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Flores da Amazônia.qxd - Museu Paraense Emílio Goeldi

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FLORES DA AMAZÔNIA<br />

Texto<br />

Paulo Bezerra Cavalcante<br />

Ilustrações<br />

Antonio Carlos S. Martins


FICHA TÉCNICA<br />

Governo do Brasil<br />

Presidente <strong>da</strong> República<br />

Luiz Inácio Lula <strong>da</strong> Silva<br />

Ministro <strong>da</strong> Ciência e Tecnologia<br />

Eduardo Campos<br />

<strong>Museu</strong> <strong>Paraense</strong> <strong>Emílio</strong> <strong>Goeldi</strong><br />

Diretor Peter Mann de Toledo<br />

Coordenadora de Pesquisa e Pós-Graduação Ima Célia Guimarães Vieira<br />

Coordenador de Comunicação e Extensão Lúcia Hussak Van Velthem<br />

Comissão de Editoração Científica<br />

Presidente Lourdes Gonçalves Furtado<br />

Editora Chefe Angela Pizzani<br />

Editor Assistente Socorro Jorge e Angela Botelho<br />

Designer Gráfico Andréa Pinheiro<br />

Estagiário Claudionor Vieira Junior<br />

Texto<br />

Paulo Bezerra Cavalcante<br />

Ilustrações<br />

Antônio Carlos S. Martins<br />

Fotos <strong>da</strong> Capa<br />

Antônio Carlos S. Martins<br />

(raízes e folhas <strong>da</strong> mandioca)


INTRODUÇÃO<br />

Este é o sexto álbum para colorir <strong>da</strong> Série Infantil do <strong>Museu</strong> <strong>Goeldi</strong> tendo como<br />

tema as FLORES DA AMAZÔNIA. Apesar do título - <strong>Flores</strong> <strong>da</strong> <strong>Amazônia</strong> - aparecem<br />

algumas flores que não são originárias dessa região, pois a <strong>Flores</strong>ta Amazônica não é <strong>da</strong>s<br />

mais ricas e talvez seja a menos rica em plantas de flores vistosas e ornamentais. Esse tipo<br />

de flores, comuns em nossos jardins, em sua grande maioria é de procedência estrangeira,<br />

aqui introduzi<strong>da</strong>s há séculos, e hoje tão bem aclimatiza<strong>da</strong>s, a ponto de serem considera<strong>da</strong>s<br />

por muitas pessoas como plantas naturais <strong>da</strong> região. Existem, na ver<strong>da</strong>de, algumas<br />

flores amazônicas de rara beleza, como são certas orquídeas e outras flores silvestres em<br />

áreas campestres, muito pouco aproveita<strong>da</strong>s em nossos jardins.<br />

Quem percorre o interior <strong>da</strong> mata densa e alta, praticamente não encontra plantas<br />

de flores vistosas e atraentes. Só mesmo no alto de um avião é que se pode observar,<br />

em determina<strong>da</strong>s épocas, esparsas copas de grandes árvores tingi<strong>da</strong>s de amarelo-ouro,<br />

róseo, roxo-azulado etc; o que realmente é um belo espetáculo.<br />

Finalmente, o que se destaca em nossas plantas é a folhagem, o verde exuberante<br />

proporcionado pelo clima quente e úmido <strong>da</strong> região.<br />

Só quem vivi a <strong>Amazônia</strong> como o Professor Paulo Cavalcante, Pesquisador Titular<br />

do <strong>Museu</strong> <strong>Goeldi</strong>, autor deste álbum e Antônio Carlos Martins, Desenhista do <strong>Museu</strong>,<br />

podem captar a beleza exótica e os mistérios de nossa <strong>Amazônia</strong>. A flor que ilustra a capa<br />

deste álbum foi coleta<strong>da</strong> pela primeira vez pelo Professor Paulo Cavalcante, e descrita<br />

pelo botânico, especialista desse grupo, Professor Daniel F. Austin, que, homenageando<br />

o coletor <strong>da</strong> espécie, deu-lhe o nome: Ipomoea Cavalcantei.<br />

Com esta publicação, mais uma vez, o <strong>Museu</strong> <strong>Goeldi</strong> resgata sua função social<br />

como disseminador de conhecimentos relativos à <strong>Amazônia</strong>, levando ao público, principalmente<br />

ao infanto-juvenil, alguns dos resultados de suas ativi<strong>da</strong>des em sua secular trajetória.<br />

Conhecendo, admirando e amando a <strong>Amazônia</strong>, conscientes de sua importância,<br />

unidos em um só ideal, certamente lutaremos pela sua preservação.


