<br />
o lermos o livro de Joan Peters: "De<br />
tiempos inmemoriales", comprovase,<br />
de acordo com a documentação<br />
claríssima que nele se lê, que a terra<br />
de Israel não só não estava povoada<br />
por palestinos nas épocas moderna e contemporânea,<br />
tal como se depreende dos relatos<br />
de viajantes dos séculos XVIII, XIX e XX,<br />
como também era um território quase vazio.<br />
São mais de cinqüenta os livros e relatos<br />
de viajantes europeus folheados para afirmar<br />
que todos coincidem em não haver se<br />
encontrado nunca com ninguém em 90% das<br />
terras que atualmente formam o Estado de<br />
Israel, o Reino da Jordânia, a República da<br />
Síria e o Líbano, que não se sabe realmente<br />
o que é hoje, ou a quem obedece. René de<br />
Chateaubriand em sua Viagem de Paris a Jerusalém<br />
expressa a estranheza que se sente<br />
ante a desolação e o despovoamento total<br />
da Terra Santa, e Alphonse de Lamartine, que<br />
a visitou em 1835 para meditar e tratar de<br />
harmonizar sua fé cristã com o racionalismo<br />
filosófico do século XVIII, diz em seu livro "Recuerdos<br />
de Oriente" que 'fora das portas de<br />
Jerusalém não vimos nenhum ser vivente nem<br />
escutamos som algum': não havia povo. O<br />
norte-americano Mark Twain, que visitou a<br />
região em 1867, afirma: 'Tal desolação existe<br />
aqui que não se pode descrever; chegamos<br />
a Tabor... não vimos nenhum ser humano<br />
em toda a viagem'. Dez anos antes, o cônsul<br />
britânico para a Palestina declarava: 'O<br />
lugar está vazio de habitantes e seria necessário<br />
que tivesse alguma população'. Se consultarmos<br />
o censo turco para a região, de<br />
1882, coisa que eu tive ocasião de fazer um<br />
século depois, em toda a terra de Israel, parte<br />
do Líbano, Jordânia e Sinai há 140.000 habitantes,<br />
tanto árabes como cristãos e judeus.<br />
Onde estava o milenar povo palesti-<br />
P. Celdrán *<br />
no? Em nenhuma parte. Melhor dizendo:<br />
aqueles que se dizem seus descendentes estavam<br />
na Jordânia, Síria e Egito. Desses países<br />
chegaram no primeiro terço do século XX<br />
à Terra Prometida. Prometida porque a presença<br />
cada vez mais numerosa dos judeus<br />
sionistas criou fábricas, saneou o solo, criou<br />
mão-de-obra; ao anúncio da atividade judaica<br />
aglomeraram-se numa terra que nunca tinham<br />
habitado pela simples razão de que era<br />
inabitável por sua insalubridade e pobreza.<br />
Devido a este fato, e sobretudo à imigração<br />
judaica de socialistas idealistas procedentes<br />
do Leste Europeu, que se estabeleceram em<br />
kibutzim e moshavim no modelo de granjas<br />
e fábricas coletivas, a população disparou, e<br />
os árabes, que haviam desprezado a terra até<br />
então migraram para ela em número de<br />
650.000 em 1922, fixando-se precisamente<br />
nos lugares onde os judeus haviam criado riqueza<br />
e trabalho. Naquele mesmo ano o governador<br />
britânico do Sinai colocou em destaque<br />
que aquela imigração era em sua maior<br />
parte ilegal, e que procedia da Transjordânia,<br />
Egito e Síria. Em 1930 as autoridades inglesas<br />
do Mandato apoiavam o conhecido e<br />
pouco lembrado Relatório Hope Simpson dizendo:<br />
'a fila de desocupados está se ampliando<br />
pela constante imigração árabe através<br />
da Transjordânia e da Síria', informação<br />
que se vê corroborada por fontes árabes da<br />
época: o informe do governador do distrito<br />
sírio de Hauran, Tewfik Bey El-Haurani, que<br />
escreve: 'Mais de 300.000 sírios de Hauran<br />
mudaram-se para a terra de Israel nestes<br />
anos de 1930'. E o primeiro-ministro inglês<br />
Winston Churchill disse em 1939: 'Longe de<br />
ser perseguidos, os árabes deslocaram-se ao<br />
país dos seus países de origem'. Os judeus<br />
eram o pólo de atração graças aos postos de<br />
trabalho que estavam criando.<br />
* P. Celdrán é doutor em Filosofia e Letras e mestre em História Comparada na Espanha.<br />
Publicado no site Por Israel, parceiro do <strong>Visão</strong> <strong>Judaica</strong> (www.porisrael.org).<br />
População de Israel<br />
aumenta para 7,3 milhões<br />
A população de Israel aumentou 1,8% nos últimos 12 meses até alcançar o total<br />
de 7,337 milhões de pessoas, das quais 75,5% são judeus e 20,1% árabes, informa<br />
o Escritório Central de Estatísticas.<br />
O 4,4% restante corresponde aos 318 mil israelenses incluídos na categoria de<br />
"outros", dos quais 200 mil são trabalhadores estrangeiros, indicam as informações<br />
divulgadas por ocasião da proximidade do início do ano novo judaico.<br />
Entre a população judaica, o maior grupo tem origem européia ou americana<br />
(38,5%), enquanto 15% têm raízes africanas e 11,9% asiáticas.<br />
Apenas um terço dos judeus israelenses têm pais nascidos neste país.<br />
O relatório do Escritório Central de Estatísticas também destaca a juventude da<br />
população israelense, com 28,4% de menores de 14 anos, em comparação à média<br />
no mundo ocidental de 17%.<br />
Na mesma linha, os maiores de 65 anos não representam sequer 10% da população<br />
israelense, cinco pontos percentuais a menos que nos países ocidentais.<br />
A dinâmica quanto aos matrimônios é, no entanto, a mesma que na Europa: uma<br />
tendência crescente de atrasar o casamento ou optar por permanecer solteiro.
s coptas no Egito são um<br />
dos grupos cristãos mais<br />
antigos do mundo. Ninguém<br />
sabe com exatidão<br />
quantos são, mas a estimativa<br />
mais aceita é de 6,5<br />
milhões. Guiam-se pelo rito ortodoxo<br />
grego e seu chefe, o patriarca de Alexandria<br />
que hoje reside no Cairo, é<br />
eleito por toda a vida. Se bem que o<br />
centro de sua Igreja e a maioria de<br />
seus membros estejam no Egito, há 1,2<br />
milhão disperso nos Estados Unidos,<br />
Canadá, Austrália, Grã Bretanha, França,<br />
Alemanha, Holanda, Brasil e vários<br />
países da Ásia e África. Ao longo da<br />
história, desde o primeiro século da<br />
era atual, os coptas geralmente tiveram<br />
boas relações com os demais habitantes<br />
do Egito. Claro, não faltaram<br />
momentos de tensão política. Por<br />
exemplo, o atual patriarca, Shenuda III<br />
esteve um tempo em prisão domiciliar<br />
em 1981 sob a presidência de Anwar<br />
Sadat. Mas os coptas foram uma das<br />
minorias que teve menos problemas<br />
no mundo muçulmano… Até a década<br />
passada quando o radicalismo islâmico<br />
começou a sonhar em tornar-se o<br />
poder político no mundo inteiro por<br />
meio da jihad.<br />
A violência contra os coptas tornou-se<br />
mais severa nos últimos meses.<br />
Uma declaração dos coptas nos<br />
Estados Unidos emitida em 10 de junho<br />
passado expressa: "A Associação<br />
dos Coptas nos EUA denuncia os<br />
Cristãos perseguidos<br />
VISÃO JUDAICA outubro de 2008 Tishrê / Cheszvan 5769<br />
Egon Friedler * bárbaros ataques contra os coptas no "Se acompanharmos o que ocor- Diz o escritor egípcio: "Creio firme-<br />
Egito, durante duas semanas consereu em todos esses casos é que os mente que a maioria dos muçulmanos<br />
cutivas. No último ataque morreu criminosos desaparecem e não são do Egito apóiam os seus irmãos cop-<br />
uma jovem: Milad Ibrahim Farah na levados a julgamento. Não se ouve tas e condenam estes incidentes, à luz<br />
aldeia de Dyfish Samalot. Este cri- mais falar deles".<br />
da incitação de clérigos muçulmanos<br />
me constituiu a culminância de uma "Nos incidentes em massa, como nos canais de televisão. É necessário<br />
semana de terrorismo contra os cop- as marchas após as orações das sex- admitir que lamentavelmente as coitas<br />
e suas vidas. Começou com a tas-feiras, depois que os imãs exorsas mudaram, com a suspeita colabo-<br />
morte de quatro coptas numa ação taram aos fiéis a queimar as casas ração do governo. O escritor egípcio<br />
em Zeuiton (que lembra as opera- dos coptas de suas aldeias, com o pre- de oposição não tem dúvidas sobre os<br />
ções terroristas islâmicas contra os<br />
coptas e suas lojas na década de 90),<br />
continuou com o ataque ao monastério<br />
de Abu Fana e levou ao seqüestro,<br />
intimidação, abuso e ferimentos<br />
em três monges. A Associação dos<br />
Coptas repudia as declarações do<br />
governador de Minya, que pretende<br />
que ambas partes são responsáveis<br />
pela violência. Vale a pena assinalar<br />
que este é o incidente nº 17 de<br />
ataque ao monastério sem intervenção<br />
da força pública e o governo".<br />
Por sua vez, o escritor egípcio Ahmad<br />
al Aswani, publicou um duro ataque<br />
aos islâmicos, ao governo egípcio<br />
e até às autoridades coptas a<br />
quem acusa de minimizar os incidentes.<br />
Entre outras coisas escreveu<br />
num artigo publicado no wesite liberal<br />
da internet, Aafaq.org: "Como<br />
sempre, todos repudiam e condenam,<br />
e a imprensa oficial desmente<br />
que por trás da violência tenha havido<br />
alguma causa sectária ou terrorista…<br />
Em outras ocasiões, a desculpa<br />
habitual é que o criminoso era<br />
texto de que esses "infiéis" pretendiam<br />
transformar uma dessas casas<br />
numa igreja. As acusações são inventadas,<br />
mas como provar isto depois<br />
que casas, negócios e automóveis<br />
foram queimados e a polícia e os funcionários<br />
do governo chegam para<br />
constatar que tudo está bem queimado.<br />
Depois, os jornais, como sempre,<br />
acusam os que divulgam "falsos rumores"<br />
sobre estes acontecimentos<br />
e os acusam de ser agentes de Israel<br />
ou dos Estados Unidos".<br />
"O assunto termina sem nenhuma<br />
investigação e ninguém é julgado,<br />
como se nada tivesse acontecido.<br />
Após um período de calma, voltam os<br />
mesmos incidentes, as mesmas repostas<br />
e uma promessa de que uma nova<br />
lei do Parlamento para unificar a lei<br />
sobre casas de culto irá resolver todos<br />
os problemas, quando uma lei semelhante<br />
não existe nem vai existir".<br />
Al Aswani acusa a liderança<br />
copta no Egito, encabeçada por sua<br />
Eminência o Patriarca Shenuda III de<br />
objetivos da campanha anti-copta: "O<br />
que acontece é uma tentativa de aterrorizar<br />
os coptas do Egito e de obrigálos<br />
a emigrar ou de converterem-se ao<br />
Islã para se protegerem a si próprios,<br />
a suas famílias e suas propriedades<br />
de confiscos propostos em muitas publicações<br />
islâmicas".<br />
O que é difícil de entender em todos<br />
esses acontecimentos é sua escassa<br />
divulgação na imprensa internacional<br />
e a débil e quase inexistente reação<br />
das organizações cristãs no mundo.<br />
uma pessoa mentalmente instável e minimizar os incidentes para não ir-<br />
não compreendia o que fazia". ritar o governo.<br />
O bávaro Josef Sch era membro honrado<br />
de sua cidade. Aos 90 anos, ele<br />
responde agora por um massacre na<br />
Toscana, em 1944. Trata-se, provavelmente,<br />
do último processo do gênero.<br />
Como este processo, já houve diversos<br />
outros, só que desta vez há<br />
