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Muito <strong>de</strong>voto do Sagrado Coração <strong>de</strong> Jesus primava por ser um ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro<br />
cristão. No entanto era, acima <strong>de</strong> tudo um disciplinador e exigente no<br />
ensinamento <strong>da</strong> catequese, tendo fun<strong>da</strong>do em <strong>Loriga</strong> alguns organismos <strong>da</strong><br />
Acção Católica que, mais tar<strong>de</strong>, o seu sucessor reorganizou.<br />
Foi presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> Junta <strong>de</strong> Freguesia <strong>de</strong> <strong>Loriga</strong> em 1944, nos anos <strong>da</strong> II<br />
Guerra Mundial, on<strong>de</strong> a lei e justiça eram superados pelos interesses dos<br />
mais po<strong>de</strong>rosos e teve gran<strong>de</strong>s problemas com os seus paroquianos. Talvez<br />
fosse essa uma <strong>da</strong>s causas mais marcantes para que o Bispo lhe retirasse a<br />
paróquia <strong>de</strong> <strong>Loriga</strong>, tendo-lhe até sido retirado o direito <strong>de</strong> celebrar<br />
missa no altar-mor <strong>da</strong> igreja, vindo a ser substituído pelo Sr.Padre Prata<br />
natural <strong>de</strong> Manteigas.<br />
Chegou mais tar<strong>de</strong> a ser pároco <strong>da</strong> locali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Cabeça on<strong>de</strong> durante anos<br />
realizou ali obras <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> vulto e <strong>de</strong> valor, sendo o gran<strong>de</strong> obreiro na<br />
edificação <strong>da</strong> igreja local <strong>de</strong> bela arquitectura.<br />
Já velho e cansado com frequência se podia ver passar umas horas no café<br />
do "Zé Maria" ou no "Clube", mas muitas mais horas passava refugiado na<br />
sua casa a bater nas "teclas" <strong>da</strong> sua velha máquina, escrevendo as suas<br />
memórias que intitulava <strong>de</strong> "Para Constar" que infelizmente muitas <strong>de</strong>las se<br />
viriam a per<strong>de</strong>r.<br />
Possuidor <strong>de</strong> muitos bens, ain<strong>da</strong> em vi<strong>da</strong> resolveu doar tudo à igreja<br />
paroquial, doação que foi importante para a Acção Social e Religiosa em<br />
<strong>Loriga</strong>, sendo instala<strong>da</strong> nesta vila uma Or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Irmãzinhas, on<strong>de</strong> passaria<br />
a viver mais acompanhado e acarinhado o resto dos seus anos <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> e on<strong>de</strong><br />
viria a falecer após doença em 19 <strong>de</strong> Fevereiro <strong>de</strong> 1969, com a i<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> 84<br />
anos.<br />
António João <strong>de</strong> Brito Amaro<br />
1890 - 1961<br />
- 11 -<br />
Natural <strong>de</strong> <strong>Loriga</strong> on<strong>de</strong> nasceu em 4 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 1890, foi um industrial e<br />
comerciante <strong>de</strong> sucesso, que muito contribuiu no <strong>de</strong>senvolvimento industrial<br />
<strong>da</strong> sua terra, e que se <strong>de</strong>staca, entre outros, na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>ira expansão dos<br />
tecidos fabricados em <strong>Loriga</strong> para outros locali<strong>da</strong><strong>de</strong>s nomea<strong>da</strong>mente ao<br />
mercado <strong>da</strong> Beira Baixa.<br />
Na sua infância fez parte <strong>da</strong> Ban<strong>da</strong> Musical <strong>de</strong> <strong>Loriga</strong> on<strong>de</strong> tocava cornetim<br />
Era um cristão convicto e um ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro católico praticante, possuidor <strong>de</strong><br />
um coração bondoso tendo, ao longo <strong>da</strong> sua vi<strong>da</strong> angariado a estima e<br />
amiza<strong>de</strong> dos seus conterrâneos que, mesmo <strong>de</strong>pois <strong>da</strong> sua morte o recor<strong>da</strong>vam<br />
com sau<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />
Após o seu casamento com Maria José Nunes Brito, também natural <strong>de</strong> <strong>Loriga</strong>,<br />
o casal rumou para o Brasil - Estado <strong>de</strong> Manaus. Ali adquiriu uma mercearia<br />
que tinha em anexo uma olaria iniciando, assim, a sua activi<strong>da</strong><strong>de</strong> comercial<br />
que o levaria a manter-se por lá durante alguns anos.<br />
Regressou à sua terra em 1923, com alguns dos seus filhos ain<strong>da</strong> muito<br />
pequeninos, e que entretanto por lá tinham nascido e, mais tar<strong>de</strong>, o casal<br />
voltaria a ter mais filhos, mas <strong>de</strong>sta feita nascidos em <strong>Loriga</strong>.<br />
No ano seguinte (1924) fundou em <strong>Loriga</strong> uma socie<strong>da</strong><strong>de</strong> do ramo <strong>de</strong><br />
lanifícios com os cunhados António e Alfredo Nunes Luis. Um ano mais tar<strong>de</strong>