FLOR<br />

Todos os seres vivos nascem com o instinto de reprodução, isso é, de deixarem<br />

descendentes e, assim, perpetuam a espécie.<br />

A reprodução nos animais, geralmente, tem início com o acasalamento de dois<br />

indivíduos: o macho e a fêmea, ca<strong>da</strong> um contribuindo com uma célula especializa<strong>da</strong> que<br />

se unem <strong>da</strong>ndo início à formação do novo indivíduo. Na maioria <strong>da</strong>s vezes o acasalamento<br />

dos animais é antecedido de certos rituais, geralmente <strong>da</strong>nças, movimentos, cantos<br />

e outros trajetos. Nas plantas superiores não se observa esse acasalamento de dois<br />

indivíduos, tão freqüente nos animais. Há, contudo, a união de duas células especializa<strong>da</strong>s,<br />

forneci<strong>da</strong>s por um só indivíduo ou por dois indivíduos distintos. Essas células<br />

especializa<strong>da</strong>s estão conti<strong>da</strong>s em estruturas muito delica<strong>da</strong>s, protegi<strong>da</strong>s por sépalas e<br />

pétalas, formando este conjunto que se conhece pelo nome de flor.<br />

Do ponto de vista botânico ou científico, a flor é o órgão reprodutor dos vegetais<br />

superiores. Do ponto de vista popular, lírico ou poético, a flor simboliza o amor, o belo,<br />

enfim, tudo o quanto faz bem ao espírito e, como é notório, não falta jamais nos momentos<br />

de alegria ou de tristeza.<br />

Como regra geral, os preparativos para o casamento entre os humanos têm início<br />

com a aquisição <strong>da</strong> casa - futuro lar. Dentro dessa casa merece uma atenção especial na<br />

decoração, um compartimento destinado ao novo casal: a alcova. Também os vegetais não<br />

descui<strong>da</strong>ram desse compartimento especial onde de processa a reprodução. A flor é, por<br />

excelência, a alcova <strong>da</strong>s plantas. Dentro dessa alcova vegetal, encontram-se os dois elementos:<br />

masculino e feminino, por exceção pode faltar um, e só raramente dois. Pelas<br />

suas varia<strong>da</strong>s cores e perfumes, pela suavi<strong>da</strong>de e beleza, é a flor a mais bela e perfeita<br />

expressão <strong>da</strong> natureza.<br />

Vamos, agora, estu<strong>da</strong>r a flor do ponto de vista botânico.<br />

A flor apresenta-se nas plantas nas mais varia<strong>da</strong>s formas, tamanhos, cores, estruturas<br />

etc. O perfume <strong>da</strong>s flores é um dos atributos mais atrativos, mais decantados e mais<br />

apreciados. Entretanto, existem flores inodoras (sem cheiro) assim como outras de cheiro<br />

repugnante. Em nossas matas, não raro, encontramos flores com forte cheiro de cadáver<br />

em adiantado estado de putrefação, sentido a grandes distâncias. Outras flores de formas<br />

estranhas, que fogem completamente do tipo normal, como as aristolóquias, são encontra<strong>da</strong>s<br />

em nossas capoeiras e matas. A corola dessas plantas forma um saco profundo no<br />

qual são apreendidos muitos insetos, que realizam a polinização e depois são digeridos<br />

em um líquido produzido. Assim, as aristolóquias são considera<strong>da</strong>s insectívoras.<br />

Na classificação dos vegetais, a flor é de fun<strong>da</strong>mental importância, porque é o<br />

órgão que fornece o maior número de caracteres mais estáveis necessários à distinção<br />

entre uma espécie e outra.<br />

O famoso botânico alemão do século XVIII, Carlos Lineu, criou um sistema de<br />

classificação baseado, unicamente, nos elementos <strong>da</strong> flor. Esse sistema foi considerado o<br />

mais perfeito e prático para aquela época.