perspectiva de êxito. Ao contrário de<br />
outros acusados, o réu, Josef Sch, da<br />
Baviera, é considerado capaz de responder<br />
por seus atos, apesar de contar<br />
90 anos de idade. Segundo o parecer<br />
de um perito, o robusto aposentado<br />
pode perfeitamente comparecer<br />
diante do tribunal por algumas horas,<br />
a cada audiência. O Tribunal do Júri de<br />
Munique estipulou inicialmente a duração<br />
do processo que se iniciou em<br />
15/9 e vai até 21 outubro. Estão convocadas<br />
mais de 20 testemunhas e<br />
numerosos peritos.<br />
Os promotores públicos de Munique<br />
acusam Josef Sch de, na qualida-<br />
Começa último processo contra<br />
criminoso de guerra nazista<br />
de de oficial do Exército nazista, haver<br />
ordenado um ato de represália<br />
contra partisans na cidade toscana de<br />
Falzano di Cortona. O crime ocorreu<br />
em junho de 1944, quando as tropas<br />
da Wehrmacht já se retiravam da Itália<br />
Central.<br />
Sob seu comando, componentes<br />
da Primeira Companhia do Batalhão<br />
818 fuzilaram primeiro um homem e<br />
três mulheres. Em seguida, trancaram<br />
11 pessoas numa casa de fazenda que<br />
explodiram. Apenas um rapaz de então<br />
15 anos sobreviveu. Agora, aos 79<br />
anos, ele deporá no atual processo,<br />
como única testemunha ocular.<br />
Em 2006, juntamente com um<br />
outro oficial, Josef Sch já fora julgado<br />
à revelia por um tribunal militar<br />
na cidade italiana de La Spezia e condenado<br />
à prisão perpétua. Contudo<br />
o réu não foi entregue. Este ano a<br />
Promotoria Pública de Munique o<br />
acusou de homicídio cruel por motivos<br />
torpes em 14 casos.<br />
Cidadão Cidadão honrado honrado<br />
honrado<br />
Josef Sch viveu tranqüilamente<br />
como mestre-carpinteiro em sua cidade<br />
natal, Ottobrun. Ele constava como<br />
cidadão honrado e apenas três anos<br />
atrás foi agraciado com uma medalha<br />
de honra pela cidade.<br />
O ex-oficial participava também<br />
dos encontros tradicionais dos veteranos<br />
das tropas de montanha em Mittenwald.<br />
Observadores críticos já<br />
apontaram a proximidade deste assim<br />
chamado "círculo de camaradas" com<br />
os neonazistas.<br />
Um correspondente do periódico<br />
Süddeutsche Zeitung descreveu a incompreensão<br />
e o sentimento de revolta<br />
em Ottobrun por um cidadão honorário<br />
da cidade ser responsabilizado<br />
após mais de 60 anos.<br />
17<br />
* Egon Friedler é austríaco de nascimento e vive desde<br />
1939 no Uruguai. Entre 1953 e 1957 morou em Israel. É<br />
jornalista desde 1957, crítico musical, de teatro e de dança,<br />
faz resenha de livros, escreve comentários e análises da<br />
política internacional, e uma variada temática cultural<br />
judaica. Também trabalhou como tradutor e intérprete. Já<br />
atuou no jornal El País, do Uruguai, foi correspondente para<br />
América Latina do jornal israelense Davar e colaborou com<br />
numerosas publicações judaicas e não-judaicas de Israel,<br />
Estados Unidos, Inglaterra, França, México, Venezuela,<br />
Brasil, Argentina, Chile e Uruguai e atualmente escreve<br />
regularmente para diversos meios de Israel, Estados<br />
Unidos, Argentina e Uruguai. Tem três livros publicados.<br />
Texto publicado no jornal La Republica, do Uruguai e<br />
distribuído para difusão pelo autor ao website porisrael.org<br />
(www.porisrael.org).<br />
Josef Sch sempre negou qualquer<br />
culpa ou cumplicidade com os crimes<br />
de Falzano di Cortona. Um de seus<br />
advogados é Klaus Goebel, de Munique,<br />
que já representou o ex-capo da<br />
SS Anton Malloth e diversos negadores<br />
do Holocausto.<br />
Em contrapartida, as autoridades judiciais<br />
alemãs têm poucas esperanças<br />
no processo contra o antigo soldado da<br />
SS Heinrich B. Ele responde perante o<br />
Tribunal Regional de Aachen pela morte<br />
de três civis em 1944, na Holanda.<br />
Durante muito tempo, o réu esteve<br />
na lista dos criminosos de guerra<br />
nazistas mais procurados do Centro<br />
Simon Wiesenthal. No seu caso, nem<br />
mesmo foi designado um perito, cujo<br />
parecer ainda se faria esperar um bom<br />
tempo, confirmou o juiz de Aachen à<br />
Deutsche Welle. A abertura de um processo<br />
nos próximos meses seria, portanto,<br />
"bastante improvável".
18<br />
VISÃO JUDAICA outubro de 2008 Tishrê / Cheszvan 5769<br />
Mendel Knopfholz e Martha Schulman, da<br />
comunidade israelita de Curitiba, com Clara<br />
Ant, assessora especial do presidente Luiz<br />
Inácio Lula da Silva<br />
Clara Ant, assessora especial da Presidência<br />
da República, almoçou, no dia<br />
20/9, com diversos segmentos que<br />
compõe a comunidade israelita de Curitiba.<br />
Estiveram presentes também, o<br />
ministro do Planejamento Paulo Bernardo<br />
e sua esposa Gleisi Hoffmann,<br />
assim como Maria Alice e Antonio Borges<br />
dos Reis.<br />
Na ocasião, Clara discorreu sobre as relações<br />
do Governo brasileiro com o Estado<br />
de Israel. Enumerou os diversos<br />
acordos comerciais existentes entre os<br />
dois países e as visitas de Ministros, de<br />
Israel ao Brasil e do Brasil a Israel para<br />
que se concretizassem esses acordos.<br />
Clara enfatizou o bom relacionamento<br />
do governo atual com os judeus e o empenho<br />
do presidente Lula em não permitir<br />
que qualquer tipo de descriminação<br />
anti-semita se instale no país. E defendeu<br />
vigorosamente a posição do governo<br />
brasileiro em não permitir que o Holocausto<br />
seja negado ou minimizado.<br />
O jornal eletrônico "Notícias da Rua <strong>Judaica</strong>",<br />
de Osias Wurman está completando um<br />
ano de atividades. O jornal <strong>Visão</strong> <strong>Judaica</strong> envia<br />
suas congratulações, almejando mais sucesso<br />
ainda no futuro a um dos veículos de<br />
comunicação judaica em português mais lidos<br />
em todo o mundo.<br />
Mosaico na TV, criação de<br />
Francisco Gotthilf<br />
O programa 'Mosaico na<br />
TV', que está no ar, ininterruptamente,<br />
há 47 anos,<br />
sob coordenação do fundador<br />
e produtor Francisco<br />
Gotthilf, de 85 anos, é considerado<br />
o mais antigo da<br />
TV brasileira, segundo o<br />
"Guiness Book".<br />
Para comemorar a longevidade do mesmo, foi realizado<br />
em 6 de outubro, o lançamento de um livro e um DVD<br />
sobre essa trajetória. No evento que reuniu mais de 300<br />
pessoas, foi exibido um documentário com apresentação<br />
do ator Caco Ciocler e uma série de depoimentos<br />
mostrando toda a história do programa, que começou<br />
na TV Excelsior e passou por diversas emissoras. A platéia<br />
aplaudiu de pé o "Sr. Mosaico", Francisco Gotthilf.<br />
Para comemorar Rosh Hashaná, o<br />
executivo da Wizo, reuniu-se na residência<br />
da chaverá Eugenia Troib. O<br />
programa cultural alusivo à data foi<br />
elaborado e apresentado por Sara<br />
Kulish, Ester Jakuboviz e Denise<br />
Weishof, dando um clima festivo e<br />
alegre ao evento.<br />
Com a visita de Ana Marlene Starec,<br />
Vice-presidente de Honra da Wizo<br />
Brasil, foi fundado um novo grupo<br />
Aviv Wizo em Curitiba, muito promissor<br />
pelo entusiasmo das jovens participantes.<br />
O XVIII Bazar Beneficente Wizo será<br />
realizado no dia 30 de novembro.<br />
Aguardem!<br />
Venha divertir-se no evento "Terapia<br />
da Dança", uma promoção conjunta<br />
da Na'Amat Pioneiras e da Kehilá.<br />
Será no dia 8/11/2008, às 20h30 no<br />
CIP. Adesões e maiores informações<br />
com Geni pelo telefone 3222-1281<br />
ou na Secretaria do CIP, 3024-7575.<br />
A Prefeitura de Campinas instituiu o<br />
"Dia de Jerusalém" a ser comemorado<br />
anualmente no dia 6 de junho com<br />
atividades culturais e sociais que divulguem<br />
a contribuição da cultura israelita<br />
para o desenvolvimento da região<br />
de Campinas. A iniciativa foi do<br />
vereador Antonio Flores.<br />
No dia 1º de novembro será comemorada<br />
a cerimônia de Bat Mitzvá<br />
das meninas que vão ser consideradas<br />
aptas a exercer seu papel de mulher<br />
judia. São elas: Ester Gutstein,<br />
filha de José Benjamin e Maria Lina;<br />
Gabriela Burkinsky Caldeira, filha de<br />
Fernando e Célia; Giovana Chamecki<br />
Rigler Sette, filha de Celso e Gisela;<br />
Ilana Engelman, filha de Berel<br />
e Ivanilde e Nicole Steinmetz Peres,<br />
filha de Fernando e Yaffa. Desejamos<br />
a todas e extensivo a seus familiares<br />
Mazal Tov!<br />
No Brasil, Na'amat Pioneiras está presente<br />
em 11 Estados: Pará, Amazonas, Rio Grande<br />
do Norte, Ceará, Pernambuco, Bahia,<br />
São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais,<br />
Paraná e Rio Grande do Sul.<br />
Com uma cerimônia seguida de um jantar, a<br />
Na'amat Pioneiras Brasil comemorou em<br />
Porto Alegre, em 11 de setembro, data de<br />
sua fundação, os seus 60 anos de atividade<br />
no Brasil. Na ocasião, as voluntárias do centro<br />
gaúcho homenagearam além das fundadoras<br />
da organização, na pessoa da ativista<br />
Zelda Oliven, também várias entidades<br />
que apóiam e são parceiras em seu trabalho,<br />
bem como, o presidente da Federação<br />
Israelita do Rio Grande do Sul, Henry<br />
Chmelnitsky, e as presidentes do Centro anfitrião,<br />
Celi Raskin, e a do Executivo Nacional<br />
da Na'amat Pioneiras Brasil, Leia Hecht.<br />
Nessa noite, o Coral Zemer da Na'amat Pioneiras<br />
de Porto Alegre apresentou algumas<br />
músicas e foi exibido um resumo da criação<br />
e do desenvolvimento da organização, ao<br />
longo de seus 60 anos de existência. Após a<br />
comemoração, as voluntárias deram prosseguimento<br />
aos trabalhos discutindo assuntos<br />
inerentes à condição feminina, judaica<br />
e sionista, itens esses que fazem parte dos<br />
seus objetivos de atuação, e relacionados<br />
ao tema do Encontro 'Novos Tempos - Valores<br />
Eternos', com a participação de palestrantes<br />
como o jornalista e empresário Jaime<br />
Sirotsky, a socióloga Vanessa Scliar, entre<br />
outros.<br />
Curitibanas presentes na Peguishá da<br />
Na'Amat Pioneiras em Porto Alegre<br />
Ao final, todos ganharam um livro e um DVD, devidamente<br />
autografados pelo homenageado.<br />
O programa, idealizado por Francisco Gotthilf, tem a direção<br />
do publicitário Roni Gotthilf, produção da jornalista<br />
Silvia Perlov, apresentação de Addy S. Heilbut e conta com<br />
a direção de imagens de Edmundo Fernandez. Traz, a cada<br />
semana, um show de variedades com musicais, reportagens,<br />
entrevistas, documentários e comentários em vídeo<br />
conferência diretamente de Israel, relacionados com<br />
a comunidade judaica e com o povo judeu.<br />
Além de um enorme arquivo de filmes, fotos e vídeos de<br />
personalidades como Ben Gurion, Yitzchak Rabin, o Papa<br />
João Paulo II, Albert Sabin, Pelé, presidentes da República,<br />
governadores, prefeitos de São Paulo e muito mais.<br />
'Mosaico na TV' conta com uma audiência de aproximadamente<br />
250 mil telespectadores, sendo que cerca de 2/<br />
