You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
em que a população era muito mais, por conseguinte, eram também muitos<br />
mais os praticantes. Durante muitos <strong>de</strong>sses anos, foram muitos os padres<br />
que ele conheceu, nomea<strong>da</strong>mente coadjutores que passaram por <strong>Loriga</strong>, para<br />
muitos <strong>de</strong>les o Sr.Mário Prata, foi mais que um sacristão, era acima <strong>de</strong><br />
tudo um amigo um conselheiro, que na hora <strong>da</strong> <strong>de</strong>spedi<strong>da</strong>, não queriam partir<br />
sem lhe <strong>da</strong>r aquele abraço como prova <strong>de</strong> gratidão<br />
Era casado com a Sra. Maria dos Anjos, tiveram nove filhos, aos quais<br />
procurou incutir as mesmas virtu<strong>de</strong>s por ele vivi<strong>da</strong>s.<br />
Na companhia <strong>de</strong> sua esposa e após <strong>de</strong>ixar a sua activi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> sacristão,<br />
fixou-se em Coimbra, junto à família e ali viveu durante alguns anos.<br />
Viria a falecer no dia 8 <strong>de</strong> Dezembro <strong>de</strong> 2000, após doença. O seu funeral<br />
realizou-se para a sua terra que ele tanto amava, on<strong>de</strong> ficou sepultado no<br />
cemitério local.<br />
<strong>Loriga</strong> ficou mais pobre, ao ver partir para sempre uma <strong>da</strong>s suas figuras, o<br />
sacristão <strong>de</strong> muitos anos, ou melhor o Homem, que não queria <strong>da</strong>r nas<br />
vistas, mas as suas quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e as suas virtu<strong>de</strong>s ficaram para sempre<br />
marca<strong>da</strong>s numa certa geração <strong>de</strong> loriguenses.<br />
Maria dos Anjos Pinto Neves<br />
1912 - 2002<br />
- 25 -<br />
Nasceu em <strong>Loriga</strong>, em 6 <strong>de</strong> Março <strong>de</strong> 1912, filha <strong>de</strong> Beatriz Pinto Neves,<br />
sendo, por isso, mais conheci<strong>da</strong> por "Dos Anjos <strong>da</strong> Beatriz".<br />
Foi cozinheira <strong>de</strong> casamentos, baptizados, aniversários, festas religiosas<br />
e outros eventos, sendo vastos os seus conhecimentos na arte <strong>da</strong> culinária<br />
e, por isso mesmo, a magnifica comi<strong>da</strong> que confeccionava era aprecia<strong>da</strong> por<br />
todos.<br />
Durante <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> anos cozinhou para as mais varia<strong>da</strong>s festas, tendo sido<br />
mesmo, a cozinheira que mais tempo esteve em activi<strong>da</strong><strong>de</strong> ao serviço <strong>da</strong><br />
comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> loriguense.<br />
Sempre muito solicita<strong>da</strong>, não só em <strong>Loriga</strong>, como também para outras terras<br />
vizinhas, nunca dizia que não quando à porta lhe batiam a pedir-lhe para<br />
ser a cozinheira <strong>de</strong> qualquer bo<strong>da</strong> que fosse, nunca fazendo preço ao seu<br />
trabalho, apenas aceitando o que lhe queriam <strong>da</strong>r.<br />
Nesses tempos, as pessoas pagavam normalmente com alguns artigos <strong>de</strong><br />
mercearia e algum dinheiro, no entanto, quando via que as pessoas eram<br />
pobres, apenas aceitava a mercearia, recusando-se a receber o dinheiro.<br />
Esposa <strong>de</strong>dica<strong>da</strong> e mãe extremosa <strong>de</strong> nove filhos, que criou e educou com o<br />
maior <strong>de</strong>svelo e carinho, era também uma pessoa muito activa e <strong>de</strong>spacha<strong>da</strong>,<br />
parecendo ter sempre qualquer coisa para fazer.<br />
Religiosa convicta, era reconheci<strong>da</strong> pelas suas quali<strong>da</strong><strong>de</strong>s humanas, sendo a<br />
sua bon<strong>da</strong><strong>de</strong> e a sua sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> para com os mais <strong>de</strong>sfavorecidos, por<br />
<strong>de</strong>mais evi<strong>de</strong>nte e, por to<strong>da</strong>s essas razões, era muito respeita<strong>da</strong> pelos seus<br />
conterrâneos, que por ela tinham gran<strong>de</strong> admiração.<br />
Faleceu em <strong>Loriga</strong> no dia 27 <strong>de</strong> Setembro, com a i<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> 90 anos e o seu<br />
funeral realizou-se para o cemitério local, on<strong>de</strong> ficou sepulta<strong>da</strong>. Foram<br />
muitos os loriguenses que a acompanharam à sua última mora<strong>da</strong>, ficando