Para estu<strong>da</strong>rmos todos os elementos de uma flor, temos que eleger um tipo padrão,<br />

isto é, uma flor completa. Esse tipo de padrão contém, na seqüência de fora para dentro,<br />

as seguintes partes: cálice, corola, androceu e gineceu.<br />

Os dois primeiros - cálice e corola - são considerados elementos acessórios, servindo<br />

apenas de proteção e chamariz aos insetos polinizadores. Os dois últimos - androceu<br />

e gineceu - são os elementos fun<strong>da</strong>mentais <strong>da</strong> flor, responsáveis pela fecun<strong>da</strong>ção e multiplicação<br />

<strong>da</strong> planta.<br />

Cálice é o envoltório mais externo <strong>da</strong> flor, cuja função principal é proteger os outros<br />

elementos. É formado de segmentos foliáceos chamados sépalas, na maioria <strong>da</strong>s vezes<br />

de cor verde e em número de três a cinco. Um cálice é chamado inteiro ou gamossépalo<br />

quando suas sépalas estiverem sol<strong>da</strong><strong>da</strong>s entre si, em maior ou menor extensão. Quando<br />

as sépalas estão inteiramente livres, o cálice é chamado de dialissépalo.<br />

Corola é o segundo envoltório, constituindo a parte mais vistosa <strong>da</strong> flor, cuja principal<br />

função pelas suas cores e perfume é atrair insetos polinizadores <strong>da</strong>ndo-lhes, em retribuição,<br />

o néctar com que se alimentam.<br />

A corola é forma<strong>da</strong> de segmentos delicados chamados pétalas. Como as sépalas do<br />

cálice, elas podem estar isola<strong>da</strong>s ou livre e, então, costuma-se dizer que a flor é gamopétala,<br />

no primeiro caso, ou seja, sol<strong>da</strong><strong>da</strong>s, uni<strong>da</strong>s e dialipétala, no segundo, livres.<br />

É mais comum a corola de três ou cinco pétalas, contudo, pode haver corola de<br />

uma só pétala, como nas nossas quarubas, e corolas de muitas pétalas, como na roa, na<br />

nossa vitória-régia, entre outras.<br />

As cores mais freqüentes <strong>da</strong>s corolas são branco, vermelho, amarelo, roxo, róseo,<br />

podendo haver muitas outras cores intermediárias e, raramente, o azul.<br />

Androceu é o elemento masculino dos vegetais, formado pelos estames. Um<br />

estame é constituído <strong>da</strong>s seguintes parte: uma haste fina e delica<strong>da</strong> chama<strong>da</strong> filete, um<br />

corpúsculo na extremi<strong>da</strong>de do filete chamado antera, que se compõe de duas células<br />

chama<strong>da</strong>s tecas. Dentro <strong>da</strong>s tecas formam-se os grãos de pólens que são as células sexuais<br />

masculinas, também chama<strong>da</strong>s de microporos. Uma flor pode ter de um a centenas<br />

de estames, e às vezes nenhum.<br />

Gineceu é o órgão feminino <strong>da</strong>s plantas que em grego significa compartimento de<br />

uma casa destinado às mulheres. O gineceu é formado por um ou mais carpelos ou<br />

macrosporófilos. Um carpelo possui três parte: uma basal, dilata<strong>da</strong> e oca, chama<strong>da</strong><br />

ovário, dentro <strong>da</strong> qual se encontram vários corpúsculos, às vezes só um, chamados óvulos<br />

ou macrosporos. A parte superior do ovário estreita-se formando uma haste curta ou<br />

longa denomina<strong>da</strong> estilete em cuja extremi<strong>da</strong>de superior há uma estrutura especial e viscosa,<br />

o estigma.<br />

Esse é, em rápi<strong>da</strong>s pincela<strong>da</strong>s, o retrato de uma flor típica. Se fôssemos abor<strong>da</strong>r em<br />

detalhes todos os tipos de flores, analisando ain<strong>da</strong> todos os seus elementos, formaríamos<br />

um livro de algumas centenas de páginas.<br />

Vamos agora, rapi<strong>da</strong>mente, conhecer como se processa a fecun<strong>da</strong>ção nas plantas.<br />

