Doença de Petri da Videira - UTL Repository - Universidade Técnica ...
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1. INTRODUÇÃO<br />
Introdução<br />
A doença <strong>de</strong> <strong>Petri</strong>, apesar <strong>de</strong> recente, é bem conheci<strong>da</strong> em todo o mundo vitivinícola,<br />
pelos prejuízos avultados que provoca quer em vi<strong>de</strong>iras <strong>de</strong>stina<strong>da</strong>s à produção <strong>de</strong> vinho<br />
quer em uva <strong>de</strong> mesa, reduzindo a sua viabili<strong>da</strong><strong>de</strong> e produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, originando<br />
frequentemente a morte <strong>da</strong>s plantas doentes (Dubos & Larignon, 1988; Morton, 2000;<br />
Oliveira et al., 2004; Rego, 2004; Edwards et al., 2007a, b). A doença afecta vi<strong>de</strong>iras<br />
muito jovens, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a fase <strong>de</strong> viveiro, e vinhas recém planta<strong>da</strong>s. Quando a incidência e a<br />
severi<strong>da</strong><strong>de</strong> são eleva<strong>da</strong>s, o arranque <strong>da</strong>s mesmas é, com frequência, a única <strong>de</strong>cisão a<br />
tomar, uma vez que os custos associados à manutenção <strong>de</strong>ssas vinhas doentes se<br />
revelam incomportáveis.<br />
A importância económica que a doença <strong>de</strong> <strong>Petri</strong> tem assumido em todo o mundo,<br />
principalmente no <strong>de</strong>curso <strong>da</strong> última déca<strong>da</strong>, tem motivado a intensificação <strong>de</strong> estudos<br />
etiológicos que resultaram na i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> novas espécies <strong>de</strong> fungos a ela associados.<br />
Também um conjunto <strong>de</strong> estudos epi<strong>de</strong>miológicos levados a efeito por todo o mundo têm<br />
permitido compreen<strong>de</strong>r, ain<strong>da</strong> que parcialmente, aspectos relacionados com a origem e a<br />
dispersão do inóculo e as principais vias <strong>de</strong> penetração <strong>de</strong>stes agentes patogénicos na<br />
vi<strong>de</strong>ira. Este conhecimento abre, pois, novas perspectivas a uma possível estratégia <strong>de</strong><br />
luta contra a doença, <strong>de</strong>signa<strong>da</strong>mente através <strong>da</strong> protecção <strong>de</strong> feri<strong>da</strong>s <strong>da</strong> po<strong>da</strong>, uma vez<br />
que estas constituem uma <strong>da</strong>s principais vias <strong>de</strong> penetração dos agentes causais <strong>da</strong><br />
doença <strong>de</strong> <strong>Petri</strong>. A legislação europeia respeitante à produção e distribuição <strong>de</strong> materiais<br />
certificados não contempla nenhum dos fungos envolvidos no <strong>de</strong>clínio, pois não existem<br />
meios <strong>de</strong> luta eficazes contra os agentes. O progresso tem sido lento, mas é possível<br />
adoptar estratégias que minimizem os efeitos dos fungos e obter materiais <strong>de</strong> boa<br />
quali<strong>da</strong><strong>de</strong> sanitária. A legislação actual impe<strong>de</strong> a plantação <strong>de</strong> viveiros para a produção<br />
<strong>de</strong> bacelos e <strong>de</strong> bacelos enxertados durante 2 anos consecutivos, para diminuir infecção,<br />
principalmente no caso do Cylindrocarpon spp. (Oliveira et al., 2004).<br />
Fungos do género Phaeoacremonium (Pm.) e em particular Phaeomoniella (Pa.)<br />
chlamydospora estão na origem <strong>da</strong> doença <strong>de</strong> <strong>Petri</strong> (Mugnai et al., 1999). Sintomas<br />
atribuíveis a esta doença terão sido relatados pela primeira vez por <strong>Petri</strong> (1912), quando,<br />
a partir <strong>de</strong> vi<strong>de</strong>iras apresentando estrias castanhas no lenho, foram isolados<br />
consistentemente três fungos dois do género Cephalosporium e um do género<br />
Acremonium. Baseando-se na <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> <strong>Petri</strong>, estes fungos foram referidos, mais<br />
tar<strong>de</strong>, como Phaeoacremonium chlamydosporum e Pm. aleophilum respectivamente<br />
(Mugnai et al., 1999), tendo a primeira <strong>de</strong>stas espécies sido posteriormente<br />
reclassifica<strong>da</strong> em Phaeomoniella chlamydospora (Crous & Gams, 2000).<br />
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