Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Francisco Men<strong>de</strong>s Campos<br />
1901 - 1957<br />
Nasceu em <strong>Loriga</strong> em 18 <strong>de</strong> Fevereiro <strong>de</strong> 1901, ficando orfãm <strong>de</strong> pai e mãe,<br />
ain<strong>da</strong> com tenra i<strong>da</strong><strong>de</strong>. Foi uma personali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque na Colónia<br />
Loriguense <strong>de</strong> Belém, nas déca<strong>da</strong>s <strong>de</strong> 1920/50, distinguindo-se como homem <strong>de</strong><br />
letras, contribuindo também em muitas iniciativas em prol <strong>da</strong> sua terra.<br />
Após a morte dos seus pais, passou a ser criado aos cui<strong>da</strong>dos <strong>da</strong> avó<br />
paterna Emília, que lhe dispensou especial carinho pelo que lhe ficou<br />
muito grato, manifestando publicamente, isso mesmo, num sentimental artigo<br />
publicado no "Jornal Lusitano" editado em Belém e no qual foi secretário.<br />
Foi para Belém do Pará, antes <strong>de</strong> 1920, on<strong>de</strong> possuía um tio paterno e<br />
outros familiares, formou-se na Escola Prática <strong>de</strong> Comércio, manti<strong>da</strong> pela<br />
Associação Comercial do Pará, e na qual foi um dos mais brilhantes alunos.<br />
Ain<strong>da</strong> muito cedo manifestou a sua inclinação para o ensino, sendo um<br />
excelente mestre <strong>de</strong> português e <strong>de</strong> contabili<strong>da</strong><strong>de</strong>, exercendo o magistério<br />
na Escola Prática, Phenix Caixeiral Paraense, Grémio Literário Português e<br />
Curso Ciências e Letras. No Grémio foi vice-presi<strong>de</strong>nte e director <strong>de</strong><br />
curso.<br />
Foi sócio e pertenceu aos corpos administrativos <strong>da</strong> Beneficente<br />
Portuguesa, Associação "Vasco <strong>da</strong> Gama", Tuna Luso Comercial, Liga<br />
Portuguesa <strong>de</strong> Repatriação, Phenix Caixeiral e Grémio Lusitano.<br />
Foi durante muito tempo um assíduo colaborador dos jornais "Lusitano" e "A<br />
Colónia" com artigos patrióticos e em <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> portugueses que eram<br />
vítimas <strong>de</strong> ataques e perseguição <strong>de</strong> uma minoria dota<strong>da</strong> <strong>de</strong> xenofobia.<br />
Embora muito novo os seus artigos <strong>de</strong>monstravam fina sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong>. Assim<br />
os artigos "À minha Mãe além-túmulo"; "À minha Avó"; "À minha afilha<strong>da</strong><br />
Vitória" outro sobre o escritor Gomes Leal e ain<strong>da</strong> uma réplica ao Padre<br />
Dubois por causa do poeta Guerra Junqueiro e, também pelo que escreveu<br />
contra o Marquês <strong>de</strong> Pombal, essas réplicas <strong>de</strong>monstraram gran<strong>de</strong>s<br />
conhecimentos e uma maneira própria <strong>de</strong> o <strong>de</strong>screver.<br />
Em 1923 transferiu-se para Recife, on<strong>de</strong> se manteve pouco tempo,<br />
regressando novamente a Belém. Exerceu o cargo provisório <strong>de</strong> arquivista no<br />
Consulado <strong>de</strong> Portugal on<strong>de</strong> a sua inteligência e zelo nas funções ali<br />
<strong>de</strong>sempenha<strong>da</strong>s, eram bem reconheci<strong>da</strong>s por todos.<br />
Viria a falecer ain<strong>da</strong> novo em 3 <strong>de</strong> Dezembro <strong>de</strong> 1957, no Hospital <strong>de</strong> D.Luiz<br />
I em Belém - Brasil, tendo sido sepultado no cemitério <strong>de</strong> Belém. <strong>Loriga</strong><br />
foi o seu berço, mas foi em terras distantes que viveu e se notabilizou, e<br />
on<strong>de</strong> ficou também eternamente.<br />
José Fernan<strong>de</strong>s Con<strong>de</strong><br />
1901 - 1972<br />
- 18 -<br />
Nasceu em <strong>Loriga</strong> em 16 <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 1901, filho <strong>de</strong> António Fernan<strong>de</strong>s Con<strong>de</strong> e<br />
<strong>de</strong> Ana Men<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Moura.<br />
Foi durante muitos anos o varredor <strong>da</strong>s ruas <strong>de</strong> <strong>Loriga</strong> e também coveiro com<br />
a nobre missão na "Obra <strong>de</strong> Misericórdia" <strong>de</strong> enterrar os mortos. Além disso<br />
tinha como muitos dos seus familiares a natural habili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalhar as pedras.<br />
Homem robusto, <strong>de</strong> caris temperamental, no interior era um coração <strong>de</strong><br />
bon<strong>da</strong><strong>de</strong>. Cumpridor como poucos, era vê-lo logo pela manhãzinha orientando