3 dessa audiência não pertencem à comunidade judaica.<br />
O médico Víctor Feferbaum foi homenageado semanas<br />
atrás na Câmara Municipal de Ponta Grossa com o título<br />
de Cidadão Honorário em reconhecimento ao seu importante<br />
trabalho no campo da medicina. Ele próprio<br />
conta: "A homenagem foi emocionante, e contou com a<br />
presença de autoridades políticas e militares, o prefeito<br />
da cidade e o reitor da Universidade San Martín, de Bogotá".<br />
Feferbaum há quase cinco anos vem se dedicando<br />
em Ponta Grossa nas áreas de pediatria clínica e cirurgia<br />
pediátrica, realizando um grande trabalho em<br />
prol da infância daquela região do Estado.<br />
Nos dias 7 e 8 de novembro, acontece em São Paulo,<br />
a 39ª Convenção Anual da Confederação Israelita<br />
do Brasil/Conib, presidida por Jack Terpins, que<br />
elegerá sua nova Diretoria para o triênio 2008/2011,<br />
e cuja posse acontece no sábado, 8/11 no jantar de<br />
gala, quando serão comemorados os 60 anos da<br />
instituição. O programa da Convenção tem início<br />
dia 7 (sexta-feira), com a apresentação do relatório<br />
das federadas e da atual gestão da Conib. Na<br />
parte da tarde, será realizada a eleição e o Cabalat<br />
Shabat, que terá a cerimônia no 'O Shil'. Na noite<br />
do sábado, a Convenção será encerrada com um<br />
jantar de gala, com a presença dos presidentes das<br />
14 federadas da Conib, representantes de entidades,<br />
autoridades municipais e estaduais, como o governador<br />
e o prefeito de São Paulo, lideranças ibero-americanas,<br />
entre outros. Na ocasião, a nova<br />
Diretoria da Conib será empossada, e haverá a apresentação<br />
musical do Zimbo Trio.<br />
Sara Schulman e Szyja Lorber lançam no dia 29/11<br />
(sábado à noite), às 19h30, na Megastore da Livraria<br />
Saraiva a edição em português do livro "Assim<br />
Nasceu Israel", de Jorge García Granados, trabalho<br />
que ambos traduziram. Haverá palestra do ex-governador<br />
Jaime Lerner.<br />
Agradecemos e retribuímos todos os votos de Shaná<br />
Tová, especialmente à Escola Israelita Brasileira<br />
"Salomão Guelmann" pelo simpático mimo para nós<br />
enviado.<br />
Aconteceu, em Tel-Aviv, um encontro entre as duas Câmaras de Comércio<br />
e Indústria ligadas ao Brasil e Israel. A reunião contou com a<br />
presença de Jayme Blay (presidente da Câmara Brasil-Israel), Mário<br />
Fleck (vice-presidente) e Fredy Moreinos (diretor), que foram recebidos<br />
pelos anfitriões Shmuel Yerushalmi (presidente da Câmara Israel-<br />
Brasil) e Henrique Kuchnir (diretor), e teve como objetivo apresentar a<br />
nova gestão da Câmara Brasil-Israel, iniciar a comunicação entre as<br />
duas entidades, além de planejar ações positivas, visando eventos, feiras,<br />
visitas de autoridades, bem como aprofundar a ligação entre os<br />
setores de atividade de interesse para os dois países.<br />
Léo Kriger recebeu a medalha "Dr. Luiz César Pannaim" numa cerimônia<br />
ocorrida em 17/10, na Câmara Municipal de São Paulo. A medalha é<br />
o prêmio máximo da odontologia brasileira e Léo Kriger é o quinto<br />
paranaense a receber a honraria. Os convites foram expedidos pelo<br />
Sindicato dos Odontologistas do Estado de São Paulo para a solenidade<br />
de outorga da Medalha "Dr. Luiz César Pannaim" aos profissionais da<br />
Odontologia que mais se destacaram em 2007. Léo Kriger é um dos 19<br />
odontologistas escolhidos em todo o Brasil por um colegiado de entidades<br />
odontológicas formado por 12 instituições. Mazal Tov!<br />
Colabore com notas para a coluna. Fone/fax 0**41 3018-8018 ou e-mail: visaojudaica@visaojudaica.com.br
Coluna Coluna Israel, Israel, seu seu povo, povo, sua sua liderança<br />
liderança<br />
Moisés, o nosso Mestre III<br />
A libertação<br />
Antônio Carlos Coelho *<br />
Na narração da saída do Egito, a<br />
passagem pelo Mar dos Juncos (Vermelho)<br />
nos chama muito à atenção. É<br />
fantástica pela grandiosidade do fato<br />
do mar se abrir e todos os filhos de<br />
Israel passarem de pés enxutos; ou<br />
talvez, porque duvidemos que o fato<br />
ocorreu conforme está descrito. No<br />
entanto, o importante é que houve a<br />
saída do Egito e os hebreus passaram<br />
à liberdade e, também, é importante<br />
que tenhamos em mente que isso tudo<br />
seu deu por vontade e interferência<br />
divina e humana.<br />
Mais uma vez Moisés, o nosso<br />
mestre, entra na história. Ele é o agente<br />
humano da libertação dos escravos<br />
hebreus do Egito, terra das "estreitezas"<br />
como acusa o seu nome em hebraico.<br />
Se a travessia do Mar dos Juncos<br />
nos chama à atenção, por outro<br />
lado, nos encobre uma outra situação<br />
que a Bíblia não menciona e, não o<br />
faz porque o objetivo é destacar a dimensão<br />
do episódio da libertação. Então,<br />
o faz através de um relato grandioso,<br />
"cinematográfico", para manifestar<br />
a presença/ação de D-us na libertação<br />
da escravidão.<br />
Mas, imaginemos que, depois de<br />
cinco séculos da descoberta do Brasil,<br />
chegasse um português e dissesse<br />
aos descendentes de portugueses<br />
que deveriam abandonar tudo o que<br />
tinham e partir para Portugal. Ou, que<br />
* Antônio Carlos Coelho é professor universitário, escritor, diretor do Instituto de Ciência e Fé e colaborador do jornal <strong>Visão</strong> <strong>Judaica</strong>.<br />
Sallai Meridor e o aiatolá Khamenei<br />
chegasse um italiano propondo aos<br />
filhos e netos de imigrantes para voltarem,<br />
de uma hora para outra, para<br />
Itália. Seria um absurdo, não? Pois é,<br />
acredito que Moisés passou por situação<br />
semelhante ao fazer a proposta<br />
de saída imediata do Egito aos filhos<br />
de Israel que estavam há quatro séculos<br />
assentados naquela terra.<br />
Hoje, ao ler a narração bíblica,<br />
damos graças a D-us por ter enviado<br />
um Moisés para tirar-nos da escravidão.<br />
Mas, se estivéssemos lá, naqueles<br />
dias, certamente o chamaríamos<br />
de louco e levaríamos um bom tempo<br />
concordando e discordando, avaliando<br />
e considerando os prós e contras<br />
da proposta.<br />
Ora, deixar quatro séculos para<br />
traz não é fácil. Convencer um povo<br />
de que havia outra possibilidade, de<br />
que havia uma promessa a ser cumprida<br />
e que D-us estava se dispondo a<br />
libertá-lo da situação de escravos para<br />
uma terra de liberdade, induzi-lo a<br />
deixar para traz costumes, práticas e<br />
propriedades acumuladas em 400<br />
anos, não deve ter sido nada fácil para<br />
Moisés. Talvez as pragas enviadas sobre<br />
o Egito não tenham somente assombrado<br />
o faraó, mas, também, o<br />
povo hebreu que, pode, assim, tomar<br />
consciência de que nada que havia<br />
naquela terra era superior ou insubstituível<br />
diante do que D-us estava propondo<br />
através de Moisés. E, talvez,<br />
esse seja o grande milagre: fazer as<br />
VISÃO JUDAICA outubro de 2008 Tishrê / Cheszvan 5769<br />
Meridor responde a Khamenei<br />
O líder supremo do Irã, aiatolá<br />
Ali Khamenei, declarou que o "seu<br />
país permanecerá ao lado dos dirigentes<br />
do Hamas em Gaza e que<br />
Israel está no caminho da sua iminente<br />
destruição". De acordo com<br />
a TV estatal iraniana, Khamenei<br />
chamou o primeiro-ministro do Hamas<br />
na faixa de Gaza, Ismail Haniyeh,<br />
de mojahed, o que significa<br />
'soldado da guerra sagrada', dizendo<br />
que a nação iraniana "nunca o<br />
deixará sozinho". Também citou que<br />
o "regime sionista do Estado de Israel<br />
está se tornando fraco e caminha<br />
para a destruição e derrota e<br />
que a geração atual dos palestinos<br />
verá este grande dia". Khamenei falou<br />
durante as orações que marcam<br />
o feriado islâmico do Eid al-Fitr, e<br />
pessoas desapegarem-se das coisas<br />
que são escravizantes e que as diminuem<br />
como humanos.<br />
O Egito era uma grande civilização<br />
no cenário da antiguidade. Sua riqueza<br />
e o poder poderiam ser aparentemente<br />
vantajosos. Havia prosperidade e,<br />
segundo o texto bíblico, a comida era<br />
farta e boa. Apesar da condição dos<br />
hebreus, havia um considerável número<br />
de nascimentos entre eles, tanto que<br />
isto despertou a preocupação dos reis<br />
quanto ao crescimento da população<br />
estrangeira. Por outro lado, apesar de<br />
toda a valorização dada à civilização<br />
egípcia - era medíocre em termos religiosos<br />
e na forma de valorar a vida, o<br />
que se opunha frontalmente aos princípios<br />
do judaísmo (mesmo do primitivo<br />
judaísmo). O pior da escravidão não<br />
era o chicote dos feitores, mas as feridas<br />
causadas no modo de viver e de<br />
esperar de um povo.<br />
O judaísmo ensinado por Moisés<br />
se opõe a toda forma de escravidão e<br />
a toda forma de comodismo. O mérito<br />
de Moisés, nessa história, está em<br />
levar um povo acomodado às facilidades<br />
e distantes dos valores ensinados<br />
pelos patriarcas a retomar sua própria<br />
história e destino. Seu mérito está<br />
em levar um povo a condição de liberdade,<br />
permitindo-o recuperar, ao longo<br />
do tempo, sua integridade como<br />
povo, reaver valores éticos fundamentais<br />
e estabelecer laços nacionais e<br />
de identidade religiosa.<br />
Moisés abre o Mar Vermelho para a passagens<br />
dos judeus<br />
Cruzando o Mar Vermelho depois que as águas foram<br />
separadas<br />
Hagadá ilustrada conta a história<br />
da saída do povo judeu da<br />
escravidão no Egito<br />
já tinha dito que Israel cairia, assim<br />
como o presidente do Irã, Mahmoud<br />
Ahmadinejad. Khamenei repetidamente<br />
disse que Israel é "um<br />
tumor canceroso que necessita ser<br />
extirpado do Oriente Médio"<br />
O embaixador de Israel nos EUA,<br />
Sallai Meridor, respondeu numa declaração<br />
a Khamenei dizendo "nunca,<br />
desde a Segunda Guerra Mundial, o<br />
mundo vê uma ameaça tão perigosa<br />
e significativa. Este regime fanático<br />
iraniano que é patrocinador do terror<br />
global, ameaça eliminar outro Estado<br />
e se esforça para conseguir armas<br />
nucleares. Este deve ser o 'momento<br />
da verdade' para que o mundo tome<br />
ações efetivas e imediatas para prevenir<br />
que este regime prossiga no desenvolvimento<br />
da sua capacidade mi-<br />
19<br />
litar nuclear", disse Meridor.<br />
"Nestes dias de reflexão entre<br />
Rosh Hashaná e Iom Kipur",<br />
acrescentou Meridor, "as declarações<br />
do Irã colocam ao mundo<br />
a pergunta: 'O que deveremos<br />
fazer neste próximo ano a fim de<br />
evitar que este pesadelo se torne<br />
uma realidade'?" O Irã não reconhece<br />
o Estado de Israel e<br />
apóia os grupos palestinos Hamas<br />
e Jihad Islâmica. Israel mantinha<br />
laços estreitos com o Irã<br />
quando Reza Pahlavi estava no<br />
poder. Em 1979 a revolução islâmica<br />
derrubou o Shá, e o Irã rompeu<br />
os laços com Israel, transferindo<br />
o prédio da Embaixada de<br />
Israel, em Teerã, para a Embaixada<br />
da Autoridade Palestina.