Já vimos que o androceu é o órgão masculino, representado pelos estames, contendo<br />

células especializa<strong>da</strong>s - os grãos de pólen - encontra<strong>da</strong>s nas anteras.<br />

No gineceu temos os carpelos, ovários e óvulos e dentro destes o saco embrionário<br />

com a célula especializa<strong>da</strong> feminina - a oosfera e outros núcleos.<br />

5


Vale a pena antecipar que, após a fecun<strong>da</strong>ção, o ovário aumenta de volume, transformando-se<br />

em fruto e, do mesmo modo, os óvulos em sementes.<br />

Quando examinamos uma flor, notamos, muitas vezes, o desprendimento de um<br />

pó amarelo, são milhares de grãos de pólen liberados pelas anteras. Alguns desses grãos,<br />

com o auxílio do vento, dos insetos, dos pássaros, ou por outro meio qualquer, vão cair<br />

diretamente sobre o estigma, onde são retidos pela substância viscosa do mesmo. Por um<br />

efeito químico dessa substância, os grãos de pólen germinam e emitem um prolongamento<br />

como se fosse uma raiz, é o tubo polínico, que caminha através do tecido condutor<br />

do estilete na direção dos óvulos, levando na ponta dois núcleos que existiam no grão.<br />

Entrando no óvulo, os dois núcleos dirigem-se a uma formação chama<strong>da</strong> saco embrionário<br />

onde um dos núcleos funde-se com a célula especializa<strong>da</strong> feminina - a oosfera, e<br />

o outro núcleo do tubo polínico funde-se com outra célula do saco embrionário; nesse<br />

ponto consuma-se a fecun<strong>da</strong>ção.<br />

Os hormônios formados em decorrência <strong>da</strong> fecun<strong>da</strong>ção ativam a divisão celular e,<br />

assim, a oosfera dá origem ao embrião, a futura planta. A fusão dos outros dois núcleos<br />

dá origem a um tecido reserva, o endosperma, e outros tecidos que compõem a semente.<br />

Os hormônios determinam, também, o crescimento do ovário, transformando-o em fruto.<br />

Vejamos na Figura A as principais partes de uma flor completa, na qual foram cortados,<br />

de cima para baixo, a corola, o cálice e o ovário, para mostrar sua organização.<br />

Na Figura B temos um ovário com um só óvulo, como no abacate. Sobre o estigma<br />

há um grão de pólen que germinou e emitiu o tubo polínico, o qual leva, em sua<br />

extremi<strong>da</strong>de, os dois núcleos. Um deles funde-se com a oosfera para formar o embrião,<br />

ou seja, a futura planta, o outro núcleo funde-se com o núcleo secundário do saco embrionário,<br />

<strong>da</strong>ndo origem ao tecido de reserva e às outras partes <strong>da</strong> semente, como mostra a<br />

Figura C.<br />

Vamos passar para uma tarefa mais amena e agradável, colorindo as flores com<br />

lápis de cor, ou tinta adequa<strong>da</strong>. As corolas de acordo com as cores indica<strong>da</strong>s nos textos,<br />

e os cálices e folhas de verde.<br />

Pinte com carinho, ame as flores, preserve a natureza, viva a <strong>Amazônia</strong>.<br />

6<br />

Paulo Cavalcante


Acaule - Que não tem caule.<br />

Aristolóquias - Grupos de plantas cujas flores fogem ao padrão comum.<br />

Bulbo - Cálice curto e intumescido.<br />

Bulboso - Em forma de bulbo, como a cebola.<br />

Brácteas - Expansões foliáceas forma<strong>da</strong>s na base <strong>da</strong>s flores.<br />

Capítulo - Tipo de inflorescência, cujas flores estão compactamente uni<strong>da</strong>s, como<br />

o girassol e a zina.<br />

Caule - Tronco <strong>da</strong> planta.<br />

Cipó volúvel - Planta que, usando um suporte, nele se enrola, como o feijão.<br />

