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Capítulo IV - Basílica Santuário Nossa Senhora da Conceição em ...

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4.6. A Primeira Missa<br />

Segundo a Tradição, a Primeira Missa na restaura<strong>da</strong> Freguezia Caconde<br />

foi celebra<strong>da</strong> a véspera do Natal, <strong>em</strong> 24 de dez<strong>em</strong>bro de 1824. Tal <strong>da</strong>ta é<br />

errônea, pois as missas, como se viu, eram celebra<strong>da</strong>s <strong>em</strong> casa particular.<br />

A Missa <strong>da</strong> véspera de Natal, a qual o historiador Umbelino Fernandes<br />

discorre longamente na sua resenha histórica de 1924, chama<strong>da</strong> "Polyanthéa",<br />

foi sim, a Missa de inauguração do Altar-mor <strong>da</strong> Igreja Matriz, mas, segundo<br />

Adriano Campanhole, não a primeira missa celebra<strong>da</strong> na Freguezia<br />

ressurrecta, visto existir uma provisão de funcionamento <strong>da</strong> Igreja <strong>da</strong>ta<strong>da</strong> de<br />

maio de 1824.<br />

Eis o relato <strong>da</strong> Primeira Missa, segundo o Comen<strong>da</strong>dor Umbelino:<br />

“A chuva <strong>em</strong> mangas intermittentes cahe de mansinho,<br />

encharcando as estra<strong>da</strong>s, adunando as águas dos córregos e<br />

regatos. No entanto, affrontando o rigor do t<strong>em</strong>po, <strong>da</strong>qui e <strong>da</strong>lli,<br />

vindos dos diversos bairros, chegam <strong>em</strong> magotes, a pé,<br />

carregando trouxas e malas, - homens rústicos, de amplo<br />

chapèos de lã bati<strong>da</strong>, afunilados, arrastando com garbo as<br />

velhas e compri<strong>da</strong>s espa<strong>da</strong>s durin<strong>da</strong>nas — mulheres envoltas<br />

<strong>em</strong> capotes de baetilha e barrigana. Em rumorosa cavalgatas<br />

chegam alguns graúdos homens de botas de canos altos, de<br />

couro de mateiro - mulheres de cartolinas e amplas saias<br />

amazonas. Outros, mais commodistas, vém de carra<strong>da</strong>s. E<br />

logo a pequena esplana<strong>da</strong> regorgita de uma multidão confusa,<br />

alegre, que, pela primeira vez, após tantos annos, no centro<br />

agreste desta região sertaneja, se vê reuni<strong>da</strong>, <strong>em</strong> franca e<br />

amistosa convivência, commungando a mesma aspiração e o<br />

mesmo contentamento. Num vai-v<strong>em</strong> continuo, grandes e<br />

pequenos, faz<strong>em</strong> visitas recíprocas, travando conhecimentos<br />

pessoaes. A noite cahe pesa<strong>da</strong> e humi<strong>da</strong>, mas não interrompe<br />

o borborinho e as manifestações de jubilo, pois já se ouv<strong>em</strong> os<br />

rumores dos esquentados cateretês, decantando a «tyranna,<br />

minha tyranna» e outras queixas do amor trahido,<br />

acompanha<strong>da</strong>s de palmas e do choro rasgado <strong>da</strong>s violas de<br />

Queluz. E assim vae pela noite a fora até, que o sino, <strong>em</strong><br />

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