20 (com<br />
McCartney em Tel Aviv<br />
VISÃO JUDAICA outubro de 2008 Tishrê / Cheszvan 5769<br />
O músico britânico Paul McCartney foi recebido<br />
em Israel por cerca de 50 mil pessoas<br />
em sua primeira apresentação no<br />
país em Tel Aviv. O ex-Beatle abriu o show<br />
com a lendária "Hello Goodbye", que, desde<br />
o primeiro momento, levantou o público,<br />
formado por várias gerações e que<br />
acompanhou cada movimento do artista.<br />
A visita de McCartney a Israel levou o líder<br />
islâmico Omar Bakri a ameaçar de<br />
morte o ex-beatle caso o cantor se apresentasse<br />
dia 25 de setembro, nas comemorações<br />
dos 60 anos de Israel. "Paul será<br />
morto. Ele não estará seguro aqui", afirmou.<br />
Segundo Bakri, terroristas suicidas<br />
aguardavam pelo pop-star inglês dispostos<br />
a qualquer sacrifício para eliminá-lo.<br />
Mas Paul não se intimidou e fez o show.<br />
Cinco mil homens trabalharam na segurança<br />
do compositor e cantor. (Noticiário<br />
de agências).<br />
Paul McCarney canta em Israel<br />
VISÃO<br />
FIEP organiza missão empresarial<br />
Com o objetivo de prospectar e gerar parcerias<br />
e negócios na área de agrotecnologia,<br />
meio ambiente, biotecnologia e equipamentos<br />
médicos, a Federação das Indústrias<br />
do Estado do Paraná (FIEP), por<br />
meio do Centro Internacional de Negócios<br />
(CIN), promove uma Missão Empresarial<br />
para Israel entre os dias 8 e 16 de novembro.<br />
A programação inclui visitas a laboratórios<br />
e centros de excelência tecnológica.<br />
A missão será realizada em parceria<br />
com o Senai, Ministério do Desenvolvimento,<br />
Indústria e Comércio, Instituto de Exportações<br />
para Israel e Câmara de Comércio<br />
e Indústria de Tel-Aviv. Israel é um Estado<br />
reconhecido por estar na frente em<br />
inovação tecnológica, que investe fortemente<br />
em pesquisas de desenvolvimento<br />
e tem como prioridade incentivar empresas<br />
recém-criadas. As inscrições estão<br />
abertas e podem ser feitas pelo e-mail<br />
janet.pacheco@fiepr.org.br. Informações<br />
pelo telefone (41) 3271-9105 ou no site<br />
www.cinpr.org.br (FIEP).<br />
Campeão de xadrez sem patrocínio<br />
panorâmica<br />
O casal de judeus russos Larissa e Pavel<br />
Shumyatsky chegou ao Brasil em 1995,<br />
quando ele foi convidado a trabalhar no<br />
Departamento de Matemática da Universidade<br />
de Brasília. Vieram da Rússia ge-<br />
informações das agências AP, Reuters,<br />
AFP, EFE, jornais Alef na internet, Jerusalem<br />
Post, Haaretz e IG)<br />
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○<br />
lada, com esperança<br />
no Brasil. O<br />
filho Victor passou<br />
a se interessar<br />
pelo xadrez em<br />
2003, aos 6 anos.<br />
Aos 10 anos, ingressou<br />
como primeiro<br />
colocado<br />
• Yossi Groisseoign •<br />
entre 2 mil candidatos no concurso de admissão<br />
ao Colégio Militar de Brasília, considerado<br />
o melhor do Distrito Federal, e<br />
apresentou a incrível média de 9,9 no semestre<br />
passado. Em 2004 sagrou-se Campeão<br />
Brasiliense Sub-14 e, por duas vezes,<br />
entre 2004 e 2007, tornou-se Campeão<br />
Brasileiro Escolar em sua categoria.<br />
Em dezembro de 2007 conquistou o Campeonato<br />
Sul-Americano Sub-12, na Argentina,<br />
e, em julho de 2008, o Campeonato<br />
Pan-Americano Sub-12 em Córdoba, Argentina.<br />
Foi a única medalha de ouro da delegação<br />
brasileira, com 70 integrantes. Graças<br />
a este desempenho, tornou-se um<br />
Mestre FIDE (Federação Internacional de<br />
Xadrez). O pai, Pavel, considera que a falta<br />
de patrocino poderá dificultar o avanço<br />
de Victor no futuro. (Israel Blajberg).<br />
Venezuela na alista negra<br />
Os EUA colocaram a Venezuela em sua lista<br />
negra de países que desrespeitam as<br />
liberdades religiosas no mundo. O relatório<br />
anual, publicado pelo Departamento de<br />
Estado americano, critica a deterioração<br />
das liberdades religiosas também na Argélia,<br />
na China e no Egito. O documento<br />
destacou a ocasião em que o presidente<br />
venezuelano alertou bispos da Igreja Católica<br />
para não criticarem a proposta do<br />
governo de reformar a Constituição de<br />
1999, que foi rejeitada em referendo público<br />
em dezembro de 2007, e destacou a<br />
contínua perseguição aos judeus, que incluíram<br />
atos de vandalismo anti-semitas,<br />
caricaturas, intimidações e ataques físicos<br />
contra instituições judaicas. "No dia<br />
do referendo constitucional, membros do<br />
serviço de inteligência da polícia invadiram<br />
um centro comunitário judaico, em<br />
Caracas, com um mandado de buscas para<br />
procurar armas". (Departamento de Estado<br />
dos EUA).<br />
A homenagem a Lula<br />
O pequeno Victor, campeão<br />
de xadrez e sem patrocínio<br />
Passou despercebida pela imprensa a homenagem<br />
que o Instituto Steven Roth para<br />
o Estudo do Anti-Semitismo e do Racismo<br />
Contemporâneos, o mais importante do<br />
mundo, acaba de prestar ao presidente<br />
Lula. Ele foi convidado a participar das<br />
cerimônias do International Holocaust<br />
Memorial Day, instituído pela ONU, e das<br />
homenagens ao diplomata brasileiro Luiz<br />
Martins de Souza Dantas, cujo trabalho na<br />
França ocupada pelos nazistas, na Segunda<br />
Guerra Mundial, salvou a vida de centenas<br />
de perseguidos. O Brasil, mostrou o<br />
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○<br />
Instituto, é uma das democracias com leis<br />
mais sólidas para punição e prevenção do<br />
racismo. (Carlos Brickman para O Observatório<br />
da Imprensa).<br />
Arquivos de Spielberg no Yad Vashem<br />
O Museu do Holocausto de Jerusalém (Yad<br />
Vashem) incorporará à sua coleção mais<br />
de 200.000 horas de vídeo, em sua maioria<br />
testemunhos de sobreviventes, do Instituto<br />
do Holocausto, criado pelo diretor<br />
de cinema judeu Steven Spielberg. As gravações<br />
que estarão acessíveis para o público<br />
nos próximos dias incluem mais de<br />
52.000 entrevistas com vítimas dos campos<br />
de concentração e guetos na Europa<br />
nazista. Os testemunhos se unirão à coleção<br />
de cerca de 10.000 entrevistas em vídeo<br />
e 5.000 filmes sobre o Holocausto no<br />
Yad Vashem. Até agora, o material do instituto<br />
criado por Spielberg, que pertence<br />
à Universidade da Califórnia do Sul, só era<br />
acessível em acesso limitado pela internet.<br />
O Yad Vashem promete o maior acesso<br />
possível a estas informações através<br />
da rede, começando por disponibilizar parte<br />
dos vídeos no YouTube. (Haaretz).<br />
Concerto usa violinos salvos dos nazistas<br />
Dezesseis violinos usados por vítimas do<br />
Holocausto, inclusive um que teve o estojo<br />
usado para contrabandear explosivos<br />
que detonariam uma base nazista, foram<br />
usados dia 24/9 num concerto em Jerusalém.<br />
"Cada violino tem sua história", disse<br />
Amnon Weinstein, 69 anos, que junto<br />
com seu filho passou mais de uma década<br />
restaurando violinos recolhidos em<br />
toda a Europa. Weinstein disse ter recebido<br />
os violinos em diversos estados de conservação.<br />
Muitos vinham decorados com<br />
a estrela de Davi, testemunho de sua passagem<br />
por mãos judias. "Ao restaurar seus<br />
violinos, seu legado renasce", disse<br />
Weinstein, que perdeu a maior parte dos<br />
Concerto em Jerusalém com violinos salvos dos nazistas<br />
parentes no Holocausto. Esses instrumentos<br />
tocaram juntos pela primeira vez no<br />
concerto, intitulado 'Violinos da Esperança',<br />
com o conjunto israelense Raanana<br />
Symphonette e a Orquestra Filarmônica de<br />
Istambul, à luz dos candelabros da Cidade<br />
Velha, e milhares de pessoas viram o<br />
virtuose israelense Shlomo Mintz interpretar<br />
'Avinu Malkeinu' ('Nosso pai, nosso<br />
rei'), obra que marca o Dia da Penitência<br />
para os judeus. (G1/Reuters).<br />
Judeus da Argentina e ameaças<br />
do Hezbolá<br />
O governo argentino reforçou a segurança<br />
das instituições judaicas no país pela<br />
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○<br />
preocupação gerada com as ameaças do<br />
Hezbolá sobre um possível ataque. O aumento<br />
da segurança foi determinado após<br />
uma série de reuniões entre o ministro da<br />
Justiça e Segurança, Aníbal Fernández, e<br />
o presidente da Delegação de Associações<br />
Israelitas Argentinas (Daia), Aldo Donzis.<br />
"Estamos trabalhando em conjunto nestas<br />
situações que preocupam na realidade a<br />
todos os cidadãos, pelo risco das ameaças<br />
do Hezbolá", disse Donzis. Em declarações<br />
à imprensa local, Donzis também<br />
refletiu sua preocupação por países como<br />
Venezuela e Paraguai terem dado vistos<br />
de entrada "a muitos iranianos e libaneses"<br />
sem o devido controle. (Daia).<br />
Libanês quer exclusividade<br />
O presidente da Associação das Indústrias<br />
do Líbano afirmou que pretende iniciar<br />
uma batalha jurídica para impedir que<br />
companhias internacionais comercializem<br />
pratos com nomes tradicionais da cozinha<br />
libanesa, como quibe, esfiha e falafel.<br />
"Empresas brasileiras vendem quibes e<br />
esfihas nos EUA sem mencionar que são<br />
produtos libaneses. A cada dia mais produtos<br />
típicos libaneses são comercializados<br />
como se fossem originários de Israel",<br />
reclamou. "Se quiserem comercializar esses<br />
produtos, que o façam usando outros<br />
nomes, não os originais". Ele pretende levar<br />
o caso aos tribunais internacionais é<br />
registrar os ingredientes e as receitas dos<br />
pratos disputados junto ao governo do Líbano.<br />
(Jornal Alef).<br />
STJ com novo vice-presidente<br />
A comunidade judaica de Passo Fundo e<br />
do Brasil recebeu com satisfação a noticia<br />
da posse de um de seus distintos integrantes<br />
e ilustre magistrado como vicepresidente<br />
do STJ. Trata-se do ministro Ari<br />
Pargendler, É Bacharel em Ciências Jurídicas<br />
e Sociais pela Faculdade de Direito<br />
da Universidade Federal do Rio Grande do<br />
Sul, Porto Alegre. Era Ministro do Superior<br />
Tribunal de Justiça a partir 19/6/1995,<br />
quando foi nomeado vice-presidente do<br />
Superior Tribunal de Justiça a partir de 3/<br />
9/2008 e vice-presidente do Conselho da<br />
Justiça Federal a partir de 3/9/2008.<br />
(Israel Blajberg/ STJ, Brasília).<br />
Sugerido o seqüestro de Ahmadinejad<br />
O ministro israelense Rafi Eitan, um exespião<br />
que participou do seqüestro do<br />
nazista Adolf Eichmann, sugeriu em 9/9<br />
que a mesma tática poderia ser utilizada<br />
contra o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad.<br />
"Um homem como Ahmadinejad,<br />
que ameaça um genocídio, tem que<br />
ser levado a julgamento em Haia", disse<br />
Eitan, referindo-se à sede do Tribunal Penal<br />
Internacional (TPI). "E todas as opções<br />
estão abertas em termos de como levá-lo<br />
até lá", prosseguiu. Questionado sobre se<br />
o seqüestro de um chefe de governo seria<br />
aceitável, Eitan respondeu que "sim" e<br />
repetiu que "qualquer maneira de levá-lo<br />
a julgamento é uma possibilidade". Eitan,<br />
um dos ministros responsáveis pela segurança<br />
de Israel, ressalvou que suas declarações<br />
são apenas uma opinião pessoal,<br />
nada mais. (Associated Press/Reuters).