Envoltório - Elemento que envolve, protege a flor.<br />

Escandente - Sem substância própria, que precisa de um apoio, como as<br />

trepadeiras.<br />

Epífitas - Plantas que crescem sobre as outras.<br />

Estaminódios - Estames sem pólen, estéries.<br />

Espádice - Espécie de inflorescência em forma de espiga como a flor do antúrio.<br />

Foliáceos - Com consistência de folhas.<br />

GLOSSÁRIO<br />

Gavinhas - Folhas modifica<strong>da</strong>s que a planta utiliza para fixar-se num suporte,<br />

como maracujazeiros.<br />

Herbácea - Planta com constituição delica<strong>da</strong>, que não é lenhosa, como a orquídea<br />

(cataléia).<br />

Inflorescência - Conjunto de flores, dispostas de formas varia<strong>da</strong>s.<br />

Insectívora - Que se alimenta de insetos.


Néctar - Líquido açucarado <strong>da</strong>s flores.<br />

Panícula - Tipo de inflorescência em forma de pirâmide.<br />

Planta arbustiva - Planta de pequeno porte.<br />

Planta lenhosa - Que apresenta em tronco lenhoso.<br />

Plantas superiores - Normalmente são as plantas que possuem flores.<br />

Polinização - Transporte de pólen ao estigma.<br />

Pedúnculo - Base, talo <strong>da</strong>s flores e frutos.<br />

Sépalas - As divisões do cálice.<br />

Tubulosa - Em forma de tubo.<br />

8


A LAMANDA<br />

Allaman<strong>da</strong> cathartica<br />

Planta escandente ou trepadeira, com abun<strong>da</strong>nte folhagem e leite branco. Flor<br />

amarelo-canário, com cerca de 10 cm de altura. É planta comum em to<strong>da</strong>s as<br />

regiões tropicais, cultiva<strong>da</strong> ou espontânea. Combina<strong>da</strong> com o riso-prado (buganvília),<br />

produz um belo efeito decorativo nos jardins.<br />

10


A NTÚRIO<br />

Anthurium sp<br />

Planta terrestre ou epífita, ornamental, espalha<strong>da</strong> por quase todo o Brasil, muito cultiva<strong>da</strong><br />

em vaso conservado no interior <strong>da</strong>s residências. <strong>Flores</strong> em inflorescência<br />

denomina<strong>da</strong> espádice, protegi<strong>da</strong> por uma grande bráctea chama<strong>da</strong> espata, de cor<br />

vermelha.<br />

11


B<br />

ANANEIRA BRABA<br />

Heliconia rostrata<br />

Planta acaule com um falso tronco formado pelas bainhas <strong>da</strong>s folhas, chegando a 2<br />

ou 3 metros de altura. Inflorescência pendente forma<strong>da</strong> de brácteas dentro <strong>da</strong>s<br />

quais estão pequenas flores. Planta procedente de Rondônia e cultiva<strong>da</strong> no parque<br />

Zoobotânico e nos jardins do campus do <strong>Museu</strong> <strong>Goeldi</strong>.<br />

12


B ARBA-DE-BARATA<br />

Caesalpinia pulcherrima<br />

Arbusto com cerca de 2 a 3 metros, espinhoso. <strong>Flores</strong>ce durante quase todo o ano. As<br />

flores são vermelhas com pequenas manchas amarelas. Muitas vezes a planta aparece<br />

espontaneamente nos jardins, devido à fácil dispersão e germinação <strong>da</strong>s sementes.<br />

Essa espécie é de origem antilhana.<br />

13


BICO-DE-PAPAGAIO Heliconia psitacorum<br />

Planta herbácea acaule, muito comum em lugares descampados, úmidos e arenosos.<br />

<strong>Flores</strong> em pedúnculos longos, cor de abóbora, muito ornamental, ideal para compor<br />

a paisagem de jardins.<br />

14


BOCA-DE-LOBO Antirrhinus majus<br />

Plantinha arbustiva e delica<strong>da</strong>, originária do Velho Mundo, há muito tempo aclimata<strong>da</strong><br />

em nossos jardins e, às vezes, aparece espontaneamente em terrenos abandonados.<br />

