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Pedro Vaz Leal<br />
1900 - 1964<br />
- 17 -<br />
Natural <strong>da</strong> Póvoa <strong>da</strong> Atalaia (Beira Baixa), on<strong>de</strong> ocorreu o seu nascimento<br />
em 8 <strong>de</strong> Março <strong>de</strong> 1900.<br />
Completou a instrução primária na sua terra natal, que <strong>de</strong>ixou ain<strong>da</strong> novo,<br />
seguindo com <strong>de</strong>stino a <strong>Loriga</strong> para se empregar na oficina do Sr. António<br />
Ferreira situa<strong>da</strong> no Cabeço. Anos mais tar<strong>de</strong> casou com D. Alzira Machado<br />
natural <strong>de</strong>sta locali<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />
Jovem inteligente e com vocação para apren<strong>de</strong>r, <strong>de</strong>pressa adquiriu uns<br />
certos conhecimentos <strong>da</strong> arte <strong>de</strong> ferreiro, que levaria a tornar-se em pouco<br />
tempo num brilhante profissional. Des<strong>de</strong> logo, e como também era dotado <strong>de</strong><br />
uma certa ambição, e pretendia alargar os seus horizontes, pensou não ser,<br />
a oficina on<strong>de</strong> trabalhava, um lugar <strong>de</strong> futuro. Não foi, por isso, <strong>de</strong><br />
estranhar a sua mu<strong>da</strong>nça para outro lugar, partindo para perto <strong>de</strong> Lisboa,<br />
on<strong>de</strong> se empregou <strong>de</strong>sempenhando a profissão <strong>de</strong> ferreiro, <strong>da</strong>ndo ain<strong>da</strong><br />
assistência às máquinas agrícolas nas quintas <strong>de</strong>ssa região.<br />
Em 1931 regressa a <strong>Loriga</strong> para trabalhar por conta própria e, com alguma<br />
aju<strong>da</strong>, alugou a velha forja do Cabeço, iniciando assim um trabalho cujo<br />
crescimento era bem visível e, a partir <strong>da</strong>í não mais parou. Não se<br />
contentando só em trabalhar para <strong>Loriga</strong>, <strong>de</strong>pressa alargou o seu trabalho<br />
para o exterior, não tar<strong>da</strong>ndo mesmo a ser um dos fornecedores mais<br />
creditados <strong>da</strong>s Minas <strong>da</strong> Panasqueira, sendo ain<strong>da</strong> no Cabeço, o construtor<br />
<strong>da</strong>s primeiras vagonetas para transporte do minério.<br />
Aumenta os quadros do pessoal, abre uma nova oficina já mais mo<strong>de</strong>rna no<br />
Terreiro <strong>da</strong> Lição, junto com a sua habitação on<strong>de</strong> sempre viveu. A expansão<br />
<strong>da</strong> sua firma continua a registar gran<strong>de</strong>s progressos, por isso resolve<br />
fazer uma fundição na Vista Alegre com serviço automóvel e ven<strong>da</strong> <strong>de</strong><br />
combustível, acabando mais tar<strong>de</strong> por fazer novas instalações para on<strong>de</strong><br />
passaria todos os serviços. Anos mais tar<strong>de</strong>, e já <strong>de</strong>pois <strong>da</strong> sua morte, a<br />
sua empresa viria adquirir a antiga Fábrica <strong>da</strong>s Lamas po<strong>de</strong>ndo, assim,<br />
alargar-se ain<strong>da</strong> mais em <strong>Loriga</strong>.<br />
Sempre caracterizado por trabalhador patrão, teve sempre presente a<br />
preocupação <strong>de</strong> que os seus empregados adquirissem ca<strong>da</strong> vez mais<br />
conhecimentos e melhor valorização profissional. Por isso mesmo, a sua<br />
Oficina passou a ser uma Escola Técnica que proporcionou, a muitos jovens<br />
que por lá passaram, a profissionalização naquela área.<br />
A Metalúrgica Vaz Leal, foi uma <strong>da</strong>s maiores Firmas <strong>de</strong> <strong>Loriga</strong>, e chegou a<br />
ser uma <strong>da</strong>s principais do distrito <strong>da</strong> Guar<strong>da</strong> e uma <strong>da</strong>s melhores do<br />
Concelho <strong>de</strong> Seia.<br />
Era casado com Alzira Gomes <strong>de</strong> Pina Leal (28.8.1906 - 7.9.1961) virtuosa<br />
senhora <strong>de</strong> bon<strong>da</strong><strong>de</strong> para com os pobres. Aos 64 anos, e após doença<br />
prolonga<strong>da</strong>, em 14 <strong>de</strong> Junho <strong>de</strong> 1964 morre o Sr. Pedro Vaz Leal. Ficou<br />
sepultado em <strong>Loriga</strong>, à qual ficou para sempre ligado e que, apesar <strong>de</strong> não<br />
ser natural <strong>de</strong>sta locali<strong>da</strong><strong>de</strong> ele dizia ser também sua. Na reali<strong>da</strong><strong>de</strong>, assim<br />
pareceu ser, tendo sido consi<strong>de</strong>rado um dos maiores obreiros no<br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> Vila <strong>de</strong> <strong>Loriga</strong>, pelo contributo <strong>da</strong>do ao longo <strong>da</strong> sua<br />
vi<strong>da</strong>.