Estudo vê neonazismo no<br />
Brasil e na internet<br />
A palestra da professora Adriana<br />
Dias, mestre em Antropologia<br />
Social da Unicamp abriu em São<br />
Paulo o ciclo de palestras da Comissão<br />
Nacional de Direitos Humanos<br />
da B'nai B'rith do Brasil. O evento<br />
foi coordenado pela dra. Margarette<br />
F.C. Barreto, delegada titular<br />
do Decradi - Delegacia de Crimes<br />
Raciais e Delitos da Intolerância -<br />
de São Paulo. Estiveram presentes<br />
Ben Abraham, presidente da Sherit<br />
Hapleitá e Alberto Liberman,<br />
diretor nacional de Direitos Humanos<br />
da BB Brasil, Etejane Hepner<br />
Coin, presidente da Wizo-SP, Adélia<br />
Tulman Cabílio, presidente da<br />
B'nai B'rith de São Paulo, Anita<br />
Pinkuss, do Centro de Cultura <strong>Judaica</strong>,<br />
Isaias Lerner, representando<br />
o presidente da Hebraica Peter<br />
Weiss; Sérgio Tomchinsky, da Câmara<br />
Brasil-Israel de Comércio e<br />
Indústria e Renato Akerman, do<br />
Projeto Paper Clips.<br />
O tema 'Neonazismo no Brasil:<br />
mapeando o perigo, as defesas possíveis',<br />
foi abordado a partir das pesquisas<br />
para a defesa da tese de mestrado<br />
da professora Adriana, que<br />
por seis anos analisou 12,6 mil páginas<br />
da internet com temática neonazista,<br />
racista ou revisionista (que<br />
tenta negar ou minimizar a existência<br />
do Holocausto), em inglês, português<br />
e espanhol.<br />
Seu objetivo é estudar como o<br />
neonazismo usa a internet para se<br />
propagar fora dela, para buscar soluções,<br />
inclusive em termos de políticas<br />
públicas que possam combatê-lo.<br />
Para a professora, 'os<br />
neonazistas constroem uma imagem<br />
do judeu e do negro que só<br />
existe na cabeça deles'. De acordo<br />
com o discurso deles 'os judeus<br />
seriam responsáveis pela pedofilia,<br />
disseminação do aborto, capitalismo<br />
e comunismo. É uma visão<br />
maniqueísta do bem e do mal, que<br />
não aceita o diálogo. Quem não<br />
tem sangue ariano não os entende,<br />
sendo inimigo que deve ser<br />
combatido para que eles sobrevivam',<br />
acreditam.<br />
Este 'delírio' - prosseguiu ela -<br />
se fortalece na medida em que é<br />
compartilhado. 'São 500 mil pessoas<br />
nos EUA, mais de 200 mil na<br />
Europa e 150 mil no Brasil que<br />
lêem material revisionista, neonazista<br />
e racista, através da internet',<br />
observou Adriana.<br />
Alguns sites mostrados pela antropóloga<br />
incitam claramente a eliminar<br />
negros e judeus. Sabe-se que<br />
esses grupos não ficam apenas no<br />
discurso 'Em muitos casos há rituais,<br />
como por exemplo, para ingressar<br />
no grupo é preciso espancar um judeu.<br />
Isso acontece hoje', ressalta a<br />
pesquisadora.<br />
Não Não é é é coisa coisa coisa de de adolescente<br />
adolescente<br />
De 2003 a 2006, a pesquisa da<br />
professora concentrou-se nos sites,<br />
concluindo que são produzidos por<br />
pessoas entre 35 a 55 anos, com<br />
educação pré-superior ou superior.<br />
'Não é coisa de adolescente'. Usam<br />
ferramentas tecnológicas avançadas,<br />
dispõem de recursos financeiros<br />
e, em sua maioria são sites ativos<br />
visando divulgar o neonazismo.<br />
'Há desde os que contam com 60 a<br />
30 mil páginas'.<br />
Outras formas de difusão pela<br />
Internet são os fóruns, com debate<br />
de temas e os blogs, com diários,<br />
alguns dos quais 'monstruosos'. Já<br />
os jovens preferem o formato<br />
'wiki', considera a pesquisadora.<br />
Este foi criado pelo Wikipédia, um<br />
site sério de informações científicas,<br />
do tipo enciclopédia, onde os<br />
usuários podem adicionar dados.<br />
Este formato é usado, por exemplo,<br />
no Ziopédia, um site racista em formato<br />
'wiki', de ódio aos judeus e a<br />
Israel. 'Há milhares de pessoas produzindo<br />
esse tipo de material na<br />
Austrália', informou.<br />
Sul Sul e e sudeste<br />
sudeste<br />
No Brasil, o discurso neonazista<br />
é contra a maçonaria e os judeus são<br />
culpados por todos os males do mundo.<br />
De acordo com a pesquisa, eles<br />
se concentram em ordem decrescente<br />
em: Santa Catarina, Rio Grande<br />
do Sul, São Paulo, Paraná e Distrito<br />
Federal. Possivelmente, há uma<br />
relação entre locais que devem ter<br />
abrigado oficiais nazistas e a expansão<br />
destes movimentos, destacou.<br />
Outra revelação é a existência<br />
de um movimento feminino muito<br />
forte, onde as mães 'educam seus<br />
filhos para serem guerreiros da raça<br />
ariana'. A professora também identificou<br />
como eles estão organizados:<br />
há os solitários, há as células,<br />
grupos pequenos, que não conhecem<br />
as pessoas das demais células<br />
e outros como o 'nacionalismo espiritualista',<br />
que defende a criação<br />
de um partido político.<br />
Delegacia Delegacia de de crimes crimes raciais<br />
raciais<br />
A delegada Margarette mostrou<br />
através de fotos um pouco da ação<br />
diária da Decradi - Delegacia de Crimes<br />
e Raciais e Delitos da Intolerância,<br />
na áreas de estratégia, prevenção,<br />
segurança em eventos, incluindo<br />
os da comunidade judaica, investigação<br />
e prisão. Citou casos de ganges<br />
e de indivíduos, como o de um<br />
skinhead preso que não podia tomar<br />
banho sem camiseta senão seria linchado<br />
na prisão por suas tatuagens.<br />
Ao ser solto tatuou a palavra<br />
skinhead em ambas as mãos, de<br />
modo que não poderá escondê-las.<br />
Falou também da atuação da<br />
Decradi na área do futebol, onde<br />
houve uma campanha da Federação<br />
Paulista de Futebol contra o Racismo;<br />
do combate à homofobia, dos<br />
ataques de neonazistas a homossexuais<br />
em São Paulo, da ação junto<br />
ao movimento negro e da atuação<br />
conjunta com a comunidade judaica.<br />
'Gostaria de agradecer a oportunidade<br />
de trabalhar com a comunidade<br />
judaica, por seu respeito<br />
por todos e pela vida humana sobre<br />
a face da terra', disse ela.<br />
Legislação Legislação e e educação<br />
educação<br />
Para a professora Adriana, dois<br />
fatores são fundamentais para combater<br />
o racismo e neonazismo: Legislação<br />
e Educação. 'O crime de<br />
ódio racial na internet não está tipificado,<br />
o Brasil tem uma das piores<br />
legislações do mundo nessa<br />
área', afirmou, ressaltando a importância<br />
do projeto de lei para tornar<br />
crime a negação do Holocausto (revisionismo).<br />
A delegada Margarette<br />
complementou: 'É preciso uma<br />
legislação específica para os crimes<br />
na internet, isso se aplica também<br />
à pedofilia, homofobia e ao ódio<br />
racial, entre outros', destacando o<br />
trabalho feito pela Delegacia de<br />
Crimes da Internet, ligada ao DEIC.<br />
Embora a questão seja complexa,<br />
com a hospedagem de sites em<br />
outros países, o Brasil tem conseguido<br />
vitórias. A professora Adriana<br />
agradeceu ao procurador Sergio<br />
Suiama, que tem sido um dos responsáveis<br />
pela retirada do ar de sites<br />
racistas, no que foi corroborada<br />
pela delegada Margarette. A Educação<br />
é fator fundamental. 'Os jovens<br />
são arregimentados porque<br />
não têm informações. É preciso<br />
educar para os Direitos Humanos no<br />
Brasil', conclamou a palestrante<br />
Adriana, antes de abrir os debates.<br />
Como Como proceder?<br />
proceder?<br />
O diretor nacional de Direitos Humanos<br />
da B'nai B'rith e Adriana Dias<br />
explicaram que não se deve entrar<br />
nos sites neonazistas e discutir. O<br />
melhor caminho é passar as informações<br />
para a B'nai B'rith, que como vem<br />
fazendo de longa data, encaminhará<br />
aos órgãos competentes, preparados<br />
para agir nestes casos.<br />
Na área da Educação, a B'nai<br />
B'rith do Brasil está promovendo<br />
este ano, Concurso de Redação sobre<br />
o Holocausto, com palestras<br />
para professores e alunos, para a<br />
Rede Pública de Ensino de São Paulo,<br />
Rio de Janeiro, Curitiba e Porto<br />
Alegre, com Jornadas Interdisciplinares<br />
para docentes nas três cidades<br />
e uma Exposição sobre Anne<br />
Frank, com ciclo de conferências em<br />
Porto Alegre. (Lia Bergmann, assessora<br />
de Direitos Humanos e Comunicações<br />
da B´nai B´rith do Brasil).<br />
VISÃO JUDAICA outubro de 2008 Tishrê / Cheszvan 5769<br />
O LEITOR<br />
ESCREVE<br />
O papel do <strong>Visão</strong> <strong>Judaica</strong><br />
Senhores editores:<br />
Qualquer leitor que leia o artigo<br />
do argentino Marcos Aguinis<br />
primeiro e depois do Sérgio Feldman,<br />
terá uma visão extraordinária<br />
do judaísmo atual. Vocês estão<br />
de parabéns. Sem demérito<br />
a ninguém, mas a nossa liderança<br />
em Curitiba não passa estas<br />
informações para nós, em nossa<br />
comunidade. Graças ao <strong>Visão</strong> <strong>Judaica</strong><br />
estamos tendo acesso às<br />
mesmas. Que papel maravilhoso<br />
que o <strong>Visão</strong> <strong>Judaica</strong> está desempenhando.<br />
Abraços e mais uma<br />
vez minha total admiração pelo<br />
seu trabalho.<br />
Anti-americanismo<br />
e anti-semitismo<br />
Leopoldo Ehrlich<br />
Curitiba - Paraná<br />
Senhores:<br />
Tenho acompanhado o noticiário<br />
dos eventos mundiais, e entendo<br />
que o anti-americanismo<br />
vigente hoje segue os mesmos<br />
moldes do câncer do anti-semitismo.<br />
A tentativa de derrubar os<br />
EUA mostra claramente a intenção<br />
das ditaduras islâmicas e socialistas-comunistas<br />
de chegarem<br />
ao objetivo, inútil, de destruir Israel.<br />
Existe uma preocupante simbiose<br />
entre o nazi-fascismo, o comunismo<br />
e o islamismo extremista,<br />