A forma <strong>da</strong> flor lembra o focinho de um animal (lobo), sendo o lábio inferior<br />

roxo-escuro ou púrpura.<br />

15


CASTANHA-DE-MACACO Couroupita guianensis<br />

Éuma árvore bastante grande <strong>da</strong>s matas de várzea alta do Amazonas. Os frutos são<br />

arredon<strong>da</strong>dos, volumosos, pesando até 2 quilos. As flores são dispostas em cachos<br />

no tronco e nos galhos grossos; corola vistosa em cachos com cerca de 6 a 8 cm de<br />

diâmetro, de cor púrpura na parte interna, amarela<strong>da</strong> por fora e muito perfuma<strong>da</strong>.<br />

Cultiva<strong>da</strong> no horto do <strong>Museu</strong> <strong>Goeldi</strong>.<br />

16


CATALÉIA Cattleya violacea<br />

Cataléia é a forma aportuguesa<strong>da</strong> do gênero cattleya ao qual pertencem muitas <strong>da</strong>s<br />

mais belas orquídeas <strong>da</strong> região amazônica. São plantas de pequeno porte e epífitas,<br />

isto é, vivem sobre outras plantas que lhes servem de suporte e, por isso, muitas<br />

vezes chama<strong>da</strong>s, impropriamente, de parasitas. Essa orquídea é comum na bacia do rio<br />

Negro onde já encontramos exemplares com até 15 flores, formando um lindo buquê de<br />

cor violácea.<br />

17


C ATASSETO<br />

Catassetum macrocarpum<br />

Tipo de orquídea epífita que cresce nos ramos e troncos mais ensolarados <strong>da</strong>s<br />

árvores. <strong>Flores</strong> de formato curioso, dota<strong>da</strong>s de um perfume próprio, capazes de<br />

atrair aqueles grandes insetos conhecidos por "mamangabas", os quais se encarregam<br />

<strong>da</strong> polinização cruza<strong>da</strong> dessas orquídeas. As flores são amarelo-esverdea<strong>da</strong>s.<br />

18


C<br />

EBOLA BRABA<br />

Hipeastrum equestre<br />

Plantinha herbácea, terrestre, com o caule subterrâneo e bulboso em forma de uma<br />

cebola. <strong>Flores</strong> grandes, afunila<strong>da</strong>s, vermelhas, muito vistosas. O bulbo dessa planta<br />

é tido como venenoso, podendo até causar a morte de pessoas. A planta é dispersa<br />

por to<strong>da</strong> a região e encontra<strong>da</strong> em áreas campestres, arenosas, às vezes, úmi<strong>da</strong>s.<br />

19


CEBOLA-DA-MATA Clusia insignis<br />

Planta epífita <strong>da</strong>s árvores altas <strong>da</strong> mata, geralmente muito difícil de alcançá-la.<br />

<strong>Flores</strong> com quatro pétalas brancas por fora e vermelho-escuras por dentro, com<br />

exótico e agradável perfume. Planta comum por to<strong>da</strong> a região amazônica.<br />

20


CIPÓ-DE-LEITE Mandevilla hirsuta<br />

Cipó fino, leitoso e revestido de pêlos, ocasionalmente encontrado na capoeira secundária por<br />

to<strong>da</strong> região. Flor tubulosa, amarelo-alaranja<strong>da</strong>, com a parte interna do tubo cor de vinho<br />

tinto.<br />

21


F AVEIRA-DO-IGAPÓ<br />

Parkia auriculata<br />

Pequena árvore dos igapós e beira de rios, comum na bacia do rio Negro. As flores<br />

são pequeníssimas, compactamente agrupa<strong>da</strong>s em uma inflorescência ovala<strong>da</strong>,<br />

marrom-escuras, em cuja base se forma um tufo de filete (estaminódios) de cor<br />

escarlate. A forma do conjunto lembra uma chupeta.<br />

22


FLOR SILVESTRE<br />

Rhab<strong>da</strong>denia macrostoma<br />

Cipó de pequeno porte, com folhas opostas e abun<strong>da</strong>nte leite branco e viscoso,<br />

geralmente crescendo nas áreas de vegetação baixa e aberta, às vezes na várzea.<br />

