capa BARRAMENTOS DE CAMPO o relógio piscando um horário errado por que ninguém conseguia entrar a data e horário corretos. O problema é que a interface de programação era muito complicada e difícil de entender. A maioria dos usuários comprava equipamentos sofisticados, mas acabavam se contentando em só usar a tecla “play”. Chegaram os DVDs, DVRs, Blue Rays, etc., e tudo se tornou muito mais fácil e automático. O horário é ajustado automaticamente, a lista de programas é apresentada por gênero, canal, horário etc. Tudo muito claro e intuitivo. Bem, onde estamos indo com esta conversa? Na verdade nosso mercado não é muito diferente do mercado consumidor. Somente as empresas fornecedoras e usuárias de equipamento pensam ao contrario. A menos que a implementação das funções adicionais não requeira um esforço muito grande, a probabilidade que elas sejam utilizadas fica bastante reduzida. Os benefícios das funções adicionais têm que ser muito grandes para justificar o esforço de implementá-las. E, muitas vezes, esses benefícios não são de interesse imediato, o que acaba justificando a postergação. É claro que os equipamentos de automação são complexos e que a sua utilização requer um bocado e conhecimento e preparação. Se assim não fosse, nós engenheiros teríamos que vender salgadinhos. Mas será que os instrumentos atuais têm que ser utilizados exatamente como eram utilizados os seus antepassados? A EVOLUÇÃO DO MERCADO Os barramentos de campo chegaram ao mercado nos anos 90. A comunicação por 4-20mA foi substituída por comunicação digital e os instrumentos foram equipados com mais e melhores diagnósticos, blocos de funções, capacidade de comunicar com outros instrumentos e funcionalidade que permite simplificar instalação, comissionamento, operação e manutenção. Mas como aconteceu com os primeiros videocassetes, a configuração dos equipamentos de campo e sistemas não primavam pela simplicidade. Usuários pressionados para colocar uma planta em operação acabaram se limitando a utilizar os mesmos procedimentos de comissionamento do passado e as funções mais básicas dos equipamentos utilizados. 24 InTech 140 A variedade de instrumentos, sistemas e ferramentas era bastante reduzida, e quando as coisas não iam bem, os técnicos não sabiam muito bem como encontrar a origem do problema, mesmo porque as ferramentas inexistiam ou eram muito difíceis de operar. Além disso, a redução de custo de capital em função da redução do número de cabos, caixas de junção, bandejamento, armários de roteamento, armários de cartões de entrada e saída, etc. acabava sendo corroída pelo custo mais alto dos equipamentos, cabos e fontes de alimentação. Empresas de engenharia também tiveram que passar por uma curva de aprendizado, e o custo de projeto, que deveria ser bem menor, acabou não sendo tão menor como esperado. A oferta de equipamentos era também reduzida, e a demanda limitada, o que contribuía para o aumento do custo e, consequentemente, do preço. Houve ainda áreas de desapontamento por parte de alguns usuários, pois utilizaram fornecedores que lançaram produtos no mercado que ainda tinham muitos problemas de projeto, performance e de falta de suporte. SITUAÇÃO ATUAL Hoje o mercado mudou bastante. Praticamente todos os fornecedores tradicionais de equipamento de campo e de sistemas oferecem soluções em Fieldbus e/ou Profibus. Por exemplo, uma simples visita a pagina da Fieldbus Foundation na internet mostra: • 46 opções para transmissores de pressão • 52 opções para transmissores de vazão • 57 opções para transmissores de nível • Vários fornecedores para fontes de alimentação, condicionares de potencia, terminadores, blocos de terminais com proteção de curto circuito, etc. Como exemplo do aumento da oferta, a Figura 1 mostra o crescimento de produtos registrados pela Fieldbus Foundation e a Figura 2 mostra a diversidade dos produtos.
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