onde o ódio à existência de<br />
Israel projeta-se de várias formas.<br />
Salmo 122:6 - Orai pela paz<br />
de Jerusalém; prosperarão aqueles<br />
que te amam.<br />
Shaná Tová<br />
Sérgio Manchester<br />
Por e-mail<br />
Estimados Amigos do <strong>VJ</strong>:<br />
Shalom! Neste momento especial,<br />
em que se comemora o Ano<br />
Novo de 5769, contado a partir<br />
da criação do homem, gostaria<br />
de expressar meus sinceros sentimentos<br />
de Shana Tová! Que o<br />
próximo ano traga muita Luz,<br />
Amor, Alegria, Saúde, Progresso<br />
e Harmonia a Vós e aos Vossos<br />
Para escrever ao jornal <strong>Visão</strong> <strong>Judaica</strong><br />
basta passar um fax pelo telefone:<br />
0**41 3018-8018 ou e-mail para<br />
visaojudaica@visaojudaica.com.br<br />
21<br />
Familiares! Na Nova Era, constituída<br />
de tantos desafios e dilemas,<br />
que Medinat Israel - fundamento<br />
da identidade judaica - e<br />
a eterna Yerushaláyim, capital<br />
eterna e indivisível do povo judeu,<br />
conquistem o sonho da almejada<br />
e autêntica Paz. Que D-us<br />
abençoe o querido Povo de Israel<br />
e a todos os Judeus da Diáspora!<br />
Shaná Tová Umetuká!<br />
Marcelo Vieira Walsh e Família<br />
Goiânia - GO<br />
Shaná Tová 2<br />
Prezados amigos:<br />
Desejo a vocês da equipe do <strong>Visão</strong><br />
<strong>Judaica</strong>, um Ano Novo cheio<br />
de Saúde, Paz e Alegria. Que na<br />
Sua imensa bondade, D-us Todo<br />
Poderoso continue abençoando o<br />
trabalho de vocês na luta em prol<br />
do nosso povo.<br />
Shaná Tová Umetuká!<br />
Abraham, Silene, Eliahu, Dan e David<br />
Bohadana<br />
França - por e-mail<br />
Apreciando o <strong>Visão</strong><br />
<strong>Judaica</strong><br />
Olá Editores:<br />
Meu nome é Fernando Ferreira,<br />
20 anos, não judeu, moro em<br />
Belo Horizonte e cheguei até o<br />
site de <strong>Visão</strong> <strong>Judaica</strong> pelo relato<br />
do Rabino Issocher Frand. (<strong>Visão</strong><br />
<strong>Judaica</strong> de junho de 2006). Gostei<br />
muito do trabalho de vocês!<br />
Parabéns!<br />
Errata<br />
Fernando Ferreira<br />
Belo Horizonte - por e-mail<br />
Na edição de setembro de<br />
2008 do <strong>Visão</strong> <strong>Judaica</strong>, publicamos<br />
uma carta com pedido do<br />
médico Moshe Rosemblatt para<br />
jovens que terminaram o curso<br />
de medicina e estão querendo<br />
se especializar em cirurgia em<br />
Israel, no sentido de que escrevessem<br />
a ele. Só que esquecemos<br />
de publicar seu e-mail:<br />
mosrosen@bezeqint.net
22<br />
VISÃO JUDAICA outubro de 2008 Tishrê / Cheszvan 5769<br />
rofundamente abalada<br />
pelos atentados de 11 de<br />
setembro de 2001, a sociedade<br />
norte-americana<br />
perguntou-se sobre o motivo<br />
pelo qual ela era tão<br />
odiada no Oriente Médio. Uma das<br />
conclusões a que chegou foi que os<br />
árabes e os muçulmanos estavam contaminados<br />
por uma propaganda maliciosa<br />
e difamatória que emanava diariamente<br />
dos jornais que eles liam, das<br />
rádios que ouviam e da televisão que<br />
viam. Os meios de comunicação de<br />
massa da região estavam tão infestados<br />
de teorias conspiratórias antiamericanas<br />
e tão saturados de sentimentos<br />
visceralmente hostis aos EUA, que<br />
uma maneira de reverter essa impressão<br />
negativa seria brindar as audiências<br />
árabes com a possibilidade de ver<br />
e ouvir notícias e opiniões sustentadamente<br />
divergentes das postuladas<br />
pelo consenso jornalístico da região.<br />
Com esse propósito, um canal de<br />
televisão via satélite em língua árabe<br />
foi criado pelo governo norte-america-<br />
O escândalo da TV Al-Hurra<br />
Julián Schvindlerman *<br />
* Julián é argentino, licenciado em Administração pela Universidade de<br />
Buenos Aires e Mestre em Ciências Sociais da Universidade Hebraica<br />
de Jerusalém. Analista político, é o autor de "Tierras por paz, Tierras<br />
por Guerra". Colaborador do jornal The Miami Herald e da publicação<br />
Comunidades, periódico judaico-argentino do qual foi correspondente<br />
em Washington e em Jerusalém. Seus artigos têm sido publicados em<br />
diversos meios de comunicação internacionais como Haaretz,<br />
Jerusalem Report, Washington Times, Middle East Quarterly,<br />
Midstream, El Nuevo Herald, Clarín e El Cronista, assim como em<br />
revistas das comunidades judaicas da Espanha e da América Latina.<br />
Deu conferências na Argentina, México e Israel, e foi entrevistado por<br />
programas de rádio e TV na Argentina e nos Estados Unidos. Foi<br />
diretor executivo adjunto de United Nations Watch, uma ONG suíça<br />
dedicada ao monitoramento da ONU em Genebra. O presente artigo foi<br />
publicado no site www.porisrael.org de Dori Lustron.<br />
no. Oficialmente lançado em fevereiro<br />
de 2004 sob o nome de Al-Hurra (O<br />
Livre) e com um orçamento anual de<br />
US$ 70 milhões, este meio serviria<br />
como plataforma para a divulgação de<br />
notícias, comentários e opiniões alternativas<br />
às tradicionalmente difundidas<br />
nos meios árabes. Sua missão sería<br />
denunciar as violações dos direitos<br />
humanos na região, expôr casos<br />
de corrupção, promover a paz, apoiar<br />
a democracia, e contra-argumentar as<br />
distorções relativas aos Estados Unidos<br />
da América. Coisa que esteve fazendo<br />
muito bem até novembro de<br />
2006, oportunidade na qual seu diretor<br />
Mouafac Harb - um muçulmano<br />
nascido no Líbano - foi substituído por<br />
Larry Register; um norte-americano exprodutor<br />
da CNN. Desde então, as novas<br />
decisões editoriais provocaram<br />
uma guinada de 180 graus na cobertura<br />
da Al-Hurra, dando-lhe - por mais<br />
incrível que isto pareça - um viés visivelmente<br />
pró-islamista e anti norteamericano.<br />
Tão radical foi a mudança<br />
no conteúdo deste canal via satélite,<br />
que dois deputados (um republicano<br />
de Indiana e um democrata da Flórida)<br />
pediram à Secretária de Estado<br />
Condoleeza Rice que ordene uma investigação<br />
a respeito, tanto que o parlamentar<br />
reformista e secular iraquiano<br />
Mithal al-Alusi comentou: "Até<br />
agora, estávamos tão felizes com a Al-<br />
Hurra... Mas não mais".<br />
A gota que entornou o vaso da tolerância<br />
a respeito da autoflagelação<br />
do Sr. Register (tão típica, sublinhemos,<br />
dos jornalistas progressistas da<br />
CNN) foi a cobertura ao vivo e total,<br />
durante mais de 70 minutos, de um discurso<br />
virulento do líder do Hezbolá Hasan<br />
Nasrallah, seguida de um comen-<br />
tário por parte de um funcionário libanês<br />
que criticou Nasrallah por não ter<br />
sido suficientemente anti-israelense e<br />
anti norte-americano. Segundo Joel<br />
Mowbray - um jornalista independente<br />
que denunciou todo este assunto,<br />
originalmente nas páginas do The Wall<br />
Street Journal - isto não fazia mais que<br />
afirmar uma nova política editorial de<br />
dar cobertura amigável aos terroristas<br />
da Al-Qaeda e do Hamas, cujos exageros,<br />
falsidades ou difamações raras<br />
vezes eram questionadas. Por exemplo,<br />
quando em 9 de fevereiro último,<br />
os palestinos protestaram com violência<br />
as construções que a Prefeitura de<br />
Jerusalém passou a fazer para melhorar<br />
a segurança no Monte do Templo,<br />
a Al-Hurra realizou uma cobertura de<br />
"notícias de último momento" de quase<br />
duas horas, superando assim em<br />
meia hora a rede Al-Jazeera, e assegurou-se<br />
para que Ikrima Sabri, o imã<br />
da mesquita Al-Aqsa e ex-mufti de Jerusalém<br />
designado na ocasito por Yasser<br />
Arafat, tivesse o espaço suficiente<br />
para acusar Israel de disparar armas<br />
e lançar bombas dentro da mesquita<br />
e depois proibir a entrada de<br />
médicos para auxiliar os feridos. Alguns<br />
meses antes, em 12 de dezembro<br />
de 2006, a Al-Hurra esteve presente<br />
en Teerã na ocasião da conferência<br />
negacionista, dando espaço a famosos<br />
negadores tais como o norte-americano<br />
David Duke e o francês Robert<br />
Faurrison, os quais propagaram suas<br />
posturas mentirosas sem ser interpelados<br />
pelo correspondente da Al-Hurra<br />
que, de sua parte se referiu aos críticos<br />
destes negadores como "defensores<br />
do Holocausto". (Ficaram para<br />
trás os tempos de Mouafac Harb quando<br />
a Al-Hurra cobriu o 60º aniversário<br />
da libertação de Auschwitz e entrevistou<br />
Elie Wiesel; algo vanguardista para<br />
um canal de TV em língua árabe). Segundo<br />
informou Joel Mowbray, seis<br />
semanas mais tarde, em 20 de janeiro<br />
do corrente ano, a Al-Hurra exibiu um<br />
especial sobre os Neturei Karta, o excêntrico<br />
grupo de judeus ultraortodoxos<br />
que participaram da reunião de<br />
negadores na capital iraniana, dando<br />
entrevistas nas quais eles asseguravam<br />
que "os sionistas" haviam queimado<br />
suas sinagogas, novamente,<br />
sem questionamento algum por parte<br />
do correspondente deste canal via satélite,<br />
que além do mais, afirmou que<br />
o Neturei Karta possuía mais de um<br />
milhão de membros quando na realidade<br />
possui apenas uns millares de<br />
simpatizantes, tal como indica o próprio<br />
website desse grupo. Poderíamos<br />
continuar, mas o panorama já é claro.<br />
Esta é a história de como um canal<br />
estabelecido para atuar como contrapeso<br />
à propaganda anti-ocidental da<br />
Al-Jazeera e da Al-Arabiya, acabou se<br />
transformando num competidor destes<br />
canais na promoção do anti-ocidentalismo<br />
islamista. O equivalente histórico<br />
a este fato seria imaginar que a Rádio<br />
Free Europe durante a Guerra Fria<br />