Flor tubulosa, de cor rósea.<br />

23


G IRASSOL<br />

Helianthus annuus<br />

Planta anual de até 2 ou 3 metros de altura, originária <strong>da</strong> América do Norte e cultiva<strong>da</strong><br />

em todo o mundo pela importância de suas sementes na indústria de óleo e na alimentação<br />

de aves; muitas vezes cultiva<strong>da</strong>, também, como planta ornamental. O que<br />

muita gente chama de flor, no girassol na<strong>da</strong> mais é do que uma inflorescência do tipo capítulo;<br />

é um disco marrom formado de centenas de pequenas flores, circun<strong>da</strong>do por segmentos<br />

amarelos chamados lígula.<br />

24


J URUBEBÃO<br />

Solanum grandiflorum<br />

Planta arbustiva, lenhosa, de até 3 metros de altura, cheia de espinhos curtos e afiados.<br />

<strong>Flores</strong> com a corola inteira roxo-azula<strong>da</strong>, com o centro amarelo, de rara<br />

beleza. Planta comum em quase to<strong>da</strong>s as capoeiras <strong>da</strong> região.<br />

25


LAVADEIRA Catharanthus roseus<br />

Espécie originária de Ma<strong>da</strong>gascar e bem aclimata<strong>da</strong> em nossos jardins. Arbustinho de<br />

30 a 40 cm, quase sempre coberto de delica<strong>da</strong>s flores lilases, sem perfume.<br />

26


M AMORANA<br />

Pachira aquatica<br />

Pequena árvore de 4 a 8 metros, em alguns lugares utiliza<strong>da</strong> na arborização. <strong>Flores</strong><br />

grandes, vistosas, com o cálice tubular verde-castanho; corola com as pétalas livres,<br />

amarela<strong>da</strong>s, com cerca de 25 a 30 cm de comprimento, enrola<strong>da</strong>s em espiral.<br />

Estames com cerca de 20 a 25 cm vermelhos, constituindo a parte mais vistosa <strong>da</strong> flor.<br />

Planta comum nas áreas alaga<strong>da</strong>s <strong>da</strong> periferia de Belém.<br />

27


M ARACUJÁ-DO-MATO<br />

Passiflora coccinea<br />

Planta trepadeira com gavinhas, geralmente crescendo nas áreas campestres ou<br />

capoeiras e beira <strong>da</strong> mata. <strong>Flores</strong> com cerca de 10 cm de diâmetro, vermelhas,<br />

muito atrativas.<br />

28


M UCUNA<br />

Dioclea virgata<br />

Cipó lenhoso, volúvel, freqüente nas capoeiras de to<strong>da</strong> a região. <strong>Flores</strong> roxas, muito<br />

vistosas em longas inflorescências racemosas.<br />

29


PAPO-DE-PERU Aristolachia sp<br />

Planta trepadeira dispersa por todo o Brasil, em matas, capoeiras e cerrados. A característica<br />

mais notável dessas plantas encontra-se na forma extravagante e no<br />

tamanho de suas flores. Elas têm a forma de um profundo jarro onde se processa a<br />

polinização pelos insetos retidos no bojo do vaso. Esses insetos são atraídos pelo cheiro<br />

fétido parecido com carniça. Algumas flores têm lábios inferiores medindo até 60 cm por<br />

40 cm e são de cor esverdea<strong>da</strong> com manchas roxas.<br />

30


P APOULA<br />

Hibiscus rosa-sinensis<br />

Originária <strong>da</strong> China, é uma <strong>da</strong>s plantas ornamentais mais familiares em nossos<br />

jardins. Suas flores grandes e vermelhas produzem um belo contraste com o<br />

verde-escuro de sua folhagem. Fora <strong>da</strong> <strong>Amazônia</strong> é conheci<strong>da</strong> como "mimo-devênus",<br />

"rosa-<strong>da</strong>-china", "graxa-de-sol<strong>da</strong>do" etc.<br />

31


PATA-DE-BOI Bauhinia sp<br />

Arbusto meio escandente de 3 a 4 metros de altura, com as folhas em formato de<br />

casco de boi e com flores róseas semelhantes a uma "cataléia".<br />

32


Q UARESMEIRA<br />

Tibouchina semidecandra<br />

Arbusto muito ramificado, chegando até 3 metros de altura, com folhas macias, avelu<strong>da</strong><strong>da</strong>s.<br />