fizesse uma cobertura benigna ao Kremlin,<br />
ou a BBC oferecendo espaço aos<br />
nazistas para criticar Winston Churchill<br />
durante a Segunda Guerra Mundial. Tal<br />
como assinalou um editorial do Wall<br />
Street Journal: "A Al-Hurra pode ser uma<br />
ferramenta útil na batalha das idéias<br />
que é crucial para a guerra contra o<br />
extremismo islâmico. Mas se ela e também<br />
suas emissões irão meramente<br />
prover outra plataforma para a propaganda<br />
anti norte-americana, quem precisa<br />
delas?".<br />
Síria entrega proposta para acordo de paz com Israel<br />
O presidente da Síria, Bashar Assad,<br />
revelou dia 4/9, que Damasco entregou<br />
aos mediadores turcos o esboço de uma<br />
proposta para a paz com Israel e informou<br />
que seu governo aguarda a resposta<br />
israelense para que o próximo passo<br />
possa ser a realização de negociações<br />
diretas. No entanto, o líder sírio anunciou<br />
que a próxima reunião de negociações<br />
indiretas entre seu país e Israel,<br />
que aconteceria na Turquia, foi adiada<br />
em função da renúncia do chefe da<br />
equipe de negociação israelense e depende<br />
de quem será o próximo premiê<br />
e de sua intenção de fazer ou não a paz<br />
com a Síria.<br />
O primeiro-ministro de Israel, Ehud<br />
Olmert, anunciou que estava demissionário<br />
do cargo em setembro, assim que<br />
seu partido, o Kadima, definisse quem<br />
o sucederia, no caso Tzipi Livni. Olmert<br />
é investigado em um caso de corrupção.<br />
Conseqüentemente, a incerteza políti-<br />
ca em Israel afeta o andamento dos contatos<br />
de paz tanto com os sírios quanto<br />
com os palestinos.<br />
O governo israelense recusou-se a<br />
emitir comentário sobre o anúncio de<br />
Assad. As negociações entre Damasco e<br />
Tel-Aviv têm sido realizadas por intermédio<br />
do governo da Turquia.<br />
Em conversa com jornalistas em<br />
Damasco, Assad observou também<br />
que as negociações diretas talvez tenham<br />
que esperar a posse do próximo<br />
presidente dos Estados Unidos, em janeiro<br />
do ano que vem, num reconhecimento<br />
explícito à importância do<br />
apoio americanos às negociações. Ele<br />
não forneceu mais detalhes.<br />
Os comentários do presidente sírio<br />
foram feitos na abertura de uma reunião<br />
de cúpula com líderes da França, da Turquia<br />
e do Qatar sobre a estabilidade e a<br />
paz no Oriente Médio. A Síria pede a Israel<br />
que lhe devolva as Colinas de Go-<br />
lan, tomadas em 1967, e insiste que as<br />
negociações de paz só darão certo com<br />
mediação americana. Mas isto é improvável<br />
sob o presidente George W. Bush,<br />
que acha a Síria um aliado do Irã e de<br />
grupos hostis aos interesses de seu país.<br />
Colinas Colinas de de Golan Golan<br />
Golan<br />
Israel e Síria são inimigos e as tentativas<br />
de alcançar a paz fracassaram várias<br />
vezes no passado, a última delas em<br />
2000. Houve três guerras entre ambos,<br />
além de combates no Líbano. A paz com<br />
a Síria exigiria de Israel a retirada das<br />
Colinas de Golan, uma área estratégica<br />
capturada em 1967, na Guerra dos Seis<br />
Dias, e depois anexada. Hoje, as colinas<br />
são moradia de 18 mil israelenses, e<br />
quase o mesmo número de árabes drusos,<br />
que se consideram cidadãos sírios.<br />
As forças dos dois países são separadas<br />
por capacetes azuis das Nações Unidas.<br />
Os israelenses em geral consideram<br />
o Golan uma importantezonatampão<br />
contra um<br />
eventual ataque<br />
da Síria. Com seus<br />
vinhedos e pequenas<br />
pousadas,<br />
a região também é<br />
uma atração popular<br />
entre os turistas<br />
israelenses.<br />
Israel, por sua<br />
vez, quer que a Síria<br />
- que oferece<br />
refúgio para grupos<br />
militantes<br />
como o Hamas e a<br />
As colinas de Golan, exigência da Síria para<br />
Jihad Islâmica e<br />
firmar a paz com Israel<br />
apóia o grupo libanês<br />
xiita Hezbolá - se distancie dessas organizações<br />
e também do Irã. Essas condições,<br />
porém, parecem ter sido retiradas<br />
ou ao menos flexibilizadas no momento.
VISÃO JUDAICA outubro de 2008 Tishrê / Cheszvan 5769<br />
Israel vira terra de exílio dos refugiados da África<br />
Benjamin Barthe *<br />
uma rua reservada para<br />
pedestres, imprensada<br />
entre as duas estações<br />
rodoviárias de Tel-Aviv.<br />
Agências de câmbio, lanchonetes<br />
que vendem<br />
"shawarma" (sanduíches típicos<br />
à base de carne), cabeleireiros especializados<br />
nos cortes de tipo "afro",<br />
e lojas de equipamentos de telefonia<br />
estão enfileirados numa extensão de<br />
300 metros de asfalto em mau estado,<br />
numa rua coberta por embalagens gordurosas<br />
jogadas ali pelos usuários. Nesta<br />
área, não há nenhum surfista estilizado,<br />
e tampouco qualquer jovem executivo<br />
apressado. Invadido pela cacofonia<br />
das buzinas e pelos gases de escapamento<br />
dos microônibus, o bairro<br />
de Neve Sha'anan há muito foi desertado<br />
pela fauna antenada de Tel-Aviv.<br />
Aqui, vivem aqueles que foram deixados<br />
para trás pelo crescimento econômico israelense,<br />
os marginais de toda laia. E,<br />
num movimento que vem ocorrendo há<br />
um ano, também moram aqui milhares<br />
de refugiados, oriundos em sua maioria<br />
do Sudão e da Eritréia, os quais conferem<br />
a este lugar uma aura improvável de "Little<br />
Africa" (Pequena África).<br />
Ismail Ahmed é um desses imigrantes<br />
recém-chegados. Este pai de família<br />
bonachão que aparenta ter 40 anos é um<br />
sobrevivente dos massacres do Darfur.<br />
Ele abriu no início de abril um pequeno<br />
cibercafé. Nele, as crianças sudanesas<br />
costumam reunir-se para intermináveis<br />
partidas de videogames on-line. À noite,<br />
Ismail dá aulas de inglês e de informática<br />
para os seus pais. À medida que<br />
ele vai sendo bem-sucedido, Ismail se<br />
prepara para renovar seu parque de<br />
computadores. Na vitrine do café, ele<br />
dependurou uma grinalda de bandeiras<br />
cunhadas com a estrela de Davi. Ele assim<br />
fez para expressar o seu profundo<br />
reconhecimento pelo seu país de adoção.<br />
As bandeirinhas são as testemunhas<br />
do percurso inesperado que ele efetuou<br />
no espaço de um ano.<br />
Foi no dia 1º de julho de 2007 que<br />
Ismail pisou pela primeira vez o solo de<br />
Israel, junto com a sua mulher Halima e<br />
seus quatro filhos. "Faltavam quinze<br />
para as 11h da manhã, precisamente",<br />
diz. Após uma caminhada extenuante de<br />
sete horas pelo deserto do Sinai, a família<br />
havia conseguido enganar a vigilância<br />
das tropas egípcias e encontrar um<br />
caminho para transpor a cerca de aramefarpado<br />
que marca a fronteira com o Estado<br />
judaico. "Nós empreendemos a viagem<br />
a partir do Cairo, amontoados na<br />
traseira da picape do nosso passador beduíno;<br />
todos nós tínhamos um cobertor<br />
sobre a cabeça", conta Ismail. Após terem<br />
descansado durante 24 horas num<br />
acampamento a pouca distância da fronteira,<br />
e após terem enfrentado uma derradeira<br />
caminhada por uma trilha de cascalho,<br />
os refugiados avistam finalmente<br />
o alvo que tanto almejavam.<br />
"Havia um barranco de cerca de 60<br />
metros de comprimento, completamente<br />
a descoberto", prossegue. "Nós deixamos<br />
para trás todos os nossos apetrechos,<br />
até mesmo as garrafas de água. O<br />
guia nos disse que caso ouvíssemos disparos<br />
de armas, era preciso mesmo assim<br />
continuar correndo. Nós fizemos<br />
uma breve oração, eu peguei uma das<br />
crianças, coloquei-a sobre as minhas<br />
costas, segurei outra pela mão, e começamos<br />
a correr em disparada. Cinco minutos<br />
mais tarde, estávamos num caminho<br />
de areia, do outro lado da fronteira.<br />
Deliberadamente, nós fizemos questão<br />
de deixar as marcas dos nossos passos.<br />
Uma hora mais tarde, um jipe do exército<br />
israelense apareceu e os soldados nos<br />
deram carona. Estávamos a salvo".<br />
Da mesma forma que Ismail e sua<br />
família, milhares de africanos se infiltraram<br />
em Israel nestes últimos meses.<br />
A antena do Alto-Comissariado para os<br />
refugiados em Tel-Aviv recenseou cerca<br />
de 4.000 eritreus e 3.500 sudaneses. Até<br />
então, a maioria dentre eles vivia no<br />
Cairo. Quase todos são opositores do regime<br />
de Asmara, que impõe com mão<br />
de ferro na Eritréia um socialismo autoritário<br />
à cubana; ou ainda, sobreviventes<br />
do sul do Sudão ou do Darfur, onde<br />
os janjawids, milicianos a cavalo a serviço<br />
da ditadura de Cartum, espalham o<br />
terror. As reportagens que o fotógrafo e<br />
jornalista Yonathan Weitzman realizou<br />
de agosto de 2006 a agosto de 2008 documentam<br />
a chegada caótica desses imigrantes<br />
a Israel, desde a perigosa passagem<br />
da fronteira até o momento em que<br />
eles são acolhidos pelas autoridades. Estas,<br />
por sua vez, não sabiam ao certo se<br />
elas deviam decretar sua detenção, sua<br />
recondução até a fronteira, ou fornecerlhes<br />
uma autorização para residência<br />
temporária.<br />
As soluções que elas estudaram para<br />
o problema foram mudando à medida que<br />
o afluxo de refugiados foi se tornando<br />
mais amplo. Na origem do fenômeno estava<br />
a repressão sangrenta de uma manifestação,<br />
pela polícia egípcia, no Cairo,<br />
em dezembro de 2005, que havia provocado<br />
a morte de 27 pessoas. De um dia<br />
para o outro, centenas de famílias tomaram<br />
a decisão de fugirem para Israel. Considerados<br />
como os súditos de um "país<br />
inimigo", os refugiados sudaneses foram<br />