<strong>Flores</strong> dispostas em panículas terminais, com cerca de 40 cm, com a corola<br />

roxa. Espécie nativa do sudeste do Brasil, largamente cultiva<strong>da</strong> nos jardins.<br />

Floração (no ambiente natural) em fevereiro e abril, época <strong>da</strong> quaresma, <strong>da</strong>í o nome pelo<br />

qual também é conheci<strong>da</strong> "flor-<strong>da</strong>-quaresma".<br />

33


Q UINA<br />

Quassia amara<br />

Arbusto tradicionalmente conhecido pelas suas proprie<strong>da</strong>des medicinais e, por isso,<br />

largamente cultivado em to<strong>da</strong> a América tropical. Suas flores são, contudo, ornamentais,<br />

de um vermelho muito vivo, razão pela qual a planta é muitas vezes coloca<strong>da</strong><br />

nos jardins.<br />

34


R ISO-DO-PRADO<br />

Bougainville spectabilis<br />

Também conheci<strong>da</strong> como "três marias" e "buganvília" é uma planta lenhosa,<br />

trepadeira, cheia de espinhos rígidos. Originária do Brasil, é comum em quase<br />

todos os jardins públicos e particulares. Floração abun<strong>da</strong>nte, ca<strong>da</strong> flor com uma<br />

bráctea vermelha ou lilás e outras cores, de belo efeito decorativo.<br />

35


S ALSA<br />

Ipomoea asarifolia<br />

Planta rastejante, às vezes meio ereta com leite viscoso. Flor afunila<strong>da</strong> de 8 cm de<br />

altura, de cor lilás, muito vistosa. Essa planta é dispersa por quase to<strong>da</strong>s as regiões<br />

tropicais do mundo nas áreas campestres. <strong>Flores</strong>ce durante a maior parte do ano.<br />

36


S ALSA-DE-CARAJÁS<br />

Ipomoea cavalcantei<br />

Arbustinho escandente com flores de um vermelho intenso, muito vistosas. Essa<br />

espécie é somente encontra<strong>da</strong> na serra dos Carajás, crescendo sobre o minério de<br />

ferro. Devido à beleza <strong>da</strong>s flores, seu cultivo vem sendo tentado no campus do<br />

<strong>Museu</strong> <strong>Goeldi</strong>.<br />

37


T OÉ<br />

Datura insignis<br />

Planta arbustiva com flores afunila<strong>da</strong>s, de 12 a 15 cm de altura, de com levemente<br />

rósea. As folhas são tóxicas e alucinógenas e, por isso, emprega<strong>da</strong>s em certos rituais,<br />

pajelança, macumba etc, entre indígenas ou mesmo civilizados. A planta é cultiva<strong>da</strong><br />

por to<strong>da</strong> a <strong>Amazônia</strong>, nos altos rios, até Iquitos.<br />

38


T URNERA<br />

Turnera ulmifolia<br />

Arbustinho com cerca de 60 cm de altura, cultivado, ou surgindo espontaneamente<br />

nos jardins, quintais ou terrenos abandonados. Durante quase todo o ano, cobre-se<br />

de flores amarelo-claras, com o centro roxo-escuro, de belo efeito decorativo.<br />

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V<br />

ITÓRIA RÉGIA<br />

Victoria amazonica<br />

Éuma <strong>da</strong>s maiores plantas aquáticas <strong>da</strong> região amazônica, cujas folhas circulares e<br />

flutuantes podem atingir mais de 2 metros de diâmetro. A flor mede até 30 cm de<br />

diâmetro e sua abertura tem início ao pôr-do-sol. Durante a noite, as pétalas são<br />

alvas, mas tornam-se vermelhas no dia seguinte, sob ação dos raios solares.<br />

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Z INA<br />

Zinnia elegans<br />

Planta ereta de até 1,5 m de altura, originária do México, muito cultiva<strong>da</strong> em nossos<br />

jardins. <strong>Flores</strong> reuni<strong>da</strong>s em capítulo, semelhantes a um pequeno girassol, ostentando<br />

as mais varia<strong>da</strong>s cores.<br />

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