inicialmente encarcerados.<br />
Contudo, diante da população excessiva<br />
nas prisões, e frente à pressão<br />
da opinião pública, comovida pelos relatos<br />
de "genocídio" no Darfur, as autoridades<br />
locais foram obrigadas a libertar<br />
uma parte dos refugiados. Os felizes<br />
eleitos se aproveitaram então da situação<br />
para conseguirem emprego nos kibutz<br />
ou nos hotéis de Eilat, uma cidade<br />
de veraneio no mar Vermelho. Essa "sorte<br />
grande" acaba chegando aos ouvidos<br />
daqueles que haviam permanecido no<br />
Cairo que, por sua vez, empreendem a<br />
mesma viagem pelas trilhas do deserto<br />
do Sinai. Na esteira do movimento, congoleses,<br />
marfinenses e ganenses que<br />
procuram fugir da miséria do seu país,<br />
também resolvem arriscar sua sorte.<br />
No verão de 2007, quando percebem<br />
que perderam todo controle sobre aquilo<br />
que um dos seus dirigentes qualifica<br />
de "tsunami humano", as autoridades<br />
de Israel resolveram tomar medidas<br />
mais drásticas. Uma construção anexa<br />
para a prisão de Ketziot, no meio do deserto<br />
do Neguev, foi construída às pressas.<br />
No mês de agosto, violando a Convenção<br />
das Nações Unidas sobre os refugiados<br />
da qual ele é signatário, o Estado<br />
judeu enviou de volta para o Egito,<br />
48 refugiados que estavam pedindo asilo,<br />
em sua maioria foragidos do Darfur.<br />
A medida desencadeou na opinião pública<br />
uma indignação tão grande que ela<br />
incitou o governo a emitir um mês mais<br />
tarde autorizações para residência temporária,<br />
para 600 refugiados sudaneses.<br />
Paralelamente, o primeiro-ministro<br />
Ehoud Olmert intimou o seu vizinho<br />
egípcio a não deixar passar mais ninguém<br />
pela sua fronteira. A mensagem<br />
foi bem recebida. Daqui para frente, as<br />
tropas que ocupam posições no Sinai<br />
passam a atirar em todo e qualquer indivíduo<br />
que tentar passar a fronteira. As<br />
autoridades do Cairo falam em 16 mortos<br />
desde o começo do ano, mas, segun-<br />
do afirma Sigal Rozen, do Fórum para os<br />
direitos dos refugiados, "o número é de<br />
fato muito mais importante. Há cadáveres<br />
ao longo da fronteira que ninguém<br />
se habilita a recolher". Atualmente, o<br />
ritmo das chegadas diminuiu.<br />
Da mesma forma que Ismail, os sudaneses<br />
de Israel se esforçam para construírem<br />
uma nova vida. Mas esta empreitada<br />
tem sido dificultada pelas hesitações<br />
do governo em relação à questão. "Ninguém<br />
aqui consegue compreender o que<br />
Israel pretende fazer ao certo", diz Mohyeddin<br />
Abdallah, o patrão de um pequeno<br />
café de Neve Sha'anan, que também<br />
é utilizado como hotel improvisado pelos<br />
sudaneses sem domicílio. "Até hoje,<br />
nenhuma decisão foi tomada a respeito<br />
do nosso estatuto". A esse respeito, o<br />
mais recente sinal que foi transmitido<br />
pelo governo não é nem um pouco tranqüilizador.<br />
O seu projeto de lei sobre "a<br />
prevenção das infiltrações" foi aprovado<br />
em primeira leitura pelos deputados da<br />
Knesset. Ele pune por meio da deportação<br />
ou com uma pena de cinco a sete anos<br />
de prisão toda pessoa que entrar ilegalmente<br />
em Israel. Daqui para frente, os<br />
que se habilitam a atravessar o deserto<br />
do Sinai sabem o que espera por eles.<br />
Tradução: Jean-Yves de Neufville<br />
Relator da ONU justifica terrorismo dos<br />
palestinos e abre polêmica<br />
23<br />
Marcelo Ninio *<br />
Um relatório preparado por um investigador das Nações Unidas afirma que o terrorismo<br />
palestino é "conseqüência inevitável" da ocupação israelense e pode ser comparado à resistência<br />
ao nazismo e à luta contra o apartheid, o antigo regime de segregação racial da África do Sul.<br />
A comparação enfureceu a diplomacia israelense, que considerou o documento uma espécie de<br />
luz verde da organização ao terror.<br />
O documento preparado por John Dugard, investigador independente da ONU para o conflito<br />
entre Israel e os palestinos, foi apresentado no dia 17 de março no Conselho de Direitos Humanos<br />
da organização. Em um de seus trechos mais polêmicos, Dugard diz que é preciso lembrar o<br />
"contexto histórico" ao analisar a violência palestina.<br />
"A história está repleta de exemplos de ocupações militares às quais se resistiu com violência,<br />
atos de terror. A ocupação alemã foi resistida por muitos países europeus durante a Segunda<br />
Guerra", exemplifica, sem distinguir ações contra militares das que atingem civis.<br />
Dugard, um advogado sul-africano que se engajou na luta contra o apartheid nos anos 80,<br />
também separa o terrorismo em categorias, fazendo distinção entre atos como o 11 de Setembro<br />
e os atentados palestinos. "O senso comum manda que uma distinção seja feita entre atos<br />
de terror indiscriminado, como os da Al Qaeda, e os cometidos em uma guerra de libertação<br />
nacional", diz ele.<br />
O embaixador de Israel em Genebra, Yitzhak Levanon, considerou ultrajante a insinuação de<br />
que a ocupação dos territórios palestinos tem o mesmo peso do nazismo, responsável pelo<br />
extermínio de seis milhões de judeus. Para Levanon, o relatório demonstra ignorância e insensibilidade<br />
ao relativizar o terror. "Durgan diz que a Al Qaeda é criminosa, mas que o terror palestino<br />
é resistência. Mas não diz que os dois têm o mesmo objetivo: matar civis inocentes."<br />
Para Dugard, a ocupação dos territórios palestinos, que em 2007 completou 40 anos, torna o<br />
terror compreensível. Ainda que os atos terroristas palestinos devam ser condenados, diz, "eles<br />
precisam ser entendidos como uma conseqüência dolorosa, mas inevitável, do colonialismo, do<br />
apartheid ou da ocupação".<br />
Hillel Neuer, diretor da ONG UN Watch, que monitora os trabalhos da ONU, disse que as<br />
afirmações de Durgan dão legitimidade ao terror. "As afirmações estão entre as mais chocantes<br />
já pronunciadas por um representante da ONU", diz. "A organização já justificou o terror palestino<br />
implicitamente, mas nunca de maneira tão clara como Dugard."<br />
* Marcelo Ninio é jornalista. Publicado no jornal Folha de S.Paulo e no website<br />
www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft2902200805.htm<br />
* Benjamin Barthe é<br />
jornalista francês,<br />
correspondente do<br />
jornal Le Monde<br />
Diplomatique, com<br />
base em Ramallah, nos<br />
territórios palestinos.<br />
Le Monde Diplomatique<br />
adota uma linha<br />
esquerdista, terceiromundista<br />
e antiglobalizaçãoneoliberal,<br />
inserindo-se<br />
entre a imprensa mais<br />
crítica a Israel, sob os<br />
mais variados<br />
aspectos.
24<br />
VISÃO JUDAICA outubro de 2008 Tishrê / Cheszvan 5769<br />
Jack Terpins, presidente da Conib; Tzipora Rimon, ex-embaixadora de<br />
Israel no Brasil e o novo embaixador de Israel em Brasília, Giora<br />
Becher, além do embaixador do Brasil em Israel, Pedro Motta Pinto<br />
Coelho prestigiaram a festa do Kibutz Bror Chail<br />
Um painel com fotos contou a história do Habonim Dror na<br />
festa de Bror Chail<br />
Kibutz de brasileiros comemora<br />
60 anos com muita festa em Israel<br />
Dois dos organizadores da<br />
grande festa<br />
Aconteceu no Kibutz Bror Chail, na região Shaar HaNegev, proximidades<br />
da cidade Sderot, o evento comemorativo dos 60 anos<br />
de aliá do Movimento Dror (hoje Habonim Dror) do Brasil, e dos 60<br />
anos da fundação do kibutz. O evento constou de duas partes: a<br />
primeira foi o encontro de confraternização dos chaverim que chegaram<br />
desde 1948, nos diversos grupos de aliá, até os dias de hoje.<br />
Participaram mais de 500 pessoas, inclusive algumas dezenas<br />
que foram do Brasil especialmente para este festejo e o embaixador<br />
do Brasil em Israel, Pedro Motta Pinto Coelho, a embaixadora<br />
Tzipora Rimon, que recém retornou de sua missão no Brasil; o novo<br />
embaixador de Israel no Brasil, Giora Becher, e o ex-embaixador<br />
Yakov Keinan, além das delegações da Conib, encabeçada pelo presidente<br />
Jack Terpins e de várias Federações Israelitas de diversos<br />
Estados brasileiros. De Curitiba, entre outros esteve presente também<br />
Sara Schulman, presidente do Instituto Cultural Judaico Brasileiro<br />
Bernardo Schulman.<br />
Houve uma exposição fotográfica retrospectiva,<br />
com cerca de 300 fotos, desde a época da fundação<br />
do movimento até os dias atuais, e uma<br />
exposição de trabalhos artísticos dos chaverim.<br />
Depois, foi realizado um jantar em volta da piscina,<br />
seguida por uma apresentação que contou<br />
com a participação de membros (atuais e antigos)<br />
do kibutz, dos 8 aos 80 anos, juntamente com o<br />
grupo brasileiro do Shnat Hachshará. Desta parte,<br />
participaram mais de 1.200 pessoas.<br />
Shmuel Yerushalmi (Jerusa), coordenador da<br />
Comissão Organizadora, discursou sobre a contribuição<br />
desta aliá para o desenvolvimento do<br />
país, e sua repercussão ao redor do mundo, inclusive<br />
no Brasil. Os fundadores do kibutz, membros<br />
do Movimento Hechalutz do Egito, foram homenageados<br />
com a "Honra ao Mérito", recebida por<br />
representantes das famílias. A noite terminou com<br />
animado samba. O presidente Shimon Peres, que não pode comparecer<br />
devido à sua presença na Assembléia Geral da ONU, enviou<br />
uma calorosa saudação gravada em vídeo, que foi projetada, arrancando<br />
uma prolongada salva de aplausos.<br />
Embaixador do Brasil em Israel, Pedro Motta Pinto<br />
Coelho fala durante as comemorações dos 60 anos<br />
do kibutz Bror Chail e do Habonim Dror<br />
Discurso durante o evento que aconteceu no dia 25 de setembro em Israel